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VALDÍVIA - A Universidade Austral, os três rios e as cervejarias -  Chile 

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Mercado dos Pescadores sobre o rio Calle Calle

 

Valdivia era uma cidade chilena localizada a 830 km ao sul de Santiago. A cidade não era um local turístico por excelência, mas estava próxima de outras referências turísticas, como Puccon,  e para quem gostasse de explorar novos destinos, poderia ser interessante incluí-la no roteiro. Era a capital da Região de Los Rios e estava cercada pelos rios Calle Calle, Cau Cau, Cruces e Valdivia. 

Em 1960, sofrera um terremoto que até hoje era considerado o maior terremoto do mundo, atingindo 9,5 pontos na escala Richter, com duração de 10 minutos. O abalo sísmico veio seguido de um tsnunami, e arrasou inúmeros prédios e fez muitas vítimas fatais. Por ter baixa altitude, não sofria tanto com as temperaturas extremas do inverno, nem costumava nevar por aqui. 

Procure hospedar-se no centro, onde estava a maior parte dos pontos interessantes. Caminhando pelas calles, visite pela manhã o Mercado Municipal, às margens do Rio Calle Calle, onde expunham produtos como flores, frutas, legumes, artesanato e principalmente peixes e frutos do mar. Os vendedores limpavam os peixes no próprio mercado, e criou-se o hábito de jogar as vísceras para os leões-marinhos, que ficavam aguardando na beira do cais.

Também no centro, visite a Feira de Artesanato, onde poderá encontrar diversos tipos de produtos em um único lugar. Se o dia estiver bonito, aproveite para caminhar pelo calçadão, ao longo do Rio Calle Calle, que tinha uma bonita paisagem. Junto ao Mercado Municipal, partiam vários passeios de barco pelos rios da região, e permitiam conhecer um pouco da área rural. Eram passeios diversos, cada um com um roteiro pré-estabelecido. O Jardim Botânico da Universidade Austral do Chile, também era um bom passeio e tinha entrada gratuita! 

 

Como chegar

​Via aérea - ​Havia vôos diários de Santiago e partidas diárias de Puerto Montt e de Punta Arenas, com duração de 1.30 aproximadamente. O Aeroporto estava localizado a 32 km de Valdivia.

Carro - Valdivia ficava a 830 km de Santiago, pela Rodovia Panamericana, uma auto-pista de duas mãos, com excelente asfalto. Passando por pequenas cidades como Talca, Liñares, Chillan, Los Angeles e Temuco, o trajeto era um tanto longo e monótono. Para quem pretendesse visitar de carro os arredores de Valdivia, e a Região dos Lagos, o melhor era tomar um ônibus leito ou um avião na capital chilena e depois alugar o automóvel, ao chegar a Valdivia.

Ônibus - Havia ônibus diretos de Santiago, uma boa opção pelo preço e pelo conforto. O melhor era tomar ônibus leito noturno. (Tempo de viagem: 9 horas). Havia partidas também de Pucón (tempo de viagem: 2 horas e 30 minutos), Osorno (tempo de viagem: 1.45h) e Puerto Montt (3.40h). O Terminal Rodoviário de Valdívia era pequeno, limpo e confortável, contrastando com o de Santiago, que era antigo, acanhado e muito sujo. Uma muvuca! 

 

Atrações turísticas

Esta região foi objeto de cobiça pela Holanda, que tentou ocupá-la em 1600 e em 1660. Para proteger sua possessão, os espanhóis construíram 17 Fortes nos arredores de Valdivia. Sobraram apenas alguns, entre eles o Niebla, o Forte de Mancera, o de Corral e o de Armagos, cujas ruínas viraram referências turísticas. Na segunda metade do século XIX, a cidade de Valdivia passou a receber grandes levas de imigrantes, a maioria alemães, cuja contribuição foi de vital importância para o desenvolvimento da cidade e da região dos lagos andinos.

