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VERONA  -  Terra de Dante Alighieri e Romeu e Giulietta Itália - parte 1/2 

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ETIAS 2025 - Autorização para entrar na Europa

Anunciado em 2016, o  European Travel Information and Authorization System (ETIAS) — Sistema Europeu de Informação e Autorização — está cada vez mais próximo de ser concretizado. A nova regra de entrada de estrangeiros na Europa se baseia no sistema americano, com maior segurança e será válido a partir  de 2025, ainda sem data para início dos procedimentos.. O sistema verificará as credenciais de segurança e cobrará uma taxa (atualmente divulgada como sete euros) dos viajantes que visitam os países-membros do Tratado de Schengen, para fins de negócios, turismo, médicos ou de trânsito. Os viajantes, que atualmente visitam a Europa sem Visto, podem entrar na UE e nos países-membros de Schengen, gratuitamente e sem qualquer triagem de segurança digital antes de sua chegada à Europa. Vale lembrar que o ETIAS não será um Visto, mas uma autorização de viagem para viajantes que não precisam de Visto Consular para visitar a Europa.

As informações e recomendações inseridas neste texto, objetiva facilitar seu programa de viagem para visitar esta histórica e charmosa cidade do norte da Itália. Escolha o que pretende conhecer e monte seu roteiro para melhor aproveitar sua passagem por aqui...

Verona estava localizada na região de Vêneto, no norte da Itália, e a meio caminho para quem ia a Veneza por via terrestre. Tinha também como destaque, um bairro medieval antigo, erguido às margens do Rio Ádige. Além de linda, reservava uma quantidade de monumentos e atrações, que podiam ser apreciados ao longo de um simples passeio. Assim como a maioria das cidades italianas, sua estrutura não era muito diferente, apresentando diversas ruelas estreitas, repletas de lojas e Galerias para a delícia dos visitantes. Era também famosa por ter servido de inspiração para a peça Romeu e Julieta, de Shakespeare.

As referências históricas e turísticas

 

A cidade de Verona, embora relativamente pequena, tinha muita história para contar e personagens famosos. Então, vamos a eles...

Arca de Cangrande I –  Via Arche Scaligere, 1 -

O túmulo de Cangrande I ficava sobre a porta da Igreja de Santa Maria Antiga, que era a preferida da família Scaligeri e vários integrantes estavam em grandes túmulos ou Arcas, no pequeno adro da igreja. A magnífica Arca di Cangrande I (o patriarca da família) estava posicionada acima da porta lateral da igreja. Era um sarcófago sustentado por três cães e com o seu estandarte. A estátua mostrava-o deitado, provavelmente morto, mas ainda sorrindo, vestido com mantos curiais e uma espada de duas mãos a seu lado.  A fachada frontal da arca de Cangrande era tripartida, e no centro de cada painel havia uma pequena estátua, enquanto nos cantos dos dois painéis laterais, havia baixos-relevos com os territórios mais famosos conquistados pelo Príncipe de Veronese. Os nomes das principais cidades de seu reino também estavam gravados: Vicenza, Pádua, Feltre, Belluno, Marostica, Treviso e Verona. No topo do túmulo, havia uma cópia da estátua equestre de Cangrande, atribuída a Giovanni di Rigino.

Arca de Cansignorio -   Via Arche Scaligere, 1 - 

No ano de 1364, devido ao seu precário estado de saúde, Cansignorio della Scala começara a preocupar-se com seu enterro e chamara excelentes escultores e arquitetos para prepararem seu túmulo em mármore. Este último, concebido como relicário gótico, foi feito a partir de um projeto de Bonino da Campione  e custara mais de 10.000  florins, uma quantia enorme porque a Ponte de Navi teria custado apenas  três vezes mais. O túmulo tinha uma base hexagonal, e os pilares, também hexagonais, ficavam ao lado do recinto e sustentavam seis tabernáculos góticos que abrigavam seis santos guerreiros: Louis d`Anjou, Martin, Sigismond, Georges e Louis, então Rei da França.

Arca de Mastino II - Via Arche Scaligere, 1 -  

Constava que Mastino II della Scala decidira construir seu mausoléu, ainda em vida (ao contrário de Cangrande I , que foi construído como um túmulo após sua morte). Seu túmulo era o segundo dos três que foram construídos aqui, mas era considerado o mais valioso. De base quadrangular, apresentava nos tímpanos do tabernaculo de segunda ordem onde se encontrava o sarcófago, preciosos altos-relevos e baixos-relevos ilustrando cenas da história sagrada: a tentação de Adão e Eva, a obra dos antepassados, ao assassinato de Caim e a zombaria de Noé, lembretes do drama que a humanidade vivera como resultado do pecado.

