ROTEIRO pelo ALGARVE - Portugal
Algar de Benagil - Albufeira
O Green de São Lourenço - Almancil
E
Este roteiro fora desenvolvido para facilitar o passeio, por uma das regiões turísticas mais fortes e importantes de Portugal. Partimos do pressuposto que o visitante chegaria à região por via aérea e vindo de carro desde Lisboa e a programação deveria começar pelo extremo Sudoeste onde estava a cidade de Sagres.
O Algarve era uma das regiões mais bonitas, interessante e de forte demanda turística em Portugal. Para quem pretende visitar somente esta região, preparamos este roteiro que, obviamente, incluirá uma pequena passagem pelo Alentejo. Tem mais de 50 praias, tem mirantes, grutas, falésias e parques que fica até difícil priorizar os passeios. São cerca de 200 km de costa, desde Sagres, no extremo Oeste lusitano, até Vila Real de Santo Antônio, na fronteira com a Espanha. O eixo mais visitado fica entre Faro, a capital, mais ao Leste, e Lagos, que fica a 84 km de distância.
SAGRES
Situada no extremo sudoeste de Portugal, encantava principalmente os turistas que visitavam o Cabo de São Vicente, situado em uma zona chamada de Costa Vicentina. Um mar de águas agitadas e penhascos de mais de 60 metros compunha o belíssimo cenário. Por tradição, quem visitava a área no momento do pôr-do-sol esperava o sol desaparecer para bater palmas. Um verdadeiro espetáculo da natureza. O nome Sagres vinha dos romanos, que lhe deram o nome de Promontorium Sacrum, ou seja, promontório sagrado. Ela sempre fora associado ao Cabo de São Vicente, e acreditava-se que para além deste, não havia mais nada, por isso o desafio dos navegadores portugueses. A Fortaleza de Sagres, destruída por Sir Francis Drake, era um dos símbolos dessa época, já que fora desde esse ponto que Dom Enrique impulsionara a construção de navios exploradores, no século XV.
A Igreja Nossa Senhora das Graças, mandada construir pelo Infante D. Henrique, fora erguida sobre a igreja original de Santa Maria. Ela pertencia ao século XVI, e ostentava uma imagem de São Vicente, trazida do Convento do Cabo de São Vicente. Na igreja, era possível ver o sepulcro de um Capitão espanhol, que lutara contra os ataques de Sir Francis Drake, e o túmulo de dois comandantes da Fortaleza.
Na região, encontrava-se alguns bons restaurantes especializados em peixes e frutos do mar. Por exemplo, o restaurante Mar à Vista, que só não abria às quintas-feiras, funciona das 10.00 à meia-noite. Ficava a apenas 10 minutos, de carro, a partir do Cabo de São Vicente, e mais próximo ainda da Fortaleza de Sagres, outro ponto turístico popular. O lugar, apesar de sua posição geográfica diferenciada, ainda assim tinha boas praias, como a Praia do Telheiro, a Ponta Ruiva, Praia do Beliche e Praia do Tonel, que era a preferida dos surfistas.
LAGOS
Era o próximo destino deste passeio, situada a 52 km de Albufeira. Além de suas ruelas, bons restaurantes e bares, a atração era a Ponta da Piedade, um monumento natural formado por diversas rochas, grutas e penhascos alaranjados de até 20 m de altura. Chegava-se pelo Mirante do Farol e em passeios de barco. Nas proximidades ficavam as praias mais frequentadas, a da Boneca, Camilo, Meia Praia e Dona Ana que, segundo os melhores Guias de Turismo, era uma das praias mais bonitas do mundo. Aproveite para conhecer o Forte da Ponta da Bandeira, o interior dourado da Igreja de Santo Antonio, os resquícios das muralhas que cercava a cidade e a mística Igreja de Santa Maria, em frente ao antigo Mercado de Escravos e a estátua do Infante Dom Henrique I. A surpresa e o encanto, vinham por conta do sobe e desce, em suas ruazinhas coalhadas de turistas estrangeiros e portugueses, os restaurantes, bares e cafés funcionando à pleno e a simpatia de seus moradores.
