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VENEZA  -  dos Gondoleiros - Itália - parte 2/3

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O Grande Canal

Os Sestieres - bairros 

Burano

 

Com suas casinhas coloridas, está a 7 km de Veneza, foi fundada pelos romanos no século VI, e hoje tem uma população em torno de 50 mil habitantes. Entre as atrações para os visitantes, tem a Igreja de San Martino,  o Oratório de Santa Bárbara,  o Museu e Escola de Fabricação de Renda, Lace Museum ) e as várias lojinhas que vendem artigos confeccionados em renda pelas artesãs local.

 

Cannaregio

É o segundo bairro mais extenso da cidade e o mais populoso. A partir da estação de trem Santa Lucia, siga o fluxo das pessoas até a igreja de Santa Luzia, que abriga  o corpo da santa protetora dos olhos e da visão. A igreja é muito bonita, e ponto de encontro para muitos peregrinos. Outras igrejas a serem visitadas: Gesuiti e a Madonna dell’Orto, que possui obras de Tiziano e Tintoretto.  É em Cannaregio que está o Ca´Doro,  um dos prédios mais bonitos do Canal Grande, que com sua fachada gótica, é uma das mais fotografadas na cidade. Hoje é onde  funciona a Galleria Franchetti. Além de visitar o acervo, é uma oportunidade de conhecer por dentro, um palácio histórico veneziano e admirar um dos mais belos pavimentos da cidade, em seu pátio interno. A  Grande Escola da Misericordia, é um prédio que passou por uma recente reestruturação e hoje abriga mostras de arte e eventos culturais. Ao lado está a igreja de mesmo nome e próximo dali, é possível avistar ao longe a Ilha de São Miguel, onde fica o cemitério É em Cannaregio que ficam as paradas do Vaporetto, que levam o público até a ilha de Burano. Nas proximidades, há duas igrejas que devem ser visitadas pelos católicos e apreciadores da arte barroca: a Igreja dos Jesuitas e a de Santa Maria dos Milagres.

Campo do Gheto Novo –

 

No começo de 1.500, em conseqüência da Guerra de Cambrai (um conflito marcado pelo combate de uma vasta coalizão, formada pelos principais estados europeus, contra a República de Veneza), um número relevante de Judeus se abrigou em Veneza, levantando as preocupações dos Cristãos. Em 29 de março de 1516, o Senado da República decretou que os Hebreus presentes na ilha teriam que passar a residir na região chamada de Ghetto Nuovo, nascendo então o primeiro gueto do mundo. O Ghetto Nuovo era e é ainda hoje uma ilha, à qual se acessa somente por duas pontes. Na entrada das mesmas foram postos dois portões de ferro, que eram fechados e vigiados durante a noite: os Judeus podiam sair de lá somente durante o dia, desde que tivessem um sinal de identificação. Devido ao crescimento demográfico da comunidade hebraica, com mais de 4.000 moradores, tiveram que recorrer à expansão vertical, e é por isso que o Ghetto é a única érea de Veneza que tem prédios altos, que chegam a até oito andares. Depois, foi necessário ampliar a região, anexando o Ghetto Vecchio e criando o Ghetto NovissimoPara chegar ao bairro do Gheto a partir do Terminal Ferroviário Santa Lucia, pegue o Vaporeto e desça na parada Marcuola-Casino e depois caminhe até a Calle Masena e a Calesele para atravessar uma ponte e chegar ao bairro Gheto Novo e as igrejas e sinagogas. Para ir a Praça de São Marco, caminhe pela Calle Ghetto Vecchio e Calle do Forno até a  parada de barcos Guglie, que o levará a São Marcos.

