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TEREZIN  - O histórico e cruel passado de uma cidade -
República Tcheca

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A cidade que já foi um campo de concentração nazista

Visitar Campos de Concentração da Segunda Guerra, não costumava entrar no programa de férias de quem queria apenas passear, mas eram fundamentais para quem viajasse em busca da História, mesmo de momentos mais tristes. Situada a pouco mais de 60 km de Praga, era uma visita que precisava constar de um roteiro pela República Tcheca. Terezín era uma vila do município de Litoměřice, com seus poucos moradores, igreja, praça, parques, mercadinhos, o Parkhotel e umas poucas Pousadas e alguns pequenos restaurantes. Mas o seu objetivo original, na época de sua criação, não era este. Foi criada nos anos 1700, para ser um Complexo Militar de Defesa, com dois Fortes: um maior (Forte Principal) e um menor (Pequeno Forte), cada um abrigando militares e presos.

​No início, ambos cumpriram bem as suas funções, mas não demorou muito para que a área, onde os militares moravam, começasse a receber também pessoas comuns e tudo se transformasse na crescente vila de Terezín. Então veio o século XX e as duas Guerras Mundiais. A Primeira Guerra, começara com o assassinato em 1914 do Arquiduque Austro Húngaro Franz Ferdinand e sua esposa Sofia, em visita a Sarajevo, pelo  estudante sérvio de apenas 19 anos, Gavrilo Princip, integrante do grupo terrorista sérvio Mão Negra.

A razão do atentado ao Arquiduque era bem complexa, relacionada a conflitos de interesses entre os países da região dos balcãs e ao crescimento de movimentos nacionalistas na região, desde o começo do século XX. Gavrilo morreu no dia 28 de abril de 1918, decorrente de uma tuberculose, em Theresien num campo de refugiados, no Pequeno Forte. Considerado herói pelos sérvios, era ignorado pelos bósnios que até retiraram o pedaço de lousa, onde Gavrilo pisava quando cometeu o atentado. Contrariando a história, a cidade de Belgrado erigira um monumento em homenagem a Gavrilo, o homem que acendera o pavio para o começo da Primeira Guerra Mundial.  

Terezin era uma combinação de gueto e Campo de Concentração, perto do Protetorado do Reich, na Boêmia e na Morávia - a atual República Tcheca. Existira por três anos e meio, de novembro de 1941 a maio de 1945 e era para ser um campo de trânsito para os judeus, que, por fim, eram enviados para os centros de extermínio, em Auschwitz e outros locais. Mantinha muitos judeus célebres de renome internacional na política e nas artes. Isso significava que a vida cultural e educacional das pessoas mantidas aqui, era excepcionalmente rica.

Foi marcante por seu papel em esconder os assassinatos em massa. Os nazistas apontaram a preservação de uma população amplamente dividida, entre os muito jovens e os idosos incapazes de trabalhar, como prova de que eles não estavam deportando todos os judeus para assassinato e trabalhos forçados. Isso atingira o apogeu em 1944, quando a Cruz Vermelha Internacional teve permissão para visitar e inspecionar o local. Também fora feito um filme de propaganda do campo apresentado à Cruz Vermelha, com o título O Fuhrer dá uma cidade aos judeus.  Dos cerca de 140 mil judeus deportados para Theresienstadt, quase 90 mil foram deportados para serem assassinados no Leste e outros 33 mil morreram no próprio campo, principalmente de fome, desnutrição e várias doenças.

​Durante a Segunda Guerra, tudo começava a mudar na cidade. Em 1940, os nazistas invasores da então Tchecoslováquia, transformaram o Pequeno Forte, numa prisão da Gestapo. Menos de um ano depois, começaram a expulsar a população local para transformar o Forte Principal, em um Gueto para judeus, à espera de deportação para Auschwitz e outros campos ao leste. E nos anos seguintes, na prática, o vilarejo acabou virando um grande Campo de Concentração. Desde então, até 1945 (ano da libertação) Terezín era um verdadeiro inferno.

​No auge do funcionamento do Gueto, havia mais de 58 mil habitantes vindos de vários países da Europa, em um espaço que nunca tinha visto uma população máxima de 7 mil pessoas, antes da guerra. A comida, quando existia, era insuficiente. As instalações eram péssimas e as doenças se espalhavam como fogo em palha seca. Na maior crise de saúde, teve 13 mil doentes ao mesmo tempo e uma taxa de mortalidade de 127 pessoas por dia. No total, mais de 155 mil pessoas passaram pelo Gueto nesse período.