 

Mastino era retratado deitado na tampa do sarcófago, com o rosto sereno, e abaixo ele reaparecia ajoelhado e suplicante diante da Virgem Maria, invocando as palavras da inscrição fúnebre (que o espírito do Senhor alcance o céu e goze a paz eterna ). Acima da arca, estava a estátua equestre de Mastino, que era representado deitado sobre a tampa do sarcófago, sereno, no plácido sono da morte. 

 

Arco do Gavi – Corso Cavour

Por volta de meados do século I d.C, o Arco foi construído para homenagear alguns membros da Gens Gavia, uma ilustre família de origem veronesa. O local foi cuidadosamente escolhido, em uma importante via de trânsito, a Postumia, à beira dos postes sobre os quais a cidade poderia se desenvolver: o ponto exato onde estava localizada era aqui marcado por um retângulo de mármore cinza.

 

Arcos Scaliger – Via Arco Scaliger

Apareciam entre os monumentos mais famosos da arte gótica de Verona. Ao final do século XVI as arcas apresentavam graves problemas de conservação. Esta era uma questão que seria levada ao conhecimento dos responsáveis ​​pelos assuntos públicos. Embora uma restauração completa do peito de Mastino tenha sido realizada em 1786, vale lembrar que um projeto de restauração não dura centenas de anos. Ainda hoje continuava na espera de novas obras.

 

​Arena Verona -   Piazza Brà -

​Entre seus principais monumentos, destacava-se a Arena de Verona, aonde se chegava facilmente a partir da Piazza Brà, um animado ponto de encontro do centro da cidade. Era o anfiteatro romano mais bem preservado do mundo, e um dos mais famosos, juntamente com o Coliseu, em Roma. Era um daqueles lugares que um turista não poderia deixar de visitar. Apesar de seus dois mil anos, das invasões bárbaras, do terremoto do século XII e das guerras e batalhas, era um local que ainda atestava o que fora a grandeza dos romanos e o bem-estar de Verona e seus moradores. Construída na primeira metade do século I, no ano 30 a.C., marcando o fim do reinado de Augusto e iniciando o de Claudio, a Arena de Verona, também chamada de mini Coliseu, era um dos maiores pontos turísticos da cidade. No século XII, ocorrera um terremoto na Itália, e a Arena manteve-se de pé e estava mais bem preservada que o Coliseu de Roma.

Área arqueológica da Corte Sgarzerie -  Corte Sgarzarie, 8 -

​Próxima a Piazza delle Erbe, esta área arqueológica era o destino ideal para quem desejasse mergulhar a fundo na história de Verona. Neste pequeno templo romano, algumas ruínas do século XII estavam expostas em seu subsolo, e toda a história por trás delas, era narrada em um vídeo bem explicativo. A visita era curta, mas muito interessante!

 

Anfiteatros

​Aqui estava um dos maiores anfiteatros romanos da Itália, que também era o emblema da cidade. Um festival de Ópera, acontecia entre os meses de junho e agosto. Outro ponto histórico que foi transformado em espaço de espetáculos era o Teatro Romano, o prédio mais antigo da cidade. Hoje, suas ruínas serviam palco do Festival Shakespeariano, e do Verona Jazz Festival.​

Catedral - Duomo - Piazza Duomo, 21 –

Dedicada a Santa Maria Assunta, acabava por ser um Complexo arquitetônico articulado, que incluia San Giovanni em Fonte, Santa Elena, a Biblioteca Capitular, o Claustro dos Canones, um Museu Canônico e o Bispado. Fortes vestígios do piso de mosaico, das duas primeiras Basílicas cristãs, eram visíveis sob a Igreja de Santa Elena e no Claustro Canônico. A segunda Basílica cristã primitiva entrara em colapso, provavelmente no século VII, devido a um violento incêndio e ao terremoto de 1117. Sua reconstrução, que durara cerca de 20 anos, fora liderada pelo Arquidiácono Pacífico, entre os séculos VIII e IX. A Catedral original, conhecida como Santa Maria Matricolare, fora deslocada para o sul, na área em que hoje estava o atual prédio. Consagrada por San Zeno, Bispo de Verona, entre 362 e 380, era pequena demais e, poucas décadas mais tarde, uma Basílica maior foi construída no mesmo local. Havia escavações arqueológicas e um Batistério, em seu interior.

