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TOUR – ALENTEJO e ALGARVE - parte 1/2

 

Este é um roteiro de viagem para desfrutar do sul de Portugal, circulando tranquilamente pelo melhor do Alentejo e Algarve.

 

1º dia – LISBOA

 

Chegando pela manhã, instale-se no hotel e vá até a locadora de veículos para acertar o aluguel do carro que irá utilizar para seus passeios pelo sul de Portugal. Sugerimos um jantar típico no restaurante Parreirinha da Alfama.

2º dia – SETÚBAL/GRÂNDOLA

Saindo cedo para o dia render, direto ao Distrito de Setúbal, um excelente ponto de partida para as férias na região de Lisboa, onde se poderá desfrutar ao máximo da beleza dos estuários do Tejo e do Sado. Abrangendo as esplêndidas paisagens da Serra da Arrábida e dos vinhedos circundantes. Situada a 48 km a sudoeste de Lisboa, Setúbal encontrava-se a curta distância das mais pitorescas cidades e vilas do Distrito, como Palmela, Sesimbra, Alcácer do Sal e Grândola.

 

Setúbal fora um movimentado porto durante a ocupação romana, e ganhara nova importância quando conquistada aos Mouros em 1217, e lhe fora atribuído estatuto de proteção através da Ordem de Santiago. A cidade tornara-se um importante centro econômico graças às indústrias da cerâmica e da pesca, tendo se transformado também  local de veraneio da aristocracia, durante o século XV. Estava intimamente associada à vida e obra do aclamado poeta do século XVIII, Manuel Maria Barbosa du Bocage, hoje a casa onde ele nasceu estava transformada em  museu.

 

Existiam muitas atrações para visitar, como a esplêndida Catedral de Santa Maria da Graça, do século XVI, com os seus belos azulejos do século XVIII;  a igreja gótica do Mosteiro de Jesus e  suas colunas manuelinas, um museu arqueológico com intrigantes vestígios da ocupação romana e o Castelo de São Filipe, datado do século XVI e construído por ordem do Rei Filipe II, de Espanha, em 1595. A cidade possuia diversos bairros, destacando-se o bairro do Troino, as Fontainhas, o Santos Nicolau e a Fonte Nova, zonas onde viviam grande parte da comunidade dos pescadores, e as Fontainhas, que começaram a ser povoadas por volta do século XVII. O bairro Salgado era a região onde, por tradição, vivia a classe burguesa no século XIX. A região da Saboaria, assim como a zona das Fontainhas, foram durante o século XX, locais de grande concentração industrial. Atualmente, na Saboaria, ficavam os principais restaurantes, e os principais clubes noturnos e bares. Existiam bairros que mereciam atenção: Camarinha, Casal das Figueiras, Fonte Nova, Liceu, Viso, Peixe Frito e Santa Maria da Graça.

Situada ao sul de Setúbal, a pitoresca Vila de Sesimbra, era o exemplo perfeito de um destino de charme, merecendo uma visita à sua praia, aos restaurantes de pescados e mariscos e às vistas da Costa, com barcos coloridos sobre as águas. Considerada uma popular e concorrida estância balneária, a Vila fica no sopé da Serra da Arrábida.  A presença humana no território, datava de tempos remotos. Eram cerca de 40 estações arqueológicas identificadas no Concelho de Grândola, abrangendo quase todos os períodos da História, desde o neolítico ao período romano. Destacavam-se as ruínas romanas da Península de Tróia e as da Herdade do Pinheiro. Embora ainda não houvesse muitos dados sobre a população, no que se referisse à época medieval, sabia-se que em 1492, a aldeia tinha somente 135 pessoas e o Concelho, somente 810 habitantes distribuídos por cerca de 180 pequenos vilarejos.

Grândola era dependente da Comarca de Setúbal e economicamente, a população dedicava-se à agricultura e à pecuária, sendo também importante a moagem de grãos, a produção do vinho, a tecelagem e a caça. O início do século XX, ficara marcado pelo desenvolvimento das vias de comunicação, destacando-se a implantação do transporte férreo, em 1926.

