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As VINHAS DO ALENTEJO


Este era um pequeno roteiro de viagem, mas o suficiente para conhecer e se ter uma idéia do potencial turístico da região do Alentejo, com seus imensos vinhedos e suas Herdades.
 

A HISTÓRIA do VINHO e das VINHAS do ALENTEJO
 

O Reino de Portugal fora fundado no ano de 1139, na região norte, mais precisamente na cidade de Guimarães, também conhecida como cidade berço e onde fora estabelecido o centro administrativo do Condado Portucalense, por Dom Afonso Henriques, o primeiro Rei de Portugal. Nesta época, a região do Além –Tejo, ou seja, toda a região além da margem sul do Rio Tejo, era  inóspita, motivo pelo qual tornara-se uma região de grandes propriedades voltadas para a atividade agropecuária, notadamente o gado, o famoso porco preto, a cortiça, o azeite e o vinho. A história das Vinha e dos Vinho do Alentejo, estava imersa em enredos tumultuosos, com evidências materiais de romanos, fenícios e gregos que deixaram centenas de grandes ânforas de barro como valores arqueológicos muito importantes. Mas foira após a fundação do reino lusitano, que a cultura do vinho e das Vinhas surgira com mais ênfase.
 

No século XVII, os vinhos do Alentejo, da Beira e da Estremadura gozavam de maior fama e prestígio em Portugal, mas como diziam por aqui, foi sol de pouca dura. A Real Companhia Geral de Agricultura dos Vinhos do Douro, instituída pelo Marquês de Pombal, como justificativa para a defesa dos vinhos do Douro, deteriorara as restantes regiões, com arranques coercitivos de vinhas em muitas regiões, mergulhando as Vinhas Alentejanas no obscurantismo. Após muitas tentativas  e pequenos suspiros de recuperação, a Vinha foi sendo sucessivamente deslocada das áreas marginais, reduzindo o vinho à condição de produção doméstica e para consumo próprio.
 

Fora somente em 1988, que se regulamentaram as primeiras denominações de origem Alentejanas! Beneficiando-se da ajuda financeira da União Européia, a enologia moderna rapidamente se assentara no Alentejo e começava a apresentar vinhos modernos e atraentes. Quem também tivera papel de destaque nesta retomada, foram as Adegas Cooperativas, que conseguiram proporcionar vinhos com uma excepcional relação qualidade x preço. Nas últimas décadas, os vinhos alentejanos tinham conquistado ano após ano, um lugar de destaque nos mais conceituados concursos internacionais de vinhos.
 

​ROTEIRO de Viagem


A região do enoturismo no Alentejo estava dividia em duas principais regiões: o Alto Alentejo, onde as principais cidades eram Portalegre e Évora, e o Baixo Alentejo, onde as principais referências eram a Vidigueira e Beja.


Chegando ao Alentejo

Atravessando a bela Ponte 25 de Abril, prossiga em direção ao Sul pela excelente Auto-Estrada A2. Após 55 km aproximadamente,  pegue a saída 7 em direção a Rota A 6/Espanha/Évora. Após 44 km, busque a saída 4, em direção a Montemor/Arraiolos e siga as indicações até Arraiolos. Era um percurso rápido e simples, cujo custo de pedágio ficava em torno de € 8.
 

Arraiolos era uma vila de tradições, pacata e detentora de um dos poucos castelos circulares do mundo, que ficava estrategicamente localizado no topo da aldeia. Além do centro histórico com seus palácios, igrejas e Ermídas, mereciam destaque os Tapetes de Arraiolos e o doce conventual Pastel de Toucinho. Os famosos tapetes eram bordados em lã, com um característico ponto com o mesmo nome da vila. Já os pastéis de toucinho, tinham um nome que por si só já era curiosidade, afinal bacon doce não era uma definição muito comum. Valia provar mais um dos deliciosos doces que foram inventados pelos pasteleiros de mão cheia dos Conventos portugueses. Em geral eram muito bons, mas prove o da Pastelaria Reis, no centro da Vila.

