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VENEZA - Os Museus e afins -
parte 3/3

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Centro Cultural Europeu – Palácio  Mora – Estrada Nova -
 

Este antigo palácio veneziano poderia ser facilmente alcançado em poucos minutos a pé da Estação de Veneza Santa Lucia ou de Vaporetto, descendo na parada Ca' D'Oro. A cada ano, a exposição Personal Estruturas, dedicada à arte contemporânea italiana e internacional, e a Time Space Existence, que acolhia grandes nomes da arquitetura e do design mundial. O site do Centro proporcionava visitas virtuais gratuitas às exposições dos últimos anos, bem como catálogos e outras publicações especiais editadas pela Fundação.

 

Coleção Peggy Guggenheim –  Dorsoduro -  Veneza

Era um museu localizado no Grande Canal, inaugurado em 1951 no Palazzo Venier dei Leoni,  um inacabado palácio do século XVIII que nunca fora construído além do piso térreo. Era um dos vários museus da Fundação Solomon R. Guggenheim abrigando principalmente a coleção pessoal de arte de Peggy Guggenheim, ex-esposa do artista Max Ernst e sobrinha de Solomon Robert Guggenheim. Os trabalhos expostos incluiam alguns dos proeminentes modernistas americanos e futuristas italianos. Em uma sala, o museu exibia algumas pinturas de sua filha Pegeen Vail. Nos pátios, entre os principais prédios, havia jardins que abrigavam uma extensa coleção de obras. Havia uma enorme concentração de artistas do século XX nesse espaço. Aos os domingos acontecia aqui o Kids Day, momento no qual as crianças podiam participar de laboratórios de arte, enquanto os pais visitavam o museu. Abria todos os dias, das 10.00 as 18.00h, exceto às terças e no dia 25 de dezembro.

Escola Grande de São Roque  - Campo di San Rocco - Polo -

É uma Confraria de leigos, fundada em 1478. A profunda veneração popular de São Roque, cuja relíquia já estava da posse da Confraria desde 1485, contribuiu para seu forte crescimento até se tornar a mais rica Escola da cidade. Foi então que decidiram construir o novo e imponente sítio monumental, chamando então Tintoretto para pintar seu mais famoso ciclo pictórico, com episódios do Antigo e do Novo Testamento. É a única das antigas Grandes Escolas, que sobreviveu à queda da República. Era um lugar excepcional, onde mais de 60 pinturas eram preservadas em seu local original em um prédio que quase não sofrera alterações desde a sua construção. O pintor Jacopo Robusti, que entrara para a história como Tintoretto, nascera, vivera e trabalhara em Veneza, no Século XVI, sendo considerado um dos maiores gênios artísticos de sua época, tanto que El Greco era seu fã incondicional. Foi um dos grandes expoentes do Maneirismo, era apontado como um dos precursores do Barroco. Estava aberta ao público todos os dias para visitação, as reservas eram necessárias para fins de semana e feriados. As entradas eram escalonadas em  turnos de um quarto de hora, durante os quais seria possível acessar à Escola, a partir das 9.30h.

Igreja de São Barnaba – Campo de São Barnaba – Dorsoduro –

A igreja teria sido fundada em 936 pela família Adorni, de Veneza. Constava que o prédio atual foi instalado sobre uma antiga igreja de San Lorenzo, que remontava ao início do século IX. Era uma filial de Santa Maria Zobenigo. Devido aos numerosos incêndios, sofrera várias reformas até sua consagração, em 6 de dezembro de 1350, pelo Bispo de Suda, sob licença do Bispo de Castello Nicolò Morosini. O prédio assumia a sua aparência atual em 1779, quando as obras de renovação iniciadas em 1749 foram concluídas em um projeto do arquiteto Lorenzo Boschetti.  Em 1810, em pleno domínio napoleônico, a paróquia foi suprimida e a igreja foi desconsagrada e mais tarde foi convertida em um espaço de exposição permanente dedicado às máquinas de Leonardo da Vinci. No filme  Indiana Jones e a Última Cruzada  , seu exterior  foi usado como uma biblioteca imaginária.

