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SEVILHA  -  O Metropol Parasol e a dança Flamenca -   Andaluzia  - Espanha  -  parte 1/2

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Metropol Parasol 

     

As informações e recomendações inseridas neste texto, objetiva facilitar seu programa de viagem para visitar esta bela e histórica cidade espanhola, considerada capital da Andaluzia. Como há muito o que visitar, escolha o que pretende conhecer e monte seu roteiro para melhor aproveitar sua passagem por aqui... 

ETIAS 2025 - Autorização para entrar na Europa

Anunciado em 2016, o  European Travel Information and Authorization System (ETIAS) — Sistema Europeu de Informação e Autorização — está cada vez mais próximo de ser concretizado. A nova regra de entrada de estrangeiros na Europa se baseia no sistema americano, com maior segurança e será válido a partir  de 2025, ainda sem data para início dos procedimentos.. O sistema verificará as credenciais de segurança e cobrará uma taxa (atualmente divulgada como sete euros) dos viajantes que visitam os países-membros do Tratado de Schengen, para fins de negócios, turismo, médicos ou de trânsito. Os viajantes, que atualmente visitam a Europa sem Visto, podem entrar na UE e nos países-membros de Schengen, gratuitamente e sem qualquer triagem de segurança digital antes de sua chegada à Europa. Vale lembrar que o ETIAS não será um Visto, mas uma autorização de viagem para viajantes que não precisam de Visto Consular para visitar a Europa.

​Sua posição geográfica, próxima do território africano, fizera com que Sevilha fosse por um longo período dominada pelos mouros. Os arabescos, azulejos coloridos e os belos jardins espalhados pela cidade, eram a marca registrada da herança moura. Em 1248, os cristãos reconquistaram a cidade. A Mesquita moura foi destruída, para a construção de uma Catedral católica, mas a torre, antigo Minarete da Mesquita, forfa mantida por conta de sua beleza. ​Em seguida, vieram os judeus, que se estabeleceram na região, no bairro de La Judería. Em 1492, foi a vez de Cristovão Colombo, partir no rumo das Índias e descobrir a América, fazendo de Sevilhao primeiro porto de saída europeu para o Novo Mundo.

O que visitar

Sevilha apresentava um dos mais bonitos conjuntos arquitetônicos da Espanha: Catedral de Sevilha, declarada Patrimônio da Humanidade, era a maior construção gótica da Espanha, com a famosa torre árabe La Giralda, as estâncias de Real Alcazar – um conjunto de palácios com mais de 1.000 anos de história, com belíssimos jardins, o bairro de Santa Cruz, a Torre del Oro e a Isla de la Cartuja, onde fora realizada a Expo de 1992. Para melhor conhecer a cidade e ganhar tempo, compre os tíquetes para o ônibus de turismo, que davam direito ao uso por um dia. Com ele, era possível descer e subir em qualquer ponto da cidade, quantas vezes desejasse.

Se quiser conhecer, por conta própria, comece pela Praça de Espanha. Uma praça gigantesca, um Palácio imponente, com fontes, chafariz, pequenas pontes, e milhares de azulejos clássicos da região  A arquitetura do lugar chamava a atenção por sua aparência e singularidade, tendo servido de cenário para alguns filmes – entre eles algumas cenas de Missão Impossível e do clássico filme  Guerra nas Estrelas. Continue em direção a Catedral de Sevilha, considerada uma das maiores do mundo em estilo gótico, e onde estavam os restos mortais de Cristóvão Colombo. Pelo lado externo  avistava-se uma torre gigantesca, conhecida como La Giralda, com mais de 100 metros de altura e do alto oferecia uma vista imperdível. 

Caminhe até o Real Alcazar, um conjunto de palácios construídos ao longo de várias épocas. Atualmente, servia de alojamento para a família Real ou para visita de personalidades. O Alcazar fora declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco, tamanha sua riqueza e imponência. Depois, visite o Parque Maria Luisa, com seus pequenos palácios, jardins que pareciam cenário de filmes e uma feirinha de artesanato,  que acontecia aos domingos. Faça um passeio  de charretes, e ouça o condutor contar um pouco da história da região.