As demais atrações
Castelo dos Governadores - Fora reconstruído no antigo lugar de um castelo árabe, nos séculos XIV a XVI, tendo se tornado a residência oficial dos governadores do Algarve. Fora parcialmente destruído pelo sismo de 1755.
Igreja de Santo Antonio - Uma impressionante talha dourada do século XVIII era uma das mais belas do país, mostrando o autêntico barroco português.
Igreja de São Sebastião - Era uma capela no século XIV, que em 1463 fora transformada em igreja dedicada a São Sebastião. Possuia uma grande estátua de Nossa Senhora da Glória, vinda do Brasil e um crucifixo do século XVI. De seu topo proporcionava uma bonita visão da cidade e do mar.
Mercado de Escravos - Os escravos trazidos da África eram vendidos nesse que afirmavam ser o primeiro mercado de escravos da Europa. No piso térreo havia uma Galeria de arte.
Museu Municipal Dr. José Formosinho - Ficava junto a Igreja de Santo Antonío, e possuia uma coleção de arte sacra, vestígios arqueológicos, pinturas e uma seção dedicada à história de Lagos, à etnografia algarvia e a mineralogia.
ALVOR
Era uma freguesia de Portimão, que veremos a seguir, rodando 21 km desde Lagos. Apesar de pequena, conseguia ser extremamente animada entre turistas. A freguesia erguera-se na tradição dos pescadores locais. Até hoje, era um dos melhores locais do Algarve para quem apreciasse peixes e frutos do mar. Tudo era sempre fresco, colhido no dia e entregue aos restaurantes. Havia praias muito bonitas, e o maior charme estava na Vila histórica, com construções centenárias. Entre elas, encontravam-se até restos de um castelo. Nessa Vila, havia inúmeros bares e restaurantes. Também os famosos pubs, bem em estilo inglês ou irlandês, porque a área era destino favorito de turistas desses países. Outro ponto de destaque era a Ria de Alvor, uns metros abaixo da Vila. Visite essa área e prepare-se para não ter vontade de ir embora.
PORTIMÃO
Saindo de Alvor, rode 7 km pela Via EM 532 até chegar a Portimão. Já nos tempos dos Fenícios, dos Gregos e dos Cartagineses, Portimão era um pequeno local de comércio e dispunha de porto natural, na foz do Rio Arade. Durante a época da ocupação árabe, o rio representava para Silves - a capital do Algarve de então - a ligação mais importante com o mar. Com o desenvolvimento das indústrias pesqueiras e de conservas, nos finais do século XIX, Portimão tornara-se num importante centro econômico, cuja decadência fora marcada pela recessão no início dos anos 80 do século passado. Portimão - onde estavam situadas as Praias da Rocha e Praia do Vau - era hoje uma moderna cidade turística, com forte comércio e uma vida noturna movimentada.
ALBUFEIRA
Serão mais 36 km, desde Portimão pela Via A22. Nas primeiras décadas do século XX, registrara-se um aumento acentuado na exportação de pescados e de frutos secos. A Vila tinha cinco fábricas, que empregavam cerca de mil pessoas pessoas, sobretudo as mulheres dos pescadores. Entretanto, da década 30 à década de 50, foram tempos de decadência, as armações de pesca arruinaram-se, as fábricas fecharam, as embarcações desapareceram e muitas casas foram abandonadas. A população ficara reduzida à metade, e a pesca tornara-se novamente numa atividade apenas de subsistência.
Quase vizinha a Vilamoura, a cidade de Albufeira que tinha pouco mais de 40 mil habitantes, e ainda assim era uma das mais populosas da região, muito concorrida por sua agitada vida noturna, bons restaurantes e ótimas praias. A partir de Albufeira, o acesso às praias ficava um pouco mais difícil, onde o banhista deveriam acessar pelo topo da falésia e descer até a beira mar, por uma escada com pouco mais de cem degraus. Era assim, por exemplo, para chegar na praia da Coelha, um trecho quase deserto onde a faixa litorânea atravessava arcos entre rochas e pequenas grutas.