MONTEMOR-o-NOVO

Era onde iríamos conhecer a  L`And Vineyards, um Resort cinco estrelas, dedicado ao vinho, e que possuía 10 suítes com teto retrátil, que proporcionava uma experiência única de dormir sob as estrelas, e mais outras 15 suítes com diárias a partir de 250 euros, todas com decoração do brasileiro Marcio Kogan. Credenciado com uma estrela pelo Guia Michelin, o restaurante era conduzido pelo Chef Miguel Laffan, que servia um menu de degustação com sete pratos, incluindo vinhos, por 120 Euros. Estava instalado na Herdade das Valadas, em Montemor-o-Novo, a apenas 70 km. de Setubal pelas rodovias A2 – A15 e N114.

 

ESTREMOZ

Para chegar a Estremoz a 73 km de Montemor-o-Novo, use as estradas N114, N4, E90, N18 e E802. Era conhecida como a Cidade Branca, por conta da extração de mármore branco usado em edificações medievais, como o Castelo de Estremoz e as muralhas do século XIII, com quatro portas de entrada... de mármore. Lá, reinava um dos mais importantes vinhateiros portugueses, João Portugal Ramos, que antes de fazer seus próprios vinhos fora enólogo nas principais regiões vinícolas do país. Para ele, "o vinho é a expressão de quem o produzia e não fruto do acaso". Ficava na Adega Vila Santa, cuja arquitetura era típica alentejana, a sede do grupo que produzia 4 mil garrafas ao ano. Lá se poderia também almoçar uma refeição de três etapas (entrada, prato principal e sobremesa) por 75 Euros acompanhada de vinhos. 

Nas prateleiras, havia muitas maravilhas, entre elas, Marquês de Borba, título pertencente a um antepassado de João Portugal Ramos, que se distinguiu pela sua enorme cultura e paixão pelas artes. Com o mesmo nome, havia uma versão do vinho branco Marquês de Borba Vinhas Velhas. Até vegano fazia parte do portfólio com o nome de Pouca Roupa — era vinhos branco, rosé e tinto, concebidos para o público jovem para brindar os dias quentes do verão. Outra joia era o Duorum, resultado da parceria de dois conhecidos enólogos. Também está aberta à visitação a Adega de Borba. Mais antiga Cooperativa do Alentejo, fundada por 12 viticultores da região e em 2024 estava completando 70 anos. Atualmente, 270 associados cultivam uvas brancas e tintas, que resultam em 40 rótulos distintos, assinados pelo enólogo Oscar Gato.

Nossa primeira visita a uma Adega seria em Mouchão, que ficava nas proximidades de Estremoz, um lugarejo fundado em 1901 que somente 90 anos após recebera energia elétrica. Apesar disso, desde o início produzia vinhos que se tornaram símbolo da vitivinicultura alentejana. Para visitar a plantação, a adega, os nove lagares de pedra e as caves, revestidas de grossas paredes, era preciso reservar pelo site: www.mouchão.pt. A visitação que incluía degustação custava 20 Euros. Tinha um bom restaurante que oferecia pratos da cozinha regional. Os 38 hectares de vinha era constituídos por diversas parcelas, localizadas em diferentes pontos da propriedade. As mais antigas situavam-se em solos de aluvião, numa zona única e irreproduzível, perto da adega, e estavam particularmente dirigidas para a produção de uvas de Alicante Bouschet, de elevada qualidade.

Esta casta encontrara na Herdade do Mouchão um terroir perfeito. Desde a sua chegada, nos fins do século XIX, que as plantas de Alicante Bouschet mostravam uma excelente adaptação aos solos argilosos de aluvião (a 230 metros de altitude) desfrutando de uma insolação intensa, temperaturas elevadas ao longo da maturação, chuvas esporádicas e algumas eventuais geadas. Nas outras vinhas situadas em zonas mais elevadas, em solos de boa drenagem, castas tintas autóctones como a Trincadeira, o Aragonez, a Touriga Nacional, a Touriga Franca e a Syrah, partilhavam os encepamentos com algumas castas brancas, como o Antão Vaz, o Arinto e o Fernão Pires. Era o vinho mais emblemático da Vinícola. Era desenhado com base na casta Alicante Bouschet, que encontrara na Herdade do Mouchão um terroir de eleição e que lhe conferia um caráter único. O loteamento desta casta complementado com a uva Trincadeira, lhe conferia um maior qualidade. Após fermentação em lagares, o vinho estagiava 24 meses em tonéis de 5.000 litros de carvalho português, macaúba e mogno, e depois mais 24 a 36 meses em garrafas de vidro.