Visite o bairro de Triana, um dos lugares mais charmosos de Sevilha, conhecido como  a alma de Sevilha, que ficava próximo ao principal rio da cidade. Para chegar,  atravesse a ponte San Telmo, onde começava a caminhada pelo bairro, desfrutando seus becos, pátios, e lojinhas em casas com suas portas abertas, para atender o turista. Caminhando pela beira do rio, chegava-se ao Mercado de Triana,  o mercado público da cidade. Como tinha alguns bares, aproveite para saborear uma cerveja espanhola acompanhada de uma porção de jamón ibérico. Continue o passeio pelo bairro Triana até chegar a hora do almoço, que poderia ser num dos pequenos restaurantes instalados em ruelas, por todos os lados.

Depois siga em direção a Torre del Oro, logo após atravessar novamente a ponte de San Telmo, onde estava o Museu Marítimo. Prosseguindo o passeio para conhecer La Maestranza Real de Cabaleria – a Plaza de Toros, que era uma das mais famosas praças de touradas do mundo, por ser uma das mais antigas. O acesso era permitido acompanhado de um Guia. Grupos entravam na arena, a cada 30 minutos. Os Guias falavam o inglês e espanhol, contando a história das touradas, da praça e de seus toureiros mais famosos.

O Bairro da Macarena era considerado um dos mais caros de Sevilha, tendo um patrimônio valioso, do qual pontuavam diversas igrejas, conventos e o seu imponente Arco de Entrada. Ao contrário do que se imaginava, a origem do nome do bairro não estava relacionada com a Virgem, conhecida como a Macarena, mas poderia ter as suas origens ou num vocábulo árabe, Macarea, ou na palavra romana Macarius. ​Depois visite o Parlamento de Andaluzia, que ocupava os prédios do antigo Hospital das Cinco Chagas. Data de 1558 e funcionara como hospital até 1972, tendo se tornado  sede do Parlamento apenas em 1992, ano em que a cidade acolhera a Exposição Universal – Expo 92. Para visitar era preciso agendar. 

Basílica da Hernandad da Macarena -   Plaza de la Esperanza Macarena, 1 -

As muralhas árabes, datadas do século XII, reconstruídas entre 1723 e 1795, estavam situadas à frente do Parlamento. O arco era o verdadeiro símbolo do bairro, foi uma das portas de entrada da cidade. Durante a Semana Santa, passava por ele a Virgem da Macarena, o adorado ícone religioso da cidade, levada em procissão num carro alegórico. Ao lado, estava a Basílica da Macarena, construída em 1949, cuja entrada era livre e onde se poderia ver a imagem da Virgem, famosa pela expressão do seu rosto, e também o museu, que continha acessórios, mantos, túnicas e várias peças desta Irmandade.

​Seguindo pela Calle Resolana, encontrava-se a Calle Feria, uma área de comércio tradicional, repleta de igrejas, mercadinhos, bares de tapas e muita gente circulando. Ao meio desta rua, estava a Paroquia do Omnium Sanctorum, uma das jóias da arte gótico-mudéjar da cidade, datada de 1249. Era onde foi criada uma das primeiras Irmandades de Penitência, a de Jesus Nazareno. A Paróquia ficava aberta de quartas as segundas de manhã e as terças à tarde. Depois, siga até Igreja de San Juan da Palma, sempre caminhando pela Calle Feria.

​Esta igreja, que abria para visitas todos os dias da semana, era a sede da Irmandade da Amargura e também demonstrava forte influência da arte gótico-mudéjar. Passando pelo Palácio das Donas, e seguindo pela Calle de Castellar, chegava-se à Praça de San Marcos, local onde ficava uma igreja mudéjar com o mesmo nome.  Junto estava a Capela de Nossa Senhora das Dores, e os Conventos de Santa Isabel e de Santa Paula. Aproveitando este circuito de igrejas e capelas, e inclua também a Paróquia de São Pedro, onde foi batizado o pintor Diego Velásquez, e hoje era a sede da Irmandade de Cristo de Burgos.