Foi em 1516, que  a República da Sereníssima estabeleceu uma zona em que a comunidade hebraica pudesse se instalar, no sestiere de Cannaregio. Havia uma condição para que os judeus voltassem para o gueto durante a noite, e lá permanecessem até a manhã seguinte, evitando maior contato social com os outros habitantes da cidade. A região era controlada, e o acesso era fechado. Os judeus deveriam utilizar símbolos que os identificassem: os homens caminhavam pela cidade com um chapéu amarelo e vermelho, e as mulheres usavam xales vermelhos.  A palavra “ghetto”, que especifica estes bairros onde os judeus eram confinados, nas diversas cidades européias, é de origem veneziana. A região onde ficava o Gheto de Veneza, era sede de uma importante fundição e o verbo ghethar, significava refinar o metal e fundi-lo, daí a origem da palavra gueto, nada simpática para o povo de Israel. Os judeus que viviam aqui, eram distintos do resto de população, também pelas profissões que exerciam. Eram médicos, vendedores de objetos usados e agiotas. E vinham de todas as partes da Europa: franceses, gregos, alemães, espanhóis, portugueses e até italianos,

O crescimento demográfico da ilha era tão grande, que as construções eram ampliadas em sentido vertical, para que mais famílias pudessem ocupar a área. A região do Ghetto, é a única em Veneza a ter prédios mais altos, de até oito andares. Em 1541, as autoridades tiveram que ampliar a região e criaram o Gheto Velho, uma extensão do primeiro Ghetto Novo (que apesar do nome é a parte mais antiga) e onde se estabeleceram os judeus levantinos. A comunidade judaica, começou a construir suas Sinagogas, nas estruturas então disponíveis dentro do gueto, sem possibilidade de criá-las como verdadeiras Sinagogas. Uma vez no gueto, é necessário saber onde elas estão posicionadas, já que do lado de fora, parecem prédios normais, não fosse uma pequena modificação realizada em algumas delas, não seria possível identificá-las.  Existem cinco Sinagogas no Gheto judeu, nem todas ativas. É possível visitar o Museo Hebraico, e conhecê-las a partir de um percurso guiado, que sai a cada hora (a partir das 10h30), em inglês ou italiano. As três Sinagogas que ficam na área do museu, são as mais antigas, construídas pela comunidade de origem francesa, alemã e italiana. Por fora, é impossível imaginar que são Sinagogas, a não ser pelas propositais cinco janelas, que representam os cinco livros que formam a Torá. Por dentro, são verdadeiras jóias, mesmo mantendo uma decoração bastante sóbria. Aqui fica o notável  Museu Hebraico, que abriga alguns objetos interessantes, manuscritos e documentos da cidade judaica de Veneza.

Já as Sinagogas do Gheto Velho, pertencentes às comunidade levantina e espanhola, foram construídas no século XV e reconstruídas no século XVII. A estrutura e decoração são suntuosas e refletem o período de maior riqueza do gueto judeu e o sucesso de seu comércio com a Sereníssima. O projeto das duas Sinagogas, é da escola de Baldassere Longhena, o arquiteto que construiu a Basílica da Saúde. No Gheto judeu, existem alguns restaurantes de comida kosher e uma padaria com doces e pães hebraicos. Um dos restaurantes mais conhecidos e indicados, é o Gam Gam. Para quem não procura a cozinha hebraica, há o Ristoranti e Pizzaria Al Faro, na Sestiere Cannaregio, 1181. Próximo da Strada Nuova, poderá aproveitar a tradicional Osteria Alla Vedova, recomendada para um tira-gosto ou para um almoço/jantar. Servem pratos típicos da culinária veneziana. Se quiser se instalar por aqui, escolha o Hotel La Forcola, que fica próximo da parada Guglie, do Vaporetto.

Castelo

A Riva degli Schiavoni, é a grande avenida, se assim de pode dizer, que margeia a bacia de São Marcos. Tem início na Ponte della Paglia, o ponto da cidade onde todos se aglomeram para ver a famosa Ponte dos Suspiros. A paisagem da Riva degli Schiavoni, foi reproduzida por muitos artistas, especialmente Canaletto. Na parte de trás de São Marcos fica a igreja de São Zaccaria, onde se destaca sua fachada construída em época renascentista, pelo artista Mario Codussi. Além de conservar as relíquias do pai de João Batista, a igreja tem em sua cripta, os corpos de alguns dos Doges mais ilustres da história da República de Veneza.