O Azeite Galega, extra virgem e com baixo nível de acidez, aqui produzido, era proveniente das oliveiras da variedade Galega, muitas delas centenárias. As azeitonas eram apanhadas à mão para pequenas caixas de 20 quilos, preservando assim a sua qualidade, transportadas para o lagar onde eram prensadas e transformadas em azeite. Todo este processo, que ocorria num tempo de 2 horas, assegurava a qualidade do azeite. Depois da extração mecânica a frio, o azeite era decantado para dentro de contentores cilíndricos de aço inoxidável, onde repousava e decantava entre 4 a 6 meses antes de ser engarrafado.

Voltamos a Estremoz para visitar a Vinícola Dona Maria, na Quinta do Carmo. Tratava-se de um palacete do século XVIII, revestido em mármore e rica azulejaria alentejana, presente do Rei João V a uma cortesã conhecida como Dona Maria, por quem o Monarca estivera apaixonado. Tinha um lindo jardim e uma Capela dedicada a Nossa Senhora do Carmo. Aqui era produzido um dos Top Five vinhos do Alentejo. Para chegar, siga em direção a Portalegre, pela Rodovia IP2. Antes do Supermercado Continente, vire à esquerda onde dizia Agro-turismo; Turismo Rural. Após 150 metros estava o portão da Quinta, à direita, ladeado por duas estátuas. A caminho de Évora utilize as estradas N4, A6, N18 e IP2 para um trajeto de 48 km.

ÉVORA

Além de charmosas ruelas, a velha vila medieval reunia inúmeras atrações, como a Igreja de São Francisco com sua Capela dos Ossos e museu, uma grande Universidade, bares e restaurantes, como o Fialho, de comida alentejana, que já fora considerado o melhor restaurante regional da Europa. Sediado na Quinta de Valbom, a 2 km do centro histórico de Évora, cidade Patrimônio Mundial, estava o Mosteiro Cartuxa de Santa Maria Scala Coeli, que inspirara o seu nome. O Enoturismo Cartuxa encontrava-se instalado na antiga casa de repouso dos Jesuítas (Companhia de Jesus), que lecionavam na Universidade de Évora, nos séculos XVI e XVII. Com sua expulsão, em 1759, por ordem do Marquês de Pombal, a propriedade passara a pertencer ao Estado, começando alguns anos mais tarde, em 1776, a funcionar como um importante lagar de vinho que absorvia a produção vitivinícola da região.

Adquirida no século XIX pela família Eugénio de Almeida, a Adega Cartuxa passara por várias reformas e ampliações ao longo do tempo, conservando a riqueza da sua memória arquitetônica e histórica.  Era hoje um dos centros de estágio dos vinhos produzidos pela Fundação Eugénio de Almeida. Num prédio secular, cercado por 15 hectares de vinha em processo de produção biológica, estagiavam vinhos como o emblemático Cartuxa, o mítico Pêra-Manca produzido a partir da junção das castas Aragonez e Trincadeira, e os Scala Coeli. Era um conjunto enorme, e a Herdade abrigava desde 1598 o Mosteiro da Cartuxa, onde monges Cartuxos viviam em reclusão. Para a visitação, oferecia cinco tipos de roteiros com visita guiada e duração de 1 hora e meia. O pacote top custava 30 Euros e incluía a degustação de cinco tipos de vinhos, incluindo o famoso vinho Pêra Manca. Ficava na Estrada da Soeira, no Distrito de Évora. Confira em cartucha.pt –

