MACHU PICCHU - O incrível mundo Inca - Perú - 1/2
Quando o Explorador e ex-Senador americano Hiram Bingham III, em 1911 estava à procura de uma cidade diferente, conhecida por Vilcabamba., encontrara Machu Picchu, a 2.700 m. de altitude. Essa seria uma capital oculta, para onde os Incas haviam escapado após a chegada dos Conquistadores espanhóis, em 1532. Ao longo do tempo, ela ficara conhecida como a lendária Cidade Perdida dos Incas. Bingham passara a maior parte de sua vida, argumentando que Machu Picchu e Vilcabamba, era a mesma, uma teoria que só fora refutada após sua morte, em 1956.
Hoje, acreditava-se que a verdadeira Vilcabamba, teria sido construída na selva, a cerca de 80 quilômetros a oeste de Machu Picchu. Pesquisas recentes, questionavam se Machu Picchu fora realmente esquecida algum dia. Quando Bingham chegara, três famílias de agricultores moravam no lugar. Localizada na Cordilheira dos Andes, a cidade de Machu Picchu fora um dos poucos lugares do Império Inca, a escapar da devastação causada pelos colonizadores espanhóis, durante o século XVI. Teria sido construída por volta de 1450, onde hoje era território do Peru, no Governo de Pachacuti (que reinara durante 1438 e 1471), estava encravada sobre o Vale do Rio Urubamba.
Segundo alguns historiadores, a cidade começara a ser construída em 1.300 d.C. e fora habitada até 1.572 d. C. Machu Picchu cujo nome significava velha montanha, era a morada das acllas, as Virgens do Sol. Chegara-se a essa conclusão em razão do grande número de ossos de mulheres jovens, encontrados nas escavações e dos 135 esqueletos achados, 109 eram de moças jovens. A vila dividia-se em dois setores: o agrícola e o urbano, que era constituído por 216 edificações, entre moradias, templos, palácios e oficinas e era onde existia um centro religioso e um Observatório Astronômico. Era considerado um dos três centros energéticos da Terra e era o sítio arqueológico Inca mais intacto que se tinha notícia. Em 2007 Machu Picchu fora eleita como uma das 7 Maravilhas do Mundo Moderno e por sua vez, o morro situado aos pés da vila era o Wayna Picchu, que significava jovem montanha.
A solidez das edificações
Os blocos de pedra das mais belas construções do Império Inca, não utilizavam argamassa. Os blocos eram cortados de forma tão precisa e posicionados tão juntos uns dos outros, que não era possível inserir um papel entre eles. Além dos evidentes benefícios estéticos desse estilo de construção, havia também vantagens de engenharia. O Peru era um país com instabilidade sísmica. Tanto a capital Lima, quanto Cusco, já foram afetadas por terremotos e o próprio Machu Picchu, fora construído sobre duas falhas geológicas. Quando ocorria um terremoto, os blocos de pedra das construções Incas dançavam; ou seja, se movimentam durante os tremores e depois voltavam para seus lugares. Sem esse método de construção, muitas das mais conhecidas edificações do lugar, já teriam sido destruídas há muito tempo.
Construções subterrâneas
Boa parte do que realmente era impressionante, não estava visível. Os Incas sempre se destacaram por seus belos muros, e seus projetos de engenharia civil também eram muito avançados. Não utilizavam animais de tração, utensílios de ferro ou rodas. O que se via hoje precisava ser esculpido a partir de uma fenda entre dois pequenos picos, e necessitava da movimentação de pedras e terra para criar um espaço relativamente plano. O engenheiro americano Kenneth Wright, estimava que 60 por cento das construções de Machu Picchu, fossem subterrâneas. A maior parte dessas construções, incluia fundações em grandes profundidades e rocha triturada, que eram utilizada para drenagem. A região de Machu Picchu, era um lugar que chovia muito, daí a necessidade de permear o solo constantemente.
Império Inca
Os Incas dominavam uma enorme faixa da América do Sul, a partir do século XIII, chegando a ser o maior Império americano de sua época. Eles eram governados por um Imperador, intitulado Sapa Inca, que representava o Deus do Sol, e formavam uma tribo complexa, com população estimada entre cinco e doze milhões de pessoas. Na linguagem indígena, o reino era chamado de Tahuantinsuyu, que significava os quatro cantos, e tería mais de 3 mil quilômetros de estradas.