Nas proximidades, está a Igreja de São Giorgio dei Greci, onde chama a atenção o campanário torto, que foi dedicado aos gregos que se mudaram para Veneza, depois da queda do Império Bizantino. A igreja de Santa Maria da Pietà, é também conhecida como a igreja de Vivaldi. Foi aqui que o famoso músico, que também era sacerdote, ensinava sua arte às famosas filhas do Coral, meninas órfãs que eram educadas pelo Instituto della Pietà. Estes corais, eram famosos em toda Europa e a Piedade era frequentada por nobres, embaixadores e intelectuais. A igreja de Santa Maria Formosa, é datada do ano de 639. Sua construção é do século XV, tendo passado por várias reestruturações. Durante a I Guerra Mundial, a igreja foi bombardeada pelas tropas austríacas sendo muito danificada. Aproveite para visitar a maravilhosa  Libreria Acqua Alta, que fica a poucos passos do Campo Santa Maria Formosa, considerada uma das mais belas livrarias do mundo.

Campo San Giovanni e Paolo, é um dos mais bonitos de Veneza, sendo também chamado de Campo delle Meraviglie. Abriga a igreja com mesmo nome, além da Grande Escola de San Marco, hoje sede do hospital da cidade. A fachada renascentista se destaca ao lado da construção gótica da igreja, e vale entrar para ver os afrescos que decoram as antigas  salas. A igreja possui obras de artistas famosos como Veronese, Tintoretto, Tiziano entre outros  é considerada o Panteão de Veneza, pelo grande número de Doges sepultados em seu interior. É um dos lugares de grande importância na história de Veneza, que pode ser visitado ainda hoje, no bairro Castello. É o famoso Arsenale de Veneza,  um antigo estaleiro, que por anos foi um dos mais importantes na construção naval  mundial e garantiu a Veneza a supremacia dos mares. A construção é muito imponente, e nas proximidades está o Museu Histórico Naval.

Aqui se encontra os Jardins da Bienal,  uma das raras áreas verdes da cidade, onde estão os pavilhões da famosa Bienal, que a cada dois anos promove as novas tendências artísticas e organiza manifestações pluri – disciplinares, onde sua primeira edição aconteceu em 1895.  Próximo está a via Giuseppe Garibaldi, uma grande avenida com lojas e osterias. Para comer, procure a Al Portego, considerada uma das melhores osterias da cidade, que fica próximo ao Campo San Lio. Outra Osteria, fica na Via Garibaldi, 1582 e chama-se Strani, que serve pratos a la carte e tira-gostos.

Dorsoduro

 

Os museus de Veneza estão bem distribuídos em seus bairros, mas Dorsoduro reúne dois dos mais importantes museus da Itália e do mundo. A Galleria dell’Accademia, que abriga a mais rica coleção de obras venezianas e vênetas dos períodos bizantino, gótico e do renascimento. Guarda vários quadros importantes para a história da arte, como A Tempestade, de Giorgione, O Milagre da Relíquia da Cruz na Ponte de Rialto, de Vittore Carpaccio, e o Banquete na Casa de Levi, de Paolo Veronese. Próximo da Academia, no Palazzo Venier del Leone, está a famosa Collezione Peggy Guggenheim, um dos mais importantes acervos de arte moderna do mundo. Em 1948, a mecenas Peggy, se mudou para Veneza,, trazendo sua coleção de obras de arte e enriquecendo a casa onde morava,  com peças que foram adquiridas ao longo de sua vida . Além do acervo, com obras de Chagall, Picasso, Klee, Mondrian, Magritte, Pollock e outros, a Galeria promove mostras temporaneas. Peggy elegeu Veneza como a cidade de sua vida. Dizia que era onde se sentia à vontade, para usar o que bem entendesse, sem parecer uma ridícula. No Vernier, era onde costumava viver quando estava pela cidade.