A maior novidade, porém, estava instalada num prédio construído no fim do século XIV, a 15 minutos de Évora, que era o Paço do Morgado de Oliveira, totalmente reformado e arrendado pelo enólogo e consultor Antônio Maçanita e o sócio David Brook. Filho de pai açoriano e mãe alentejana, o lisboeta Maçanita escolhera o antigo palácio para instalar a Vinícola Fita Preta, em meio a vinhedos cultivados há mais de 60 anos. Com queijos de produtores locais e presunto 100% bolota, era servida a prova de sete vinhos com explicação sobre cada um. Imponente e considerado "dos sonhos" pelas agências, o local era muito usado para casamento. No início do ano, fora aberto ao público um restaurante dentro da antiga capela, lugar imponente e histórico que recebera reis e rainhas.  

REGUENGOS  de MONSARAZ

À caminho de mais uma Vinícola, iremos visitar a Herdade do Esporão, formado por um conjunto de construções históricas, integrado pela Torre do Esporão – estampada nos rótulos de seus vinhos – a Capela de N.Sra. dos Remédios e um museu arqueológico. As visitas guiadas pela Adega e à Cave, com direito à degustação, poderiam incluir um almoço no restaurante Esporão  ou um piquenique no meio do vinhedo. Confira: www.esporão.com. Para chegar a Beja, utilize as estradas R-255 e IP-2 rodando 72 km.

BEJA​

Era Influenciada pelo clima do mediterrâneo e do norte da África, o Distrito era normalmente quente e seco, e sua capital conservava o mesmo nome, remontando os tempos em que os romanos mandavam por aqui, quando o Imperador Júlio César erguera a cidade, sendo as ruínas de Pisões, um testemunho da riqueza que vigorava pela região. Quando da invasão dos Mouros, no século VIII, as ruas foram calçadas e inúmeros prédios construídos que ainda hoje poderão ser observados. Fundada pelos romanos no domínio de Júlio César, tornando-se um baluarte Mouro durante mais de 400 anos. A rica história de Beja tem sido preservada na sua arquitetura e ainda poderia ser vista nas estreitas ruelas empedradas em seu centro histórico. Vários prédios eram caiados no tradicional estilo alentejano, adornados com chaminés mouriscos e elaborados azulejos.

 

O Castelo de Beja era uma grande construção militar, iniciada durante o reinado de Afonso III, no final do século XIII, com sua enorme torre construída em mármore era  a mais alta de Portugal. Suba as escadas em espiral até o topo para apreciar uma vista incomparável da cidade e das planícies douradas em volta. Ao lado do Castelo, a caiada Igreja de Santo Amaro datava do século V. era um exemplo da arquitetura do período visigótico e atualmente era um museu arqueológico com uma rara coleção de artefatos. A Igreja de Nossa Senhora da Conceição era Monumento Nacional, e  onde estava o Museu Regional. A entrada levava a uma Capela com talha dourada e belíssimos azulejos que cobriam as paredes e os claustros. Havia também uma exposição relacionada com uma trágica história de amor do século XVII, as controversas Cartas de Uma Freira Portuguesa. Contavam que uma freira do Convento teria escrito cinco apaixonadas cartas de amor para um oficial francês, que foram mais tarde publicadas e literariamente aclamadas. Apesar de a sua autenticidade nunca ter sido comprovada, a estória romântica de um amor proibido tornara-se também uma  das curiosidades de Beja.

 

Os agricultores locais continuavam a produzir trigo, uvas, cortiça e azeitonas de alta qualidade – artigos essenciais para a dieta dos portugueses de pão, azeite e vinho. Um evento popular que acontecia todos os anos aqui era a OviBeja, uma feira agrícola que realçava os produtos regionais, feiras de gado, gastronomia, música ao vivo e artesanato. Para chegar a Vidigueira utilize a via IP-2 rodando 25 km.