 

Livraria Acqua Alta - Calle Lunga Santa Maria Formosa - (Sestiero Castello             

Fundada em 2004 por Luigi Frizzo à primeira vista poderia parecer uma bagunça, um caos total, com mais de 100.000 livros, mapas, quadros, gatos e objetos espalhados pelo ambiente. E era mesmo, mais aí era que residia o charme do lugar e que acabara tornando-se uma atração para os venezianos e os turistas. Como a livraria era inundada pela acqua alta, muitos livros eram mantidos preventivamente dentro de barcos, banheiras e gôndolas, e provavelmente deveria ser o único lugar do mundo,  onde se encontraria uma grande variedade de livros novos e usados dispostos assim.

Na entrada principal, pela Calle Lunga Santa Maria Formosa, próximo da Praça San Marco, enciclopédias antigas ou grossos volumes que ninguém comprava mais, foram transformados em objetos de decoração, com duas pilhas cobrindo toda a parede, em cada lado do beco que chegava à entrada da livraria, e nos fundos, uma abertura dava acesso direto ao canal e um texto bem humorado fire exit escrito na parede, informava que ali seria a saída de emergência em caso de incêndio. Cadeiras e sofás estavam dispostos, para quem quizesse ler um livro e apreciar o Canal e a inundação entrando lentamente na livraria. A livraria também oferecia aos visitantes uma visão diferente dos canais, a partir de uma escada feita de livros. Os livros e banheiras não eram a única razão para visitar a livraria, que muitos chamam como a A livraria mais bonita no mundo.

Museu Correr – Piazza San Marco, 52  -

Desde 1922 ocupava os espaços da Ala Napoleônica e parte das Novas Procuradorias que foram projetadas por Vincenzo Scamozzi, uma construção que ocupava três quartos da praça. O projeto e a construção da Ala Napoleônica eram da época em que Veneza fazia parte do Reino da Itália, quando Napoleão era o seu Soberano, entre 1806 e 1814. Foi residência oficial da Corte dos Habsburgo e tornarau-se a residência veneziana do Rei da Itália, com sua dupla fachada monumental, pórtico atmosférico, escadaria e luxuoso salão de baile. O Museu Correr oferecia aos visitantes a possibilidade de redescobrir a Arte e a História de Veneza. Durante o século XIX a Ala Napoleônica foi a sede de reis e imperadores; as suas elegantes Salas Neoclássicas abrigavam uma importante coleção de obras do escultor mais famosos da época: Antonio Canova. Hoje, as amplas salas continham uma coleção que documentava os vários aspetos da história desta cidade, da vida quotidiana à institucional, de festivais locais a vitórias navais. No segundo andar encontrava-se a exposição da Coleção de Arte, que cobria o período do início da pintura veneziana até o século XVI, além de outras obras-primas incomparáveis. O ingresso para o Museu Correr permitia visitar o Museu Arqueológico e a Biblioteca Nacional Marciana que estavam voltados para a Piazza de São Marcos e estavam interconectados com o Palácio Ducal.

Museu de Arte Oriental – Ca` Pesaro – Santa Cruz -

Preservava uma das mais importantes coleções de arte japonesa do período Edo (1603-1868), na Europa, com seções específicas dedicadas à China, Indonésia e Sudeste Asiático. Para facilitar o acesso localizado no terceiro andar do Ca' Pesaro, fora criado um guia multimídia que oferecia materiais textuais em italiano e inglês, guias de áudio, acessíveis a visitantes totalmente cegos ou amblíopes e vídeos em língua de sinais para visitantes surdos ou com deficiência auditiva. Pelo app, o visitante tinha a oportunidade de conhecer a apresentação das obras de arte mais importantes, além de conhecer curiosidades e materiais de pesquisa exclusivos. Por exemplo, uma série de imagens que ilustravam o complexo processo de dobragem de raras roupas japonesas, ou a música de alguns instrumentos antigos exibidos. O aplicativo estava disponível gratuitamente no museu via QR code ou por computador pessoal, permitindo que os visitantes explorassem obras de arte antes e depois da visita.
 