​O horror vigente em Terezín, era um assunto evitado pelos líderes comunistas, que vieram depois dos nazistas. Mas o fim da União Soviética mudou o cenário e, em 1991, o Museu do Gueto fora aberto, pavimentando o caminho para a criação do Memorial Terezín (Památník Terezín), e para a recuperação de todos os locais históricos. Assim como tantos outros Campos de Concentração, da Segunda Guerra, Terezín era mantida seguindo o pensamento de que era preciso lembrar para não repetir. Dentro deste contexto, uma visita era muito mais do que um encontro com a História: era uma forma de ajudar a preservar essas lembranças e, conseqüentemente, respeitar quem vivera aquele terrivel pesadelo.

Como chegar a Terezin vindo de Praga

Era muito fácil visitar Terezín e poderia faze-lo em apenas um turno, mesmo indo de forma independente. A opção mais prática era de ônibus. EDra forma mais barata de visitá-la mas exigia que estivesse disposto a caminhar entre as referências históricas

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Que ônibus pegar

O melhor ônibus da BusLine, saia plataforma 7 da Estação Rodoviária Nádraží Holešovice, em Praga, ligada ao Metrô pela Estação de mesmo nome (linha C, cor vermelha). Quando chegar a estação de Metrô, siga as placas indicando ônibus. Logo encontrará um estacionamento e enxergará uma placa da companhia Bus Line. Seguindo as placas, não tinha erro: Placa do ônibus para Terezín, indicando a plataforma: Este era o seu ônibus indicando a direção Terezín e Litoměřice.

 

Onde descer em Terezín

Vindo de ônibus, desça na parada autobusové nádraží (abreviada como aut.nádr. ou AN). Ficava na praça principal de Terezín, quase ao lado do Museu do Gueto. Parada autobusové nádraží, na chegada de Praga: o número 2 servia como referência, já que a parada de saída era a 1. Se quiser começar a  visita pelo Pequeno Forte, desça na parada U Památníku, que ficava quase em frente. A distância entre uma parada e outra era de 850 metros e o preço para ambas era o mesmo. Cada sentido, custava apenas 105 CZK.

Para comprar as passagens, tanto para a ida quanto para a volta, são três formas:

​– Direto com o motorista ( tenha algum dinheiro trocado );

– Adiantado, no guichê da AMSBus que ficava na Estação Rodoviária Florenc, em Praga   

  (também ligada ao Metrô por uma estação de nome igual, mas na linha B, cor amarela);

– Pela internet, no site da AMSBus.

  Atenção: se comprar pela internet, digite Praha no campo de local de saída.

A frequência de saída dos ônibus

Eram quase 20 saídas nos dias de semana, praticamente de hora em hora, tanto na ida quanto na volta. Já nos finais de semana as frequências eram menores, mas ainda eram boas. Verifique no site da MAS Buss  (lembrando de digitar Praha, no local de partida). A viagem durava 1 hora. Ao retornar para Praga, desça na Estação final, Nádraží Holešovice, ligada ao Metrô linha C, cor vermelha. Era a mais fácil para voltar ao hotel, ou seguir passeando pela cidade.

​O que visitar

Eram muitos os locais históricos, e alguns mapas chegavam a mostrar mais de 50 pontos, mas os principais e com mais conteúdo eram estes abaixo. Todos ficavam muito próximos uns dos outros.

Cemitério Judaico e Crematório

Ambos ficavam do lado de fora do Forte Principal, a 900 metros do Quartel Magdeburgo, em uma área bonita, com árvores e muita paz. Também era uma visita pesada, obviamente. Constava nos registros, que mais de 9 mil pessoas foram executadas e queimadas nos fornos deste Crematório. No caminho para o Cemitério Judaico e o Crematório, se passava pelo Columbário (onde eram guardadas as cinzas dos corpos cremados), pela Sala Cerimonial e pelo Necrotério. Eles estavam quase escondidos, em lados opostos da pequena estrada. Faça uma parada se for de seu interesse. Hoje todos serviam como memoriais.

Forte Principal

Era a vila de Terezín propriamente dita, e onde estava a maioria das atrações. Sugerimos um passeio pelas ruas e parques, olhando os prédios e entrando naqueles que mais lhe chamar a atenção. Apesar do clima pesado, o Forte Principal tem lugares bonitos.