Ave migratória de grande porte que voa sempre com o pescoço estendido, em longas travessias desde o norte da Europa para o norte da África, os Grous procuravam descanso num ponto do Alentejo. A observação dera nome à Herdade dos Grous, propriedade comprada pela família alemã Pohl, que passara a produzir vinhos em 2004. Situada a 20 km de Beja, a Herdade de 1.050 hectares reunia produção de vinho e azeite, agropecuária, turismo rural e enoturismo.

Localizada na região de Porta Alegre, a Vinícola Reynolds pertencia à família de origem inglesa, que produzia vinhos desde 1850. O top se chamava Gloria Reynolds em homenagem à matriarca e era produzido apenas em anos de excelente safra. Dava para agendar uma visita com degustação de vinhos até com almoço típico. Ainda em Porta  Alegre, estava a Adega Mayor, pertencente ao Grupo Nabeiro, dono da marca Delta Cafés, presente em 40 países, inclusive o Brasil. O plantio começara em 1997 em 180 hectares de vinhas distribuídos em três Herdades. A Vinícola levava a assinatura de um dos mais importantes arquitetos de Portugal, Siza Vieira, de 91 anos.

 

VIDIGUEIRA

Passando por Vidigueira, encontraremos a Herdade do Sobroso Wine & Country House, junto ao Rio Guadiana, em cuja sede o casal de proprietários – Sofia e Felipe Teixeira Pinto – recebiam pessoalmente os visitantes, indicando o que poderiam apreciar em sua propriedade: observação de pássaros, safári fotográficos em que se avistavam javalis, veados e patos selvagens, visitação da Cave, com degustação, passeio de caiaque e pesca nos lagos, à beira da Represa de Alqueva, a maior da Península Ibérica. A sede acomodava uma sala de estar com lareira e cinco quartos dotados de frigobar, um bom banho, e um sala de jantar, onde a então cozinheira Josefa preparava  a melhor sopa alentejana. Confira: www.herdadedosobroso.pt.  A Herdade Grande era outra vinícola recomendada, que apresentava uma excelente gama de vinhos alentejanos, que surpreendiam pela tipicidade da região e excelência. Era de salientar a simpatia e acolhedora recepção do produtor Sr. Antonio e da sua família. O trajeto pela via IP-2 até Santa Vitória durava cerca de 45 minutos para um trajeto de 40 km.

VILA DE SANTA VITÓRIA

Ficava no Distrito de Beja, num lugar maravilhoso chamado Herdade da Figueirinha, que pertencia à rede hoteleira Vila Galé. Era um típico hotel fazenda, com diárias a partir de 150 Euros. Oferecia inúmeras atrações: passeio a cavalo, em charrete, rapel e passeio de balão. A degustação direto na Adega, custava 20 Euros e oferecia tintos, brancos e roses. Confira: www.santavitoria.pt  - ​O percurso até Albernoa, era de 19 km pela estrada EM-529.

 

ALBERNOA

Ainda no Distrito de Beja, a caminho de Castro Verde, a Malhadinha Nova era famosa na Europa por ser chic, proporcionar a seus hóspedes relaxamento no SPA e na piscina. Possuía três suítes e sete quartos abastecidos com acessórios assinados pelo designer Philipe Starck e amenities da Bvlgari. Tem um excelente restaurante sob o comando de Chef alemão, dono de uma estrela do Guide Michelin. Era proporcionado cavalgar em animais de raça, criados na fazenda.

A Herdade da Malhadinha Nova era uma típica Herdade familiar alentejana, adquirida em 1998 pela família Soares: João, Paulo, Rita, João e Maria Antónia Soares. Situada em Albernôa, no coração do Baixo Alentejo, era um espaço de liberdade, que se perdia no horizonte. Desde 1998, a paixão e empenho da família, levaram à transformação de terras há muito abandonadas, em solos capazes de dar vida a produtos genuinamente alentejanos, dedicando-se à produção de vinhos de elevada qualidade e à criação de animais de raça autóctones, em total harmonia com a natureza e rigoroso regime de proteção com denominação de origem protegida (DOP).  Produz vinhos a partir das castas Touriga Nacional, Verdelho, Aragonez e Shiraz. Confira: www. malhadinhanova.pt

Herdade dos Grous

Era um estabelecimento rural isolado, situado em uma área de 687 hectares, onde produzia um vinho premiado. Dispunha de  apartamento completo, com sala, cozinha, lareira e quartos confortáveis, com frigobar, ar-condicionado, TV HD via satélite, lareira e área de estar. Geralmente disponibilizam duas bicicletas para cada quarto para os hóspedes percorrerem a propriedade. De Albernoa até Castro Verde, eram 24 km rodando pela EM-529, E-802, N-2 e R-2.