Os Conquistadores espanhóis
Em 1532, o explorador espanhol Francisco Pizarro iria mudar para sempre a história do Império Inca. Com suas tropas, dizimara a população local, saqueara boa parte da riqueza do reino e destruira a maior parte dos templos e propriedades que encontrava pelo caminho, embora saiba-se que teria se maravilhado com a imponência das construções. Apesar de tamanha destruição por parte dos espanhóis, Machu Picchu permaneceria escondida por mais de 200 anos. Os Incas acabaram abandonando sua cidadela sagrada, menos de um século após sua construção, devido ao avanço dos colonizadores. Assim, a cidade ficaria praticamente esquecida ou perdida.
A descoberta de Machu Picchu
Em 1911, o professor de história Hiram Bingham, da Universidade de Yale, resolvera procurar a lendária cidade perdida dos Incas, um lugar no qual o povo, então liderado por Manco Inca, teria lutado contra as forças espanholas. Manco havia levado seu povo às construções de Ollantaytambo, na região de Machu Picchu, mas, posteriormente, os teria levado a um outro local desconhecido. Ao vasculhar montanhas do Vale do Rio Urubamba, Bingham encontrara as ruínas de Machu Picchu, com a ajuda de um homem e um menino da região. Para quem ficara por lá, Machu Picchu nem era tão perdida assim, mas pouco acessada devido à sua difícil localização. A descoberta de Bingham, entretanto, colocou o lugar na literatura da história mundial.
Os tesouros
Hiram Bingham voltara diversas vezes a Machu Picchu, para explorar uma das mais enigmáticas construções Incas, recebendo financiamento da Universidade de Yale e da revista National Geographic. Sua descoberta gerou uma série de artigos, ensaios e até um livro – que inclusive inspirou o personagem, Indiana Jones no cinema, mas também criara uma rota de contrabando de relíquias do Império Inca.
A usurpação de artefatos de Machu Picchu, por Hiram Bingham criara um conflito entre a Universidade de Yale e o Governo do Peru. Milhares de estátuas, cerâmicas, jóias e até restos humanos, foram levados aos Estados Unidos. Quando uma exposição itinerante fora anunciada em 2003 pela Universidade, a discussão novamente voltara a se acirrar, sobre de quem deveriam ser essas relíquias. Apesar de fazer parte da história, muitos Guias criticavam a maneira como ele tratava os tesouros regionais, tomando posse de coisas que deveriam ser do Governo peruano. Depois dessa descoberta, Bingham servira como piloto na Primeira Guerra Mundial, fora eleito Governador de Connecticut – cargo no qual ficara apenas um dia, para então assumir uma cadeira no Senado americano. Em 2008, um processo fora aberto contra Universidade de Yale, com o então Presidente peruano, Alan Garcia, apelando a diversas autoridades mundiais, para que os artefatos voltassem às suas terras. A questão fora resolvida em 2010, quando o Governo norte-americano aceitara devolver a maior parte das peças, que chegaram ao Peru nos dois anos seguintes.
Os primeiros descobridores
Os registros oficiais afirmavam que Hiram Bingham descobrira Machu Picchu, em 24 de Julho de 1911, acompanhado de um Guia chamado Melchor Arteaga e um Sargento do Exército. Porém, ele talvez não tenha sido o primeiro estrangeiro a visitar o local sagrado dos Incas: na década de 1860, ou seja, quase 50 anos antes, o empresário alemão Augusto Berns, explorava a região com autorização do Governo peruano. Ele teria comprado terras na região, para extrair ouro e madeira, mas também poderia ter se apropriado de artefatos, o que nunca fora comprovado. Em 1874, o missionário britânico Thomas Paine, com ajuda de outro alemão, teria tido conhecimento de um mapa da montanha Machu Picchu, que levava os mesmo nomes da ruína que ela abrigava. O mesmo mapa, pode ter caído nas mãos de Bingham, dando um indício de que, além da montanha, algo muito precioso estaria descrito naquele papel.
