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GRANADA  - Espanha  -  1/2
A Alhambra, o Generalife e os mouros 

 

ETIAS 2025 - Autorização para entrar na Europa

​Anunciado em 2016, o  European Travel Information and Authorization System (ETIAS) — Sistema Europeu de Informação e Autorização — está cada vez mais próximo de ser concretizado. A nova regra de entrada de estrangeiros na Europa se baseia no sistema americano, com maior segurança e será válido, a partir de 2025 mas ainda sem data para início do procedimento. ​O sistema verificará as credenciais de segurança e cobrará uma taxa (atualmente divulgada como sete euros) dos viajantes que visitam os países-membros do Tratado de Schengen, para fins de negócios, turismo, médicos ou de trânsito. Os viajantes, que atualmente visitam a Europa sem Visto, podem entrar na UE e nos países-membros de Schengen, gratuitamente e sem qualquer triagem de segurança digital antes de sua chegada à Europa. Vale lembrar que o ETIAS não será um Visto, mas uma autorização de viagem para viajantes que não precisam de Visto Consular para visitar a Europa.

As informações e recomendações inseridas neste texto, objetiva facilitar seu programa de viagem para visitar esta histórica e encantadora cidade da Andaluzia. Escolha o que pretende conhecer e monte seu roteiro para melhor aproveitar sua passagem por aqui..

Granada, era a cidade que tivera a maior influência árabe na Espanha, e onde se encontrava a famosa Alhambra, um dos mais conhecidos monumentos de todo país, considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco, em 1984. Era um Complexo arquitetônico de palácios, destacando-se os palácios mouriscos - os mais antigos, fontes e jardins, e que chegara a ser o maior centro político e muçulmano do Ocidente.  Aproveite para conhecer os monumentos mais emblemáticos da cidade, em um de seus bairros mais históricos. Saiba mais sobre a cidade palaciana e a Casa Real, e fique sabendo por que fora declarada Monumento Nacional, em 1870. Entre no Complexo da Alhambra, e conheça histórias de sua grande influência e importância na vida da Espanha.

 

Veja os vários  estilos arquitetônicos da Alhambra, incluindo a bela Puerta de las Granadas, o monumento de Washington Irving, que vivera no Palácio, quando escrevera Contos da Alhambra. Passe pela Fonte do Pilar de Carlos V, erguida em 1554, junto ao caminho que levava à entrada principal da Alhambra. Conheça os Jardins do Generalife, construído para ser um lugar de lazer para os Reis mouros de Granada, no século XIV. O Generalife ( Jardim do Arquiteto ), fora o Palácio  de verão dos Reis nasridas, um dos jardins mais antigos da época dos mouros. Admire o Jardím de la Sultana (Pátio do Cipreste) e o Pátio de la Acequia Pátio do Canal de Água ), com sua longa piscina rodeada de flores, fontes, colunatas e pavilhões. 

Provavelmente, em nenhuma outra cidade espanhola, a presença moura fora tão fortemente sentida como em Granada. Fora nesse fértil território, aos pés da Sierra Nevada que, em 1492, os Reis católicos Isabel de Castela e Fernando de Aragão puseram fim aos 781 anos de domínio islâmico na Península Ibérica. Os mouros deixaram para trás riquezas e esplendor, sabiamente preservados. Era o caso da Fortaleza de Alhambra e seu Palácio Generalife e do bairro de Albaycín, reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, e que atestavam o grau de desenvolvimento da sociedade árabe daqueles tempos. A alma moura, ainda residia nos hábitos de toda essa região.

O Complexo da Alhambra ou Cidade Palaciana da Alhambra, era considerado um dos pontos com maior visitação da Europa.  A construção do Complexo de Alhambra, tivera início no século XIII, por monarcas muçulmanos e servira de residência para a Disnastia Nasrida. No espaço, era possível visitar o Pálacio de Carlos V (espaço que abrigava o Museu de Belas Artes de Granada), o Generalife e seus belos jardins. Ao lado da Alhambra estava um dos bairros mais charmosos da cidade, o Albaicín, perfeito para se ter uma bela vista da cidade e registrar muitas fotos. Perto do Palácio está a Catedral da Encarnação de Granada, que foi construída no século XVI e era uma bela edificação que ficava ao redor de pequenas ruas típicas do sul da Espanha, ótimo para se caminhar num fim de tarde. Outro ponto no centro, era a Praça Bib-Rambla ou Bibarrambla que estava rodeada de hotéis, Cafés, bares e restaurantes, onde eram servidas gratuitamente as famosas tapas.