CASTRO VERDE

Estava situada no Baixo Alentejo, na região conhecida como Campo Branco. Uma grande parte do território do município encontrava-se dentro de uma zona denominada pela União Européia como Zona de Proteção Ambiental. Fora perto da vila de Castro Verde que, em 1139, se travara a lendária Batalha de Ourique, quando Dom Afonso Henriques derrotara os Mouros e se tornara o primeiro Rei de Portugal. O fervor religioso de Castro Verde estava presente nos seus importantes monumentos, que demonstravam igualmente a ascensão da agricultura e pecuária na região, como era visível na Basílica Real ou Igreja Matriz, do século XVI, a Igreja das Chagas do Salvador (século. XVII), a Capela da Misericórdia e os muitos templos que existiam nas redondezas da vila, como a Igreja de São Miguel dos Gregórios e a Ermida de São Pedro das Cabeças. 

Valia  conhecer o interessante Museu da Lucerna, com um importante espólio Romano, e visitar o Centro de Educação Ambiental do Vale Gonçalinho, que centrava  sua atenção na fauna local. De Castro Verde a Grândola, são 85 km. Rodando pela E-802, N-123, A-2, N-262 e N-120.

GRÂNDOLA

Ao regressar a Lisboa faça um pit stop em  Grândola, onde eram várias as atrações ao ar livre, incluindo as Praia da Falésia, Praia Olhos de Água, Praia da Galé e Praia da Coelha. Dentre as atrações culturais populares, estão a Igreja de Sant' Ana, Igreja Matriz de Albufeira, Paderne Castle e Capela da Misericórdia, a Torre do Relógio, o Montechoro Strip e a estátua de São Vicente de Albufeira. A cidade mantinha um patrimônio histórico e cultural que representava o espírito e força de um povo que acreditava no poder da fé como valor essencial. Podia-se encontrar vestígios físicos por toda a cidade:

Igreja Matriz - Erigida no Século XVIII em substituição da anterior que ruíra com o terremoto de 1755. No cume do arco da porta principal a Cruz de Aviz, símbolo da Ordem Religiosa - Militar a que pertencera Albufeira.

Igreja de Sant' Ana - Construída no século XVIII, a Capela Mor apresentava um retábulo em madeira, possivelmente, da autoria dos mestres Francisco Xavier Guedelha e João Baptista.

São Vicente de Albufeira - Monumento em memória de Frei Vicente de Santo Antônio, nascido no ano de 1590, natural da Vila de Albufeira. Letrado e inteligente deixara Albufeira para prosseguir os estudos na Capital. Dedicara-se á Igreja após falecimento dos pais. A sua fé levara-o a peregrinar pelo Oriente, Japão mais precisamente. Sofrera nas mãos de inimigos da Cristandade. Falecera no dia 3 de Dezembro de 1632, erguendo um crucifixo e bradando Viva a Fé de Jesus Cristo.

Torre Sineira - Construída em 1869, constituía parte da Igreja Matriz, com um carrilhão de oito sinos.

Torre do Relógio - Ex-libris da cidade. Tinha uma coroa de ferro que sustentava o sino que anunciava as horas e em caso de perigo, para alertar a comunidade.

SETUBAL

Grândola a Setubal eram 84 km. De estradas rodando pela IC-1, N-120, A-2, E-1 e A-12.  E por aqui acabava nosso roteiro vinícola pelas Herdades do Alentejo. Regresso a Lisboa.

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