Bairro histórico -

Nas ruas Yungay e General Lagos, próximo do centro da cidade, existe um conjunto de interessantes prédios do início do século XX, que sobreviveram ao terremoto de 1960. Vale uma olhada para se ter uma ideia de como era a cidade antes da destruição provocada pelo abalo sísmico.

Catedral -

A Catedral católica estava localizada em frente a Praça da República, sendo uma igreja bastante simples para os padrões tradicionais dos espanhóis, que aqui chegaram. O acesso se dava pelas escadarias laterais, onde se destacavam as placas alusivas a ilustres visitantes e personagens da cidade.

Centro Cultural El Austral - Calle Yungay, 733 -

Funcionava numa bela construção de madeira, em estilo germânico, da década de 1870. Seu mobiliário e decoração reproduziam o interior das casas da época. O centro servia de local de exposições temporárias e permanentes, de artistas contemporâneos. Abria de terça-feira a domingo, das 10.00 às 13.00 e das 16.00h às 19.00h.

Feira Fluvial – Av. Arturo Pratt -

Uma grande variedade de produtos agrícolas, davam um colorido especial a este mercado, o mais importante da cidade, junto do Rio Calle Calle, onde atracavam as embarcações pesqueiras. Repare na variedade dos frutos do mar: era provável que alguns deles nunca tenha visto antes: ouriços do mar, caranguejos gigantes, locos, mariscos, vieiras, camarões, além de uma enorme variedade de peixes. Uma curiosidade eram as plataformas em frente ao mercado, onde se instalavam leões-marinhos, alimentados com restos de peixe atirados pelos feirantes.

Igreja de São Francisco -

Era uma antiga igreja localizada na esquina com Perez Rosales, dentro da denominada Zona Típica, compreendida pelos arredores da Calle General Lagos. Fundada no começo do século XVI, pelo Bispado de La Imperial, sua construção marcara o início da colonização eclesiástica no sul do país. Foi reconstruído em 1977, e desde 2007 era considerado monumento histórico.

Mercado Municipal -

Construído em 1911, pelo arquiteto José Betti, servira de abrigo para o comércio local por dezenas de gerações. Atualmente, concentrava restaurantes de pescados e frutos do mar e lojas de artesanatos.

Museu de Arte Contemporânea – Calle Los Laurenes -

Ficava junto às ruínas da antiga Cervejaria Anwanter. Exposição de pinturas, esculturas e fotografias de artistas contemporâneos, que em sua maioria eram chilenos. Ficava ao lado do Museu Histórico.

 

Pêndulo de Foucault

 

Museu da Exploração R.A. Phillipi -

Localizado praticamente ao lado do Museu Histórico e Antropológico, promovia a valorização do meio ambiente e a relevância do conhecimento científico, como uma ferramenta para sua conservação.. Reunia coleções de aquarelas, desenhos, fotografias e mobiliários do século XIX dos naturalistas alemães, Bernardo e Rodolfo Philipi.

Museu Histórico e Antropológico Maurice Van de Maele Calle Los Laurenes – Isla Teja - 

Estava instalado em uma linda construção colonial alemã, declarada Monumento Nacional, que pertencera a Carlos Anwanter, fundador da primeira cervejaria do Chile, em 1860. Além de uma sala da época colonial, o museu possuia uma interessante seção sobre a cultura mapuche. Ficava à beira do Rio Valdivia, na ilha Teja.

Pêndulo de Foucault -

Foi construído como suporte do Centro de Estudos Científicos, à Costanera da Ciência da cidade, logo após a reconstrução de parte da via Costanera atingida pelo terremoto de 2010. A torre de cristal, em forma de farol, abrigava o experimento idealizado por Leon Foucault, para demonstrar a rotação da terra e o efeito Coriolis. No piso, ao ar livre,  estavam registradas as coordenadas geográficas do país.

Submarino O`Brien -

Era um pequeno submarino da classe Oberon, construído em 1971 por encomenda da Armada do Chile aos Estaleiros Scott`s Shipbuilders Engineering Co. Ltd. em Greenock, na Escócia. Submergiu pela primeira vez no dia 22 de dezembro de 1972, zarpando em direção ao Chile, quatro anos mais tarde. Depois de 25 anos de serviços prestados a Armada, em 2001 foi dado baixa e em 2008, foi adquirido pela Municipalidade de Valdívia, para ser administrado pela Corporação Cultural Municipal, que o transformou em museu.