 

Estátua de Dante Alighieri - Piazza dei Signori

Dante Alighieri era escritor, poeta, nascido em Florença, Alighiero di Bellincione, político de tendência Guelph (favorável ao Papa) e Bella degli Abati. Seu casamento com Gemma, fora negociado assim que ele completasse 12 anos, e eles teriam muitos filhos. No entanto, em Vita Nuova, que se acreditava ser autobiográfica, ele sublimava seu amor por Beatrice, que ele conhecera muito jovem. Ele participou de batalhas contra os gibelinos (partidários do Imperador), e tornara-se um alto Magistrado. Entretanto, ocorrera uma divisão entre os guelphs negros que apoiavam o poder absoluto do Papa e os guelfs brancos, que apoiavam a autonomia. Dante fora expulso da cidade e despojado de seus bens. Então vagava de cidade em cidade, e lutava contra a miséria, mas fora a partir dessa situação que se tornava fértil e escrevera sua obra-prima: Divina Comédia. Ele também defendia a criação de uma linguagem vulgar, que pudesse ser entendida por todos e usada na literatura. Durante sua jornada, passava pela cidade de Verona e se instalara no Palácio do Podestat. Sua estátua em mármore, feita em 1865 por Ugo Zannoni, lembrava esse período. 

 

​Galleria d’Arte Moderna Achille Forti -  Cortile Mercato Vecchio, 6 –

Localizada no centro histórico, estava instalada no interior do Palazzo della Ragione, e conta com obras assinadas por Vittorio Avanzi, Giacomo Balla, Ettore Beraldini, Umberto Boccioni, entre outros artistas. O acervo pertencia anteriormente ao Palazzo Forti, que hoje abrigava o Museu AMO, dedicado à Ópera. 

 

Giardino Giusti - Via Giardino Giusti, 2 –

Do centro histórico ao Jardim, a caminhada levava uns 15 minutos por um caminho fácil, atravessando a Ponte Nuovo e continuando pela Via Giosué Carducci, até encontrar a Via Giardino Giusti. Um espaço verde em meio às construções históricas de Verona, o Giardino Giusti merecia ser visitado com calma, para desvendar as alamedas e apreciar as gárgulas, fontes e grutas. O mascherone no final da alameda de ciprestes, se tornava menos assustador quando se descobria que ele era um Mirante, com uma linda vista sobre o antigo palácio e o centro da cidade.

 

Criado por Agostino Giusti, um nobre italiano colecionador de pinturas e que foi presidente da Academia Filarmônica de Verona, o Jardim oferecia uma sensação de tranquilidade. O desenho do parterre, foi projetado em 1570, e fizera o palácio da família Giusti se tornar mundialmente famoso. Caminhar pelas alamedas do Giardino Giusti, era saber que figuras ilustres como Goethe e Mozart também passearam por aqui e se encantaram com a beleza do lugar. Imperadores, artistas e escritores da época, todos queriam conhecer o famoso jardim de Verona. Abria ao público todos os dias de 9.00 as 19.00h, com 1 hora a mais durante o verão. O ingrresso custava € 8 o ingresso comum era de € 6, para quem tivesse o Verona Card.

Basílica de Sant'Anastasia – Praça Santa Anastasia

Era  o monumento religioso mais importante de estilo gótico em Verona. A construção da igreja começara por volta de 1290, durara mais de um século e foi apoiada pelos Scaligeri. O local escolhido para a construção ficava muito próximo da Piazza dei Signori, onde a família della Scala tinha seus palácios. Embora externamente não fosse tão espetacular quanto o Duomo ou San Zeno, internamente a igreja era um verdadeiro tesouro. Sua fachada de tijolos nunca fora concluida e o portal era especialmente bonito, feito de mármore de três cores: vermelho, branco e preto.  Considerada a maior Basílica da cidade, o prédio fora construído em 1280 sobre as ruínas da igreja que levava o mesmo nome, em homenagem ao dominicano San Pietro da Verona Martire. Seu estilo gótico, contava com colunas de mármore em branco e vermelho e um órgão revestido em ouro, e a estátua do Corcunda, sustentando a pia de água benta, entre outras ricas obras de arte.