Catedral e a Giralda - Av. de la Constitución - 

Uma das maiores igrejas da cristandade, e monumental, a Catedral Gótica fora fundada sobre uma importante Mesquita. Duas das características mais marcantes da igreja, remetiam diretamente ao passado muçulmano do lugar – o Pátio de los Naranjos, onde os fiéis faziam suas orações e hoje estava tomado por laranjeiras, e o Campanário La Giralda. Esse último ainda possuia as formas básicas do Minarete do século XII, lembrando as edificações que até hoje sobreviviam em Marrakesh e Rabat, no Marrocos. Mas ao longo dos séculos, os símbolos do Islã foram sendo substituídos por motivos cristãos, culminando com a instalação do cata-vento (Giraldillo), no século XVI. Outro ponto de interesse, era o tumulo que guardava os supostos restos mortais de Cristóvão Colombo, sustentado por figuras que representavam os reinos de Castela, Aragão, Navarra e Leão. 

 

​Abria diariamente, de setembro a junho: segunda-feira (11.00 as 15.30h, com excursões guiadas sob reserva a partir das 16.00h); de terça a sábado das 11h as 17.00h e domingos das 14.30 as 18h. Em julho e agosto: segunda-feira 9.30 as 14.30h; excursões guiadas a partir das 15.30h com reserva antecipada); terça a sábado das 9.30 as 16.00h e domingos das 14.30  as 18.00h. O ingresso custava 10 Euros e para estudantes, crianças e idosos eram 5 Euros.

​Metropol Parasol - Plaza de la Encarnación - 

Era uma espetacular  construção de madeira, instalada na Plaza de La Encarnación, na zona antiga. Fora desenhado pelo arquiteto alemão Jürgen Mayer-Hermann, e a sua construção terminara em abril de 2011. Embora moderna, diferenciada, já está integrada à paisagem sevilhana e motivo de atrações para os visitantes, por seu aspecto construtivo e grande beleza arquitetônica. ​Era a maior estrutura em madeira do mundo, e recebera também o nome de Setas de la Encarnación ou Setas de Sevilla, que traduzindo para o português seria Cogumelos de Sevilha. Isto porque a estrutura consistia em seis guarda-sóis, com a forma de cogumelos de grandes dimensões.

​Inaugurada em 06 de maio de 2011, a construção fazia parte do projeto de renovação da Plaza de la Encarnación, transformando-a em um novo centro urbano contemporâneo. O que chamava a atenção, era como essa estrutura em madeira, que se mantinha em pé e inalterada, frente às intempéries. A estrutura, cujo desenho se inspirava nas abóbadas da Catedral de Sevilha, era composta por mais de 3 mil peças unidas através de barras de aço fundido, montadas in loco e capazes de suportar as altas temperaturas de Sevilha. As extremidades dos elementos de madeira, de pinheiro finlandês, se acoplavam nessa estrutura e toda ela estava protegida por um revestimento de poliuretano impermeável, mas que permitia a transpiração. Na base da estrutura, a 5 metros do nível da rua, com acesso por alguns degraus ou por escada rolante, chegava-se à Plaza Mayor, um espaço aberto de 3.500 m² onde aconteciam atividades de lazer, shows e eventos culturais.

​A parte que atraia os turistas, era justamente o Mirante, de onde se tinha uma das melhores vistas da cidade. Era um mirante panorâmico de 360 ​​graus, que estava a 28,5 metros de altura e o visitante poderia circular pelas passarelas curvilíneas de 250 metros, que serpenteavam por cima de toda estrutura. De cima, era possível enxergar as partes mais altas de monumentos e construções do centro histórico e arredores como a Plaza de España, o Oratório de San Felipe Neri, a Giralda e a cúpula da Catedral de Sevilha, assim como das igrejas do Divino Salvador e da Anunciação.