Atrações históricas e turísticas 

Alhambra  -  Camino Real de la Alhambra -

Recebia esse nome pelos seus muros avermelhados, significava castelo vermelho e estava localizada no alto da colina de al-Sabika, na ribeira esquerda do Rio Darro, ao oeste da cidade e diante dos bairros do Albaicín e da Alcazaba. Saindo do centro, era possível subir até La Alhambra a pé, mas teria que caminhar, e muito, visitando o Complexo. A dica era subir até a Alhambra, utilizando o ônibus urbano da linha C-3. O ponto inicial ficava na Calle Padre Suárez, bem do lado da Plaza Isabel la Católica. Desça no ponto final da linha, Alhambra/Generalife, que ficava próximo da bilheteria do Complexo. Existiam vários pontos de entrada para a Alhambra, mas se quiser seguir o roteiro de visitação, deveria entrar pelo Pavilhão de Acesso, onde ficava a bilheteria. Depois da visita, inclua o Carmen de los Mártires, um jardim que estava próximo da entrada da Alhambra.

No Complexo da Alhambra, havia uma lanchonete e um restaurante de luxo, no Parador Nacional. Na área havia vários restaurantes turísticos, que cobravam preços muito acima da média. Para comprar ingressos, era melhor realizar a compra antecipada para visitar a Alhambra. Chegar sem os ingressos, er correr o risco de não conseguir entrar.  Não aguarde até o último momento para comprar seus ingressos. Na hora que tiver definido a data da sua visita a Granada, procure efetuar a compra dos ingressos pela internet. A abertura de venda de ingressos, costumava ter uma antecedência de 3 meses. E mesmo assim, era comum encontrar várias datas esgotadas. O meio recomendado para a compra de ingressos, era através do site oficial www.alhambra-patronato.com.es.

Se comprar o ingresso via internet, precisará trocá-lo pelo ingresso físico, quando chegar a Granada. A troca poderá ser feita em vários lugares. Se estiver no centro da cidade, o melhor lugar para imprimir seus ingressos, era o pequeno escritório da Alhambra, que ficava dentro do Corral del Carbón. Para obter os ingressos, precisará do cartão de crédito utilizado para realizar a compra, ou do número de reserva (localizador) encaminhado por email. O outro lugar para fazer a troca de ingressos, era na bilheteria da Alhambra. Cuidado com a compra de ingressos através de terceiros nas ruas próximas a Alhambra!  

 

O Complexo da Alhambra era muito grande, e a mais rápida das visitas não devia levar menos de três horas. Já para quem gostassde de curtir os lugares extraordinários, com calma, seria fácil permanecer entre quatro horas e seis horas, percorrendo cada cantinho do lugar. O roteiro recomendado pelo próprio Patronato da Alhambra, era entrar pelo Pabellón de Acceso, onde ficava a bilheteria, começando pelo Generalife, o Palacio de Carlos V, os Palacios Nazaríes e a Alcazaba.

Bairro Albaycin

Era o antigo bairro árabe, que incluia a zona localizada entre a colina da Alhambra, a colina de San Cristóbal, o Sacromonte e a Ra Elvira. O Albaycín era um mundo à parte em Granada, por conta da forte influência muçulmana. Fora neste lugar que o primeiro Tribunal Muçulmano ( o  Ziri ) fora erguido no século XI.  A  cidade descera por San Nicolás, até as margens do Rio Darro, povoada de luxuosas residências e de esplêndidos banhos públicos, como mostravam os dos Bañuelos.  O auge da prosperidade do Albaycín, fora alcançado nos últimos anos do domínio Nasrid, quando tinha uma população de mais de quarenta mil habitantes e trinta Mesquitas.