Na década de 30, Grândola apresentarau um novo impulso de crescimento demográfico e econômico, correspondente à campanha do trigo, integrada na política ruralista e agrícola do Estado Novo. Foi neste contexto, que surgira a expressão Celeiro de Portugal, para classificar o Alentejo, enquanto terreno apto para a produção de cereais. Circulando por aqui, visite a Península de Troia, a Marina da Península e as praias de Carvalhal, Pegos e Comporta. Recomendação: Se quiser aproveitar  para curtir uma praia, sugerimos pegar a estrada em direção ao vilarejo de Comporta, que ficava junto a Herdade da Comporta, atualmente um most praiano europeu. Será outra belíssima experiência de viagem. Acesse as informações sobre Comporta, no capítulo Cidades, deste site. Outra opção para quem estiver ciruculando pelo Alentejo, era uma experiência de pernoite  numa hospedaria rural, próximo a Ferreira do Alentejo, à esquerda para quem segue em direção ao Algarve. 

Monte Chalaça - Ferreira do Alentejo

Era uma propriedade rural no Alentejo com uma área de 3 hectares, situada a 5 km de Ferreira do Alentejo, oferecia de acomodações com ar-condicionado, desde quartos duplos a casas de 2 quartos. Os quartos duplos dispunham de banheiros privativos e compartilhados, e as casas eram completas e tinham churrasqueira e acesso a internet.

O café da manhã, vinha acompanhado de  pão quentinho e manteiga de cabra, panquecas feitas na hora, ovos mexidos ou fritos, variedade de geléias, queijo, biscoitos, bolachas e até mingau infantil. Era uma fazenda pedagógica, que proporcionava às crianças a oportunidade de alimentar os animais, a qualquer hora do dia, e percorrer as árvores frutíferas com maçãs, peras e figos. Para os dias quentes, tinha uma boa piscina ao ar livre e para as noites frias, uma ampla sala com lareira e opção de encomendar o jantar, acompanhado dos famosos vinhos do Alentejo. A Monte Chalaça estava situada a 150 km de Lisboa.

3º dia  -  LAGOS 

O Estuário de Bensafrim sempre fora atrativo para aventureiros e colonizadores, tendo se tornado uma referência na época dos Descobrimentos portugueses. O Infante Dom Henrique trouxera fama à região, ao fundar em Sagres uma Escola de Navegação, onde também construíra suas Caravelas. Atualmente os atrativos para passeios eram a Casa Marques e as praias de Meia Praia, Dona Ana e Praia da Boneca. Visite também os pontos turísticos:

Castelo dos Governadores - Foi parcialmente destruído pelo sismo de 1755 e  reconstruído no antigo lugar de um castelo árabe, nos séculos XIV a XVI, tendo se tornado a residência oficial dos governadores do Algarve; 

Igreja de Santo Antonio - Uma impressionante talha dourada do século XVIII era uma das mais belas do país, mostrando o autêntico barroco português;

Igreja de São Sebastião - Era uma capela no século XIV, que em 1463 fora transformada em igreja dedicada a São Sebastião. Possuia uma grande estátua de Nossa Sra. da Glória, vinda do Brasil, e um crucifixo do século XVI. De seu topo, descortinava-se uma bonita visão da cidade e do mar;

Mercado de Escravos - Os escravos trazidos da África, eram vendidos nesse que afirmavam ser o primeiro mercado de escravos da Europa. No piso térreo, funcionava uma galeria de arte;

Museu Municipal Dr. José Formosinho - Ficava junto a Igreja de Santo Antônío e possuia uma coleção de arte sacra, vestígios arqueológicos, pinturas e uma seção dedicada à história de Lagos, à etnografia algarvia e a mineralogia.