Construções importantes
Os Incas reverenciavam o Sol, a Lua, os rios e as montanhas, com muitas referências em Machu Picchu a esses elementos. A Intihuatana, por exemplo, era uma pedra com quase 2 metros de comprimento, que deveria funcionar como relógio solar ou calendário e podia ser vista perto da praça principal da cidadela, curiosamente com suas extremidades apontando para as montanhas Machu Picchu, Huayna Picchu e Salcantay. O Templo do Sol, tinha uma janela que se alinhava perfeitamente com o solstício de verão. Já as Três Janelas, estavam viradas para as montanhas sagradas no entorno de Machu Picchu e simbolizavam os três mundos Incas: o céu, (que seria a vida espiritual), a terra (a vida mundana) e o subterrâneo (a vida interior). Também existia o Templo do Condor, animal que conduziria os mortos ao céu.
Como chegar a Machu Picchu
De avião, a viagem entre Lima e Cusco durava uma hora. De ônibus, poderia levar até um dia inteiro. De Cusco, a próxima parada era o vilarejo de Águas Calientes, cujo percurso poderia ser feito de ônibus ou de trem, e a distância era de quase 100 km. No vilarejo, havia hotéis e restaurantes para o visitante passar uma eventual noite. Valia pesquisar bem e programar um descanso, antes de encarar a parada final. Desde Águas Calientes até Machu Picchu, eram aproximadamente 20 minutos dentro de um micro-ônibus. Embora essa fosse a única maneira de se chegar até Machu Picchu, existiam vários veículos que faziam o trajeto, e o turista não precisava esperar muito tempo até chegar ao destino. A distância entre Cusco e Machu Picchu, era de 74 km.
Machu Picchu era uma das Sete Maravilhas do Mundo. A votação popular mundial definira, em 2005, que a cidade perdida dos Incas, entraria para essa seleta lista. A América do Sul, possuia duas das sete maravilhas mundiais: Machu Picchu e o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Ao contrário do que se imaginava, Machu Picchu não estava em uma grande altitude. As ruinas ficavam a 2.400 metros acima do nível do mar, quase 1.200 metros a menos que Cusco, antiga capital do Império Inca. Quem visitava Machu Picchu, não precisava se preocupar com o mal de altura, pois o ar rarefeito só começava a se manifestar a partir dos 2.500 metros, acima do nível do mar. Quem construíu o local, planejara muito bem cada detalhe. De um lado, ficavam as casas dos nobres, junto com os palácios e templos. As casas dos sábios, escribas e artesões, eram localizadas ao redor da praça principal. Os camponeses, viviam na parte mais abaixo, onde ficavam os estábulos de animais e os armazéns. A cidade era dividida em duas grandes áreas: a zona agrícola, formada por conjuntos de terraços de cultivo, que se encontra ao sul; e a zona urbana, onde viviam seus ocupantes e onde aconteciam as principais atividades civis e religiosas.
Bio diversidade
O Santuário Histórico de Machu Picchu tinha uma das maiores biodiversidades do Peru, segundo o Governo do país. Além de todo o valor histórico e cultural, a região possuía 24 ecossistemas que iam de florestas montanhosas a picos nevados. Tratava-se de uma zona que mesclava características andinas da Cordilheira dos Andes com a região amazônica. Essa geografia extremamente acidentada oferecia habitats ideais para a vida selvagem, incluindo 75 espécies de mamíferos, 444 espécies de pássaros, 14 espécies de anfíbios, 24 espécies de répteis e 377 espécies de borboletas, além de 423 espécies de orquídeas e 332 espécies de árvores, segundo o site oficial do Governo peruano. O Urso de óculos, a Onça Pintada, o Condor dos Andes e a lontra neotropical, eram alguns exemplos da fauna local.
O Inti Huatana
Estava localizado na praça principal, era uma enorme rocha esculpida com uma altura de 1 metro por 2 metros de diâmetro, com superfícies planas com 4 lados cuidadosamente esculpidos, cada um desses lados representava um ponto cardeal que indicava o instante em o que, provavelmente, produzia os solstícios e os equinócios. O termo Inti Huatana vinha da língua Quechua e traduzido para o espanhol significa Lugar onde o Sol está amarrado, ou seja, de acordo com a língua quechua e com as pesquisas realizadas no século XX, o Intihuatana servia como Observatório Astronômico e Relógio Solar e todos os padres que tentavam interpretar ou decodificar os eventos nesse local, tinham que usar a sombra lançada pela pedra em diferentes momentos do dia e nas estações do ano.