Museu de História Natural – Salizada do Fontego do Turco -

Fundado em 1923 para abrigar e exibir uma série de coleções científicas do Museo Correr, do Instituto Veneto de Ciência, Letras e Artes, fora ampliado reunindo cerca de dois milhões de objetos na coleção abrangendo espécies botânicas, entomológicos, zoológicos, fósseis e coleções etnográficas. Estava localizado no Fontego dei Turchi, palácio construído pela família Pesaro na primeira metade do século XIII. Era um dos prédios cívicos mais notáveis ​​de Veneza e um dos mais característicos dentre os que margeavam o Grande Canal. Um capítulo importante de sua história começara em 1621, quando o Palácio foi usado como local de residência e negócios por mercadores otomanos, que exportavam cera, óleo, lã virgem, couro e tabaco para Veneza.
 

A partir de 1860, começou a ser totalmente reconstruída, com inspiração arquitetônica na estrutura de dupla loggia, de estilo veneziano-bizantino derivada dos planos do século XVI de Jacopo dei Barbari. Após a restauração, tornara-se a casa de Raccolta Correr, núcleo inicial de Museu Cívico Correr que mais tarde se mudava para a Praça de São Marcos, no início da década de 1920. Desde 1923, incorporava as principais coleções científicas e históricas da cidade, especialmente as do Museu Cívico Correr, do Instituto Veneto, e a coleção particular do Conde Alessandro Pericle Ninni, e muitas outras, tornando-se o Museu da História Natural de Veneza. Hoje, com mais de dois milhões de espécimes (animais, plantas, fósseis, minerais, objetos etnográficos, etc.), era uma das instituições de referência para pesquisa e divulgação das ciências naturais na Itália . A biblioteca tinha mais de 40.000 livros.
 

Museu de Renda de Burano - Lace - Praça Baldassarre Galuppi, 187 -

Proporcionava uma oportunidade para descobrir a arte da renda de Burano, sua história, técnicas, peças preciosas feitas entre os séculos XVI e XX e artefatos pertencentes à coleção da Escola Merletti de Burano. A visita começava  em uma sala no piso térreo, com um filme evocativo e alguns painéis didáticos, as exposições continuavam no primeiro andar em quatro salas temáticas , onde estavam expostos mais de duzentos exemplares que ilustravam a evolução da arte da renda em Veneza. O visitante poderia admirar a graça e a complexidade do bordado de agulha, uma habilidade única das rendeiras de Burano, e descobrir as diferentes técnicas de fabricação, como o punto rosa ou o punto Burano.  Também verá como, desde as primeiras decorações de estilo geométrico, a técnica foi se aperfeiçoando e evoluindo ao longo do tempo, seguindo as tendências da moda e introduzindo gradualmente motivos com vegetais, florais e animai, até atingir sua maior expressão no século XVII , considerado o século de ouro das rendas. Para chegar de vaporetto :

  • Da Piazzale Roma ou da Estação Santa Lucia : apanhe a linha 4.1 ou 4.2 ou 5.2 para Fondamenta Nuove, depois mude para a linha 12, paragem Burano;

  • De Lido de Veneza : apanhe a linha 5.1 até à paragem Fondamenta Nuove, depois mude para a linha 12, paragem Burano.


 

Museu de São Marcos – São Marcos -

Criado no final do século XIX, foi reaberto recenntemente com um novo equipamento possibilitado pela extensão da superfície do Museu entre a área histórica no vestíbulo da Basílica e a antiga Sala de Banquetes. Abrigava objetos de vários tipos e origens que pertenceram à igreja e uma das obras de maior prestígio era a Quadriga, de São Marcos, deslocada de sua posição original no centro da fachada após a última restauração. Na Sala encontrava-se o retábulo diurno de Paolo Veneziano, uma pintura em madeira datada de meados do século XIV que ilustrava histórias da vida de São Marcos. Continha tapetes persas, paramentos litúrgicos, manuscritos iluminados com os textos das liturgias de São Marcos e fragmentos de mosaicos antigos, removidos durante a restauração no século XIX. Apresentava tapeçarias em lã, com episódios da Paixão de Cristo e outras em seda e prata ilustrando histórias de São Marcos.
 