Monastério da Cartuja - Calle Américo Vespucio, 2 - 

A Cartuja de Santa María das Cuevas, também conhecida como Monasterio de la Cartuja, estava situada na Ilha da Cartuja de Sevilha, um moderno bairro criado por ocasião da Expo 92, ao qual se poderia acessar desde o centro, cruzando a Ponte da Cartuja ou pelo bairro de  Triana. ​Em 1400 foi criado o  Monasterio da Virgen de las Cuevas, pelo Arcebispo Gonzalo de Mena, que contara com a  contribuição financeira da nobre familia Ribera,  já nos finais do século XV, quando foi criada a Ordem dos Cartujos, que funcionava até o começo do século XIX. Era frequentemente visitado por Cristóvão Colombo, e portanto foi aqui sepultado, em 1509, juntamente com seu filho Diego,  para ser trasladado para Santo Domingo, em 1536.

​Em 1810, durante a invasão francesa, fora saqueada, quando fizeram desaparecer toda a decoração interna, expulsaram os Cartujos  e passara a ser utilizada pelo Exércíto estrangeiro, como Quartel General. Posteriormente, aqui foi criada uma fábrica de louça inglesa, pelo comerciante inglês Carlos Pickman, que a comprara em 1840. Foram erguidos dez fornos de garrafa,  que deram originalidade ao monumental conjunto, que seguira funcionando no Monastério, até 1982, quando foi desativado. Foi declarado Monumento Nacional em 1964, e transferido ao Governo de Andaluzia em 1982. Durante Exposição Universal de 1992, foi transformado em Pavilhão Real e desde 1997, era sede do Centro Andaluz de Arte Contemporânea e Museo de Arte Contemporânea de Sevilla. Para quem acessava através da Avenida Américo Vespúcio, pelo lado oeste, era seguir uma série de destaques :

​A Igreja - Estava fechada, sendo datada ao mesmo tempo que a Catedral de Sevilha. Sua fachada gótica, com decoração mudéjar e plateresca, era encimada por um parapeito de belos azulejos. Seu interior, era constituído por uma única nave coberta por abóbada com nervuras, destacava a área do presbitério, onde a abóbada era em formato de leque. A decoração interior vinha de uma reforma feita em 1614. Junto a Igreja encontravam-se diferentes capelas;

Atrio - Era um pequeno pátio, de onde se poderia apreciar a entrada da Igreja, em estilo gótico do século XV, onde se destacava uma grande roseta de azulejos. Nas laterais, se encontravam galerias, a da esquerda  expunha diversas peças arqueológicas e acesso a um cubículo principal, que abrigava uma grande casa de duas plantas, com um pátio central quadrado, de estilo renascentista, e galerias de arcos  sobre colunas de mármore. Ao  lado direito, era onde ficava a casa da família Pickman.

Capela de fora De estilo barroco do século XVII, conservava em perfeito estado o altar, e  no passado, era utilizada para atender aos pobres e enfermos. Se cruzava junto aos Jardins de Cristovão Colombo, depois de passar por uma entrada gótica decorada com azulejos maravilhosos;

​Porta dos cadeados - Era a porta de acesso a Clausura barroca, que era muito bem decorada, aonde se encontravam azulejos com o Escudo da Ordem e de seu fundador.

​Entrando à direita:

Capela de Santa Ana - Abrigava o túmulo de Cristóvão Colombo, há mais de 30 anos. Era de estilo mudéjar, do século XV, enfatizava as abóbadas de cruzeiro e cúpula, cobertas de gesso barroco.

 

​Entrando à esquerda:

Capela de Santa Catalina - Antiga capela, com abóbadas de bordas policromadas, do século XVII, e azulejos planos de  Sevilha. 

Capela de San Bruno -  Aqui estava a lápide de Alonso de Arcos, e a escultura do fundador da Ordem São Bruno. No  fundo, à esquerda estava a Sacristia do século XVI, de estilo mudéjar, abóbada octogonal com reboco barroco. Em seu interior estava o Coro. Durante a invasão das forças francesas, servira de açougue. Continue à direita para o Claustrillo Mudéjar, do século XV, com finas colunas de mármore e arcos inclinados. Seus corredores  comunicavam com o refeitório,  a Capela da Magdalena, e a Sala do Capítulo. Aqui os monges cartuxos viviam  em comunidade. Destaque para a variedade de azulejos, e a lápide de Per Afán de Ribera. Ele descrevia as estátuas de Juana de Zúñiga, viúva de Hernán Cortés e sua filha Catalina, que estavam sepultados no Convento da Madre de Deus, na Rua Eagles.