De Albufeira até a Lagoa, não existia prainhas, eram todas incrivelmente bonitas, como se tivessem sido propositalmente esculpidas para cativar o visitante. Uma sugestão para melhor apreciar esse trecho era um passeio de barco, que saia da Marina de Albufeira, e ia até a Lagoa, e retornava três horas depois. Um Guia explicava em inglês e português, tudo sobre as várias praias, suas histórias e curiosidades, como a do Submarino Amarelo, que teria inspirado os Beatles na canção homônima. O ponto alto do passeio, era o Algar de Benagil, no município de Lagoa, situado ao lado da Praia da Marinha, uma imensa gruta à beira-mar, com um grande orifício na parte superio, por onde entravam os raios solares iluminando a praia dentro da caverna.
Nos arredores de Albufeira - desde a Praia da Falésia, a Leste, até a praia de São Rafael, a Oeste, encontravam-se algumas das mais belas e famosas praias do Algarve, de um total de 25 praias, dentre as quais a praia da Rocha, da Baixinha ou dos Tomates, das Falésias, Olhos d`água, Galé e da Coelha. A cidade mantinha um patrimônio histórico e cultural que representava o espírito e força de um povo que acreditava no poder da fé, como valor essencial. Em representação disso, poderiamos encontrar vestígios físicos por toda a cidade:
Igreja de Sant'Ana - Era um templo construído no século XVIII. Sua Capela Mor apresentava um retábulo em madeira, de autoria dos mestres Francisco Xavier Guedelha e João Baptista.
Igreja Matriz – Fora erigida no século XVIII como substituição da anterior que ruira com o terremoto de 1755. No cume do arco da porta principal, estava a Cruz de Aviz, símbolo da Ordem Religiosa Militar, a que pertencera Albufeira.
São Vicente de Albufeira – Era o monumento em memória de Frei Vicente de Santo António, nascido no ano de 1590, natural da Vila de Albufeira. Era letrado e inteligente, saira de Albufeira, tendo prosseguido os estudos na Capital. Dedicarau-se á Igreja após falecimento dos pais. A sua fé levou-o a peregrinar pelo Oriente, Japão mais precisamente. Sofrera nas mãos de inimigos da Cristandade. Falecera a 3 de Dezembro de 1632, erguendo um crucifixo e bradando Viva a Fé de Jesus Cristo.
Torre do Relógio – Era o Ex-libris da cidade, com uma coroa de ferro, que sustentava o sino das horas.
Torre Sineira - Construída em 1869, constitui parte da Igreja Matriz, com um carrilhão de oito sinos.
Dica de gastronomia
Restaurante Tasca Portuguesa - Passeio do Ouro - loja 5 -
Localizado na Marina de Albufeira, este restaurante ou tasca, como se chamava em Portugal, para àqueles restaurantes estilo boteco. Era um dos melhores lugares para comer bem e barato. Os petiscos eram variados, o ambiente era muito tranquilo e a carta de vinhos trazia as melhores sugestões das vinícolas portuguesas.
Restaurante Três Palmeiras - Av. Infante Dom Henrique, 51 -
Era um restaurante familiar, onde se comia muito bem a a bom preço. O restaurante era um dos mais famosos da cidade, mas o que lhe dava a fama era as várias opções do cardápio, todas ótimas e de culinária típica portuguesa.
ALMANCIL
Para chegar, use aa Vias EM 526 e N 125, rodando uns 23 km. A pequena cidade de Almancil, era agradável e típica do Algarve. A aldeia vizinha de São Lourenço, ostentava uma igreja decorada com azulejos azuis característicos que contavam a história da vida do seu padroeiro, sendo este exemplo de trabalho em azulejo, particularmente notável devido à sua idade, que remontava a 1730, e ao fato de ser atribuído a um dos mestres da azulejo da época, Policarpo de Oliveira. A poucos passos da igreja, ficava o centro cultural, que por muitos anos recebera uma série de exposições de arte e apresentações musicais. A cerâmica local também era muito bem reconhecida.