4º dia  -  LAGOS / PORTIMÃO

Já nos tempos dos Fenícios, dos Gregos e dos Cartagineses, Portimão era um pequeno local de comércio e dispunha de porto natural, na foz do Rio Arade. Durante a época da ocupação árabe, o rio representava para Silves - a Capital do Algarve de então - a ligação mais importante com o mar. Com o desenvolvimento das indústrias pesqueiras e de conserva, nos finais do século XIX, Portimão tornara-se num importante centro econômico, cuja decadência fora marcada pela recessão no início dos anos 80, do século passado. Portimão - onde estavam situadas as Praias da Rocha e Praia do Vau - era hoje uma moderna cidade turística, com forte comércio e uma vida noturna  movimentada. Ao visitar Almancil, não se deixe enganar pela modéstia da fachada da pequena igreja local, seu interior era todo coberto de azulejos e talha dourada e valia uma visita

 

5º dia  -  ALBUFEIRA  

Nas primeiras décadas do século XX, registrara-se um aumento acentuado na exportação de pescados e de frutos secos. A vila tinha cinco fábricas, que empregavam cerca de mil pessoas pessoas, sobretudo as mulheres dos pescadores. Entretanto, da década 30 à década de 50, registaram-se tempos de decadência, as armações de pesca arruinaram-se, as fábricas fecharam, as embarcações desapareceram e muitas casas foram abandonadas. A população ficara reduzida à metade e a pesca tornara-se novamente numa atividade apenas de subsistência.

Antiga vila de pescadores, Albufeira tornara-se, a partir dos anos 60, um  importante e conhecido  centro  turístico do Algarve e em 2021 contava com mais de 44.700 habitantes. No verão, o centro da cidade - com as suas lojas, bares, night clubs e diversos restaurantes - fervilhava com os turistas vindos de todas as partes. Nos arredores de Albufeira - desde a Praia da Falésia, a Leste, até a Praia de São Rafael, a Oeste - encontravam-se algumas das mais belas e famosas praias do Algarve, de um total de 25 praias, dentre as quais a Praia da Rocha, da Baixinha ou dos Tomates.

Eram várias as atrações ao ar livre, incluindo as praia da Falésia, Olhos de Água, da Galé e da Coelha. Dentre as atrações culturais populares, estavam a Igreja de Sant'Ana, Igreja Matriz de Albufeira, Paderne Castle, Capela da Misericórdia, a Torre do Relógio, o Montechoro Strip e a estátua de São Vicente de Albufeira. A cidade mantinha um patrimônio histórico e cultural, que representava o espírito e força de um povo que acreditava no poder da fé, como valor essencial. Como representação disso, podia-se encontrar vestígios físicos, espalhados por toda a cidade:

Igreja de Sant'Ana - Este templo fora construído no século XVIII. A Capela Mor apresentava um retábulo em madeira, de autoria dos mestres Francisco Xavier Guedelha e João Baptista;

Igreja Matriz - Erigida no Século XVIII, como substituição da anterior, que ruira com o terremoto de 1755. No cume do arco da porta principal, estava a Cruz de Aviz, símbolo da Ordem Religiosa - Militar, a que pertencera Albufeira; 

São Vicente de Albufeira - Monumento em memória de Frei Vicente de Santo António, nascido no ano de 1590, natural da Vila de Albufeira. Letrado e inteligente,  deixara  Albufeira para prosseguir os estudos na Capital. Dedicara-se à Igreja após falecimento dos pais. A sua fé levou-o a peregrinar pelo Oriente, Japão mais precisamente. Sofrera nas mãos de inimigos da Cristandade. Faleceu em 3 de Dezembro de 1632, erguendo um crucifixo e bradando Viva a Fé de Jesus Cristo;

Torre Sineira - Construída em 1869, era parte da Igreja Matriz, ostentando um carrilhão de oito sinos;

Torre do Relógio - Ex-libris da cidade. Apresentava uma coroa de ferro que sustentava o sino das horas.