Ca`Rezzonico,  é um dos palácios em estilo barroco, mais belos do Grande Canal. É a sede do interessante museu dedicado à produção artística do período dos anos 1700, na cidade. Entre os museus de Veneza, a Ca’ Rezzonico é, sem dúvidas, a melhor estrutura para conhecer a cidade por meio do testemunho de seus nobres moradores. A Punta della Dogana, é um triângulo curioso na geografia da cidade, e marca o início do Canal Grande, e era o ponto onde funcionava a Alfândega do Mar. O prédio hoje, é sede do Centro de Arte Contemporânea da Fondazione Pinault  e abriga mostras de arte contemporânea e eventos. A Punta della Dogana é um dos melhores pontos para admirar a bacia de São Marcos, o Canal da Giudecca e registrar boas imagens.

A reformada Ponte dell’Accademia, é um dos símbolos da cidade. É sem dúvida, uma das vistas mais bonitas de Veneza com ao fundo a Punta della Dogana e a Basílica da Saúde. A Ponte da Academia, foi a segunda a ser construída para atravessar o Grande Canal, a única em que utilizou  madeira em sua construção. Considerado um dos prédios mais monumentais de toda Veneza, e construído em um ponto estratégico da cidade, a igreja de Santa Maria da Saúde foi erguida para pagar uma promessa contra o fim da peste, que assolou Veneza entre 1630 e 1631. É uma das maiores expressões do barroco veneziano. Os fiéis costumam visitá-la para pedirem saúde e proteção, mas vale admirar sua beleza interior e arquitetura grandiosa. Quando visitar a igreja de San Barnaba,  relembre de uma famosa cena do cinema de 1989, do filme de Indiana Jones, a Última Cruzada. Atualmente, abriga uma mostra permanente de protótipos das máquinas projetadas por Leonardo Da Vinci.

Bem próximo à San Barnaba, visite a Santa Maria del Carmine, uma igreja de origem gótica, que sofreu várias intervenções ao longo dos séculos; e a Igreja de San Pantalon, um prédio com a fachada inacabada, mas com uma joia em seu interior,  uma imensa pintura do teto, que representa o martírio do Santo e foi realizadaao longo de 24 anos de trabalho. Não deixe de visitar o  Campo Santa Margherita, um dos locais mais frequentado pelos venezianos e estudantes. A Fondamenta delle Zattere, é praticamente uma grande avenida que margeia o Canal da Giudecca, na parte posterior do que é o bairro de Dorsoduro. Aqui ficava o prédio onde funcionava a Hospedaria dos Incuráveis, a Igreja Gesuati, além da maravilhosa vista para admirar a ilha da Giudecca. Se a fome se manifestar, vá ao Al Bottegon ou a Osteria AL Squero, que ficam frente a Squero de San Trovaso, um pequeno estaleiro que constrói e reforma gôndolas.

Punta da Dogana – Dorsoduro -

No distrito de Dorsoduro, encontra-se a antiga casa da Alfândega de Veneza, uma espécie de ponta de lança projetando-se para a lagoa e dividindo o Grande Canal, do Canal da Giudecca. Uma construção belíssima — finalizada em 1682 — e que compõe um cenário espetacular junto ao mar e à bela Igreja Santa Maria da Saude. O local, onde hoje funciona um dos museus mais importantes de Veneza, passou por uma obra de recuperação comandada pelo arquiteto japonês Tadao Ando. Com isso, passou a abrigar exposições de arte contemporânea. A entrada no museu custava 15 € e pode ser adquirida no momento da visita.

Murano

É uma pequena ilha que reserva uma autenticidade e charme totalmente único e especial. É também conhecida como ilha da lagoa de Veneza, composta por sete ilhas menores e unidas por pontes. Com pouco mais de 5.500 habitantes, encontra-se a uma distância de 1 km desde a Praça San Marco. É famosa pelas obras de artesanato em vidros. Por volta do ano 1000, eremitas da Ordem Camaldolese, ocuparam este local em busca de um lugar de solidão, para seu modo de vida. Fundaram o Mosteiro de St. Michael de Murano,  que tornou-se um grande centro de aprendizagem artesanal e impressão gráfica. O Mosteiro foi demolido em 1810, por forças francesas sob liderança de Napoleão, no curso de sua conquista da península italiana, e os Monges foram expulsos, em 1814. O local acabou se tornando no maior cemitério de Veneza. Murano se tornou o centro da produção de vidro de Veneza porque, e em 1291, todos os fabricantes de vidro em Veneza, foram obrigados a se mudar para Murano, devido ao risco de incêndios que o trabalho proporcionava. A indústria local se desenvolveu, e Murano chegou a ser a maior produtora de cristais da Europa. As atrações na ilha incluem a Igreja de Santa Maria e San Donato; a Igreja de San Pietro Martire; e o Palazzo da Mula, as fábricas de vidros, abertas ao público, o Museu de Vidro Murano, que conta a história desta indústria, instalado no Palazzo Giustinian.