Almancil devia a sua posição na rota turística principalmente a dois Resorts, muito exclusivos, localizados a 10 km da cidade. Tanto a Quinta do Lago como Vale do Lobo, eram empreendimentos que ofereciam hospedagem de luxo, ótima comida e excelente campo de golfe. Vale do Lobo estava muito longe da sinistra tradução inglesa do seu nome. Este suposto Vale do lobo era, na verdade, o empreendimento de golfe mais bem estabelecido na área. Criado no final dos anos 60, antes do final da ditadura de Salazar, e antes de qualquer um dos seus concorrentes atuais, o seu papel em ajudar a estabelecer o Algarve, como paraíso dos golfistas, não poderia ser subestimado, embora os seus campos de tênis também fossem dignos de elogios. O famoso golfista britânico Henry Cotton, desenhara o percurso, cujo terreno era variado e belo, com ravinas largas e bunkers, que competiam com esplêndidas vistas do Oceano ou dos aglomerados de amendoeiras e oliveiras, tão típicos desta parte de Portugal.
O enorme Complexo da Quinta do Lago, impressionava com seu hotel 5 estrelas que já acomodara Chefes de Estado e outros tantos famosos, enquanto seus excelentes restaurantes ofereciam uma cozinha adequada para Reis. Seus mais de 1.500 hectares ofereciam nada menos que quatro campos de golfe, todos situados ao longo de trechos da Reserva Natural do Rio Formosa, e cada um com seu próprio sabor característico. O green de São Lourenço era par 72, e considerado o mais complicado, com uma grande extensão de água salgada, para superar em algumas das unidades longas. Os campos da Quinta do Lago e da Ria Formosa, levavam-no por um terreno muito típico do Algarve, isto é, aglomerados de sobreiros e a sombra perfumada dos pinheiros. Finalmente, projetado pelo norte-americano Ronald Fream, o Pinheiros Altos ostentava os aludidos pinheiros altos, junto com vários pequenos lagos.
LOULÉ
Saindo de Almancil, use a Estrada do Vale Formoso e a Via EM 521, num percurso de 17km. Aqui era onde se localizava o famoso Complexo Turistico de Vilamoura. Era uma área de 1.600 hectares, criada nos anos 60 pelo banqueiro português Artur Cupertino de Miranda. O empreendimento fazia tanto sucesso, que virara reduto de turistas ingleses. O coração de Vilamoura era a Marina, repleta de bares, restaurantes, boutiques e uma agitada Promenade, atraente para passeios noturnos. Ao redor dela, estavam os hotéis de luxo, o Cassino, restaurantes, bares e pubs, clubes de mergulho e um pouco mais afastado, cinco greens de golfe, esporte muito praticado no Algarve. Mais popular mas também com ótima infra-estrutura era a praia de Vilamoura.
Onde as noitadas acontecem
Água Moments – Era uma balada ao ar livre, que ficava na Marina de Vilamoura. A entrada era bem escondida, mas era um lugar muito interessante para ir na temporada de verão.
Bliss – Tinha área interna e externa, bons djs de eletrônico e comercial, shows e se tiver com saudades do Brasil, o que não faltava no repertório, eram funks e sertanejos super atuais e uns hits mais vintage.
Seven – Afirmavam que pertencia ao jogador Cristiano Ronaldo – dava uma galera mais nova, tocava muita música portuguesa.
Urban Beach – Era também ao ar livre, e de frente para o mar. Tinha uma piscina no meio da balada, que obviamente não se poderia entrar. Mas imagine o que acontecia lá, pelas horas tantas.