Basílica de San Fermo Maggiore - Via Dogana, 2 -

Eram duas igrejas sobrepostas:  a igreja inferior era românica, de origem Beneditina, a superior era retrabalhada em estilo gótico. No início de 1300, os Franciscanos que sucederam aos Beneditinos em 1261, iniciaram uma grandiosa transformação da igreja superior românica, em igreja gótica, numa extraordinária coexistência de estilos que a tornaram única. O belo interior do século XIV da igreja superior, luminoso e espaçoso, feito pelos franciscanos com uma nave única para facilitar a pregação, recolhia, sob o belo teto de madeira em forma de navio, e afrescos do melhor acabamento. O piso inferior (românico) era escuro e íntimo, e quase misterioso. Observe logo na entrada da Catedral, a enorme porta toda em cobre, e os detalhes da arte sacra que se estendiam por todo seu interior, o deslumbrante altar posicionado no centro do prédio, e os túmulos de Aventino Fracastoro e de Giovanni da Tolentino, suspensos na parte externa.

Basílica de São Zeno – Praça São Zeno, 2 –

San Zeno fora o oitavo Bispo de Verona e esta Basílica a ele dedicada, era uma das obras-primas de toda a arte românica na Itália. Entre os séculos IX e XIII, a Abadia era o Mosteiro mais rico e poderoso de Verona, onde vários imperadores se alojaram. A praga de 1630 dizimou a comunidade monástica, que praticamente se extinguiu. O Mosteiro foi suprimido pela Serenissima, em 1770.

Casa de Giulietta - Via Cappello, 23 –

​Localizada na Via Capello, entre a Piazza delle Erbe e a Piazza dei Signori, Verona ainda saudava a família Montecchio, com os chamados peregrinos shakespeareanos, quem chegavam à cidade, para visitar as ruas que protagonizaram a luta entre as famílias Capuleto e Montecchio – respectivamente, as famílias de Romeu e Giulieta, que embora fosse uma história plausível, eram personagens fictícios da tragédia concebida por Sir William Shakespeare. ​Ao visitá-la,  atravessava-se um pequeno corredor para chegar ao pátio, que ficava em frente ao pátio e onde havia uma estátua da personagem, obra de Nereo Costantini. Os visitantes apaixonados, costumavam deixar bilhetinhos de amor, colados na estátua ou nas paredes. Se quiser, poderia visitar a casa, hoje transformada em museu, e chegar até o balcão. Como o marketing no entorno dessa trágica história, não parava por aí, havia um suposto túmulo de Julieta, no Monastério de San Francesco al Corso (Via del Pontiere 35) e, na igreja ao lado, seria o local onde o casal iria casar.

 

​A sacada famosa

A sacada da Casa de Giulietta, fora adicionada mais tarde ao prédio original, em 1935, mas o charme da história continuava, e era difícil visitar Verona sem identificar-se com a estória dos dois amantes mais famosos da literatura mundial. Era simples, mas o refinado pátio da Via Cappello, 23, vivia cheio de jovens e adultos celebrando a força do sentimento amoroso, ou simplesmente recordando algum amor perdido. Era de costume, também, tocar o seio direito da estátua de bronze de Giulieta, no pátio.

Castelo de São Pedro – Praça Castelo São Pedro

Instalado sobre uma colina em uma posição estratégica, fora habitado desde a época da Verona romana e continuava a ser habitado durante o período das invasões bárbaras, por Alboíno e Rosmundo, por Pepino, por Berengário, então Rei da Itália. Foi construído sobre ruínas da fortaleza construída por Berengário entre finais do séc. IX e início do X, e perto da antiga igreja românica de San Pietro.

 

Castelo Velho – Corso Castelvecchio

Era uma residência Scaliger alternativa ao Palazzo, na Piazza dei Signori, sendo construído por Cangrande II della Scala, entre 1354-1355 junto com a ponte que completara sua função defensiva e que, então com acesso apenas por dentro do castelo, garantia uma saída de escape para a cidade. Servira como uma espécie de palácio-fortaleza, constituído por duas partes: a área destinada aos soldados, com um verdadeiro campo de desfile, e a verdadeira casa do senhor, luxuosa e espetacular em seu interior. O conjunto era reforçado por seis torres e uma guarda, que era a torre principal que servira tanto de mirante como de último local de refúgio e defesa. Assim como a ponte de tijolos,  servira como rota de fuga do castelo: obra-prima da engenharia, com 120 metros de comprimento, distribuídos por três arcos. Muito forte, infelizmente fora demolido pelos alemães em retirada, em 1945, mas felizmente reconstruído escavando-se as pedras do leito do rio. 