Crânio Dourado
No coração das montanhas peruanas, onde um antigo império prosperara e se desvanecera, residia uma relíquia misteriosa que tinha intrigado exploradores, arqueólogos e aventureiros por décadas - o Crânio Dourado de Machu Picchu. Este artefato único e enigmático, feito de ouro e adornado com símbolos incas, permanecia como um testemunho silencioso dos segredos que a antiga cidade de Machu Picchu guardava. O Crânio Dourado era um dos achados mais enigmáticos e inusitados do Complexo arqueológico, uma das jóias mais preciosas do Império Inca. Incrustado de mistério e desprovido de informações definitivas, este artefato de ouro desafiava a compreensão do passado e do propósito por trás de sua criação. Sua presença no mesmo local que abrigava uma civilização tão rica em cultura e história só servia para aumentar sua aura de enigma. A ornamentação do Crânio Dourado com símbolos incas, sugeria que ele poderia ter tido um significado religioso ou cerimonial. A civilização Inca era profundamente espiritual e acreditava em uma conexão profunda entre o mundo terreno e o divino. Máscaras de ouro, objetos rituais e ornamentos Incas freqüentemente possuíam simbolismo religioso e eram usados em cerimônias e rituais sagrados.
Ourado de Machu Picchu
Era uma coleção impressionante de artefatos de ouro, representando um tesouro de valor incalculável. Esta coleção era composta por diversos objetos, como máscaras, cocares, braceletes, colares e outros artefatos, que foram recuperados pela Expedição de 1912, durante a investigação dos enterramentos dos servidores, em Machu Picchu. Esses objetos ofereciam um vislumbre da identidade e da vida cotidiana das pessoas que habitavam essa região durante o apogeu da antiga cidade. A população da antiga Machu Picchu atingira seu auge durante a estação seca, com um máximo de 600 habitantes. A elite palaciana, formada por membros do grupo étnico Inca, do Vale de Cusco, vivia em contraste com os artesãos e servidores domésticos que representavam uma diversidade de grupos étnicos de todo o Tahuantinsuyo. Enquanto os servidores se dedicavam a tarefas como preparar alimentos, cozinhar, limpar, tecer e produzir objetos de metal, a elite se envolvia em atividades como celebrações, caças e rituais religiosos.
Graças à prática Inca de enterrar indivíduos com suas posses pessoais, os artefatos recuperados nas sepulturas dos servidores nas cavernas, ofereciam um retrato vívido de suas identidades e de suas vidas diárias. Além disso, diversos objetos que foram perdidos ou descartados nas áreas principais do Complexo arquitetônico proporcionavam insights sobre as atividades da elite. Muitos desses materiais, exibidos pela primeira vez em Cusco, desde as escavações de Bingham, constituiam uma ampla seleção que ilustrava a diversidade das atividades e dos objetos presentes em Machu Picchu. A coleção incluia diversos tipos de artefatos, como cerâmicas, que eram essenciais para a vida doméstica dos servidores. As cerâmicas variavam desde ollas utilizadas para preparar alimentos até aríbalos e jarros para o transporte e serviço de cerveja, feita de milho (chicha). A metalurgia também desempenhava um papel importante na vida cotidiana. A produção de objetos de metal, incluindo jóias e ferramentas, eram supervisionadas pelo Sapa Inca e sua família Real. Orfebres de diversas regiões do Império Inca, como a Costa norte do Peru, foram trazidos para Machu Picchu para criar objetos que reforçassem o prestígio e o poder do governante.
Museu escondido - Sendero al Museo -
Havia um museu escondido que era ótimo, mas que quase ninguém visitava. Para os visitantes acostumados às placas informativas, encontradas em parques nacionais, uma das coisas mais estranhas sobre Machu Picchu, era que o lugar não oferecia praticamente nenhuma informação sobre as ruínas. Ainda assim, essa ausência de informações trazia uma vantagem, pois o lugar permanecia visualmente limpo e organizado. O excelente Museu do Sítio Manuel Chávez Ballón, preenchia muito das lacunas sobre como e porque Machu Picchu fora construído e o motivo dos Incas terem escolhido um lugar com uma natureza tão extraordinária, para implantar sua cidadela. Mas para isso, era preciso achar primeiro o museu. Ele estava inconvenientemente localizado, ao final de uma longa estrada de terra, próximo à base de Machu Picchu, uma caminhada de cerca de 30 minutos a partir da cidade de Águas Calientes.
