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FLORENÇA e seus museus  - Toscana - 3/3 

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Castelo de Sammezzano

A cerca de 30 km de Florença na aldeia de Azinheira, havia um dos castelos mais bonitos da Itália: o Castelo Sammezzano e seu parque com sequóias centenárias. Sua história começara no início do século XVII quando os Altoviti, uma das famílias nobres florentinas mais antigas, mandara construir uma Fazenda nos Apeninos toscanos. Um Complexo longe do que se poderia admirar hoje, devido às renovações que afetaram a Quinta ao longo dos séculos. Diversas famílias se sucederam na gestão da Fazenda e das terras circunvizinhas: Altoviti,  Medici e  os Ximenes de Aragão, outra nobre dinastia toscana com origem espanhola. Entre 1853 e 1889, o Marquês Ferdinando Panciatichi Ximenes de Aragão mandara construir o Castelo Sammezzano e o parque, envolvendo apenas artistas e trabalhadores florentinos. O resultado fora um dos trabalhos mais fascinantes já feitos na época.

 

O Castelo Sammezzano fora um exemplo vivo do orientalismo na Itália.  Ao alvorecer do século XIX, uma nova corrente cultural invadira a Europa, tendo Florença entre os principais centros. Como o nome sugeria, este movimento apresentava uma nova proposta da arte e do estilo oriental no Velho Continente, a partir de Oriente Médio até o Japão. O castelo fora enriquecido com mais de 70 quartos, decorados com exclusividade pelos melhores artistas do período. O mais famoso deles era o colorido Salão dos Pavões. Entretanto, não vivia os seus melhores dias no presente. Durante a guerra, fora alvo de numerosos saques. Quando o conflito terminara, fora transformado em um hotel de luxo até a década de 2015, quando o Complexo fora adquirido por uma empresa ítalo-inglesa. O objetivo era torná-lo um Resort de luxo, mas devido aos problemas financeiros da empresa, nada fora alcançado. A estrutura estivera em leilão e nenhuma oferta fora apresentada.

Palácio Pitti abrigava vários museus de grande relevância:

 

Apartamentos Reais

Consistiam em 14 salas, os chamados  apartamentos Reais e 6 salas com os chamados apartamentos da tapeçaria, que compunham parte da residência dos Medici, embora ao longo do tempo o mobiliário tenha sido alterado pelos inquilinos que ocuparam os apartamentos, os Asburgo Lorena e os Savoy. Foi pelas mãos dos Savoy, e em particular do Umberto I e da Rainha Margherita, que a decoração atual, com quartos suntuosos, tapeçarias e mobiliário antigo, como as camas de dossel, a decoração e pintura das salas: do papagaio, da capela, o quarto da Rainha, o gabinete oval e a Sala do Trono foram mantidas. Ao lado, ficava a Sala Branca, criada pelos de irmãos Albertolli, e que serviu de local de nascimento da moda italiana. Era possível visitar com o mesmo ingresso, a Galleria Palatina, Galleria d’Arte Moderna,  Museu da Moda, Tesouro do Granduca  e os Apartamentos reais.

​Galeria de Arte moderna

​Possuia algumas das obras-primas da pintura italiana e escultura do final do século XVIII, ao fim da primeira guerra mundial, tendo assim peças que iam  do neoclassicismo, romantismo, ao período dos Macchiaioli, uma antecipação italiana do impressionismo.  Reunia nas suas quase 30 salas, autores como Antonio Canova, Giovanni Duprè, Francesco Hayez, dos artistas do período dos Macchiaioli, Fattori, Signorini e Lega e de artistas como  Boldini, Zandomeneghi, Podesti, Donghi, Morandi, Pisis, Balla e Marinetti.

Galeria do Costume – 

Fundada em 1983, abrigava mais de seis mil peças criadas entre os séculos XVIII e XXI, com vestidos de gala, vestuário informal, trajes de teatro e cinema e alta-costura. Dispostas em uma linha cronológica, as peças contavam a história da moda nos últimos séculos. Destaque para criações recentes de estilistas renomados, como Versace, Armani, Saint Laurent e Valentino, e para o traje fúnebre de Grão-Duque Cosimo I de Medici, de sua esposa Eleonora, e de Don Garzia.  Aqui viveram as importantes famílias Lorena, Bourbon-Parma e Sabóia, que deixaram objetos e mobiliários ainda expostos. A Galeria ficava fechada na primeira e na última segunda-feira de cada mês, 1º de janeiro, 1º de maio e 25 de dezembro. O ingresso custava 7 Euros (bilhete acumulativo incluindo Jardim de Bóboli, Galeria do Costume, Museu da Prata e Museu da Porcelana).