 

Após a revolta liderada por seu meio-irmão Fregnano, Cangrande II não se considerava mais seguro dentro da cidade: atravessando as muralhas da cidade, construiu um castelo e uma ponte sobre o Rio Adige. A nova casa tinha de ser ao mesmo tempo um palácio, uma fortaleza, e uma garantia de fuga. A construção do castelo, confiada a Guglielmo Bevilacqua, começara por volta de 1354. O Castelo tornou-se um museu desde 1925, reunindo obras que contavam a história de Verona e da própria Itália. Anexa ao castelo, a Ponte Scaligero servia de acesso ao castelo, e uma fortificação construída ainda na idade. Abrigava hoje o Museu Civico di Castelvecchio, o mais importante monumento militar da Signoria Scaligera. Atualmente distinguiam-se três partes: a Corte della Reggia Scaligera, a Corte d’Armi e a Corte del Mastio, hoje bastante transformada. Entre a Corte del Mastio e a Corte d’Armi, erguiam-se muralhas que se estendiam da Torre dell’Orologio à margem do Ádige, próximo da Ponte Scaligero.

 

Igreja de Santa Maria Antiga – Via Santa Maria em Chiavica

Era em estilo românico e foi instalada no local de uma pequena igreja do século VII. Reconstruída e consagrada em 1185 pelo Patriarca de Aquileia, Gotifredo, a atual igreja tornara-se a capela privada da família della Scala, que construira a área do cemitério familiar em seu adro. Por volta de 1630, seu interior foi modificado no estilo barroco. A igreja teria uma fundação lombarda (século VIII), mas reconstruída em forma românica após o terremoto de 1117, foi adotada pela família della Scala como sua própria igreja e, no pátio adjacente, os túmulos monumentais dos membros da família foram construído, conhecido por todos como Arche Scaligere. Eles representavam uma das mais altas expressões da escultura do século XIV no norte da Itália. Embora aparentemente todos se parecessem, cada um tinha sua forma particular, desde o mais simples e belo de Cangrande I até o mais espetacular e complexo do ambicioso Cansignorio. No topo, as estátuas equestres dos Lordes enterrados sublinhavam ainda mais o efeito maravilhoso do conjunto. 

Igreja de Santa Maria do Órgão – Pracinha de Santa Maria

Era um Mosteiro Beneditino, construído na época lombarda, seria o mais antigo Mosteiro conhecido da cidade de Verona. Juntamente com sua igreja, foram reconstruídos após o terremoto de 1117 e reconstruídos novamente entre meados do século XV a meados do século XVI, pelos olivetanos que, depois das esquadras Scaliger e Visconti, eram assim denominados.

 

Igreja de São Fermo – Estrada São Fermo

Era um dos templos mais bonitos de Verona e seus primeiros vestígios datavam do século VIII. De particular importância, foram as reformas Beneditinas do século XI, aparentemente iniciadas em 1070: as igrejas superiores e inferiores, foram concluidas e a construção da torre sineira começara e não fora concluída até o século XIII.

 

Igreja de São Giorgio em Braida – Porta de São Giorgio

Por volta de 1046, um Mosteiro Beneditino foi construído nas margens do Rio Adige, e que teria sido quase totalmente demolido nas primeiras décadas do século XIX. Uma igreja românica foi construída ao lado do Mosteiro, da qual hoje nada mais restava. A testemunhar a sua presença, estava a torre sineira, datada do séc. XII. Em 1442, o Mosteiro foi cedido aos cónegos de San Giorgio in Alga.

 

Igreja de São Giovani do Vale – Via São Giovani

Concentrava a história de três igrejas: a cripta remontava aos séculos V e VI e fora construída sobre um antigo cemitério paleo-cristão; a segunda igreja foi construída pelos lombardos, nos séculos VI e VII e foi destruída pelo terremoto de 1117; a igreja atual datava de 1120,  foi construída sobre as ruínas da anterior e transformara-se numa paróquia batismal.

