HAVANA - Cuba - Os museus - 2/2
Centro Fidel Castro Ruiz – Calle 11, 707 - entre Paseo e El Vedado -
Um busto de Fidel Castro presenteado pelo Presidente da China, Xi Jinping, o jipe militar (o soviético GAZ-69) com o qual percorria a ilha, umas botas, o rifle de fabricação russa e os binóculos que usava eram alguns dos pertences exibidos no museu que levava o nome do ex-mandatário cubano. Numa ampla extensão de terra que circundava uma mansão, no bairro de El Vedado, fora construído o Centro Fidel Castro Ruiz, uma instituição que abrira suas portas no quinto aniversário de morte do líder da Revolução Cubana e era destinada ao estudo e à promoção de sua obra, de acordo com o Governo. O museu, que tinha entrada gratuita, contava com várias salas de exposição, um anfiteatro, jardins e uma ampla biblioteca, que incluia o livro Por quem os sinos dobram, do escritor americano Ernest Hemingway. No museu também se poderia ver fotos de Fidel ao lado de escritores, como o colombiano Gabriel García Márquez, de quem era amigo. Também se poderia ver armas, seu fuzil AKM, chapéu militar e patentes de Comandante em Chefe, e os elementos que o acompanharam desde as montanhas de Sierra Maestra, de onde comandava os rebeldes que derrubaram o ditador Fulgencio Batista, em 1959.
Finca La Vigia –
A bela fazenda La Vigia estava localizada no bairro de São Francisco de Paula, a 24 km da cidade histórica de Havana. A casa fora construída em 1886, pelo arquiteto catalão Miguel Pascual y Baguer e era hoje um museu, projetado naturalmente pelo seu famoso proprietário Ernest Hemingway. Desde a varanda dos fundos, a casa tinha uma vista impressionante da cidade de Havana. O próprio Hemingway vivera na casa de meados de 1939 até 1960 onde começara a escrever o romance Por quem os sinos dobram, um drama da Guerra Civil Espanhola, que ele havia relatado no início da década de 1930, como jornalista. Da receita de licenças deste livro, ele comprara esta propriedade.
Em 1951, Hemingway escrevera aqui seu livro mais famoso O Velho e o Mar, usando como referência seu velho amigo Gregorio Fuentes (1897-2002) que servira aqui, que o resgatara em 1926, de uma fase de angústia. Mais tarde, uma profunda amizade se desenvolvera entre os dois. Até hoje, as histórias eram contadas como estórias do pescador de Cojimar e do escritor mundialmente famoso que, junto com seu navio, levavam o Pilar para pescar. Após a morte de Hemingway, Fuentes assumira a supervisão do iate Pilar, que ainda estava no porto de Cojimar. Hoje, o famoso iate a motor estava fundeado na propriedade de La Vigía e poderia ser admirado. Os visitantes famosos da casa foram os atores de Hollywood Katharine Hepburn, Ava Gardner, Errol Flynn e Spencer Tracy. Abria a visitas de segunda a sexta das 10.00 as 17.00h e aos sábados das 10.00 as 16.00h.
Museu Alejandro de Humboldt – Calle Oficios com Muralha - Plaza São Francisco de Assis -
Era um museu científico dedicado à biologia, tendo recebido o nome do cientista alemão Alejandro de Humboldt, considerado o 2º descobridor de Cuba. Exibia a trajetória histórica da sua compilação de dados científicos e botânicos de toda a ilha, no início do século XIX, bem como uma exposição botânica composta principalmente de Samambaias. Destacava-se a réplica exata do esqueleto de um Kritosaurus, encontrado no deserto, doado pelo Governo do México e a de um enorme Pterosauro, de cerca de 10m. Abria de terças a sábados das 9.00 as 17.00h.