​Capela da Madalena - O primeiro templo do Mosteiro, e o que restara de afrescos de Santa Anna e azulejos renascentistas e pinturas murais ainda estavam preservados. Nesta capela, foi sepultado o fundador da Cartuja, Dom Gonzalo de Mena, hoje estava na capela da Catedral de St. James. No quarto capítulo, o mais espetacular, havia uma imagem da Virgem com o Menino, com uma cúpula magnífica e os  túmulos da família Ribera, arcos triunfais com a figura reclinada feita em 1520. Nos arredores da igreja, havia o grande Claustro, hoje  praticamente desaparecido. Foi cercado por células individuais e se poderia ver alguns objetos arquitetônicos originais.

​Museu de Artes e Costumes Populares - Plaza América, 3 - Parque Maria Luisa -

Criado em 1972, era um museu estatal gerido pelo Ministério da Cultura da Junta de Andalucía. Sua instalação no Pavilhão Mudéjar, da Plaza de América, foi devido à cessão de uso deste prédio, primeiro parcial e depois totalmente, que fez o Estado à Cidade de Sevilha. A proposta do Museu, era a prestação de um serviço público, de natureza cultural, para mostrar aos  visitantes a riqueza e variedade da etnografia da área em que este centro estava localizado. Não se referia apenas aos objetos e utensílios, que faziam parte da cultura tradicional, mas também aos costumes, conhecimentos e modos de vida em geral, nos quais esses objetos e utensílios estavam inseridos.

Museu de Belas Artes -  Plaza do Museo, 9 -

Instalado no antigo Convento da Merced Calzada, dos princípios do século XVII, seu acervo inclui obras que iam desde o gótico até o século XX. Sua coleção começara a ser reunida ao longo de sua história, graças a bens eclesiásticos liberados, doações particulares e aquisições públicas. Em suas várias salas, era possível contemplar obras de pintores como El Greco, Pacheco, Velázquez, Alonso Cano, entre outros. Dentro da exposição se destacavam o espaço dedicado a Murillo e a Escola Sevilhana, do século XVII e os quadros religiosos de Zurbarán. A riqueza, o poder e a influência de Sevilha — construídas, em boa medida, com a rapina das Américas — não poderiam ter passado em branco pela fisionomia da cidade. O Barroco Sevilhano, era uma das escolas mais significativas do chamado Século de Ouro espanhol. No tempo em que o sol não se punha sobre as terras do Império, artistas, arquitetos e artesãos se esforçavam, naquela beira do Guadalquivir, para traduzir em fachadas, pátios e altares todo o esplendor sustentado pelos carregamentos que cruzavam o Atlântico, em seus navios. 

 

Bons exemplos desse esplendor, estavam expostos no Museu de Bellas Artes de Sevilha, aberto em 1841, no antigo Convento de la Merced Calzada. O museu era a segunda Pinacoteca mais importante de toda a Espanha — perdia apenas para o Prado — e era um deleite para os olhos e não poderia ficar fora de seu roteiro. A visita ao museu, era fundamental para entender Sevilha. Bastava andar pelas ruas da cidade, para perceber a febre de beleza que consumia a então capital do Atlântico, durante os tempos áureos do Império Espanhol. Os poderosos competiam para ver quem tinha o solar mais vistoso, ou doava a peça mais bonita para decorar sua igreja de devoção. Isso fez de Sevilha um rico mercado para mestres e artistas, que chegavam de todas as partes da Europa — não bastasse a cidade ter a honra de ser local de nascimento de Murillo e Velázquez, e lar adotivo de Zurbarán, que até hoje emplacavam fácil os lugares de destaque, em qualquer antologia da pintura espanhola.