San Marco

 

A Basílica de San Marco, um dos símbolos de Veneza, começou a ser construída no ano 828, quando o corpo de São Marcos chegou à cidade, vindo de Alexandria, no Egito. Com o forte relaionamento comercial e diplomático entre Veneza e o Oriente, muitos elementos da igreja foram trazidos da antiga Constantinopla, saqueados no período das Cruzadas. A rica fachada e seu interior, refletem com o ouro e as decorações. a potência que era Veneza no passado. Os mosaicos decoram internamente a igreja, e estão por todos os lados. Não deixe de visitar a Pala d’Oro, um trabalho minucioso de ourivesaria, que impressiona pela perfeição das peças.  O Palazzo Ducale, é o emblema da arquitetura gótica veneziana e era sede do poder da República Sereníssima. Sua fachada, é realmente singular, mas o que impressiona mesmo é seu pátio interno e suas salas, decoradas pelos maiores artistas da época renascentista, com obras de Veronese, Tintoretto, Tiziano e Tiepolo. Campanário de São Marcos, outro símbolo da cidade, é o prédio mais alto da cidade, com quase 100 metros. É chamado entre os venezianos de el paròn de casa, ou seja, o dono da casa. Na sua extremidade, fica a estátua dourada do Arcanjo Gabriel, que se movimenta de acordo com o vento A vista do Campanário, possibilita compreender melhor a estrutura da cidade. 

Os cafés históricos. faziam parte da vida social durante e depois da República de Veneza. Por estes salões, passaram diversas personalidades, pensadores, artistas, e intelectuais.Os cafés Florian, La Vena, Gran Caffè Quadri, são alguns dos mais frequentados. Poderá escolher, entre sentar em seu interior, e admirar a linda decoração interna ou as mesinhas do lado de fora. Se quiser entrar no Florian para conhecer, mas não quiser gastar muito, peça um cafezinho no balcão, que antes da pandemia custava 3 euros. Uma das curiosidades da Praça San Marco, fica por conta da  Torre do Relógio, que marca a hora, o dia, as fases da lua e os signos do Zodíaco. Em cima do relógio, as estátuas em bronze de dois homens, conhecidos como i mori di Venezia,  se movem por meio de um mecanismo e batem os sinos.

Museo Correr, abriga obras que ilustram a história e evolução de Veneza, com antigos mapas da cidade, representações da vida cotidiana, as grandes navegações, a dominação dos Doges, além da ricas pinturas venezianas, do período dos anos 1500. O museu está localizado onde funcionava a Procuradoria da República da Serenissima. Depois,  atravesse o Canal e conheça a Ilha de San Giorgio Maggiore, que fica a somente 5 minutos de Vaporetto, e  poderá conferir a vista da Praça San Marco e de Veneza, sob outro ângulo. Outra atração do bairro de San Marco, é o  Teatro La Fenice, um dos mais famosos teatros de ópera do mundo. A temporada começa no mês de junho, mas mesmo para quem não tem interesse em ópera, vale visitar a parte interna do teatro, que foi recentemente reformada. O Campo Santo Stefano, é o campo mais próximo a San Marco, e como a maioria dos campos venezianos, é repleto de bares, com suas mesinhas ao ar livre para melhor apreciar os belos palácios que o circundam. Atrás do Campo, repare no Conservatório Benedetto Marcello. Para almoçar: o Chat que Rie ou a Osteria da Carla, que ficam numa travessa da Praça San Marco.