Museu Casa de Simon Bolivar – Calle Mercaderes, 160 – Havana Antiga -
Instalado num antigo palácio neoclássico datado de 1806 a 1817, fora inaugurado em julho de 1993, coincidindo com o aniversário do nascimento de Simon Bolivar. Os objetivos eram o estudo e divulgação da ideologia bolivariana, entre outros. As salas estavam repletas de diversas exposições permanentes, que reuniamm a história da nação bolivariana e as principais figuras de sua Independência. Destaques: Coleção de Plástica Contemporânea Venezuelana, doada por artistas venezuelanos; Coleção Barroco Policromado, composta por 35 conjuntos ou cenários em barro policromado, que narravam a vida do Libertador; Coleção Iconográfica, composta por 41 fotografias de retratos originais do Libertador ao longo de sua vida, obra de Feller Valois; e Coleção de Objetos Históricos, uma pequena mas valiosa coleção de objetos relacionados à façanha bolivariana. Contava com uma biblioteca com importantes coleções de livros e documentos latino-americanos.
Museu Casa da África – Calle Obra Pia – Havana Antiga –
Exibia várias coleções de objetos africanos, onde se poderia descobrir a influência da cultura africana sobre a cultura cubana, num espetáculo didático e várias exposições com um total de mais de 2 mil peças, desde valiosas esculturas de madeira até pequenas peças em marfim. Destacava-se a Coleção de objetos sagrados de Santeria, reunidos pelo etnógrafo Fernando Ortiz; a Coleção sobre a escravatura e uma coleção de máscaras de várias origens.
Museu Casa da Ásia – Calle Mercaderes, 111 – Havana Antiga –
Objetivava divulgar a diversidade e a riqueza da cultura asiática, albergando uma exposição com numerosas peças de arte, especialmente sobre pinturas e esculturas da China. A instituição evocava os laços culturais bem como comerciais entre Cuba e Ásia, desde o século XVII até a atualidade. Destacavam-se as exposições permanentes que mostravam: o Galeão de Manila, cheio de mercadorias; a porcelana de Cantão, dos séculos XVIII e XIX e Tesouros do Oriente, formados por várias peças de arte decorativa.
Exibia coleções do século XIX, de presentes recebidos e doados por Fidel Castro, entre os quais esculturas em marfim, armas antigas, trajes tradicionais, obras de ourives, móveis chineses e móveis japoneses. A Biblioteca disponibilizava informações sobre a história e cultura da Ásia, incluindo livros antigos e originais. Pelo menos esse não levara os presentes para casa, a exemplo de um não tão ilustre presidente brasileiros...
Museu Casa de Oswaldo Guayasamín – Calle Obra Pía, 111 - entre as calles Oficios e Mercaderes -
Aberto ao público em janeiro de 1992, estava instalado num prédio colonial que pertencia a personalidades da aristocracia Havana, como o Tenente da Marinha Real, Don Jose Maria Chacon e a Marquesa de Santa Alalla. Durante sua restauração, com o objetivo de transformar o prédio em um museu, foram encontrados em suas pinturas das paredes internas assinados pelo artista Jose Nicolas de la Escalera, jóias de Havana e herança colonial. O museu, inaugurado graças à vontade do famoso pintor equatoriano Oswaldo Guayasamín, a quem o museu era dedicado, e do Escritório do Historiador da Cidade, tinha três salas de exposição permanentes, onde muitas obras do artista estavam expostas, alguns de seus pertences pessoais e peças de arte popular latino-americana em geral.
Museu Casa do Chocolate – Situado entre as Calles Amargura e Mercaderes – Havana Antiga -
Mostrava um percurso da história do cacau, cultivo, produção e comercialização, exibindo textos e imagens sobre a história do chocolate, cartazes de diferentes épocas de indústrias conhecidas bem como firmas de chocolate estrangeiras e nacionais. O museu também tinha uma coleção permanente de chávenas de chocolate, oriundas de países como Alemanha, França, Grã-Bretanha e Itália, moldes de baquelite e um pote doados pelo Museu da Praça Real, de Bruxelas. A coleção era completada com chocolateiras de cerâmica, caçarolas e tigelas inglesas de barro, que foram encontradas em escavações arqueológicas dos centros históricos. O museu assemelhava-se mais com uma Cafeteria ou uma loja de chocolate do que propriamente a um museu.