Museu de Dança Flamenca -  Calle Manuel Rojas Marcos, 3 -

O museu era bem pequeno, mas reunia muita informação. Prepare-se para andar pelo corredor, que mostrava os vários tipos da dança e explicava as diferenças entre cada uma. Proporcionava exposição de obras de arte, baseadas no flamenco e um interessantíssimo acervo de roupas e outros objetos de grandes dançarinos e momentos do flamenco, tudo sob a supervisão de sua mantenedora, a senhora  Cristina Hoyos, que tinha muitas histórias para contar aos visitantes. ​Foi construído em um prédio do século XVIII, sobre os escombros de antigo templo romano, que utilizava pedras recortadas pelos escravos tártaros. Ficava sobre o ponto mais alto da cidade, num cruzamento de ruas, onde Sevilha foi fundada. Era uma edificação muito interessante e curiosa, construída sobre uma urna que continha a Bíblia, o Corão e o Talmud, e escrituras hindus, com símbolos de paz e entendimentos entre os povos.

Museu Histórico Militar - Plaza de España - 

Estava localizado no corredor interior da Plaza de España, entre a Puerta de Aragón e a Torre Norte. Era herdeiro, em grande parte, dos fundos da antiga Artilharia Maestranza de Sevilla. O caráter de museu permanente e aberto ao público, era alcançado em sua localização atual e final, na Plaza de España, ao lado da Puerta de Aragón e nas proximidades do prédio sede. ​Com uma área de exposição de 2.036 m2, era constituído por mais de doze salas que expunham a maioria dos seus cinco mil fundos de conteúdo muito variado, que iam desde a arqueologia industrial até dispositivos de guerra. Destacavam-se as salas dedicadas à Artilharia Maestranza, com uma ampla coleção de armas portáteis aqui fabricadas, e elementos dos vários ofícios presentes na fábrica, como selaria, carpintaria, etc. ​Em outras salas do Museu, a história de Sevilha era amplamente representada por modelos e itens relacionados à cidade. Também bandeiras, uniformes, móveis e outros fundos variados pertencentes a Unidades dissolvidas na Andaluzia, estavam expostos, após as sucessivas reduções que o Exército enfrentara

 

Ponte de Alamillo -

Era uma estrutura que atravessava o Canal de Alfonso XIII, facilitando o acesso a Cartuja, uma península situada entre o Canal e o Rio Guadalquivir. Foi construída como parte das melhorias de infraestrutura, para a Expo 92, realizada em grandes fazendas de banana, na ilha. A construção começou em 1989, e foi concluída em 1992, a partir de um projeto de Santiago Calatrava. A ponte era do tipo ponte estaiada, suspensa por cabos de aço, apoiada em um único poste, contrabalançando uma extensão de 200 m, com treze comprimentos de cabos. A intenção original, era construir duas pontes simétricas, em ambos os lados da ilha, mas no final, o design singular do Alamillo, se mostrou mais impressionante e convincente.

 

 

 

 

Parlamento Regional

Praça de Espanha -  Av. de Isabel la Católica

Era um grande Complexo cheio de prédios, que ficava dentro do Parque Maria Luisa. A praça tinha ao todo 50.000 m2, e era um dos melhores lugares para relaxar e apreciar a história e arquitetura espanhola. Uma dica, era observar de perto cada detalhe, como os bancos da praça, onde cada um representava uma Província da Espanha.

​A Praça foi projetada pelo arquiteto sevilhano Aníbal González, e suas obras começaram no ano de 1914, resultando no projeto mais ambicioso e caro da Exposição Iberoamericana, de 1929. Assim como outras obras da cidade, o responsável por ficar de olho nos trabalhos arquitetônicos, era o Rei Afonso XIII. Em 1928, ele subiu a uma das torres, contemplou a cidade e teria comentado com o Prefeito, que seria proibido que dentro da cidade se construíssem prédios com muitos andares, a fim de evitar tirar o caráter de Sevilha. ​A Praça não tinha o seu formato à toa. Segundo contava a história, a forma da praça simbolizava o abraço de Espanha a seus antigos territórios americanos. Estava virada para o Rio Guadalquivir, mostrando o caminho que se deveria seguir até à América. De toda a área da praça, 31.000 m2 era espaço livre, e o restante estava edificado. Ao redor, percorria um canal de 515m,  que era atravessado por quatro pontes. 