Torre do Barro -

Foi construído em 1774, pelo então Governador Joaquin Espinosa. A torre possuía dois canhões de sinos, que eram guardados por quatro soldados e um cabo. Estava localizado na esquina das ruas Picarte e Condell.

Torre dos Canelos -

Era considerado um dos testemunhos mais importantes dos acontecimentos do século XVIII, juntamente com a Torre do Barro, por servirem de postos de vigilância para a cidade, que na época era amuralhada. Ficava na Calle Yungay esquina com  Yerbas Buenas. Em frente, na esquina da Yungay com a Calle Orellana, havia o Forte da Santíssima Trindade, construído em 1602, que anos mais tarde foi destruído pelos indígenas, num ataque à cidade de Valdívia. Sobraram somente os resquícios no solo.

Torres Espanholas Calle  Yerbas Buenas - 

Eram duas torres datadas de 1774, que serviram de porta de entrada da cidade, que na época era cercada por muralhas.

Vapor Collico -

Era um rebocador à vapor, construído na cidade de Dresden/Alemanha, adquirido pela família Kunstmann, para o transporte de mercadorias ao longo dos rios. Atualmente estava desativado e permanecia ancorado, ao lado da Ponte Pedro de Valdívia, integrando as referências turísticas da cidade.

Atrações nos arredores de Valdívia

Fortes coloniais
As principais atrações de Valdivia eram seus Fortes, da época do domínio espanhol. Podia-se chegar às Fortalezas de carro, mas a melhor maneira, a mais agradável, era visitá-las de barco. As lanchas saiam de Cais Schuster, junto da Feria Fluvial. Bastava chegar no Mercado, onde estavam as embarcações. Os principais Fortes, ou o que restou deles, eram o de Niebla, de 1671, o de Corral, construído em 1645, e o Castelo de Mancera, da mesma época. Durante o verão, praticamente todos os dias, poderia-se ver em Corral, uma encenação da Tomada do Forte, com os soldados vestidos com uniformes utilizados na época, e com direito até a tiros de canhão.

Um tour à pé pela cidade

 

Comece a partir da Praça da República, entre na Catedral e desça pela rua lateral em direção ao rio onde estava a Feira do Mercado Municipal. Depois caminhe até a ponte Pedro de Valdívia, entre no Hotel Dreams Pedro de Valdívia para conhecer o Cassino. Retorne à rua para atravessar a ponte, faça uma parada para fotografar a Feira dos Pescadores e siga em direção a Ilha Teja para ver o melhor da cidade, suas bonitas residências, cafeterias, bares, restaurante e cervejarias.

 

Aqui ficavam algumas das atrações mais interessantes: o Centro Cultural Casa Prochelle, o Museu da Exploração R.A Philippi, o Museu Histórico e Antropológico, Museu da Arte Contemporânea, a destacada Universidade Austral do Chile, o Jardim Botânico e o Parque Santa Inês.  No retorno, após passar pela ponte, volte ao calçadão e caminhe até o ponto onde estava instalado o pêndulo de Foucault, e depois caminhe até o Submarino O`Brien, o Torreão Los Canelos e a Igreja de São Francisco. Depois, retorne à Praça da República e faça uma pausa na nova Galeria onde tinha uma excelente Confeitaria lhe aguardando para um saboroso lanche ou uma cervejinha.    