FARO
O caminho de Loulé a Faro, era pelas Vias N 125-4 e IC 4, para um percurso de 17 km. Com uma população pouco mais de 400.000 habitantes, Faro era a capital do Distrito do Algarve. Apesar da maioria dos prédios interessantes ter sido restaurada depois do terremoto de 1755, existiam ainda numerosos vestígios das presenças romana e árabe na região. Durante os cinco séculos da ocupação muçulmana (712-1249), tempo em que a cidade se chamava Ossonoba, Faro fora um importante porto comercial. Porém, com o declínio da importância de Silves como a capital da região do Garb (Ocidente) al-Andaluz, ela tornarau-se o centro administrativo da região.
O Algarve já fora uma importante base de expansão marítima portuguesa nos séculos XV e XVI, devido às boas condições para navegação. Antes de ser uma das jóias da Coroa portuguesa, fazia parte do Império Mouro e dele herdara o nome: os muçulmanos a chamava de Al-Gharb Al-Andalusi, ou seja, Andaluz do Oeste. Os mouros foram expulsos no século XIII e o AL gharb tornara-se Algarve. Para melhor conhecer essa história toda, deveria começar visitando Faro, onde existiam monumentos notáveis, como o Arco da Vila, construído no século XIX sobre as portas medievais, inclusive a Porta Árabe, um portão em forma de ferradura remanescente das antigas muralhas erguidas pelos mouros, no século XI. Circule pela Vila-Adentro, com suas ruas estreitas, para sentir a atmosfera medieval que permeava o ambiente todo.
Fora das muralhas estava a bela igreja de Nossa Senhora do Carmo, templo em estilo barroco erguido em 1713, e com seu interior decorado com ouro vindo do Brasil. Nos fundos da igreja estava a curiosa Capela dos Ossos, cujas paredes eram revestidas com o ossário dos membros da Ordem Religiosa. Outra visita a incluir era a Catedral de Faro, ou Igreja da Sé, construída em frente a uma praça repleta de laranjeiras, tendo em seu interior, azulejos pintados e muito ouro. Na parte externa, estava a torre do Campanário com vista para a Ria Formosa e para a cidade.
Outras atrações
Arco da Vila - Numa das portas medievais do recinto amuralhado, se encontrava um portal monumental, em cujo nicho figurava uma imagem em mármore de São Tomás de Aquino. Na face interior, havia um portal em ferradura, que correspondia a uma entrada nas muralhas árabes.
Arco do Repousao - Principal entrada terrestre, na época de ocupação árabe (séculos XII /XIII). No século XIII, devido à Reconquista Cristã, esta entrada fora reforçada pelos árabes com duas torres Albarrãs, de modo a facilitar a defesa da cidade, tornando difícil o acesso do inimigo.
Catedral da Sé - Sua construção começara após a Reconquista cristã, em 1251, pelo Arcebispo de Braga, Dom João Viegas. As tropas inglesas do Conde de Essex saquearam e incendiaram a cidade em 1596, arruinando gravemente o templo. Reconstruíram as colunas e os respectivos arcos, de acordo com os princípios da arquitetura chã, tendo-se mantido diversas capelas, que foram remodeladas nos séculos XVII e XVIII.
Igreja de Nossa Senhora do Carmo e Capela dos Ossos - Dominando o Largo do Carmo, fora fundada em 1713. O último piso fora feito em 1775, a torre nascente nos princípios do século XIX, e a outra em 1878. A talha era a manifestação artística mais utilizada nesta igreja, tendo nela trabalhado os melhores escultores da região. Mereciam ainda referência a ornamentação da Sacristia, o acervo de imaginária da Procissão do Triunfo e a Capela dos Ossos, construída com os ossos de mais de mil monges, e pretendia relembrar-lhes a efemeridade da vida.
Igreja de São Pedro - Nesta igreja, os efeitos do terremoto de 1755 foram tão graves, que originaram profundas modificações arquitetônicas. As novas colunas, foram feitas em 1760, imitando as da Igreja da Sé. No seu interior, encontravam-se significativas manifestações dos séculos XVII e XVIII, com realce para a Capela-mór e para as capelas do Santíssimo Sacramento e de Nossa Senhora da Vitória.