Tapete de Machu Picchu
Era um tapete de tecido feito em forma de cabeça humana. O tapete era decorado com símbolos Incas. Era uma das peças de têxteis mais importantes do lugar. Os artefatos de Machu Picchu eram um tesouro inestimável, que ajudavam a entender a cultura e a história da civilização Inca.
Templo da Lua
Não estava localizado precisamente na cidade Inca de Machu Picchu, mas em Huayna Picchu. Para chegar, teria que subir a Huayna Picchu, caminhando por aproximadamente meia horas – 2 quilômetros – por uma estradinha íngreme. O princípio do dualismo era muito popular nas sociedades andinas, a idéia de dividir quase tudo em dois ou assumir que cada entidade tinha seu lado oposto ou complementar, por exemplo, quase todas as montanhas tinham seus parceiros, as cidades foram divididas em duas ( o Hanan e o Hurin), a Pacha Mama (mãe terra) e a Pacha Tata (a chuva), o Sol e a Lua, acreditava-se que a Lua era a esposa do deus do Sol, era uma divindade a quem o homem andino construia templos para cerimônias religiosas. Quem visitasse Cusco também encontraria um Templo da Lua, nas proximidades de Saqsaywaman.
Templo das Três Ventanas
Era um recinto localizado no coração do setor urbano e fazia parte da praça principal ou da praça sagrada de Machu Picchu, e sua construção fora um maravilhoso trabalho de alvenaria Inca, através da união de pedras sem argamassa de argila, mas antes a perfeição do polimento das pedras e a montagem das mesmas eram utilizadas, dependendo da gravidade.
Templo do Condor
Tinha um desenho único, uma cabeça do Condor esculpida em uma pedra no chão, e se ficasse a apenas 2 metros à frente da cabeça e olhar para frente, poderia ver as asas do pássaro moldadas nas duas rochas posteriores. Lembre-se de que não apenas o conceito de dualidade era aplicado pelos Incas para entender melhor o funcionamento do mundo, mas também a Trilogia Andina, por exemplo, a Hanaq Pacha (o mundo acima), Kay Pacha (este mundo), Ukhú Pacha (o mundo abaixo), cada mundo era representado por um animal, por exemplo, o mundo acima fora representado pelo Condor, era uma das razões para a existência do templo do Condor em Machu Picchu. No fundo do templo do Condor, havia uma caverna que provavelmente serviria como prisão, essas informações não podiam ser confirmadas, mas como em todas as sociedades organizadas os Incas também tinham suas leis (para não roubar, não mentir, não ser preguiçoso), para que ninguém alterasse a ordem social criada para alcançar o bem-estar pessoal e comunitário.
Templo do Sol
Era o lugar mais marcante em Machu Picchu, era um prédio semicircular dedicado ao Deus do Sol, erguido sobre uma enorme rocha sólida, no setor religioso. Sob ele havia uma caverna natural, que também fora esculpida e adequada para ser um túmulo Real. Na parte central do interior do templo, havia uma pedra esculpida que servia de santuário para o Sol. Havia duas janelas, uma voltada para o oeste e a outra voltada para o norte, de acordo com estudos realizados no século XX, as janelas foram construídas para observar com precisão os Solstícios e Equinócios, com base na sombra que lançavam todos os dias 21 de junho e 21 de dezembro. O Templo do Sol era uma área exclusiva, com acesso permitido apenas para a Sapa Inca, a família nobre e os Sacerdotes.
Templo principal ou Wayrana
Estava localizado ao norte do conjunto de prédios, na parte mais alta, na praça principal, sendo chamado de Wayrana (um local onde ventava muito), isso ocorria porque o templo fora construído com três paredes voltadas para o interior, deixando um dos lados sem parede onde havia muito vento. Na parte interior do templo, havia uma pedra esculpida que poderia representar o Chakana ou Cruz del Sur, devido à morfologia da escultura em alto relevo. O templo era usado para realizar rituais dedicados principalmente ao Deus Viracocha, que seria o criador de tudo neste Universo. Nenhum templo ou construção Inca fora danificado por terremotos, nem mesmo o próprio Machu Picchu; no entanto, se poderia notar que o templo de Wayrana possuia paredes alteradas, devido a falhas geológicas.