San Polo

Um dos pontos interessantes para começar o passeio pelo bairro de San Polo é o Mercado de Rialto, área onde se realizavam as trocas comerciais desde a época medieval, por conta da forte relação cultural e política entre Veneza e o Império Bizantino. Dois prédios são destinados à venda do peixe, nas demais bancas são comercializadas as frutas, verduras e legumes, muitas delas provenientes da ilha de Santo Erasmo. Existem ainda, açougues (inclusive um especializado em carne equina) e algumas lojas destinadas ao comércio de queijos e embutidos. O Mercado de Rialto, é muito frequentado pelos venezianos, que se distinguem dos turistas, geralmente por circularem com seus carrinhos de compras. O mercado do peixe funcionava de terça a sábado, das 7.30 as 12.00h e o mercado de fruta e verdura abre de segunda a sábado, das 7.30 as 13.30h. Bem próximo, está o Campo San Giacometto, que era ponto central do antigo comércio, onde, além de bancos, funcionava uma espécie de Bolsa de Valores das especiarias, que definia o valor da mercadoria a ser aplicado em toda a Europa. A igreja dedicada a San Giacomo, é considerada  a mais antiga da cidade, e conserva na fachada um antigo relógio, com algarismos romanos e que ainda marca as horas.

Sua famosa e bonita Ponte de Rialto, foi a primeira a ser construída para fazer a travessia de pedestres no Grande Canal. A melhor escolha é atravessa-la bem cedo, pela manhã ou à noite, quando a massa de turistas já está parando de se movimentar pela cidade. Uma das atrações mais interessantes de San Polo, é a Grande  Escola de San Rocco. Considerada a Capela Sistina de Veneza, foi o espaço onde Tintoretto passou 23 anos da sua vida, pintando os ciclos da história da Bíblia. Os afrescos são considerados a maior obra de arte do pintor veneziano. Próximo, está a Igreja Santa Maria Gloriosa dei Frari, considerada um dos prédios religiosos mais importantes de Veneza. Além da belíssima fachada gótica, localizada em um sugestivo campo, a Igreja dei Frari abriga obras de arte  de grandes mestres como Tiziano, Bellini, Donatello, Canova e Palladio e monumentos fúnebres de Doges, artistas e personalidades ilustres da vida veneziana.  San Polo não é um bairro com galerias de arte e museu, mas para quem quer conhecer por dentro um prédio medieval, é interessante visitar a Casa de Carlo Goldoni, escritor de comédias, que morou neste antigo palácio, e uma exposição dedicada à fase que o teatro veneziano viveu na época de Goldoni. A região de Rialto, é cheia de Osterias, os famosos bácari, como o Al Mercà, o Muro Venezia Rialto, a Osteria Banco Giro e a La Patatina, mais próxima a Frari e San Rocco.

Basílica Santa Maria Gloriosa – San Polo -

É também conhecida como Basílica dei Frari, foi criada pelos Franciscanos entre os séculos XIV e XV e conta com um grande diferencial, pois apresenta o Coro bem na área central. Uma de suas curiosidades, é que apresenta o segundo maior Campanário de Veneza, com cerca de 83 metros de altura, perdendo somente para o da Basílica de São Marcos. Dentre as obras encontradas na Basílica, a mais importante é a Assunção de Ticiano, que se encontra a cima do altar. Abriga os túmulos de figuras importantes para a história de Veneza, como Ticiano, Antônio Canova e outros e encontrará obras de importantes artistas da Itália e do mundo, dentre os quais se destacam: Bellini, Donatello, Canova, Ticiano e Palladio.

Escola Grande de São Roque – San Polo - 

É uma Confraria de leigos, fundada em 1478. A profunda veneração popular de São Roque, cuja relíquia já estava da posse da Confraria desde 1485, contribuiu para seu forte crescimento até se tornar a mais rica Escola da cidade. Foi então que decidiram construir o novo e imponente sítio monumental, chamando então Tintoretto para pintar seu mais famoso ciclo pictórico, com episódios do Antigo e do Novo Testamento. É a única das antigas Grandes Escolas, que sobreviveu à queda da República. É um lugar excepcional, onde mais de 60 pinturas são preservadas em seu local original em um prédio que quase não sofreu alterações desde a sua construção. Está aberta ao público todos os dias e para visitação, as reservas  são necessárias para fins de semana e feriados. As entradas eram escalonadas em  turnos de um quarto de hora, durante os quais será possível aceder à Escola, a partir das 09.30h.