Museu Casa do México Benito Juárez – Calle Obra Pia, 116 – Centro Histórico -
Instalado num prédio datado do final do século XVIII mostrava a história, artes plásticas, arte popular e cultura mexicana. Benito Juarez era uma figura política altamente conceituada no México, que por sua ideologia liberal, idéias políticas e defesa contra invasores estrangeiros, marcaram um antes e um depois na política e na história do México. O Museu estava instalado em um magnífico prédio do século XVII que pertencera à família Pedroso, conhecida como uma das famílias mais antigas de Cuba. No interior, os visitantes poderiam apreciar as exposições de arte plástica e popular, bem como as coleções de artesanato mexicano feito à mão. Havia uma biblioteca dedicada ao poeta e escritor mexicano Alfonso Reyes e uma sala de Conferências onde o Escritório do Historiador da Cidade realizava seus eventos.
Museu Casa Natal de José Martí - Calle Leonor Pérez nº 314 -
Instalado na casa onde nascera José Martí, herói nacional da República de Cuba, político e intelectual no século XIX. Esta humilde casa de dois andares, fora transformada em Museu em 1925 e declarada Monumento Nacional, em 1949. Reunia objetos pertencentes a José Martí, muito bem preservados. Num processo social ocorrido em 1959, a casa fora restaurada e a coleção enriquecida. Eram sete salas onde se relatava a vida de José Martí: desde a sala 1, onde se exibiam objetos de infância, adolescência e juventude; à sala 7, onde se expunha a sua atividade em Montecristi, assim como a saída e passagem desde o Cabo Haitiano a Cuba; atravessando as salas dedicadas à deportação para Espanha, as estadias em Havana e nos Estados Unidos; ou a tarefa como Delegado do PRC - Partido Revolucionário Cubano. Abria de terças a sábado das 9.00 as 17.00h.
Museu da Cidade de Havana - Calle Tacón (entre Obispo e O'Reilly) - Plaza de Armas - Habana Vieja -
Fora construído em 1770, no mesmo local onde ficava a igreja original de Havana. Este palácio era um dos melhores exemplos da arquitetura barroca cubana. Entre 1791 e 1898, servira como residência oficial dos capitães e Generais espanhóis, entre 1899 e 1902, e os Governadores militares dos EUA, que também o ocuparam. Durante as primeiras décadas do século XX, tornara-se o Palácio Presidencial. De 1968 até agora, o Palácio dos Capitães Generais abrigava o Museu da Cidade, um dos museus mais interessantes e completos do país. O museu era cercado por um belo pátio central, adornado com uma estátua de mármore branco de Cristóvão Colombo, instalada em 1862. Mantinha exposições exibindo móveis antigos, uniformes militares, carruagens puxadas por cavalos do século XIX e uma interessante exposição de fotografia que recriava os eventos mais importantes da história de Havana, como o naufrágio de um navio de guerra dos Estados Unidos, em 1898.
Contava com mais de 40 exposições permanentes, entre as quais se destacavam: La Parroquial, como memória da matriz paroquial, a primeira igreja de Cuba; La Giraldilla , para homenagear a primeira escultura feita na cidade; La Heráldica, uma pequena sala onde estavam expostos vários objetos e documentos que comprovavam a importância da heráldica para a aristocracia cubana; o salão Cobres Cubanos, dedicado a mostrar a importância da ferraria na cidade; a sala Emilio Roig , com exposição de peças que faziam parte do acervo pessoal de Emilio Roig; a Pinacoteca, que expunha importantes obras de artistas cubanos de diferentes épocas; a Sala de Uniformes Espanhóis; e o Salão da Cuba Heróica. Abria de terça a sábado das 10.30 as 17.00h e aos domingos das 9.00 as 13.00h.