Museu do Palacio Cavalli-Franchetti -  São Marco -

Era um impressionante prédio neogótico situado ao pé da ponte Academia e se estende até Campo Santo Stefano. Foi construído em 1565, e até meados do século XIX foi compartilhado como residência por diferentes ramos de ilustres famílias venezianas:  Marcello, os Gussoni e os Cavalli. Na década de 1840, o Arquiduque Frederico, da Áustria reunificara a propriedade e dera início a um complexo projeto de modernização destinado a dar ao prédio a modernidade que o distinguisse. Em 1847 foi adquirido pelo Conde Chambord, para o legitimista francês Henrique V, que contratou Giambattista Meduna para realizar sua restauração. Em 1878, o Barão Raimondo Franchetti comprara o palácio, que permanecera em sua família até setembro de 1922, quando foi vendido ao Instituto Federal de Crédito para o Desenvolvimento de  Veneza, por sua viúva, senhora Sarah Luisa de Rothschild. 
 

Museu do Palacio Grassi – Campo de São Samuel -

Inaugurado entre 2006 e 2009, o Palazzo Grassi e Punta della Dogana eram dois museus de arte contemporânea da Coleção Pinault. Renovados pelo arquiteto japonês Tadao Ando, ​​apresentavam exposições pessoais e coletivas. O espaço buscava compartilhar com o público o conhecimento e o amor pela arte contemporânea, por meio da extraordinária coleção Pinault e fortalecer o relacionamento privilegiado que a instituição desenvolvera com os artistas, principalmente graças a obras concebidas especificamente para seus espaços de exposição.
 

Museu do Palácio Grimani - Rugagiuffa – Grimani –

Abriu suas portas como museu público em 2008, num prédio que remontava originalmente à Idade Média e tinha uma estrutura em forma de L. No final do século XV fora adquirido por Antonio Grimani, um comerciante de sucesso que se tornara Doge de Veneza, em 1521. A partir de então, foi a casa de uma das mais importantes famílias venezianas até meados do século XIX. Seus dois netos, Giovanni - que fora Bispo de Ceneda e mais tarde Patriarca de Aquileia, e Vettore - Magistrado-chefe de São Marco, fizeram dele sua residência em 1532, e que fora remodelada em 1540.
 

Giovanni Grimani era um colecionador apaixonado, e conhecedor da arte, influenciado pelo grande interesse pelas artes que sua família manifestava. Suas esculturas mais valiosas foram expostas no extraordinário salão concebido para esse fim, conhecido como Câmara de Antiguidades ou Tribuna. Originalmente abrigando mais de 130 esculturas antigas, a Tribuna era a sala onde o Patriarca Giovanni recebia seus ilustres convidados. As paredes tinham nichos e prateleiras para guardar estátuas e bustos. Desde 2019 abrigava a exposição Domus Grimani 1594-2019. A coleção de esculturas clássicas reagrupadas em seu cenário original após quatro séculos, estava configurada como uma verdadeira reorganização de algumas salas do palácio e, em particular, da Tribuna. 
 

Museu do Palácio Mocenigo –  Sestiere Santa Croce -  

Desde 1985 era um museu de trajes, têxteis e moda, que mostrava a evolução da indústria têxtil e das tendências da moda na Veneza do século XVIII, contribuindo para que os visitantes compreendessem o gosto pelo luxo e pela elegância, cultivado pelos venezianos durante a gloriosa época Settecento. As exposições cativavam pela exuberância de seus elementos decorativos (bordados e rendas), bem como pela impecável maestria aplicada na confecção de cada peça artesanal. Era um prédio gótico, que remontava ao século XV, que pertencera à família Mocenigo, uma das famílias históricas mais proeminentes de Veneza que gerara 7 Dodges de Veneza, estadistas, clérigos  e artistas. O último membro da família, Alvise Nicolo Mocenigo, doara o palácio à cidade de Veneza em 1945, com a vontade expressa de ser transformado numa Galeria de arte. 
 