Museu Marítimo Almirante Ramalho Ortigão - Fundado em 1931, este pequeno museu era dedicado às atividades marítimas e particularidades que dominam a vida do Algarve.
Museu Regional do Algarve - Aqui encontravam-se os vestígios da vida tradicional do Algarve. Em exposição estavam cerâmicas, teares e arreios decorativos. As fotografias, documentavam antigas técnicas agrícolas. Um olhar sobre um Algarve que já foi bem diferente: Praça da Liberdade, das 9.00 às 12.30h e das 14.00 às17.30h. Fechava nos fins-de-semana.
Palácio de Estói - Totalmente remodelado pelas Pousadas de Portugal, este lindíssimo Palácio em estilo rococó merecia uma visita. Passeie pelos jardins em estilo Versalhes, tome uma bebida numa das belíssimas salas ou no maravilhoso terraço! Podia-se ainda pernoitar num dos seus 63 quartos.
OLHÃO
Ficava apenas a 10 km de Faro, vindo pela Via N 125. Depois da Revolta de Olhão, contra os franceses, entre 16 e 19 de junho de 1808, alguns pescadores ofereceram-se para ir ao Brasil divulgar ao futuro Dom João VI, a notícia da restauração do Reino do Algarve. O caíque Bom Sucesso, como se chamava a embarcação que os levou, chegara ao destino, no dia 22 de setembro de 1808, espantando o próprio Príncipe Regente, que recompensara e condecorara os olhanenses com diversos cargos públicos. Em 15 de Novembro, através de Alvará, o Monarca concedia ao lugar de Olhão o nobre título de Vila do Olhão da Restauração, igualando-a as vilas mais notáveis do Reino.
Os Mercados Municipais de Olhão, um dos ex-libris da cidade, começaram a ser construídos em 1912, sendo inaugurados quatro anos depois. Foram construídos roubando espaço à Ria, consolidando-se as edificações, através de um processo conhecido por bate-estacas, ficando cada um dos prédios, apoiado em oitenta e oito estacas, ligados entre si, através de arcos de alvenaria de tijolo.
Exemplo modelar da arquitetura, do ferro e do vidro, o prédio, com enorme impacto urbanístico, em tijolo aparente e estrutura metálica, foi edificado para dotar a cidade de Olhão, de uns mercados funcionais. De planta longitudinal, os Mercados são compostos por dois espaços retangulares de vértices arredondados, correspondendo ao Mercado das Verduras e ao Mercado do Peixe, sendo ambos delimitados por quatro torreões circulares envidraçados. Submetidos a obras de reabilitação, nos finais do século XX, mantinha o aspecto exterior, reaberto ao público em 1998. Uma das novidades mais recentes, era o seu interior, forrado com azulejos pintados pelo artesão Costa Pinheiro.
TAVIRA
No passado Tavira era um importante porto de pesca, sendo a captura e transformação do atum, até 1950, uma das principais atividades econômicas do município. Os produtos do mar, eram o forte da gastronomia, destacando-se os mariscos, o polvo, o atum e o peixe grelhado. Não se pode esquecer a Serra e o interior, onde a perna de cabrito no forno, a açorda de galinha, a caça, os embutidos, o queijo fresco de cabra e ovelha fazem parte do cardápio tradicional. Nos restaurantes e pastelarias, experimente os magníficos doces feitos à base de amêndoa, gila, alfarroba, figo e os folhados de Tavira. Não deixe de provar uma aguardente de medronho ou figo, produzida artesanalmente nas freguesias de Santo Estêvão e Santa Catarina da Fonte do Bispo.