Museu da Farmácia de Havana - Calle Brasil esquina com Compostela -
Fundado em 1886 pelo catalão José Sarrá, era uma loja-museu que ainda hoje funcionava como farmácia. O museu se dedicava a mostrar a história das farmácias da cidade de Havana e a evolução da ciência farmacêutica em Cuba. Eram três grandes salas de exposição. A 1ª sala era onde se encontrava a antiga loja, que preservava todo o mobiliário original, em estilo neogótico com influência mourisca. A 2ª sala homenageava as farmácias da cidade, com uma grande coleção de frascos de remédios e utensílios relacionados a remédios, extraídos de escavações arqueológicas realizadas na área da Cidade Velha, além de uma coleção de livros de fórmulas de grande valor para o estudo da farmacopéia de Cuba. A 3ª sala era dedicada à venda de produtos farmacêuticos naturais e tradicionais, incluindo especiarias de plantas medicinais.
Museu da Orivesaria – Calle Obispo, 113 –
Localizada em um antigo casarão colonial onde vivera e tivera sua oficina o Ourives Gregorio Tabares, desde 1707, abrigava a Congregação dos Ourives de San Eloy, que reunia os que atualmente exerciam esta profissão. O prédio tivera várias funções e proprietários. Depois de 1959, hospedara uma oficina de cunhagem. Em 1996 reabrira suas portas como Museu da Ourivesaria, onde se expunha um valioso acervo de peças artísticas e comuns, que atestavam o desenvolvimento alcançado pelos cubanos nesta arte, apesar da carência de importantes jazidas de metais preciosos na maior ilha das Antilhas. Entre as peças de vários valores destacava-se as produzidas em Havana, todas pertencentes a famílias aristocráticas cubanas. Joias, relógios, cinzeiros, escrivaninhas, peças numismáticas; utensílios para lavabo, sala de jantar, culto religioso, ou para decoração de armas, bengalas e quartos, permitiam apreciar a maestria das técnicas e o bom gosto de quem combinava a rudeza de um ferreiro com a delicadeza de um lapidador. Predominavam peças do século XIX e primeiro quarto do século XX. Alguns objetos do século XVIII despertavam maior interesse pela sua antiguidade e beleza. Um dos valores mais significativos do prédio era a sua ampla e variada pintura mural.
Museu da Pintura Mural – Calle Obispo -
Ocupava a parte inferior e superior de um prédio histórico, incluindo o corredor, a galeria e o pátio. À entrada do museu encontravam-se duas vitrines com fragmentos de pinturas murais do Palácio dos Condes de San Esteban de Cañongo e da Casa de Don Mariano Carbó, que estavam na ante-sala do último andar onde era guardada uma grande coleção de amostras murais. Tinha como objetivo agrupar, explicar e incentivar o conhecimento das diversas riquezas pictóricas encontradas nas paredes e fachadas de alguns prédios de Havana Antiga, tanto as atuais como as que foram realizadas nos diferentes períodos artísticos da cidade.
Museu da Revolução - Calle Refugio, 1 - esquina Monserrate e Zulueta
Era um dos museus mais importantes para os cubanos, porque retratava a história e os acontecimentos que deram a Cuba a forma que o país tinha hoje. O prédio também era importante por ter servido como o palácio presidencial. Mostras de recortes de jornais, fotos e manifestações dos revolucionários, explicavam a história da Revolução Cubana e a tomada de Fidel, frente aos americanos. Para quem não tinha muita familiaridade com o espanhol, ficava meio difícil entender o que eles pretendiam. O material era vasto, mas escrito somente na língua de Cervantes e as gravuras não explicavam toda a história e como deveria ser contada.
Museu de Armas Nove de Abril – Calle Mercaderes, 157 – Havana Antiga
Estava localizado no mesmo prédio onde, em 1934, funcionava o Arsenal Companhia Armeira de Cuba. Esse Arsenal fora assaltado em 9 de abril de 1958, em operação realizada pelo Movimento 26 de julho, para derrubar o governante Fulgêncio Batista. A operação não tivera sucesso e quatro jovens revolucionários morreram. Poucos meses depois, em janeiro de 1959, a Revolução triunfara e desde então este local era declarado Conjunto Histórico, bem como Monumento Nacional em Memória dos Mártires Sacrificados. Fora inaugurado em 9 de abril de 1971 e a entrada mantinha sua função inicial de loja, onde estavam expostas diversas armas de época, acessórios de caça e pesca desportiva, bem como uma coleção de armas doadas por Fidel Castro.