 

Igreja de São Giovanni no Foro – Corso Porta Borsari

Era um interessante prédio religioso que remontava pelo menos ao século XII. A igreja, nascida do Decumanus Maximus, ficava diretamente ligada ao Fórum, daí o seu nome e que, por sua proximidade com o Fórum, tinha também o título de Basílica. A igreja fora danificada pelo incêndio que destruira grande parte de Verona, em 1172.

 

Igreja de São Lourenço – Corso Cavour, 28 –

A atual igreja foi construída no início do século XII, sobre os restos de um prédio paleo-cristão, erguido por volta do século V ou VI e restaurado após 793. A nova igreja de estilo românico, fora construída por volta de 1110, reaproveitando parcialmente os materiais da construção anterior. Após o terremoto de 1117, as paredes do perímetro e a abside foram erguidas.

 

Igreja de São Estéfano – Pracinha São Estéfano

O núcleo primitivo da igreja, o desenho e suas paredes laterais, remontavam provavelmente ao século V, quando o culto do santo protomártir Estêvão chegara à comunidade cristã, e cujas relíquias foram encontradas em 415. Até o século VIII, a igreja românica de Santo Stefano servira como Catedral de Verona.

Mosteiro de San Francesco -  Via Shakespeare, 37122 -

​A última parada do passeio romântico pela cidade de Romeu e Giulieta, era o túmulo do casal, instalado dentro do Mosteiro de San Francesco, em Corso. Foi o único Mosteiro fora das muralhas da cidade, durante o período da história, e o único acessível ao exilado Romeu. O Mosteiro foi construído em 1230, e no local onde, segundo a tradição, São Francisco de Assis vivera. Fora onde ocorreu o trágico fim do casal, e, em uma sala escura da cripta, entre as lápides dos monges, estava um sarcófago de mármore vermelho vazio, identificado como o túmulo de Julieta.

 

Museu Arqueológico –  Rigaste Redentore, 2 –

Estava localizado dentro do recinto do Teatro Romano, perto da Ponte de Pedra e também das igrejas de Santo Stefano e San Giorgio in Braida. A exposição sobre ruínas romanas, era muito interessante, especialmente para os que apreciassem a arqueologia. O ingresso para o museu era válido também para o teatro. Os portadores do Verona Card não pagavam a entrada. Desde o pátio do Museu, se tinha uma vista maravilhosa da cidade. ​Instalado originalmente nas salas do antigo Convento de San Girolamo, no século XV, com vista para o Teatro Romano, o Museu Arqueológico colecionava vasos, mosaicos, esculturas, objetos de vidro e utensílios de várias necrópoles, inscrições sagradas e sepulcrais, partes do aqueduto romano traçadas na Ponte Postumio, e elementos antigos que formavam as preciosas e elaboradas decorações do teatro.

 

Museu Castelvecchio -  Corso Castelvecchio, 2 -

Abrigava coleções importantes de arte medieval, achados arqueológicos, estátuas e uma esplêndida Galeria de Arte com obras importantes de mestres famosos. O belo restauro-preparação de Carlo Scarpa, ajudava a apreciar melhor as obras de arte, ora isolando-as do que as rodeava, ora inserindo-as integralmente na sala que as acolhia. Provavelmente a obra mais famosa era a estátua de Cangrande I , retirada da Arca de Santa Maria Antica e aprimorada ao máximo, com uma estrutura absolutamente particular em aço e concreto. O percurso de visita serpenteava pelas muralhas e caminhos antigos, passando por torres austeras e encantadores jardins suspensos.

Palácios de Cansignorio e Cangrande  -  Piazza dei Signori -

Este encantador canto medieval de Verona, está rodeado por prédios que remetem aos tempos dos cavaleiros de armadura. Estes dois prédios imponentes foram construídos pelos Scaligeri, durante seu reinado. A de Cangrande é a mais famosa desde que Dante foi hospedado, que dedicou a obra os três trigêmeos no Paraíso a Cangrande; e Boccaccio, um convidado ilustre que colocou aqui também um pouco da história de seu Decameron. Coroado pelas típicas ameias gibelinas, o palácio foi ricamente decorado em seu interior e uma sala foi pintada pelo grande Giotto, mas as pesadas intervenções de reestruturação apagaram os vestígios da construção Scaligera. Na época veneziana foi sede do Podestà, quando o belo Portal de Sanmicheli foi adicionado à fachada. Atualmenter serve de sede da Prefeitura. 