O vinho na região do Algarve, remontava à presença muçulmana, não só pelo cultivo das vinhas, mas também pelo comércio e exportação, bastante acentuados em Tavira. A única adega da região demarcada de Tavira, era a Quinta dos Correias. Surpreenda-se com a qualidade da Vinha situada em terreno arenoso, com calhau e argiloso e com alguns afloramentos calcários. A Vinha era composta pelas castas de vinhos Castelão, Cabernet-Sauvignon e a Touriga-Nacional. Aqui o visitante tinha três recomendações gastronômicas: o restaurante da Noélia e Jerônimo, o Zezé e a Pastelaria Tavirense.
A cidade tinha ruelas charmosas, casas pintadas de branco, mais de 30 igrejas e ladeiras, cheias de flores. No bairro de Santiago, estavam as ruínas do Castelo de Tavira, que datavam do século XII. Suba em suas muralhasm para ter uma das melhores vistas panorâmicas da região e depois visite a Igreja de Santa Maria do Castelo. Desça pelas ruazinhasm até chegar ao centro e à Ponte Tavira, sobre o rio Gideão, conhecida como Ponte Romana, que foi reconstruída e reformada ao longo dos séculos. Aproveite para visitar o Velho Mercado coberto, uma admirável estrutura de ferro de 1880 – repleto de boutiques e restaurantes, que faziam a alegria dos visitantes. Ao lado podia-se ver o Convento das Bernardas, transformado pelo arquiteto português Eduardo Souto de Moura ( Prêmio Pritker ), em um moderno conjunto de apartamentos de luxo. Para chegar use as Vias N 398 e A 22, para rodar mais 28,4 km.
VILA REAL de Santo Antônio
Esta cidade traz os traços típicos do Algarve: pitoresca, charmosa, histórica. Dias inteiros no local são bastante agradáveis. Passeie pela marina, junto ao Rio Guadiana, e na praça principal ali perto, cheia de lojas e restaurantes. (As lojas são boas oportunidades para o turista que procura aqueles itens portugueses típicos para presentes ou lembranças: toalhas, aventais, lenços, etc.) Experimente uma refeição no Restaurante da Associação Naval do Guadiana. Aproveite a fronteira com a Espanha, e atravesse a ponte sobre o Rio Guadiana e estará em território espanhol. Faça uns passeios pela simpática Vila de Ayamonte. Vindo de Tavira, use a A 22 e a N 125 para um percurso de mais 23 km.
Gastronomia do Algarve
Por conta de sua extensa costa litorânea, os peixes e frutos do mar são os maiores protagonistas do menu dos restaurantes. Sejam apenas sardinhas bem assadas, ou suculentos robalos acompanhados de batatas ao murro, a qualidade dos pescados é insuperável. Um dos pratos típicos da região, é a cataplana de frutos do mar, espécie de mariscada com camarões, lulas, mexilhões e peixes, preparada numa panela arredondada ( a cataplana ) com fortes sabores regionais. Outra iguaria imperdível é o arroz de lingueirão ( ou peixe navalha ) que lembra a cataplana, mas leva no preparo arroz, coentro, cravo e vinho. Para dar continuidade as experiências marinhas, prove os choquinhos à algarvia e as amêijoas à Bulhões Pato, um marisco preparado no azeite, muito alho e vinho branco. Os petiscos são uma das tradições mais fortes da culinária de todas as cidades da região, como o carapau alimado, o atum e as sardinhas, servidas com cenouras à algarvia, além dos queijos e vinhos do Algarve.
Cervejaria Vilamoura – Avenida Tívoli, 10 – Quarteira - Vilamoura -
No centro do salão tem um enorme aquário cheio de lagostas e peixes, que mostra aos visitantes a qualidade e a frescura dos produtos que são servidos nesta simpática marisqueria. Os principais pratos do cardápio são os que mencionamos acima. Experimente!
Don Sebastião – Rua 25 de Abril, 20 – Lagos -
É o mais tradicional restaurante do centro histórico de Lagos, funcionando todos os dias da semana desde 1979. Aqui tem tudo que a cozinha regional sugere, principalmente a cataplana de pescados.