Museu de Arte Colonial – Calle São Inácio, 61 – Praça da Catedral -
Estava instalado no prédio mais antigo de Havana Antiga, o Palácio dos Condes da Casa Bayona, uma mansão reconstruída em 1720 pelo Governador de Cuba - Don Luis Chachón, localizada em frente a Catedral de São Cristóvão. Este pequeno museu exibia uma exposição de mobiliário colonial e arte decorativa, entre as quais se destacavam peças de porcelana com cenários da Cuba colonial, bem como vários conjuntos de salas de jantar da época colonial e uma bela coleção de flores ornamentais. Possuia um total de quatro salas de exposições, sendo três salas permanentes e uma temporária, que geralmente acomodavam exposições relacionadas ao tema do museu.
Museu de Arte Religiosa e Convento de São Francisco de Assis – Praça de São Francisco -
Construída em 1608 e reconstruída em estilo barroco, entre 1719 e 1738, a Basílica Menor do Convento fora convertida numa Sala de Concertos, graças à sua excelente acústica. A Igreja e o Convento abrigavam o Museu de Arte Religiosa, que mostrava várias pinturas, objetos de prata, esculturas, peças de cerâmica de caráter religioso e peças arqueológicas. Algumas das peças datavam do final do século XVII. Nas salas bem como nas galerias do Convento, eram mostradas obras transitórias de artistas cubanos e estrangeiros. A igreja tinha um belo jardim em homenagem a Madre Teresa de Calcutá, onde eram exibidas esculturas de artistas contemporâneos.
Museu de Historia Natural – Calle Obispo, 61 –
Especializado na história natural do país, abrigava várias coleções sobre a flora e a fauna cubanas. As salas de exposição eram projetadas para promover o conhecimento sobre a natureza, enfatizando a necessidade de preservar os recursos naturais. No piso inferior, apresentava a exposição A Terra e a Vida, dedicada à evolução paleontológica da Terra, com diferentes amostras de fósseis, murais e diagramas. Destaque para o crânio de um Tiranossauro e uma exposição zoológica sobre répteis, aves e mamíferos do Caribe. O andar superior era dedicado aos vertebrados, invertebrados e mamíferos do Caribe, além de uma coleção de rochas e pedras semipreciosas e uma árvore petrificada há milhões de anos e fósseis marinhos de águas cubanas.
Museu de Naipes – Calle Muralla, 101 - Plaza Vieja -
Inaugurado em maio de 2001, o pequeno e imteressante Museu do Jogo de Cartas ocupava o andar térreo da Casa do Marquês de Prado Amero, datada do século XVII, era o prédio mais antigo da praça. Servia de residência, a José Martín Félix de Arrate, considerado o primeiro historiador cubano. Exibia mais de 2.000 baralhos de cartas de todo o mundo e remontava ao século XIX, abrangendo temas de estrelas do rock e divindade ao tarô. O museu também exibia documentos comerciais, além de instrumentos usados na fabricação de cartões. Apresentava uma coleção de peças de cartas, além de postais, gravuras, cartazes e cinema, relacionados com as cartas do baralho, entre outras. Destacava-se a coleção de postais que datavam do final do século XIX e cartões com desenhos animados de estrelas de Hollywood e personalidades históricas. Abria das 9.30 as 17.30h de terça a sábado e das 9.30 as 12.45h aos domingos.
Museu de Navegação – Castelo da Força Real – Praça de Armas –
Inaugurado em 2008, estava localizado próximo ao fosso do Castelo da Real Força, na Plaza de Armas de Havana Velha. Apresentava interessantes exposições sobre a história da Fortaleza e do centro histórico de Havana, e as ligações com o antigo Império Espanhol. Destaque para a excelente obra composta por uma maquete em grande escala, do Galeão Santíssima Trindade.