6º - dia – FARO

Com uma população superior a 46.400 habitantes, Faro era a Capital do Distrito do Algarve. Apesar da maioria dos prédios interessantes ter sido restaurada, depois do terremoto de 1755, existiam na cidade numerosos vestígios das presenças romana e árabe na região. Durante os cinco séculos da ocupação muçulmana (712-1249), tempo em que a cidade se chamava Ossonoba, fora um importante porto comercial. Porém, com o declínio da importância de Silves, como a capital da região do Garb ( Ocidente ) al-Andaluz, ela tornara-se o centro administrativo da região. Era entre Lagos e Faro que se encontravam as praias mais frequentadas. Na Praia da Rocha, em Portimão, nas Praias da Galé e da Oura, em Albufeira e em Vilamoura, encontravam-se os mais badalados espaços de diversão noturna. E durante o dia, era nas Praias dos Salgados, São Rafael, Santa Eulália, Maria Luísa ou das Falésia, que a movimentação turística acontecia. Esta era uma cidade de passagem, mas que vale ser visitada: sua atraente Marina, os parques e praças bem conservadas que incluiam:

Arco da Vila - Numa das portas medievais do recinto amuralhado, encontrava-se um portal monumental, em cujo nicho figurava uma imagem em mármore de São Tomás de Aquino. Na sua face interior havia  um portal em ferradura, que correspondia a uma entrada nas muralhas árabes;

Arco do Repousao - Principal entrada terrestre na época de ocupação árabe (séculos XII / XIII). No século XIII, devido à Reconquista Cristã, esta entrada fora reforçada pelos árabes, com duas torres Albarrãs, de modo a facilitar a defesa da cidade, tornando difícil o acesso do inimigo;

Catedral da Sé - Mandada construir após a Reconquista cristã, em 1251, pelo Arcebispo de Braga, Dom João Viegas. As tropas inglesas do Conde de Essex saquearam e incendiaram a cidade, em 1596, arruinando gravemente o templo. Reconstruíram as colunas e os respectivos arcos, de acordo com os princípios da arquitetura chã, mantendo-se diversas capelas, que foram remodeladas nos séculos XVII e XVIII;

Igreja de Nossa Senhora do Carmo e Capela dos Ossos - Dominando o Largo do Carmo, fora fundada em 1713. O último piso fora feito em 1775, a torre nascente nos princípios do século XIX e a outra em 1878. A talha fora a manifestação artística mais utilizada nesta igreja, tendo nela trabalhado os melhores escultores da região. Mereciam referência a ornamentação da Sacristia, o acervo de imaginária da Procissão do Triunfo e a Capela dos Ossos,  construída com os ossos de mais de mil monges e fiéis, pretendia relembrar-lhes a efemeridade da vida;

Igreja de São Pedro - Nesta igreja, os efeitos do terremoto de 1755 foram tão graves que exigiram profundas modificações arquitetônicas. As novas colunas, foram feitas em 1760, imitando as da Igreja da Sé. No seu interior, encontravam-se significativas manifestações dos séculos XVII e XVIII, com destaque para a Capela-mor e para as capelas do Santíssimo Sacramento e de Nossa Senhora da Vitória; 

Museu Regional do Algarve - Aqui encontravam-se os vestígios da vida tradicional do Algarve. Em exposição estavam cerâmicas, teares e arreios decorativos. As fotografias documentavam antigas técnicas agrícolas. Ficava na Praça da Liberdade e abria das 9.00 às 12.30h e das 14.00 às 17.30h. Fechava nos fins-de-semana;

Palácio de Estói - Totalmente remodelado pelas Pousadas de Portugal, este belo Palácio, em estilo rococó, merecia uma visita. Passeie pelos jardins, em estilo Versalhes, tome uma bebida numa das bonitas salas ou no belíssimo terraço! Podia-se ainda pernoitar, num dos seus 63 quartos, ou então, prosseguir a viagem...