Templo Sagrado
Para quem era madrugador e conseguisse uma vaga na lista dos visitantes de Huayna Picchu, recomendamos não subir a montanha; registre suas fotos e apenas desça. Depois, siga a trilha de pedras até o Templo da Lua, localizado no lado afastado de Huayna Picchu. Aqui, havia um altar para cerimônias, que fora construído em uma caverna revestida de pedras rebuscadas com nichos, que provavelmente serviam para guardar múmias. Desde que Hiram Bingham, subira em direção a Machu Picchu, em 1911, os visitantes entenderam que o cenário natural das ruínas era tão importante para o local, quanto as próprias construções. Pesquisas recentes demonstravam que a localização da cidade e a orientação das estruturas mais importantes, foram fortemente influenciadas pela localização das montanhas sagradas ao seu redor. Um bloco de pedra em formato de flecha, no topo da montanha Huayna Picchu, parecia apontar em direção ao sul, diretamente através da famosa Pedra Intihuatana, para o Monte Salcantay, um dos mais reverenciados Apus da cosmologia Inca. Em datas importantes do calendário Inca, era possível ver o Sol nascer e se pôr atrás de outras montanhas.
Turismo Sustentável
O Governo do Perú criara recentemente, novas regras para controle de acesso de turistas às ruínas de Machu Pichu, com o propósito de proteger o ambiente do importante acervo arqueológico Inca. Desde de julho de 2018, os turistas não poderiam mais permanecer na cidade o dia inteiro de visitas. Precisariam escolher entre dois horários para as visitas: das 6.00h. ao meio dia ou, das 1200 às 17.30h. Para quem quiser passar o dia, cobravam uma taxa de U$ 70,00. Ainda de acordo com as novas exigências, o turista precisaria ser acompanhado por um Guia certificado, e os grupos não poderiam ser formados por mais de 16 pessoas. Todos deveriam seguir pelos três caminhos da visita planejada, sem poder deixar estes caminhos. Ainda, não seriam permitidos o acesso com guarda-chuvas, bolsas maiores que 33 cm x 20 cm, carrinhos, varas, tripés e sapatos de salto.
Onde dormir
A recomendação era passar pelo menos uma noite perto do Machu Picchu, em Águas Calientes antes ou depois da visita. Existia apenas um hotel na parte de cima, junto à entrada do Machu Picchu, o Belmon Sanctuary Lodge, que era caro e proporcionava uma espetacular vista para a montanha Waynapicchu. A hospedagem de valor normal poderia ser a opção mais em conta. A Vila de Ollantaytambo tinha muitas atrações e não era só para passar a noite. Águas Calientes, a pequena vila no Vale junto a Machu Picchu, era um aglomerado de prédios feios que crescera desordenadamente, com o crescente fluxo de turistas. Era cara e o serviço deixava muito a desejar. A única vantagem era sua localização, bem no sopé das montanhas, onde ficava este monumento. Os viajantes que faziam a trilha Inca, indo a pé até Machu Picchu, também pernoitavam em Águas Calientes.
Outra opção era começar a visita em Cusco, a antiga capital Inca era uma cidade mágica, que merecia ser visitada com calma, pois ficava a mais de três mil metros de altitude e com ladeiras bem íngremes. Quem começasse em Cusco a sua estada nos Andes, tinha no mínimo garantida uma grande dor de cabeça: era por conta do ar rarefeito que provocava mal estar e tonturas. Das pequenas vilas do Vale Sagrado, escolha Ollantaytambo, que tinha uma pequena Rodoviária para ir diretamente para Machu Picchu e poderia usá-la como base para visitar o resto do Vale. A altitude pouco superior a dois mil metros permitiria fazer uma boa aclimatização antes de se dedicar a escalar as ladeiras de Cusco.
Hotel Chavin Imperio del Sol - $$$ - Calle Hospital, 759 - Centro de Cusco -
Estava situado a 300 metros do Mercado Central e a 10 minutos a pé da Igreja La Merced. Todos os quartos dispunham de Wi Fi grátis, banheiro com ótima ducha e amenidades de cortesia, mesinha auxiliar e alguns quartos tinham varanda. O café da manhã americano, estava incluído na diária e era comandado pela dupla de proprietários Maritza e Nico, que também se esmerava em ajudar o visitante a melhor aproveitar o tempo para conhecer a cidade e suas principais atrações.