Museu da Pintura Mural – Calle Obispo, 117/119 -
Ocupava a parte superior e inferior de um prédio histórico, incluindo o corredor, a galeria e o pátio. À entrada do museu encontravam-se duas vitrines com fragmentos de pinturas murais do Palácio dos Condes de San Esteban de Cañongo e da Casa de Don Mariano Carbó, que estavam na ante-sala do último andar onde era guardada uma grande coleção de amostras murais. Tinha como objetivo agrupar, explicar e incentivar o conhecimento das diversas riquezas pictóricas encontradas nas paredes e fachadas de alguns prédios de Havana Antiga, tanto as atuais como as que foram realizadas nos diferentes períodos artísticos da cidade.
Museu do Automóvel – Calle San Ignacio com Tenente Rey e Amargura -
Instalado num prédio de estilo neoclássico que datava de 1891, reunia interessante coleção de automóveis antigos, entre os quais um Thunderbird, um Pontiac e o Ford T, entre outros em excelente estado de conservação. Apresentava veículos que se destacaram pela antiguidade ou por terem sido utilizados por pessoas importantes. Exibia, por exemplo: o Cadillac, utilizado por Ernesto Che Guevara, quando vivia em Havana; o Fiat de 1930, de Flor Loenaz; e o Oldsmobile, de 1959, utilizado pelo Comandante Camilo Cienfuegos.
Museu do Rum – Havana Club Museu - Calle San Pedro, 262 - Plaza São Francisco de Assís
Como o próprio nome garantia, era dedicado a mais famosa bebida de Cuba e de mais alguns países do Caribe e adjacências. Havia tours em inglês, espanhol, alemão, francês e italiano, que incluiam uma visita com direito a provar todas...Abria de segunda a quinta-feira das 9.00 as 17.00h; de sexta-feira a domingo das 9.00 as 16.00h.
Museu do Tabaco – Calle Mercaderes, 120 –
Instalado num prédio do século XVIII, pertencente à família Bartolomé Luque, dedicava-se a preservar e exibir coleções ligadas ao cultivo, processamento e comercialização de tabaco cubano. No interior apresentava uma grande coleção de tubos, folhas e outros objetos relacionados, uma coleção de pedras litográficas e máquinas de marcas importantes de charutos. Eram três salas de exposições, dois salões e uma pequena loja com diversas marcas de charutos e vários objetos para fumantes. Muitos amantes de charutos conheciam o vizinho Hotel Conde de Villanueva, onde ficava a Casa del Habano, de Reynaldo González. Uma placa discreta na entrada indicava o caminho para uma pequena escada, que levava ao museu no primeiro e segundo andares.
As Tertulias de Habano eram o primeiro exemplo do tipo de promoção cultural que o museu do tabaco promovia. Nesses encontros, intelectuais, representantes da indústria e amigos da casa homenageavam uma personalidade marcante do mundo do tabaco – sempre alternando entre uma figura viva e uma figura histórica. Um convidado de honra em uma das Tertúlia fora Henrich Villiger. No evento que homenageara Winston Churchill, também participara a sobrinha do ex-primeiro-ministro britânico e o Embaixador britânico. Fundado aqui em 1993, comemorava seu trigésimo aniversário em 2023.
Museu Maquete de Havana Velha - Calle Mercadores, 114 -
Expunha uma maquete na escala de 1.500 de Habana Vieja que era constantemente atualizada, sendo impressionante o nível de detalhe dos prédios mais representativos. Medindo 8 metros de comprimento por 6 metros de largura e cobrindo 48 metros quadrados, o modelo levou três anos para ser construído e era animado por um show evocativo de som e luz que incluia um falso nascer e pôr do sol. Inaugurado e aberto ao público pela Rainha Sofia, da Espanha, em 1999, após um trabalho de cinco anos. Era acessível a visitas diariamente das 9.00 as 14.00h.
Museu Nacional de Artes Decorativas - Calle 17, esquina com Calle D e E - Vedado -
Entre os objetos que conserva nos armazéns e os que eram expostos nas salas, abrigava mais de 33 mil obras de alto valor artístico e histórico que pertenceram aos reinados de Luís XV, Luís XVI e Napoleão II, bem como algumas peças orientais que datavam dos séculos XVI e XXI. No piso térreo havia um vestíbulo ornamentado que acolhia os primeiros exemplares da coleção de mobiliário exibida pelo museu, que estava na antecâmara do salão principal, em estilo Rococó, com paredes cobertas de boiseries e móveis que mostravam a evolução de três estilos proeminentes do século XVIII (Regência francesa, Rococó e Transição). Assim como um Salão de Lacas Orientais, com biombos chineses do século XVII ao XIX e uma sala de jantar decorada com o estilo Regência com mármores italianos.