 

Ponte de Castelvecchio

Era celebrada pelos historiadores como a obra mais ousada e admirável da Idade Média em Verona. Concluída em três anos, quase certamente entre 1354 e 1356, foi construída por ordem de Cangrande Il, que assim pretendia assegurar uma rota de fuga (ou recepção) autónoma para o Tirol, onde reinava o seu genro Ludovico, o Bávaro.

 

Ponte de Pedra

Estava localizado em um dos pontos mais panorâmicos da cidade. Apesar das dificuldades e renovações que sofrera, continuava a ser um dos maiores monumentos da Verona romana. Era legítimo voltar a antes de 89 a. C., ano em que Verona se tornara colônia latina, primeira obra construída nas margens do Rio Adige.

 

Ponte Scaligero 

Construída em tijolo vermelho (como todos os monumentos medievais de Verona) e em mármore branco na parte inferior, a ponte, que fazia parte da Fortaleza de Castelvecchio, fora construída entre 1354 e 1356 por ordem de Cangrande II para diminuir o caminho que o mesmo levava para o lado campestre. Como muitas pontes, igrejas e castelos, esta ponte fora totalmente destruída na 2ª guerra mundial, pelos alemães, e restaurada fielmente nos anos seguintes, com exceção da torre do lado esquerdo, que já havia sido destruída pelos franceses séculos atrás.

Porta Borsari – Corso Porta Borsari

Era uma das antigas portas da cidade, que mesmo remontando a época da Roma antiga, era mantida em perfeito estado e era um principal acesso ao centro histórico da cidade. Construída em meados do século I dC, fora inicialmente chamada de Porta Iovia, em homenagem ao templo vizinho de Júpiter Lustral. Na Idade Média era chamada de Porta San Zeno e, portanto, Porta Borsari, provavelmente porque aqui os chamados Bursari, os cobradores de impostos com a mala, cobravam os direitos de entrada e saída das mercadorias.

 

Praça da Erbe e Torre de Lamberti

Neste espaço funcionava o Fórum Romano e hoje era uma praça bem movimentada, onde haviam uma arquitetura diversificada, feiras diárias e comerciantes vendendo souvenirs, e comidinhas para todos os gostos. Na praça estava o Palazzo Maffei, com deuses gregos no topo; o leão com asas, símbolo da República de Veneza; a Casa Mazzanti, com afrescos do século XIV e preservados na fachada; e a Fontana di Madonna Verona, datada de 380 d.c. Próximo a Piazza delle Erbe, estava a Torri del Lamberti com seus dois sinos. O primeiro servia como uma espécie de alerta quando acontecia um incêndio. O segundo sino tocava para convocar os cidadãos à batalha. Outro monumento interessante era o Capitello ou Tribuna, datado do século XIII.

Saindo dos monumentos e apreciando os prédios, o lado norte da praça era ocupado pelo antigo Palazzo del Comune que fora sede da Prefeitura e por um longo tempo, Corte de Assis. Em 1447, construída a Scala della Ragione embaixo da torre dei Lamberti, uma torre medieval com 84 metros de altura, permitindo uma visão panorâmica de 360° de toda a cidade; a casa dos Juízes a Casa dos Mazzanti. Pelo lado oeste, era fechada pelo barroco Palazzo Maffei, adornado com diversas estátua gregas (Giove, Ercole, Minerva, Venere, Mercurio e Apollo). Do lado sul, surgia a Casa dos Mercantes, onde hoje era a sede da Banca Popolare di Verona.

Teatro Romano – Lungadige Re Teodorico, 2 -

Fora construído no último quartel do século I aC, no sopé do Colle di San Pietro. O canteiro de obras do teatro permanecera aberto por algumas décadas, como era natural dada a imponência do prédio. As poucas ruínas visíveis hoje, certamente não documentavam seu antigo esplendor. Com o passar dos anos, o prédio sofrera a devastação do tempo, cataclismos e até um certo abandono por parte da administração local.

 

Torre Gardello - Piazza delle Erbe

Localizada ao lado do atual Palazzo Maffei, na parte inferior da praça, fora construída por Cansignorio della Scala, em 1370,  que colocou o primeiro relógio de sino da cidade (o mostrador do lado de fora, foi instalado em 1421). Com 40 metros de altura, era a torre mais alta da cidade, enquanto o sino marcavam um dos momentos iniciais em Verona na aplicação da mecânica. 

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