Galleria Palatina - Piazza de Pitti, 1 -

Era uma das mais importantes Pinacotecas italianas, e seu acervo era composto principalmente, por quadros que pertenceram às famílias Medici e Lorena. Alí estavam obras de diferentes épocas e estilos, na maior parte de artistas de primeiríssima linha, como Tiziano, Rafael, Rubens, Van Dick, Caravaggio, Fra Bartolomeo e Filippo Lippi. A variedade e qualidade desses quadros, permitiam ao visitante conhecer e comparar os estilos de cada um – havia quadros para todos os gostos. Não deixe de ver, em especial, a mais bela e famosa das Madonnas, de Rafael: a Madonna della Seggiola. As salas do palácio, onde funcionava a Galeria, também eram um show à parte; repare nas chamadas salas dos planetas, decoradas com temas relativos a Saturno, Júpiter, Marte e Vênus. Uma visita aos Apartamentos Reais, se dava no mesmo horário e com o mesmo ingresso da Galleria Palatina. O Palazzo Pitti fora habitado pelos últimos Medici, passando depois para as mãos da família Lorena.

Durante o curto período em que Florença fora capital da Itália, na época da unificação, o Rei Vittorio Emanuele II também morara aqui. Certos tromp’oeils (engana-olhos), nos tetos das salas, eram perfeitos: na sala de música, dava para confundir o que era relevo e o que era apenas efeito da pintura. Dê uma olhada na sala de banho: uma banheira como aquela, na época, era um luxo reservado somente aos ricos. A antiga igreja franciscana de Santa Croce, em estilo gótico, era uma das mais importantes de Florença, não apenas por ser imensa, mas também por suas obras de arte, afrescos e belos vitrais. A fachada de mármore de Carrara e mármore verde, e o Campanário, também de inspiração gótica, datavam de meados do século XIX. No interior da igreja, as capelas Peruzzi e Bardi tinham preciosos afrescos de Giotto. Em Santa Croce, estavam os túmulos – verdadeiras obras de arte – de alguns florentinos famosos, entre eles Machiavel e Michelangelo.

Igreja de Santa Maria do Fiore –

Com uma fachada de mármore verde, rosa e branco e cúpula desenhada por Filippo Brunelleschi, sua construção demorou 150 anos, muito desse tempo por conta de sua grandiosidade e seus maravilhosos detalhes.  No interior os visitantes podiam conhecer os afrescos de Zuccari e Vasari, além dos belos vitrais de Donatello, Paolo Ucello, Lorenzo Ghiberti e Andrea del Castagno. Na parte de trás ficava o Museu dell'Opera de Santa Maria do Fiore. Na Catedral havia uma escada que levava até as Criptas, descobertas em uma escavação feita entre 1965 e 1973, que trouxe à luz os restos da antiga Basilica de Santa Reparata.

Um segundo nome importante em sua construção era o de Giotto, que em 1334 foi nomeado mestre dos trabalhos e deu início à criação do Campanário da Igreja. Entretanto, três anos após ter iniciado o trabalho, o mestre faleceu. As obras continuaram com Andrea Pisano e quem o sucedeu foi Francesco Talenti, que conseguiu completar a torre do sino. A peste negra que abalou a região e matou mais de 45 mil pessoas, a metade da população, prejudicou bastante o desenvolvimento das obras. A Catedral possuia 153 metros de comprimento, 43 de largura e 90 de transepto e internamente, a altura da cúpula era de 100 metros.