Igreja de São Roque – Campo de San Rocco –

Instalada na mesma praça fica Escola Grande São Roque, destacada pelas numerosas pinturas de Tintoretto. Desenhada por Bartolomeo Bon, o Jovem, foi construída entre 1478 e 1494.

Santa Croce

Destaque para suas pontes, como a  Ponte degli Scalzi, ou Ponte dos Descalços, a primeira a ser vista pela maioria dos turistas que chegam a Veneza, fica em frente à Estação Ferroviária de Santa Lucia. Construída em ferro, em 1858, pelo austríaco Alfred Neville, foi reconstruída, toda em pedra vinda de Istria, pelo engenheiro Eugenio Miozzi,  e inaugurada em 1934. A Ponte della Costituzione,  projetada pelo renomado arquiteto espanhol Santiago Calatrava foi inaugurada em 2008, com muita polêmica e opiniões divergentes. O estilo é moderno, e seu pavimento é todo  em vidro, em  dias de chuva, neblina e neve, é um tormento, já que provoca acidentes. A polêmica também vem dos recursos econômicos para sua construção, que superaram o custo previsto no edital original. É a ponte que liga a Piazzale Roma, onde chegam os ônibus e Vans com os turistas a Estação Ferroviária de Santa Lucia, melhor local para pegar um Vaporetto para ir ao hotel ou para iniciar os passeios. 

A Igreja de San Simeon Piccolo, é uma das únicas em Veneza, onde a missa ainda é celebrada em latim. A grande cúpula verde, chama a atenção de quem desce na estação de Santa Lucia, bem como seus elementos bizantinos e paladianos. Nem sempre está aberta à visitação. O Campo San Giacomo dell’Orio, é frequentado pelos venezianos e pelas crianças que brincam de bola e patinete. Não faltam velhinhos sentados nos bancos, e os cachorros da vizinhança. No campo, está a igreja de mesmo nome, um belo exemplo de gótico veneziano. Santa Croce reserva uma boa surpresa, a Igreja de San Stae, com sua suntuosa fachada barroca que divide a atenção com a linda paisagem do Grande Canal, no campo em frente à igreja.  Em Santa Croce, estão alguns museus interessantes. No Palazzo Mocenigo, próximo a San Stae, funciona o Museu da Historia dos Tecidos e dos Costumes. O acervo conta com uma série de antigas indumentárias venezianas, que encontra como moldura a suntuosidade do palácio, seu mobiliário antigo, afrescos e quadros. É surpreendente a parte dedicada à história do perfume, e a relação de Veneza com os cosméticos.

Cà Pesaro, um palácio barroco às margens do Canal Grande, abriga a Galleria de Arte Moderna, reunindo obras de Calder, Chagall, De Chirico,  Kandinskij, Klimt, Picasso, entre outros. Além das exposições e mostras temporárias, o museu tem ainda uma parte dedicada às artes orientais, onde funciona o Museo di Arte Orientale. O Fondaco dei Turchi, é outro palácio localizado no Canal Grande, abriga o Museu de História Natural. Em Santa Croce, também funciona a Fondazione Prada. Em suas caminhadas, quando sentir vontade de comer alguma coisa, vá até a Bacareto da Lele e prove o panino, vendido numa portinha, que geralmente tem fila. Também dá para recomendar a Osteria Allá Zucca e o Vecio Fritolin - Calle Regina, 2262 -