Museu do Vidro – Fondameta Giustinian, 8 – Murano –

Relatava a história da fabricação do vidro, especialmente do vidro icônico de Murano, que ajudara Veneza se tornar famosa em toda a Europa. Estava instalado no belo palácio gótico de Giustinian, que servia de sede do Bispado de Torcello. Ficava próximo da parada de Vaporetto Museu e da belíssima Igreja de Santa Maria e Donato. Os horários de abertura era de 1º de novembro a 31 de março, das 10.00 as 17.00h. De 1º de abril a 31 de outubro das 10.00 as 18.00h. O ingresso custava 12 Euros e portadores do Museum Pass não precisavam pagar.


Museu Fortuny Veneza – São Marco –

Em 9 de março de 2022, dois anos após a inundação chamada de Acqua Granda danificar seriamente o Palazzo Pesaro degli Orfei, a casa museu reabrira suas portas ao público depois de passar por importantes obras de remodelação em todo o prédio. As exposições incluíam pinturas, sistemas de iluminação, roupas, tecidos, cores e corantes resultantes da genialidade do designer espanhol Mariano Fortuny y Madrazo e Henriette Nigrin, além de arquivos fotográficos e itens do acervo pessoal, documentos e patentes, além de obras de artistas e amigos que vieram a Veneza. 

 

A abertura foi uma oportunidade para apresentar a coleção Panza di Bium,  de obras de arte internacionais do século XX, apresentadas ao público pela primeira vez.  Quando Mariano entrou pela primeira vez no Palazzo Pesaro degli Orfei, em 1898, o prédio que era a maior construção do estilo gótico flamboyant veneziano tardio, estava em completa decadência. Mariano ficou cativado pelo prédio e, em cerca de dez anos, conseguiu restaurá-lo à sua glória transformando-o em seu atelier. Seu talento variava de pintura, escultura, gravura, fotografia, teatro, móveis, têxteis; inventou processos de produção, criou novos materiais e registrara marcas e patentes. Em 1956, a senhora Henriette Nigrin, viúva de Mariano, doara o Palazzo Fortuny à cidade de Veneza, para torná-lo um museu e um centro de interesse cultural. 
 

Museu Hebraico –  Campo do Gueto Novo -

Estava situado no Campo do Gueto Novo, entre as duas mais antigas Sinagogas venezianas. Era um pequeno e muito rico museu, fundado em 1953 pela Comunidade Judaica de Veneza. Os preciosos objetos expostos importantes exemplos de ourivesaria e manufatura têxtil produzidos entre os séculos XVI e XIX, eram um testemunho vivo da tradição judaica. O museu oferecia  uma grande seleção de livros e manuscritos antigos e alguns objetos utilizados nos momentos mais importantes do ciclo da vida civil e religiosa. O museu foi construído em duas áreas, a primeira dedicada ao ciclo das festas judaicas e aos objetos usados ​​para a liturgia, destacando-se um Shofar, candelabros de Channukkioth, um Meghillat Ester, um Menora e um prato maravilhoso para o Seder, o primeiro jantar de  Pessach.  Na primeira sala estavam muitos exemplos de coroas e pináculos, mãozinhas para ajudar na leitura do Rolo Sagrado, chaves antigas para abrir a arca que continha o Rolo, jarros e lavatórios usados ​​pelos sacerdotes e exemplos de encadernação  de orações. A segunda, fora planejada para uma abordagem mais educativa - mostrando a história dos judeus venezianos através de imagens e objetos. Era dedicada a uma rica coleção de manufaturas têxteis preciosas, algumas delas ainda em uso para o culto. Diferentes mantos para a Torá e preciosos revestimentos usados ​​para decorar a Torá, e cortinas para cobrir as portas de Aron Ha Kodesh. O exemplar mais precioso de Parokhet, atualmente em restauração, fora fabricado em Veneza por Stella di Isacco, de Perugia, na primeira metade do século XVII.
 