 

Festival de Cinema

A cidade promovia anualmente há 30 anos o FIC - Festival Internacional de Cinema de Valdivia. O evento era o mais importante do gênero no país, e proporcionava a presença de produtores, diretores e intérpretes de quase todos os países latino-americanos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cervejaria Kunstmann

Estava instalada entre Valdivia e Niebla, sendo facilmente acessavel de carro. Era onde funcionava o Museu da Cerveja, uma visita interessante para os que nunca acompanharam o processo de fabricação da bebida. A visita era também uma oportunidade de conhecer os mais diversos tipos de cervejas: claras, escuras, bocks e avermelhadas, algumas bem exóticas, com um toque de mel. As cervejas eram servidas em enormes canecas. Aqui funcionava um restaurante, onde eram servidos excelentes pratos típicos alemães, e as deliciosas küchens.

 

A história da cerveja Kunstmann era, em grande parte, a história da colonização alemã no sul do Chile, sendo também parte da história da cidade. Começara com a chegada dos primeiros colonizadores alemães, que em 1850 começavam a difundir o patrimônio dessa bebida através da transferência de conhecimentos, sobre a sua produção. Somente um ano depois, que Karl Andwanter começou a elaboração de uma cerveja com o seu nome, a produção alcançara 1.440.000 litros anuais, assim como os múltiplos elogios e prêmios por sua qualidade.

Essa história foi interrompida pelo terremoto e maremoto no ano de 1960, com os 9.5 graus na escala Richter, que devastaram a cidade de Valdivia por completo, juntamente com a Cervejaria Andwanter, reduzida a escombros.. Contudo, a história do lúpulo e da levedura, já tinha sido contada e ouvida centenas de vezes. Pais e avós já tinham escrito, em algum lugar, a receita que fermentaria com os anos, até se transformar em um barril eternamente cheio da preciosa bebida.

A partir disso, Armin Kunstmann começaria a fabricar artesanalmente pequenas quantidades de cervejas, na garagem da sua casa, que logo repartia entre amigos para aferir sua qualidade. Sua fama crescente o levou a fundar, em 1997, uma pequena Cervejaria, a Sociedad Cervecera Valdivia Ltda. Foi instalada no setor de Torobayo, na mesma cidade e junto de uma das mais leves e cristalinas águas do mundo, elemento no qual se fundamentava o êxito de uma das cervejas mais vendidas nacionalmente.

Hoje, a pequena Cervejaria que representara o apogeu da vocação de toda uma cidade, se transformara em um dos centros gastronômicos, onde as 14 variedades de cervejas Kunstmann, poderiam ser degustadas, acompanhadas de seus pratos perfeitos, todos sob receitas alemãs, cozinhadas durante décadas no calor da lenha do sul do Chile.

O êxito de Kunstmann, inspirara a um grande número de empreendedores a se aventurar na elaboração da sua própria cerveja, transformando  Valdivia na única rota da cerveja artesanal, nesta parte do mundo. Era assim como a identidade Valdiviana abandonava a postal fluvial, e se transformava em um sabor particular, uma forma de traduzir o céu, a terra e a chuva em algo que pudesse ser degustado, em uma fórmula universal que se multiplicaria milhares de vezes para se fazer autentica e única, na honestidade de somente um sabor.

 

Shoppings

 

Caupolican - Calle Caupolican 538

Plaza de Los Rios Calle Arauco, 561

Portal Valdivia Em frente a Praça da República

 

Restaurantes 

Das Haus 1959 - Calle O'Higgins, 394 -

Como o próprio nome já identificava, serve pratos típicos alemães, a melhor carne crua da cidade, sandubas diversos, tortas, pães em geral e cervejas artesanais além do tradicional chopp Kunstmann.

El Molino – Calle Chacabuco -

Oferecia um delicioso café da manhã, até porque não eram todos os hotéis que incluiam o café da manhã na diária. Tinha lanches saborosos e ótimos preços. Peça umas empanaditas com pebre e um chopp Kunstmann toro bayo.

 

Marina Lounge River Bar & Rincon Gaucho Parrilla

Estava numa posição privilegiada, junto a margem do rio Calle Calle.

 

Onde dormir

 

Hotel Dreams Pedro De Valdivia - - $$$$$  - Calle Carampangue, 190

 

Hotel Villa del Río - $$$$ - Calle Espanha, 1025

 

Kapai Hostel - $$ - Av. Arturo Prat, 737

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