Torcello

É a ilha habitada mais antiga de Veneza, que começou a ser povoada logo depois da queda do Império Romano do Ocidente, e foi onde os moradores de Veneza se refugiaram de ataques de Átila, o Rei dos Hunos, durante as Invasões Bárbaras. O perfil é totalmente diferente das demais ilhas visitadas, com construções bem antigas, ruínas e um visual bastante rústico.  As salinas tornaram-se a base da economia de Torcello, fazendo com que seu porto se desenvolvesse rapidamente em um importante mercado de exportação. Em 2019 sua população girava em torno de 10 mil habitantes. A lagoa em torno da ilha de Torcello, gradualmente tornou-se um pântano, do século XII em diante, atraindo mosquitos portadores de malária, que causaram uma epidemia que devastou a ilha. Em 1948, um dos moradores famosos de Torcello, era o escritor americano Ernest Hemingway, que se inspirou na ilha para escrever o livro Na Outra Margem, Entre as Árvores” (1950).  A ilha que possuia vários palácios, 12 paróquias e seus 17 claustros, quase desapareceram por completo. Os únicos prédios medievais remanescentes, formam um conjunto de quatro prédios. A principal atração, é a Catedral de Santa Maria Assunta, fundada em 639, com seus belos mosaicos bizantinos. Outras atrações incluem a Igreja Santa Fosca, na forma de uma cruz grega, e o Museu Provinciale de Torcello, alojados em dois palácios do século XIV, o Palazzo dell’Archivio e o Palazzo del Consiglio, que já foi a sede do governo comunal, uma antiga cadeira de pedra, conhecida como Trono de Átila e a Ponte do Diabo, que não tem corrimão ou parapeito.

Estacionamentos 

 

Veneza é praticamente uma área sem carros, por ser construída sobre a água. Os veículos podem atingir o Terminal para carros/autocarros, através da Ponte della Libertà ( SR11 ). Existem dois parques de estacionamento, que servem a cidade: Tronchetto e Piazzale Roma. Como já visitei a cidade em quatro oportunidades, recomendo deixar o carro em Veneza-Mestre, e pegar um onibus até a Piazalle Roma.

Não venham...

A famosa ponte de Rialto estava abarrotada de visitantes em plena alta temporada que coincidia com uma recomendação feita pela Unesco, de que a cidade fosse incluída na lista do patrimônio cultural em perigo, devido ao turismo de massa e aos impactos da mudança climática. Os turistas pareciam alheios às preocupações da Unesco e registravam fotos, arrastavam suas maletas e tomavam sorvetes alegremente. A lista de desafios que Veneza enfrentava por conta do excesso de turistas era longa, desde a ameaça ambiental da água, ao êxodo de seus moradores, deixando o que muitos classificavam como uma cidade sem alma. Há dois anos, Veneza salvou-se de ser catalogada como patrimônio em perigo depois que as autoridades italianas anunciaram a proibição de entrada no centro histórico para os grandes navios de cruzeiro.


Mas o desvio dessas embarcações para o porto industrial de Marghera não teve impacto no excesso de turistas. Cerca de 3,2 milhões de visitantes pernoitaram no centro histórico de Veneza no ano passado, segundo os dados oficiais, um número que não incluía as pessoas que visitavam a cidade durante o dia. A Unesco que incluia Veneza na lista de patrimônio da humanidade em 1987 alertava que os impactos da mudança climática e do turismo de massa ameaçavam causar mudanças irreversíveis e advertiu que era necessário uma gestão mais sustentável do turismo. Além disso, considerava que as medidas tomadas pela Itália foram insuficientes e que a resolução destes problemas se via bloqueada pela "ausência de uma visão estratégica comum global". As críticas indicavam que as medidas para conter o turismo foram pouco efetivas e chegam tarde demais. Um plano de longa data para impor um sistema de reserva para os visitantes diurnos, foi adiado em diversas oportunidades e, agora, não será aplicado antes de 2024 pelos temores de que prejudique o turismo e coloque em risco a liberdade de movimento. Na Praça de São Marcos, Lorenzo Seano, um trabalhador municipal de 21 anos, tentava evitar que os turistas se sentassem nos degraus das arcadas que circundavam o local. Para Seano, o problema do turismo de massa ia além de Veneza, mas nenhum Governo tentou enfrentá-lo de forma estrutural. Afinal, era muito dinheiro que entrava, opinava Lorenzo.

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