Uma seção do museu fora criada através de um percurso artístico e cultural que permitia compreender as etapas fundamentais pelas quais os judeus passaram na sua permanencia veneziana. Os painéis explicativos mostravam a imigração de várias etnias judaicas para Veneza e introduziam o tema da usura, que não deveria ser ignorado para compreender o surgimento de preconceitos antigos e, infelizmente, ainda persistentes em relação aos judeus. A nova área de exposição permanente mostrava assim as várias etnias ou nações, como eram chamadas havia muito tempo, relembrando os seus hábitos e apresentando uma seleção de documentos e objetos litúrgicos. Havia pequena sala disponível uma seção sobre a vida cultural no Gueto veneziano e dedicada aos seus expoentes mais renomados como, rav Leon Modena e a poetisa Sara Copio Sullam, só para citar os dois maiores.


Museu Histórico Naval da Marinha Italiana – Riva São Biasio -

Estava instalado num prédio do século XV, que anteriormente era o Granaio da Serenissima, no campo San Biagio. A memória de seu esplendor era confiada ao Museu de História Naval, o mais importante do gênero na Itália. Além do prédio principal, cuja área de exposição estava distribuída em cinco níveis, para um total de 42 salas de exposições, o  Pavilhão dos Navios fazia parte do museu e estava localizado na antiga oficina de remos do Arsenal. Nas duas salas que ladeavam a entrada do Museu, à direita, encontrava-se o monumento funerário de Ângelo Emo, o último Capitão do Mar, da Marinha Veneziana. À esquerda estava o torpedo Slow Running, da Segunda Guerra Mundial, mais conhecido como Pig.
 

Abrigava coleção de dezoito modelos de madeira, feitos entre os séculos XVI e XVII, de antigas fortalezas venezianas do Adriático e do Egeu. O primeiro andar era quase inteiramente dedicado à história marítima dourada da República da Sereníssima. Poderia admirar alguns modelos de grande valor histórico: uma impressionante reconstrução de uma Galera de guerra, em uso até meados do século XVI, com os remadores em seu local de trabalho e sofrimento; a galeazza, uma grande Galera de nova concepção, que fora a protagonista da vitória sobre os turcos, em Lepanto, em 1571; um modelo particular era o da rainha de todos os barcos representativos, o Bucintoro, o navio cerimonial usado pelo Dodge, no dia da Ascensão para o casamento do mar: Nós nos casamos com você, disse o Dodge em Latina, jogando um anel nas águas, como um sinal de domínio verdadeiro e perpétuo. O último Bucintoro, o mais suntuoso, que poderia ser visto na reconstrução feita do modelo criado em 1824, e que fora lançado em 1728. Os franceses, ao encontrá-lo no Arsenal, destruíram-no como símbolo de poder detestável. Mas era acima de tudo uma obra de arte. As obras de arte também eram as laterais esculpidas e pintadas das galeras, não apenas as venezianas; os antigos portulanos, mapas, gravuras e pinturas que adornavam as paredes e os antigos instrumentos de navegação embelezavam a exposição.
 

As salas do segundo andar eram dedicadas à Marinha unitária: maquetes, pinturas e relíquias ilustravam o seu percurso histórico. No terceiro andar deparava-se com os prazeres do inusitado: era uma área de exposição e de surpresas. Da sala das gôndolas, entre as quais estava a que pertenceu a Peggy Guggenheim, a bilionária apaixonada por Veneza, à dos barcos característicos da lagoa veneziana, à coleção de oferendas votivas marítimas dos séculos XVl a XIX, à importante e inusitada coleção de modelos de juncos chineses, doados ao Museu de Veneza por um colecionador francês. N último andar ficava a chamada Sala Sueca, que testemunhava as boas relações entre a Suécia e a Itália e ainda mais as entre as marinhas dos dois países e para surpresa, uma preciosa coleção de conchas, doadas pela estilista Roberta di Camerino.
 