O andar superior acolhia mais oito salões: o Salão Neo Clássico, o Salão Sèvres, que exibia peças da Manufatura Nacional de Sèvres; o Salão Boudoir Segundo Império, ambientado no estilo utilizado no período francês (1852-1871); o Salão Inglês; outro Salão Oriental; uma Casa de Banho Principal, decorada em Art Déco; um salão eclético, onde peças de diferentes estilos e países eram exibidas; e uma sala Art Noveau.
Museu Nacional de Belas Artes - Calle Agramonte, esquina com San Rafael - Palácio de Belas Artes -
Ocupava dois prédios localizados nos arredores do Passeio do Prado, o Palácio do Centro Asturiano e o Palácio de Belas-Artes e um terceiro prédio era destinado às funções administrativas e logísticas. Fundado em 23 de fevereiro de 1913 como Museu Nacional da República, funcionara até meados do século XX como um museu enciclopédico, mas consolidara-se como um museu de arte universal com o advento da Revolução Cubana. Seu patrimônio artístico, composto por mais de 45.000 peças, era considerado um dos mais importantes do Caribe e da América Latina. Ao lado de um extenso núcleo de arte cubana, conservava exemplares das principais escolas européias, abrangendo o período que ia da Baixa Idade Média ao século XX. Também abrigava obras de arte das Américas, peças asiáticas, setor de numismática e coleções arqueológicas, com artefatos egípcios, etruscos e greco-romanos. O museu mantinha um teatro, programa educacional e realizava exposições temporárias e atividades culturais permanentes.
Museu Numismático – Calle Obispo, 305 -
Sua missão era guardar, preservar e salvaguardar a história numismática não só de Cuba, mas do resto do mundo, em um acervo de mais de 120 mil peças. Possuai salas de exposições transitórias e permanentes, as primeiras relacionadas com efemérides significativas. Todos os anos comemora-se o 9 de julho, Dia da Numismática Cubana, devido ao significado histórico desse evento. A palavra numismática vinha da palavra grega nómisma, que significa moeda. Era um termo que apontava para o estudo e coleção de moedas, papel-moeda, insígnias, medalhas e peças afins. Antigamente, as peças de ouro ou prata eram usadas como unidade de troca para adquirir produtos e, assim, promover o comércio. Os historiadores diziam que o valor era determinado pelo peso e pureza do metal em que foram feitos. A chamada descoberta da América e as riquezas em metais preciosos deste continente serviram para aumentar consideravelmente a emissão de moedas e a cunhagem no Novo Mundo começara em 1535, no México, após a conquista espanhola.
Em 1911, Cuba criara a primeira medalha oficial, consagrada para homenagear os veteranos do Exército de Libertação, e dois anos depois, em 1913, criara a primeira em que aparecia José Martí. Da mesma forma, em 1915, as primeiras moedas com o busto de Martí, foram cunhadas na Casa da Moeda da Filadélfia. Após 13 anos de República dependente, começaram a circular as primeiras moedas cunhadas em ouro, prata e níquel. A Lei Monetária Cubana, de 1914 autorizara a circulação de moedas dos Estados Unidos junto com as cubanas. As moedas norte-americanas mantiveram seu curso legal e força libertadora ilimitada. No entanto, o espírito prevalecera nacional, e as moedas de ouro com o busto de Martí foram as únicas cunhadas em Cuba nesse metal, até que a Casa da Moeda de Havana começasse a operar. Curiosamente, esta instância em 1977 cunhara a primeira série no quadro de Grandes Acontecimentos Históricos. Desta série, composta por quatro peças, fora cunhada uma em ouro, no valor de 100 pesos, que ostentava o busto de Carlos Manuel de Céspedes, iniciador da Guerra pela Independência, em 10 de outubro de 1868.