 

Quando acabou de ser construída, no século XV, a Igreja era a maior da Europa e tinha capacidade para abrigar 30.000 fiéis. Em 1419, o projeto de Filippo Brunelleschi foi o vencedor do concurso de arquitetura para a construção da cúpula da Catedral de Florença de Santa Maria do Fiore. Mais de 500 anos depois da construção, o Domo projetado por ele, continuava sendo a maior cúpula de alvenaria já construída. Sem vestígios de desenhos ou esboços, os segredos de sua construção permaneciam um enigma até os dias de hoje. Para chegar até a varanda do mirante era preciso vencer uma subida que contém 463 degraus.

 

Igreja de São Salvador de Todos os Santos - Borgo Ognissanti, 42 -  

Caminhar pela cidade, era como percorrer um museu ao ar livre, deparando com uma obra prima em cada esquina. Igrejas que também mereciam uma visita: Todos os Santos, com os afrescos de Botticeli e Ghirlandaio, a de Santa Maria Novella, para ver a Trindade, de Masaccio, e a Igreja do Espírito Santo, uma das ultimas obras de Brunelleschi e a Madonna, de Fillipino Lippi. Aproveite que estará próximo ao Mercado Central, e caminhe até lá para conhecê-lo.

​Jardim Bardini

Era um jardim histórico da cidade, situado na área Oltrarno, pertencente à Villa Bardini, cobria uma grande área montanhosa nas encostas do Piazzale Michelangelo, entre a Piazza dei Mozzi, Via de Bardi, à Via San Giorgio di Belvedere, em uma área de cerca de quatro hectares. A parte mais bonita era a grande escadaria barroca, que oferecia uma vista espetacular da cidade. Possuia seis fontes decoradas com mosaicos, jardim de rosas, lírios, hortênsias e outras plantas decorativas, além de um teatro verde, duas grutas e uma Kaffeehaus. 

 

​Museu do Traje e da Moda

​A Galeria ficava na Palazzina della Meridiana, um pavilhão sul do palácio, construído por Pedro Leopoldo de Lorena.  Os visitantes eram apresentados a uma coleção de seis mil peças de roupas antigas, figurinos de teatro e cinema, acessórios, e muito mais. Aqui era possível conhecer a história real da moda italiana, graças aos exemplos de mestres contemporâneos, como Valentino, Armani, Versace, Pucci, Missoni, e Yves Saint Laurent. ​As coleções são periodicamente substituídas para garantir a sua melhor conservação. A maioria das peças provenientes de doações públicas e privadas, às vezes com a doação ou venda de todo guarda-roupa de celebridades, ou de personagens de grande importância histórica. O meridiano que dava o nome ao prédio era o instrumento astronômico feito por Vincenzo Viviani, em 1699, e colocado no vestíbulo dos aposentos de Fernando de Médici. No cofre do vestíbulo, estava pintada a Alegoria do Tempo e das Artes, de autoria de Anton Domenico Gabbiani. 

 

As coleções também apresentavam peças de vestuário da aristocrata siciliana Donna Franca Florio, uma das personalidades européias mais famosas, bem como vestidos de Eleonora Duse, uma das mais importantes atrizes italianas de teatro. De grande interesse era também a coleção de trajes de teatro, reunidos por Umberto Tirelli, fundador de uma importante alfaiataria e de uma coleção de jóias no século XX. Entre as raridades do museu encontrava-se o vestuário fúnebre do Grão-Duque Cosimo I de Médici, da sua esposa Eleonora de Toledo e do seu filho Don Garzia, que morreu aos quinze anos vítima de malária.

Museu Salvatore Ferragamo -  Via dei Tornabuoni, 2 -  

Era dedicado ao famoso designer de calçado, Salvatore Ferragamo, que emigrou para os Estados Unidos e acabou por chegar a Hollywood, onde trabalhava para muitas celebridades, nos anos 1920. Ferragamo retornou a seu país de origem e criou uma empresa que comercializava sapatos artesanais únicos e outros itens de luxo. O museu exibia roupa, acessórios, sapatos, materiais publicitários e muitos outros artigos valiosos. Estava instalado num grande palácio gótico que foi comprado por Ferragamo, nos anos 1930.