7º dia  -  OLHÃO / TAVIRA

Depois da Revolta de Olhão contra os franceses, entre 16 e 19 de junho de 1808, alguns pescadores  ofereceram-se para ir ao Brasil divulgar ao futuro Dom João VI  a notícia da restauração do Reino do Algarve. O caíque Bom Sucesso, como se chamava a embarcação que os levou, chegara ao destino no dia 22 de setembro de 1808, espantando o próprio Príncipe Regente, que recompensara e condecorara os olhanenses com diversos cargos públicos. Em 15 de Novembro, através de Alvará, o Monarca concedia ao lugarejo de Olhão, o nobre título de Vila do Olhão da Restauração, igualando-a às vilas mais notáveis do Reino.

Os Mercados Municipais de Olhão, um dos ex-libris da cidade, começaram a ser construídos em 1912, sendo inaugurados quatro anos depois. Foram construídos roubando espaço à Ria, consolidando-se as edificações através de um processo conhecido por bate-estacas, ficando cada um dos prédios, apoiado em oitenta e oito estacas, ligados entre si através de arcos de alvenaria de tijolo. Exemplo modelar da arquitetura do ferro e do vidro, o prédio, com enorme impacto urbanístico, em tijolo aparente e estrutura metálica, fora edificado para dotar a cidade de Olhão de uns mercados funcionais. De planta longitudinal, os Mercados eram compostos por dois espaços retangulares de vértices arredondados, correspondendo ao Mercado das Verduras e ao Mercado do Peixe, sendo ambos delimitados por quatro torreões circulares envidraçados. Submetidos a obras de reabilitação, nos finais do século XX, mantinham o aspecto exterior, reabrindo ao público em 1998. Uma das novidades mais recentes, era o seu interior, forrado com azulejos pintados por Costa Pinheiro.

8º dia  -  TAVIRA

Caminhe com tempo pelas ruas da cidade, veja as casas com seus telhados em "tesoura" e os desenhos geométricos das portadas de madeira. Suba ao Castelo para um panorama amplo da cidade,  e das muitas igrejas que se misturam, quase indistintas, com o branco do casario. Visite a Igreja de Santa Maria do Castelo, construída sobre as ruínas de uma Mesquita e que ostenta um relógio na torre, cercada de telhadinhos cor de laranja, depois vá até a Igreja da Misericórdia.

 

Em meados do século XX, as ruínas do antigo castelo foram classificadas como monumento nacional, tendo sido procedidas obras de reparação. Em razão da implantação de um projeto de revitalização, Mértola, na atualidade, é considerada uma vila-museu, com diferentes áreas de intervenção e investigação, organizadas em três núcleos, em exposição na Torre de Menagém do Castelo: o Núcleo Romano, o Núcleo Visigótico, que inclui uma Basílica Cristã, e o Núcleo Islâmico, onde se pode ver uma das melhores coleções portuguesas de arte islâmica em cerâmica, numismática e joalheria. Ao entardecer, termine o passeio  na pequena aldeia preservada de Cacela Velha, com tons de pôr-do-sol e com uma vista deslumbrante sobre a Ria Formosa.

9º dia  -  TAVIRA

Mais um dia dedicado à visitação desta pequena e encantadora cidade, especialmente para curtir sua gastronomia, intimamente ligada à história e às características geográficas e sociais da região.  No passado, Tavira era um importante porto de pesca, sendo a captura e transformação do atum, até 1950, uma das principais atividades econômicas do município. Os produtos do mar, são o forte da gastronomia, destacando-se os mariscos, o polvo, o atum e o peixe grelhado. Não se  pode esquecer a Serra e o interior, onde a perna de cabrito no forno, a açorda de galinha, a caça, os embutidos, o queijo fresco de cabra e ovelha fazem parte do cardápio tradicional. Nos restaurantes e pastelarias,  experimente os magníficos doces feitos à base de amêndoa, gila, alfarroba, figo e os folhados de Tavira. Não deixe de provar uma aguardente de medronho ou figo, produzida artesanalmente nas freguesias de Santo Estêvão e Santa Catarina da Fonte do Bispo.