Museu Leonardo Da Vinci – Campo de São Rocco, 3052 –

Estava localizado dentro da Scoletta e próximo da Basílica dei Frari, expondo uma coleção das extraordinárias invenções de Leonardo da Vinci. Na entrada já poderia ver em tamanho real as maquinas por ele projetadas, testá-las,  experimentar um vôo real e operar algumas das máquinas no visualizador em 3D. Estava organizado em quatro seções que abrangiam água, ar, fogo e a terra. Também poderia admirar e comparar alguns de seus principais estudos anatômicos e uma reprodução de suas pinturas com o auxílio de tecnologia de luz de fundo, com resoluções muito altas. Dispunha de informações em alemão, espanhol, inglês, italiano, francês e russo.
 

Museu Nacional de Arqueologia – Praça São Marcos, 17/52 –

O núcleo histórico do Museu Arqueológico Nacional de Veneza era composto pela chamada Estatuária Pública da Sereníssima, feita em 1596  com a Curadoria de Federico Contarini , instalada na sala anterior da entrada da Livraria Marciana. Era uma das coleções de objetos antigos do legado do Cardeal Domenico Grimani , um grande homem de cultura humanista, juntamente com a doação de seu sobrinho Giovanni Grimani, Patriarca da Igreja Católica, que dera vida ao que hoje era conhecido como Coleção Grimani. A Biblioteca, de origem do século XV, continha várias obras e manuscritos do mundo antigo, prova da atenção e cuidado que os venezianos dedicavam à pesquisa arqueológica.

Com o passar dos séculos, a Estatuária foi embelezada com doações a ponto de precisar ser transferida para o Paço Ducal. A partir daqui, toda a coleção fora mantida em Florença durante a Primeira Guerra Mundial. Fora na década de 1920 que as coleções voltaram a Veneza e foram colocadas no primeiro andar da Procuratie Nuove , que ainda abrigava o Museu, com as salas ampliadas e as coleções aumentadas, entre 1949 e 1954, graças ao depósito Correr e à atribuição de Veneza de cerâmica, vidro e gemas do Museu de San Donato, de Zadar na Croácia. A visitação ao museu se estendia por 20 salas montadas e organizadas  pelo professor Carlo Anti.

Museu Toni Benetton - Via Marignana, 112 -  Mogliano –

A Villa Marignana fora o lar de famosas famílias venezianas antes de ser comprada pelo escultor Toni Benetton, para criar um espaço de exposição ao ar livre próximo a seu estúdio. Além do ambiente rico em trabalhos em ferro e esculturas, a vila também possuia um jardim encantador onde estavam expostas as macro esculturas do artista falecido em 1996. A Villa abrigava a Academia Internacional de Ferro e o Centro Internacional de Documentação de Ferro e Outros Metais.  O Museu foi criado no ano 2000 pelo desejo da família Benetton de manter vivo o espírito com o qual o Mestre havia comprado Villa Marignana, para colecionar suas obras e torná-las acessíveis à visitação. O Museu estava localizado no Marrocos, de Mogliano Veneto, na Província de Treviso.
 

Os Quartos de Vidro – Ilha de São Giorgio Maggiore -

Sua proposta era focar na história e uso do vidro na arte dos séculos 20 e 21, a fim de trazer esse meio de volta ao centro das atenções e discussões no cenário artístico internacional. As iniciativas culturais concentravam-se não apenas nos artistas contemporâneos que utilizaram o vidro como meio artístico, mas também nos principais produtores e nas principais coleções de vidro do mundo. Assim, duas exposições eram realizadas a cada ano, sendo uma na primavera, dedicada ao uso do vidro na arte e design dos séculos XX e XXI, e a segunda no outono, dedicada às pessoas talentosas que projetaram objetos para a vidraria Venini, no século XX.  Foi criado um Centro de Estudos dedicado à pesquisa no campo do vidro artístico, juntamente com um arquivo geral de vidro veneziano, e bolsas de estudo especificamente dirigidas a pesquisadores interessados ​​no tema, eram concedidas anualmente. Além disso, conferências e workshops sobre a história, tecnologia e desenvolvimento da arte da fabricação de vidro eram organizados regularmente. Le Stanze adotara um modelo encontrado em países de língua inglesa, de acesso livre a museus baseado na idéia de que o patrimônio cultural pertencia à comunidade. A entrada para as exposições, as visitas guiadas e todas as atividades educativas eram  gratuitas.  