Catedral Metropolitana da Encarnação - Calle Gran Via de Colon, 5 -

Era um monumento importantíssimo para a cidade e que não poderia ficar de fora de seu roteiro. Granada era uma cidade cheia de tradição e cultura e dentre seus pontos turísticos, se destacavam muitos os de cultos religiosos, além das mesquitas e castelos deixados pelos árabes. A Catedral de Granada era um templo de culto católico e sede da Arquidiocese da cidade. Além da importância religiosa, era um expoente do Renascimento espanhol. O primeiro projeto da Catedral, foi encomendado em 1506, inspirada no estilo gótico da Catedral de Toledo,  No entanto, o projeto passou para outro arquiteto, que o modificou, apresentando um modelo mais ambicioso, com linhas renascentistas sobre os cimentos góticos e cinco naves, ao invés das três naves que eram habituais. Em 1664, após uma queda econômica e a expulsão dos mouros, Alonso Cano reformou a fachada, adicionando assim os traços e elementos barrocos.  Em 1706, outros dois arquitetos construíram o Santuário da Catedral, em estilo rococó.

Capelas da Catedral

A Catedral possuia diversas capelas em seu interior, muito bonitas e interessantes. A Capela da Virgem de Pilar, a Capela de Nossa Senhora de Carmen, a Capela de Nossa Senhora das Angústias, a Capela da Nossa Senhora a Antiga, a Capela de Santa Lúcia, a Capela do Cristo das Penas, a Capela de Santa Teresa, a Capela de San Blás, a Capela de San Cecílio, a Capela de San Sebastián, a Capela da Santa Ana, a Capela da Santíssima Trindade, a Capela de São Miguel e, a mais importante, a Capela Real.

Capela Real  -  Calle Oficios -

Os Reis Católicos da Espanha, escolheram a cidade de Granada para serem enterrados. A capela foi construída entre 1505 e 1517, em estilo gótico,  e foi dedicada a São João Batista e São João Evangelista. Na Capela Real, ficavam outras sepulturas, além dos Reis Isabel I de Castilla e Fernando II de Aragón, como o sarcófago do Infante Miguel de la Paz, de Portugal, que era neto dos reis. Havia também um museu, construído em 1913 e dedicado aos reis, com pinturas, quadros a um exemplar de Sandro Botticelli. As visitas à Catedral,  podiam ser feitas de segunda a sábado, das 10.00 as 18.00h. e aos domingos e feriados, das 15.00 as 18.00h. A Catedral ficava na Plaza de las Pasiegas e a entrada era paga. As crianças até 12 anos entravam gratuitamente, e a entrada individual com audio-guia gratuito custava 5€, para estudantes é 3,50€ e para grupos com audio-guia gratuito custava 5€. Na mesma rua ficava a Igreja Paroquial do Sacrario.

 

Generalife  -  Paseo del Generalife - 

Uma das imagens mais famosas da cidade era a dos Jardins de Generalife, e nada como vê-lo ao vivo para registrar em fotos. Construído no século XIII, durante o emirado da Dinastia de Nasridfuncionava como um refúgio á vida da Corte e diziam que o seu nome se referia a um jardim paradisíaco. E era verdade, que se não fosse pelo grande número de turistas, este lugar seria sem dúvida excelente para aproveitar alguns momentos de tranquilidade. O jardim principal, era o Pátio de la Acéquia, que era o nome dado ao caminho de água que se via no centro e que hoje estava decorada com várias fontes. Anteriormente era utilizada como conduto de passagem de água, para regar a horta. Ao fundo se via a Sala Régia, um nome tão formal para um bonito Mirante decorado, com os tradicionais trabalhos de reboco persa. O ambiente era tão bonito, que convidava a permanecer sem olhar para o relógio e pensar que tinhamos hora marcada para visitar os Palácios Nazaríes.

Passamos depois ao Pátio dos Ciprestes, que foi anteriormente o Jardim da Sultana, que diziam ter sido o lugar onde Soraia (que era uma escrava cristã convertida), mulher do Sultão Abu Al-Hasan, tinha encontros secretos com o chefe dos Abencerrajes, que foram massacrados mais tarde numa sala do Palácio que levava o seu nome.  Muita água, verdes, flores e detalhes arquitetônicos, faziam do Generalife um lugar único e especial, que devia ser visitado e de onde se tinha uma vista previlegiada sobre a Alhambra e a cidade.