 

O vinho na região do Algarve, remontava à presença muçulmana, não só pelo cultivo das vinhas, mas também pelo comércio e exportação, bastante acentuados em Tavira.  A única adega da região demarcada de Tavira, era a Quinta dos Correias. Surpreenda-se com a qualidade da vinha, situada em terreno arenoso, com calhau argiloso e com alguns afloramentos calcários. A vinha era composta pelas castas das uvas Castelão, Cabernet-Sauvignon e Touriga-Nacional.

Gastronomia

  • Restaurante Zé-Zé - Largo da República nº 3 - Cozinha tradicional alentejana.

  • Noélia e Jerônimo Rua da Fortaleza – Edifício Cabanas Mar – loja 1 

  • Pastelaria Tavirense Rua Dr. Marcelino Franco, 17

Não siga viagem sem antes atravessar a Ponte Romana, sobre o Rio Gilão, que divide a cidade em duas, deságua no Atlântico, e depois visite o velho Mercado coberto, uma admirável estrutura de ferro de 1880 – repleto de lojinhas e restaurantes, que fazem a alegria dos visitantes. Ao lado está o Convento das Bernardas, transformado pelo arquiteto português Eduardo Souto de Moura ( Prêmio Pritker ) em um moderno conjunto de apartamentos de luxo.

10º dia  - TAVIRA/LOULÉ / ALMODOVAR

Localizada a 12 km da costa e situada numa região de montes ondulados, que se estendem entre as aldeias da Serra do Caldeirão e o litoral Algarvio, Loulé é uma movimentada cidade comercial que contrasta com as demais cidades litorâneas. O litoral de Loulé é conhecido como Triângulo Dourado, uma área que inclui os   luxuosos Resort do Vale do Lobo, da Quinta do Lago e da Vilamoura, proporcionam com seus campos de golfe, Marinas e o Cassino, inúmeras opções de lazer num dos melhores destinos da Europa. Quando circular por esta região, não deixe de visitar Vilamoura, um território recheado de resorts e hotéis cinco e quatro estrelas,  dentre os quais recomendamos o  Anantara Vilamoura Algarve Resort. Puro luxo e extremo bom gosto!  

Era referência como a Capital do Artesanato do Algarve, com destaque para a cerâmica, ferro fundido e cobre, madeira, tecidos em lã e renda. No centro histórico está a Igreja Matriz de São Clemente, o Museu Municipal e o Jardim dos Amuados, além do Mercado de Loulé, instalado num prédio de inspiração árabe, do início do século XX. ​Almodôvar era conhecida por ser a terra dos sapateiros, especialmente entre os anos 1940 e 1970. Era o lugar  ao sul do País, com indústrias de calçado manual, com mais de 200 sapateiros.  Os sapatos e botas de Almodôvar tinham fama, pois em qualquer feira, havia uma rua só com os sapateiros deste  Concelho e que chamavam de rua de Almodôvar. Numa rotonda da vila, fora erguida uma escultura, com 6 metros de altura, em homenagem à arte dos sapateiros. Hoje a população local é de pouco mais de 6.700 habitantes.

A Igreja Matriz era o mais imponente monumento da Vila de Almodôvar, na simplicidade das suas colunas toscanas, na riqueza dos altares laterais e na suntuosidade do altar-mor, mandado construir por D. João V. Aqui surgira a primeira idéia de criação da Universidade de Teologia, do Sul de Portugal, que funcionava no Convento de Nossa Senhora da Conceição, fundado em 1680, pelo Frei José Evangelista, jubilado da Universidade, com os bens que herdara dos seus pais. Parte de sua  Biblioteca  encontrava-se hoje na Câmara Municipal.

Para visitar

  • Capela de Santo António

  • Convento de São Francisco

  • Igreja da Misericórdia

  • Igreja Matriz de Santo Ildefonso

  • Mercado Medieval

 

Quando a fome apertar, vá a Tasquinha O Medronho - Rua A. do Maldonado, 21 - Depois continue sua viagem para Castro Verde.