​Praça de Touros -  Plaza de Cristóbal Colón, 12 - 

EraÉ propriedade da Real Maestranza de Caballeria de Sevilla, um dos templos da história das touradas, o mais belo exemplo da arquitetura das touradas e uma etapa fundamental na evolução da Fiesta de los Toros.  Possuia o status de BIC (Propriedade de Interesse Cultural), era o terceiro monumento mais visitado em Sevilha, depois da Catedral e do Alcázar. ​Como fazia todos os anos, o Real Maestranza escolhia a um pintor, que anunciasse o ciclo de touradas em sua Real Plaza, para a próxima temporada. Era uma iniciativa de promoção cultural, que desde 1994 conseguia reunir a melhor coleção de cartazes contemporâneos das touradas. Desde 1933, a empresa Pagés, era a locatária e organizadora das touradas.  A cada temporada, fazia os cartazes buscando trazer as primeiras figuras do momento, que baseavam sua temporada, em como eles eram colocados nos cartazes de Sevilha.

Horários de funcionamento:

​Das 9.30 as 19.00h (de 1º de novembro a 31 de março);

Das 9.30 as 21.00h de 1º de abril a 31 de outubro;

Sexta-feira Santa, e dia de touradas: das 9.30 as 15.00h, exceto para novilhadas de promoção, que duravam até as 19.00h. Proporcionava visitas guiadas em espanhol/inglês a cada 20 minutos.

 

​Ingressos:

​Entrada era de 10 €

Mais de 65 anos, pensionistas e estudantes pagavam 5 €

Crianças, com um adulto, até 6 anos, grátis e dos 7 aos 11 anos 3 €.  Estas tarifas não eram aplicáveis as segundas-feiras, das 15.00 as 19.00h.

​Real Alcazar -  Pátio de Bandeiras -

Era um dos mais antigos Palácios, ainda em uso no mundo. Era um Palácio que vivera diferentes etapas no tempo, desde o final do século XI, até os dias atuais e que de suas paredes contemplara a influência das diferentes culturas que passaram por Sevilha. Era também uma testemunha fiel da história da cidade, marcada pela diversidade de culturas e legados que passaram por aqui.  Sua fundação, em  913, servira ao propósito de acolher o líder do Califado de Córdoba. Ao longo dos séculos que se seguiram, foi alvo de constantes obras e se expandiu por intervenção dos seus senhores reais. No século XII, a mando do Califado Almóada, o Complexo atingiu uma extensão que chegava à Torre Abd El Aziz, na Avenida Constitución.

 

Nessa época, já incluía um sem número de palácios, assim como uma curiosa passagem secreta que conduzia à Mesquita, hoje uma Catedral do Reino, para que o Rei pudesse participar das atividades religiosas, sem ter de cruzar com o povo. Pouco depois da reconquista cristã, os novos reis que se impuseram, decidiram demolir grande parte das construções mouras e substituí-las pelos palácios de Alfonso X ( atual Palácio Gótico) e pelo Palácio de Pedro I, também conhecido por Palácio Mudéjar, famoso pelos seus labirintos e deslumbrantes azulejos de cerâmica.  

​A grande surpresa, ficava ao lado do Palácio Gótico, e certamente era uma das mais interessantes atrações do Complexo. Eram os Banhos de Lady Maria Padilla, cujo acesso se dava através de uma pequena passagem, próxima do Lago de Mercúrio. Esta figura histórica, foi amante de Pedro I e, como se não bastasse este detalhe misterioso, também a atmosfera de absoluta quietude e surdina, típica dos lugares recônditos ou subterrâneos, acrescentavam um lado quase secreto ao espaço. Os ditos banhos captavam a água da chuva, através de uma instalação particular, e se não forem vistos com os seus próprios olhos, dificilmente se poderia acreditar.  