 

 

 

 

Alhambra e a Sierra Nevada ao fundo

Palácio da Madraza -  Calle Oficina, 14 -

Localizado em frente à Capela Real, era a sede da Escola Muçulmana da Lei do Alcorão que Yusuf I fundara, após a captura da cidade, o prédio fora convertido em Câmara Municipal, onde os Cavaleiros que governavam se encontravam. Um arco de ferradura dava acesso ao elegante mihrab, o único espaço do prédio islâmico, que era preservado. O palácio barroco, que fora construído depois, era estruturado em torno de um pátio com galerias de arcos, em colunas da Toscana. A escada era coberta por uma cúpula alaranjada, decorada em estilo churrigueresco. A fachada era barroca, e com uma porta de pedra. As janelas e varandas, foram feitas de madeira e ferro forjado. O Palácio era coberto por um telhado inclinado de telha árabe, apreciando um beiral com mísulas de madeira, que servia também como decoração. Atualmente era a sede de vários departamentos da Universidade de Granada. 

Sacromonte

Para visitar o bairro de Sacromonte, reserve um dia inteiro. Comece pela Plaza Nueva e pegue o pequeno ônibus vermelho C2, até chegar ao extremo da cidade, onde ficava a Abadia de Sacromonte. O bilhete custava apenas 3,00€ por pessoa. O ônibus C1 não percorria toda a cidade, apesar de cobrir a zona de Albaycín, mas poderia ser utilizado para este passeio. Fundada nos primeiros anos de 1600, a Abadia fora originalmente construída sobre uma mina romana. Os guias turísticos mencionavam os famosos livros de chumbo, que foram desenvolvidos como instrumentos de estudo, nesta Abadia, e a curiosidade era grande, quando se sabia que existiam muitos segredos mantidos aqui. Em certos dias, dava para integrar as visitas guiadas, que custava 5€ a entrada. As visitas começavam as 11.00h,  e eram explicadas em espanhol e não eram permitidas fotografias. A visita passava por várias divisões, onde apareciam vários curiosos objetos relacionados com a prática religiosa e de arte sacra:

 

Quarto 1 – Aqui se poderia observar reproduções fiéis dos famosos livros de chumbo, com traduções dos seus textos;

Quarto 2 – Tapetes belgas, decretos Reais e do Papado, pinturas de vários Bispos, nos davam a entender as relações de multi culturalidade e além-fronteiras, que se forjaram a partir desta Abadia;

Quarto 3 – Mantos eclesiásticos, objetos em ouro maciço, de cerimônias religiosa, e retratos vários, incluindo a pintura La Virgen de la Rosa, de Gerard David, demonstravam a riqueza envolvida nas atividades deste espaço;

Quarto 4 – Diversos livros, incluindo um que era pelo menos milenar, e um Goya original intitulado Francisco Savedra, mostravam  a influência cultural que se exercia a partir da erAbadia. Como curiosidade, diziam que esta pintura fora roubada nos anos 1980, assim como outros objetos de elevado valor, mas em 1991 foram recuperadas.

Catacumbas

Seguimos nosso passeio para um subsolo, para as catacumbas, que foram escavadas sob a Abadia, onde os livros de chumbo foram descobertos. Primeiro, passava-se pela capela de Santo Cecílio, onde se celebrava anualmente uma tradicional Romaria que acontecia no primeiro domingo de Fevereiro. Admire a suntuosidade das peças de ouro no altar, assim como as figuras de santos e apóstolos magnificamente esculpidos. As catacumbas continham  relíquias de vários santos do século XVII, incluindo os fornos onde, de uma forma um pouco macabra, eles eram incinerados por motivações religiosas. Também existiam pequenas capelas, conhecidas originalmente por Capillas, que se poderia ver antes de se voltar à intensa luz do dia. A visita guiada durava cerca de uma hora. 