 

11º dia  - CASTRO VERDE

Castro Verde estava situado no Baixo Alentejo, na região conhecida como Campo Branco. Uma grande parte do território do município encontrava-se dentro de uma zona denominada pela União Européia como Zona de Proteção Ambiental. Fora perto da vila de Castro Verde que, em 1139,  travara-se a lendária Batalha de Ourique, quando Dom Afonso Henriques derrotou os mouros e se tornou o primeiro Rei de Portugal. O fervor religioso de Castro Verde está presente nos seus importantes monumentos, que demonstram igualmente a ascensão da agricultura e pecuária na região, como era visível na Basílica Real ou Igreja Matriz do século XVI, a Igreja das Chagas do Salvador (século. XVII), a Capela da Misericórdia e os muitos templos que existiam nas redondezas da vila, como a Igreja de São Miguel dos Gregórios e a Ermida de São Pedro das Cabeças. Vale conhecer o interessante Museu da Lucerna, com um importante espólio romano, e visitar o Centro de Educação Ambiental do Vale Gonçalinho, que centrava  sua atenção na fauna local. Passe o dia por aqui e depois siga para pernoitar em Beja.

                        

12º dia – BEJA

É Influenciada pelo clima do mediterrâneo e do norte da África, o distrito era normalmente quente e seco. A capital do Distrito conservava o mesmo nome, remontando os tempos em que os romanos mandavam por aqui, quando o Imperador Júlio César erguera a cidade, sendo as ruínas de Pisões um testemunho da riqueza que vigorava pela região. Quando da invasão dos mouros no século VIII, as ruas foram calçadas e inúmeros prédios construídos que ainda hoje poderão ser observados. Fundada pelos romanos no domínio de Júlio César, tornara-se um baluarte mouro durante mais de 400 anos. A rica história de Beja tinha sido preservada na sua arquitetura e ainda poderia ser vista nas estreitas ruelas empedradas, em seu centro histórico. Vários prédios eram caiados no tradicional estilo alentejano, adornados com chaminés mouriscos e elaborados azulejos.

O Castelo de Beja era uma grande construção militar iniciada durante o reinado de Afonso III, no final do século XIII, com sua enorme torre construída em mármore,  a mais alta de Portugal. Suba as escadas com seus 200 degraus em espiral, até o topo, para apreciar uma vista incomparável da cidade e das planícies douradas em volta. A torre era composta por três salas, que contavam com elementos de inspiração muçulmana, romana medieval e manuelina. Ao lado do Castelo, a caiada Igreja de Santo Amaro datava do século V era um exemplo da arquitetura do período visigótico e atualmente era um museu arqueológico, com uma rara coleção de artefatos.  A Igreja de Nossa Senhora da Conceição era monumento nacional,  onde estava o Museu Regional. A entrada levava a uma Capela com talha dourada e belíssimos azulejos que cobriam as paredes e os claustros. Havia também uma exposição relacionada com uma trágica história de amor do século XVII, as controversas Cartas de uma Freira Portuguesa.

Segundo a estória, uma freira do Convento teria escrito cinco apaixonadas cartas de amor para um oficial francês e que foram mais tarde, publicadas e literariamente aclamadas. Apesar de sua autenticidade nunca ter sido comprovada, esta estória romântica de um amor proibido, tornara-se também uma  referência.  Os agricultores locais continuavam a produzir trigo, uvas, cortiça e azeitonas de alta qualidade – artigos essenciais para a dieta dos portugueses de pão, azeite e vinho. Um evento popular que acontecia todos os anos aqui era a OviBeja, uma feira agrícola que realçava os produtos regionais, feiras de gado, gastronomia, música ao vivo e artesanato.