Através de uma entrada modesta, dada a exuberante ornamentação da fachada, levava o visitante para dentro do Palácio. Siga pela esquerda, passando por um caminho repleto de rica azulejaria, para ao chegar ao pátio central, denominado Pátio das Donzelas. Seu nome tinha origem numa velha lenda sobre reis mouros, que exigiam um tributo anual de vinte donzelas, a seus súditos cristãos. Uns espelhos de água, com ornamentação natural, eram vigiados por uma coluna em arco, ao estilo decorativo Mudéjar. Esta era uma novidade que os visitantes não devriaem deixar de ver, já que o espelho de água e os jardins em volta, estiveram enterrados e esquecidos debaixo de um chão de mármore desde o século XVI, e só recentemente foram redescobertos e restaurados. 

Ao lado de Las Doncellas, existiam várias outras divisões, que originalmente eram tanto de âmbito público como privado. O Corredor dos Embaixadores, que em tempos foi também a sala do Trono do Rei Pedro, tinha um teto de madeira abobadado; já o Quarto do Príncipe, apresentava uma cúpula representativa de céu estrelado. O Pátio das Bonecas, dava para os quartos privados do Palácio e possuia este nome por referência às pequenas cabeças esculpidas, que fazem parte da decoração dos arcos. No canto sudeste do Palácio Mudéjar, escadas levavam até aos quartos de Carlos V, distribuindo-se pelo andar superior de um Palácio Gótico. Os elegantes corredores, com as suas grandes janelas voltadas para os jardins, lembrarião cenários familiares aos fãs do Game of Thrones. Era que muitas das cenas da famosa série, foram filmadas aqui. Do outro lado do Palácio Gótico, ficava-se de frente para o Pátio do Cruzeiro, que era originalmente um andar superior do Palácio Almohad. O piso térreo, ficara completamente destruído e soterrado, durante o devastador terremoto que atingiu Lisboa, em 1755.

A oeste de Montería, ficava a Zona Comercial do Palácio, onde  os maiores negócios eram geridos, a partir das divisões da Casa de Contratación. Esta foi fundada em 1503, com o objetivo de fiscalizar e gerir todas as trocas comerciais, com o chamado Novo Mundo. Também era aqui que se encontrava o Salão do Almirante, onde se organizavam as expedições de descoberta territorial, e se garantia a proteção dos tesouros conquistados. No último andar do Palácio Mudéjar, ficavam os aposentos reais. Só poderiam ser visitados mediante uma prévia solicitação, e durante visita guiada, mas eram fascinantes e mereciam este trabalho suplementar. Durante a visita, se poderia entrar no Salão de Audiências e no quarto de Pedro I, menos nos quartos privados da atual Família Real espanhola por estarem vedados. Uma sequência de pequenos jardins, atravessava todo o espaço exterior em volta dos palácios, sendo que o mais interessante encontrava-se em frente às janelas do Palácio Gótico. O Lago de Mercúrio, saltava de imediato à vista, um lago quadrangular, com carpas, uma fonte de água e estátuas ao centro. Um caminho interior, levava até a um ponto de observação que proporcionava uma bonita visão sobre os jardins. 

 

Torre do Ouro -  Plaza de Cristobal Colón -

​Foi construída em 1220, e fazia parte das muralhas que protegiam a cidade das invasões árabes. No entanto, quando Sevilha foi tomada pelos católicos, a torre começava a ter outras funções, servindo até como depósito da Capela. Atualmente abrigava o Museu Marítimo. Diziam os antigos, que recebera este nome porque no passado, era coberta com azulejos de ouro. Que fim levaram os azulejos ninguém sabe. Estava localizada no Paseio Cristóbal Colón, e funcionava de segunda a sexta das 9.30 as 18.45h. e aos sábados e domingos das 10.30 as 18.45h, fechando apenas nos dias de feriado. O preço do bilhete era de 4€ para adultos e 1,50€ para estudantes e crianças entre 6 e 14 anos.

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