Teatro La Fenice -  Campo de São Fantin, 1965 -

Era um dos teatros mais belos da Itália e com uma história particular e envolvente. Ao visitá-lo, poderia mergulhar no mundo da Ópera e ao mesmo tempo admirar a maravilhosa arquitetura que renascera após sua destruição pelas chamas. O local servira para estréia de algumas das óperas mais famosas como Rigoletto e La Traviata, de Verdi; de Tancredi e Sigismondo, de Rossini; I Capuleti ei Montecchi, de Bellini; Belisario e a Pia de' Tolomei, de Donizzetti. Não havia nome mais apropriado para o teatro. Assim como a fênix, criatura mitológica que renascera das cinzas, em um ciclo contínuo de vida e morte, o teatro mais importante de Veneza renascera após dois incêndios, que por pouco não privaram a cidade de um de seus lugares mais prestigiosos. Após perder o primeiro teatro, comprado pela poderosa família Venier, a ‘Nobile Società dei palchettisti’ decidira construir um novo prédio, que deveria se chamar Gran Teatro La Fenice, justamente para simbolizar a capacidade da Sociedade de renascer e continuar seus negócios.

Foi construído entre 1790 e 1792, mas uma boa parte foi destruída no incêndio de 1836. Os arquitetos Tommaso e Gian Battista Meduna encarregaram-se da restauração fazendo uma readaptação do projeto original. No século seguinte foi restaurado algumas vezes, até o terrível incêndio de 1996, que destruiu completamente o teatro. Então, foi reconstruído fielmente até ser inaugurado novamente em dezembro de 2003. Na terceira fila de camarotes poderia visitar a exposição permanente dedicada a Maria Callas, a excelente soprano americana naturalizada italiana, protagonista de uma parte importante da história recente da Ópera peninsular. O primeiro incêndio foi devido a um aquecedor com defeito, porém o incêndio que destruiu o teatro em 1996 foi certamente doloso. Enrico Carella e Massimiliano Marchetti, dois eletricistas que trabalhavam no teatro, percebendo que não conseguiriam terminar a obra a tempo, resolveram provocar um pequeno incêndio, atribuindo o atraso a causas alheias a eles. O incêndio não foi tão pequeno e destruiu todo o teatro. Os dois foram condenados e passaram alguns anos na prisão (no caso de Carella, após uma ousada fuga para a América Central). Quando decidiram reconstruir o teatro, fora adotado o lema com'era, dov'era, para representar a intenção de refazer o teatro no mesmo local e com a mesma estrutura de antes. O ingresso custava 10 Euros e mais 3 Euros para permitir o registro de fotos.

Turismo de Respeito

A cidade de Veneza vem sofrendo, ultimamente, com o comportamento inadequado dos milhares de turistas que invadem seu território. Por conta disso, a Universidade Ca`Foscari, em parceria com a Confederação Nacional do Artesanato e das Pequenas  e Médias Empresas do Vêneto, lançou uma espécie de Tutorial para turistas em Veneza, que vinha sofrendo com o que eles chamam de turismo de má qualidade. Nos últimos meses,, dezenas de episódios envolvendo turistas, causaram a revolta dos moradores, que há anos reclamavam da excessiva presença de turistas na cidade. Entre os casos relacionados, estavam pessoas urinando em vias públicas, casais fazendo sexo em praças e barcos, e dezenas de pessoas que se lançavam das pontes nas águas do Grande Canal. A campanha de educação, foi lançada no Ca`Foscari  Short Film Festival, sob o título de Como Respeitar Veneza, no evento que acontecera entre 21 e 24 de março de 2018. Depois do lançamento foram distribuídos vídeos para Operadoras, Agências de Viagens e companhias aéreas. Agora decidiam cobrar uma taxa de visitação a ser aplicada a partir de janeiro de 2024, com o objetivo de tentar reduzir o numero de visitantes diários.

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