13º dia – BEJA / REGUENGOS / ÉVORA

Entre Beja e Évora, existiam dois vilarejos históricos e charmosos que mereciam ser visitados: Reguengos de Monsaraz e Monsaraz. O Reguengos era a sede de um Concelho marcadamente agrícola, enquadrado na magnífica planície alentejana. Era reconhecida, sobretudo pela qualidade dos vinhos produzidos na região, sendo brindada em 2015 com o a Cidade Européia do Vinho, produzidos pela Cooperativa Carmin, que reunia mais de 10 vinícolas. Para conhecer Reguengos de Monsaraz e Monsaraz, antes de chegar em Évora, pegue à direita numa estradinha que levava a Amieira e São Marcos do Campos. Esse trajeto encurtava o caminho em 45 km. A história de Reguengos de Monsaraz confundia-se com a de Monsaraz, uma das aldeias mais importantes da região, uma área de antiga ocupação humana, e nos seus limites encontravam-se inúmeros vestígios paleolíticos que confirmavam e existência de culturas de outros tempos. Posteriormente por aqui habitaram romanos, visigodos e muçulmanos, tendo sido conquistada aos mouros, em 1167 pelo Rei D. Afonso Henriques. 

 

Sugestões para almoçarRestaurantes Esporão, Casa do Forno ou O Gato

 

A vila medieval de Monsaraz ( Monumento Nacional ) era uma das mais antigas Vilas de Portugal. Localizada numa região habitada desde os tempos pré-históricos, existindo em seu entorno muitos monumentos megalíticos, Monsaraz era um primitivo castro que foi mais tarde romanizado e ocupado sucessivamente por visigodos, árabes, moçárabes e judeus, até ser cristianizada no século XIII.

 

Em 1167, fora conquistada aos muçulmanos por Geraldo Sempayor, caindo em 1173 para os almóadas na sequência da derrota de D. Afonso Henriques, em Badajoz. Em 1232 voltou a ser conquistada aos árabes e em 1385 fora invadida pelas tropas castelhanas, mas cedo fora reconquistada por Don Nuno Álvares Pereira. Depois da restauração da Independência, em 1640, fora construída uma nova linha de fortificações, tornando Monsaraz numa vila praticamente inexpugnável. Fora sede de Concelho até 1851, ano em que se fixara definitivamente em Reguengos de Monsaraz. Em termos de patrimônio, era importante destacar a Torre de Menagem, a Casa da Inquisição, a Porta da Vila, a Porta de Évora, a Porta da Alcoba, a Igreja Matriz de Nossa Sra. da Lagoa, o Pelourinho, a Igreja de Santiago, a Ermida de S. João Baptista, o edifício do Hospital do Espírito Santo e Casa da Misericórdia, a Ermida de S. José, os Antigos Paços da Audiência, a Cisterna e todo o casario característico da vila. Depois das visitas era seguir para Évora.

14º dia – ÉVORA

Em 715 DC fora conquistada pelos Mouros e fora Geraldo Sempayor que reconquistou-a, em 1166. Durante a Idade Média fora uma das mais prósperas  cidades do Reino, principalmente durante a Dinastia dos Avis. Em 1759 por ordem do Marquês do Pombal, os padres jesuítas foram expulsos e a Universidade por eles criada fora fechada, reabrindo somente em 1973. Reconquistada por Dom Afonso Henriques, se tornara uma cidade cristã que, durante a Idade Média, fora uma das mais prósperas de Portugal. Fora em Évora que Dom Afonso, o herdeiro de Dom João II, casarau-se com a Princesa Isabel, filha dos Reis Católicos, um acerto destinado a normalizar as relações com a Espanha.

 

No século XV, a cidade tornara-se um importante centro cultural conduzido pelos Jesuítas. Com a presença dos padres e a influência espanhola,  instalaram em Évora, um Tribunal da Inquisição, extinto pelo Marquês de Pombal em 1759, quando ele também decretara o fim do ensino ministrado pelos religiosos. Esse fora um dos erros atribuídos à administração pombalina: não conseguira montar uma estrutura leiga capaz de substituir o ensino ministrado pelos jesuítas. Não deixe de visitar os menires de Cromeleques de Almendres, um conjunto de monólitos pré-histórico. Aqui a  paisagem era alta e escarpada, com pequenas praias abrigadas entre arribas. E também aqui havia aromas de campo e as ervas de cheiro que temperavam peixes e mariscos.

O roteiro continua em  Alentejo e Algarve - parte dois

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