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Ficava em Cusco, a 1,4 km de Qenko, a 1,5 km das Igrejas de San Blas e de Santo Domingo, a 18 minutos a pé de Coricancha e a 1,6 km do Museu de Arte Sacra. A principal rua, a Hatun Rumiyoc estava a 18 minutos a pé. O apartamento dispunha de 3 quartos com TV HD, Hi Fi grátis, varanda, cozinha equipada com micro-ondas, frigobar, torradeira, geladeira, utensílios de cozinha, cafeteira, mesa auxiliar e banho completo e secador de cabelo.
Umma referência óbvia, era o vilarejo de Águas Calientes, que ficava a 10 km de Machu Picchu, uma espécie de porta de entrada ao Parque, onde se poderia dormir pelo menos uma noite, visto que era praticamente inviável fazer bate-volta de Cusco para Machu Picchu. Também seria possível encontrar algumas opções, em Ollantaytambo (um Sítio Arqueológico distante 94 km de Águas Calientes).
Onde comer
Era importante saber que não dava para comer durante o passeio ao Sítio Arqueológico de Machu Picchu. Era estritamente proibido comer dentro do parque. O máximo permitido era comer alguns snacks, em uma pequena área próxima à entrada. Quem procurasse onde comer em Machu Picchu encontraria apenas o Tinkuy Restaurant, do luxuoso Sanctuary Lodge Hotel, localizados próximos à entrada do parque. O buffet era excelente e caro. Outra opção, era o Mapi Snack Bar, também ali por perto, um bar que oferecia uma boa seleção de bebidas quentes e frias e uma boa diversidade de comida, como lanches, pizzas, tortas, empanadas, bolos e cookies.
Chez Maggy - Avenida Pachacutec, 156 -
Era um lugar aconchegante, uma das melhores pizzarias de Machu Picchu Pueblo (como Águas Calientes era também conhecida). O autêntico sabor de pizza no forno a lenha, agradava aos viajantes. O cardápio contemplava massas e pratos regionais, como creme de cogumelos, creme de quinoa, alpaca assada e aji de gallinao.
Indio Feliz - Calle Yupanqui, 4 -
O restaurante Índio Feliz, em Águas Calientes, que se definia como bistrô, bar e creperia, era uma ótima pedida. Altamente conceituado, já ganhara prêmios como Empresa peruana do ano. Suas paredes rústicas, totalmente decoradas com papéis e fotos, chapéus, mochilas e cartões postais, dão um clima agradável. O cardapío mescla culinária peruana e francesa. Muitas sopas, frutas e vegetais, eram servidos como entrada.
La Boulangerie de Paris - Sinchi Roca - Aguas Calientes -
Servia no café da manhã, almoço, café da tarde ou jantar. Era uma patisserie que ajudava viajantes que não sabiam onde comer em Machu Picchu. Primeiro, por seu preço relativamente em conta. Segundo, por oferecer um variado cardápio de tortas, sanduíches, baguetes, chocolates, bolos, dentre outros. Também tem pequenos snacks à venda, para viagem. Ou seja, ideal para levar e comer na porta de acesso a Machu Picchu.
Toto´s House - Av Imperio de los Incas -
Instalado em dois andares, comportava capacidade para quatrocentas pessoas, era o maior restaurante em Machu Picchu. A diversidade dos pratos era de acordo com essa grandiosidade: almoço buffet, pizza, grelhados e o melhor da culinária típica peruana. Tinha horário de funcionamento no almoço, mais amplo do que os demais, das 11.30 as 15.00h. Além de bons preços e qualidade, outro ponto positivo era sua localização estratégica, no coração de Águas Calientes, com uma vista maravilhosa do Rio Vilcabamba, o que agradava os clientes.
Tree House - Av. Império de los Incas -
Ficava um pouco afastado da área central, e para alcançá-lo, era preciso o GPS ou uma boa indicação do caminho. Instalado num ambiente aconchegante, todo de madeira, era só uma boa porta de entrada ao que realmente interessa: a comida. Oferecia desde produtos típicos, como a truta, a alpaca e o Cuy (espécie de porquinho da índia criado no Peru), opções vegetarianas, como o risoto de quinoa, peixes, e alguns da cozinha italiana e tailandesa. Toda essa sofisticação, no entanto, tinha literalmente um preço: a conta sai um pouco mais salgada do que a média de outros estabelecimentos em Águas Calientes. Mas era um dos melhores lugares para comer bem.
Vaso de Machu Picchu
Era um vaso de cerâmica feito em forma de cabeça humana. O vaso era decorado com símbolos Incas. Era uma das obras de arte mais famosas de Machu Picchu.