Descendo a ladeira

Antes do regresso pela encosta abaixo, faça uma pausa para admirar a cidade lá embaixo, com destaque para o Palácio de Alhambra e os Jardins de Generalife, pelo lado esquerdo, e o bairro de Albaycín, à direita. No caminho passaremos por comunidades nômades e ciganas, que montavam abrigo do outro lado da encosta, e especialmente em algumas das grutas naturais, que estavam sempre ocupadas. Ao final da descida encontrava-se outra comunidade cigana. Toda a área, era atualmente habitada por uma diversidade grande de gente, apesar de ser uma das zonas tradicionais dos Gitanos de Granada. Suas casas eram cuidadosamente decoradas, havia pequenos restaurantes e Cafés, e enormes lojas de souvenirs que ajudavam a criar um clima tranquilo e de bastante interesse para os turistas. Não deixe de visitar o Museu Etnológico da Mulher Cigana, para conhecer melhor esta população, que ainda era alvo de injustos preconceitos. 

Flamenco

Existiam sinais de música em todos os recantos, por onde se circulasse em Sacromonte. Procure ainda pelas oficinas Luthier – onde fabricavam guitarras – e abra os ouvidos para os sinais de música e de sons, que pareciam deixar Sacromonte num constante concerto a céu aberto. Uma guitarra dependurada numa porta, as castanholas decorando janelas, veja bem como a música se misturava na vida da cidade.

Onde dormir

Hotel Alixares - $$$$ - Calle Paseo de la Sabica, 40 - Centro -

Decorados em estilo clássico, todos os quartos incluiam frigobar, TV, cofre e banheiro privativo com secador de cabelo e amenities. Tinha um bom restaurante onde er servido o café da manhã, tinha um terraço com excelente vista da cidade, e uma piscina.

Hotel Inglaterra - $$$ - Calle Cettie Meriem, 4 -  

Situado no centro a 2,5 km da Estação de Trens, a 100 metros da Plaza Nueva, dispunha de um pátio tradicional Andaluz, com uma área de estar compartilhada. Dispunha de quartos com ar-condicionado, TV HD com canais via satélite, frigobar, aquecimento e WiFi gratuito. Tinha um bom restaurante e oferecia um ótimo café da manhã.

Onde comer

Os granadinos adoravam salir de tapas, um ingrediente essencial da vida na cidade. Tapear era um ritual social, mas bastante informal. Os bares costumavam ficar lotados, com muita gente tendo que comer em pé ou ao redor de pequenas mesas. Os bares de tapas eram barulhentos, lotados e com uma atmosfera própria. Saborear tapas fazia parte da cultura espanhola e tornava-se uma forma de se relacionar socialmente. Existiam tapas fantásticas desde o norte, na Galícia, até o ponto mais ao sul, nas Ilhas Canárias.

Em Granada, a tradição era que todas as bebidas, seja vinho, cerveja ou qualquer outra bebida, fossem servidas acompanhadas por uma tapa como cortesia. Na maioria dos bares, o garçom escolhia a tapa que iria lhe servir, dependendo dos pratos que estiverem saindo da cozinha, naquele momento. Em alguns bares, era possível escolher a tapa, em uma lista. Com três bebidas e três tapas, como cortesia, dava para uma refeição gastando muito pouco! Os bares costumavam abrir a partir das 13.00h, e no jantar, a partir das 20.30h.

Quando o tempo permitisse, muitos bares colocavam mesas nas calçadas, e nas praças estavam as populares terrazas, onde era possível sentar, comer, beber e, ao mesmo tempo, contemplar a vida da cidade. Na primavera, no verão e no outono, as ruas do centro histórico eram ponto de encontro de locais e turistas.

El Pescaito de Carmela – Calle Marques de Gerona, 12 -  

Era especializado em pescados e frutos do mar.

Jardines de Zoraya – Calle Panaderos, 32 -  

Instalado no coração do bairro de Albaycín, era um restaurante flamenco, aonde a gastronomía e a arte se reuniam. Funcionava à noite, com dois programas de jantar com show. O primeiro, era a partir das 19.30 e o segundo a partir das 22.30h. Era possível somente jantar, mas mesmo assim era recomendado que se fizesse reserva. 

La Cuchara de Carmela - Calle Paseo de los Basilios, 1

Especializado em comidas regionais, e também oferecia alguns pratos de outras regiões da Espanha.

Restaurante Carmela - Calle Colcha, 13 esquina Pavaneras -

Situado em pleno centro,  próximo da Catedral e da Praça Nova, oferecia um cardápio típico Andaluz e variações marcantes do Mediterrâneo. Era muito bem recomendado.