Museu do Gueto

Ficava dentro do Forte Principal, junto à Praça do Exército Tchecoslovaco (Náměstí ČSA). Era uma visita obrigatória, e sugerimos que seja a primeira do seu roteiro, para que possa seguir adiante, com uma noção do que acontecera naquele lugar. Importante: era uma visita pesada e triste.

Adulto: cobravam 180 CZK. Estudantes, idosos e crianças pagavam 150 CZK.

Ingresso combinado (Pequeno Forte + Museu do Gueto + Quartel Magdeburgo): Adulto: cobravam 220 CZK. Estudantes, idosos e crianças: 170 CZK. O terceiro domingo de maio e o dia 27 de janeiro eram de entrada livre.

Este roteiro tinha quase 5 km de caminhada e facilitava a vida de quem ia para a cidade de ônibus comum, já que começava e terminava perto de paradas, por onde passava o ônibus intermunicipal.

​​Pequeno Forte

Era provavelmente o local mais visitado de Terezín e, ao contrário do Forte Principal, tinha todas as características mais evidentes de um Campo de Concentração, inclusive um portão com a infame  inscrição em alemão: Arbeit macht frei (O trabalho liberta). Como era uma prisão, o Pequeno Forte conseguia ser pior do que o Gueto, e se poderia ver isso nas celas, nos banheiros e em todos os ambientes. Recomendava-se uma caminhada calma, começando pelo Cemitério Nacional, que ficava no caminho para o portão principal, junto ao Pequeno Forte: 2.386 pessoas estavam enterradas aqui.

 

Horários e preços

Quase todos os locais abriam diariamente. As exceções eram o Crematório (que não abria aos sábados) e os dias 24, 25 e 26 de dezembro e 1º de janeiro, quando tudo fechava. Os horários, variavam no verão e no inverno, mas tudo abria entre 8.00 e 10.00h e fechava entre 16.00 e 18.00h. Pequeno Forte: o ingresso normal custava 180 CZK e para estudantes, idosos e crianças era de 150 CZK.

 

Quartel Magdeburgo

Também ficava dentro do Forte Principal, e dava para afirmar que era uma continuação da visita ao Museu do Gueto. O Quartel Magdeburgo, era onde funcionava a administração autônoma de Terezín, e hoje tinha exposições ligadas ao tema. Era emocionante ver como as pessoas se esforçavam para manter um mínimo de dignidade na vida, dentro de um lugar tão degradante...

Onde dormir

Hotel Koliba -  $$$ - Českolipská, 2100 - Litoměřice -

Situado em Litomerice, a 600 metros do Rio Elba, oferecia quartos confortáveis, com banho privativo e banheira de hidromassagem, acesso a internet, Tv HD e um ótimo café da manhã. O restaurante servia pratos da culinária regional e também dispunha de uma pequena Cervejaria, com produtos artesanais da República Tcheca. O estacionamento era seguro e de cortesia. 

Hotel Roosevelt - $$$ -  Rooseveltova, 962/18 - Litoměřic -

Estava a 300 metros da Estação de Trens, no centro histórico. Oferecia quartos confortáveis e dotados de banho privativo, TV HD, café da manhã e estacionamento cortesia. Ficava no meio do caminho entre Terezin e Litomerice, apenas a 3 km do centro. Tinha um ótimo atendimento.

Park Hotel Terezin -  $$$ - Máchova, 163 - Terezín –

Estava localizado próximo do centro histórico e da Fortaleza do Holocausto. Os quartos eram bons e dotados de banho privativo, com TV HD, acesso a internet, café da manhã e estacionamento gratuito. Recentemente, passou por reforma, mas manteve os traços característicos dos prédios regionais.

Onde comer

Café Espresso -Mirove namesti, 171/40 - Litomerice -

Era uma ótima Cafeteria que além de sanduiches servia excelentes pizzas. 

Radnični sklipek - Mirove namesti, 21/31 - Litomerice -

Suas produções eram focadas nas cozinhas européia e tcheca,

Santo Estefano - Dloulá, 192 - Litomerice -

Seu nome garantia a área de atuação de sua cozinha. Muito bem recomendada para as pastas e pizzas. 

Vinarna Vikarka - Machova, 177/5 - Litomerice -

Servia comida regional, uma variedade de cervejas artesanais e vinhos da Europa em geral, e também alguns tchecos.

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