​Restaurante Hermanos Urquiza - Calle Navas, 25 -

Era outro restaurante tradicional e onde se poderia desfrutar de uma grande variedade de pratos típicos. Sua proposta gastronômica, era baseada na cozinha caseira do Mediterrâneo e com as receitas tradicionais da Andaluzia.

 

Pratos típicos

Além das tapas, entre os muitos pratos típicos de Granada, havia quatro delícias que o visitante deveria conhecer:

berenjenas com miel - Eram beringelas fatiadas, empanadas e servidas com mel de cana de açúcar;

cazón en adobo. Era a carne do Cação, cortada em cubos, temperada e frita. Era um dos pratos mais populares na Andaluzia;

habas con jamón - Era outro pratos mais típico de Granada, elaborado com um ingrediente local que estava disponível nos mercados entre março e outubro. As habas, um tipo de feijão verde, carnudo, que era preparado na panela junto com pedaços de presunto curado. Podiam ser servidas com um ovo frito por cima, quase um autêntico PF !

 

piononos - Era o doce mais típico. Originários da vizinha cidade de Santa Fé, era uma homenagem ao Papa Pío IX. Consistia em uma fina lâmina de pão-de-ló, enrolada como um mini rocambole e banhada com uma calda super cremosa.

Café da manhã

Quando comparado com o padrão brasileiro de servir o café da manhã em hotéis, a Espanha deixava a desejar. Entretanto, na Andaluzia o café da manhã era considerado uma refeição muito importante, que seguia um ritual muito característico. A maioria dos espanhóis sobrevivia com um café e apenas um docinho. Os granadinos não eram uma exceção. Eles normalmente beliscavam alguma coisa de manhã cedo, por volta das 7.30h, para tomar o café da manhã em um bar, lá pelas 10.00h. O café da manhã era um compromisso diário, que curtiam, como se poderia comprovar ao ver muita gente tomando um café e comendo a típica tostada.

Uma tostada, ( torrada ), era muito mais que um simples pedaço de pão com manteiga e geléia. Havia muitos ingredientes que podiam ser colocados na torrada, que eram apresentadas em dois tamanhos, a media  e a entera, que era o pãozinho inteiro, aberto ao meio. A maioria dos bares e lanchonetes, oferecia pão branco e o integral. Os pães mais saborosos eram o molletes, de forma arredondada, macio por dentro e crocante por fora, e o andaluza, que parecia um pãozinho grande, mas muito mais crocante e saboroso.

As bebidas

Muitos imaginavam que os espanhóis bebiam sangría o tempo todo, quando na verdade as bebidas mais populares eram outras.

Cerveza: era tão popular na Espanha, que o país era o quarto produtor europeu de cerveja lager e o décimo do mundo. A maioria dos espanhóis bebia cerveja como se fosse um refrigerante, e isto acontecia ainda mais na quente Andaluzia, onde cervejas geladas eram consumidas em qualquer momento do dia ou da noite. A marca mais popular era a cerveja de origem local Alhambra, a Mammooth e a Alpujarra;

Chá árabe: A deliciosa tradição árabe de tomar chá, era mantida nas teterías (casas de chá) de Granada. O tradicional té moruno, típico de Marrocos era o mais pedido;

 

Clara con blanca: cerveja misturada com gasosa, uma bebida com gás e levemente adocicada;

Granizado:  Era uma espécie de raspadinha de gêlo e mais líquida, muito consumida no verão. O sabor mais popular era o granizado de limón;

 

Sangría: Era a bebida preparada com vinho tinto, suco de laranja (ou refrigerante de laranja), pedaços de pêssego, laranja, limão e bastante gêlo. Era muito popular no verão, porque era um excelente refrescante, barato e fácil de preparar. Era muito consumida pelos turistas em bares e restaurantes, onde era servida em jarras;

 

Tinto de verano: Era uma bebida muito popular no verão. Era menos forte que a sangria e era preparada com vinho tinto e uma bebida gazoza;

 

Vinhos: O vinho era muito consumido durante as refeições, ou como acompanhamento dos tira-gostos. Granada contava com uma denominação de origem, a Vino de Calidad, de Granada.

 

 

 

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