O museu reunia cerca de 10.000 modelos de sapatos criados e de propriedade de Ferragamo, desde a década de 1920 até sua morte em 1960. Após sua morte, a coleção foi ampliada por sua viúva e filhos. O museu também incluia filmes, recortes de imprensa, materiais publicitários, roupas e acessórios da década de 1950 até os dias atuais. A família Ferragamo criou o museu em maio de 1995, para familiarizar o público internacional com as qualidades artísticas de Salvatore Ferragamo e com o papel que ele desempenhava na história, não apenas dos sapatos, mas também da moda internacional. A idéia de  criar o museu surgiu inicialmente quando uma exposição foi organizada no Palazzo Strozzi sobre a história de Salvatore Ferragamo. A exposição saira em turnê e foi apresentada por alguns dos museus mais prestigiados do mundo, como Victoria e Albert, em Londres, o County Museum of Los Angeles, o New York Guggenheim, a Sogetsu Kai Foundation, em Tóquio, e o Museo de Bellas Artes, na cidade do México. Abria de quarta a segunda-feira, das 10.00 às 18h. Em agosto, o museu fechava aos domingos. O ingresso era  5 Euros.

Museu Sttibert - Via Federico Stibbert, 26 -  

Somente uma cidade como Florença, que ostentava a Galleria degli Uffizi e a Catedral de Santa Maria del Fiore na comissão de frente, poderia manter o Museu Stibbert em segundo plano. Frederick Stibbert fora o responsável por transformar sua própria casa em museu, a partir dos objetos que ele adquirira em viagens pelo mundo afora. O acervo reunia 50 mil peças divididas por tema e período histórico. Havia alguns quadros, porcelanas e vestimentas, mas a coleção era em sua maioria, composta por armas e armaduras européias, islâmicas e japonesas. A distribuição dos objetos pela antiga casa, fora pensada pelo próprio Frederick Stibbert, que decorara os cômodos de acordo com os temas abordados. Isso significava que o salão onde estavam expostas as espadas, escudos e vestimentas do mundo islâmico, por exemplo, fora feito seguindo as características da arquitetura árabe. Os espaços dedicados ao Extremo Oriente guardavam inúmeras espadas de Samurai. A grande atração, era a coleção de 100 armaduras japonesas completas, considerada a maior que existia fora do Japão.

Em uma das salas, havia réplicas perfeitas dos capacetes e das malhas de ferro que faziam parte das armaduras européias.  Dentre as vestimentas, havia um raríssimo traje feminino de casamento chinês e a capa que Napoleão vestira ao ser coroado Rei da Itália, em 1805. O Museu Stibbert merecia ser incluído no roteiro, depois de conhecer as atrações clássicas de Florença. As visitas duravam cerca de uma hora e eram feitas em grupos de no máximo 25 pessoas. Havia o acompanhamento de um funcionário que, apesar de explicar um pouco sobre cada sala, estava ali mais para garantir que ninguém derrubasse uma armadura medieval.  A entrada custava € 8 e o museu ficava aberto das 10.00 às 14.00h de segunda a quarta-feira, das 10.00 às 18.00h de sexta-feira a domingo. Não abria as terças-feiras.

Museu do Vinho – Piazza Nino Tirinnanzi – Greve in Chianti -

A idéia de criar este espaço expositivo para divulgar as tradições e a história desta terra, surgira de uma família de empresários radicados na região e que há anos colecionavam artefatos e materiais desse segmento. Todo o cenário fora encomendado por Lorenzo e Stefano Bencistà Falorni, proprietários das Antica Macelleria Falorni e Enoteca Falorni, locais de culto para boa comida e vinho da Toscana. O espaço contava uma história centenária através das suas paredes. Sempre utilizado como adega, os seus corredores e salas, alguns dos quais utilizados como cubas para a vindima, representavam há anos o coração económico da pequena cidade de Greve.

Museu dos Inocentes  - Piazza da Santissima Annunziata, 13 -

Havia mais de seiscentos anos, esse lugar dedicava-se à tutela dos direitos da infância, mas ao mesmo tempo era um prédio de enorme valor artístico e arquitetônico. Projetado por Filippo Brunelleschi – o mesmo autor da cúpula da Catedral de Florença– o local abrigava obras de artistas como Ghirlandaio, Botticelli e Andrea della Robbia. Desde 1419, quando começou a ser construído, a instituição prestara assistência a mais de 500 mil crianças, entre órfãos, filhos ilegítimos ou de famílias necessitadas.

 

No período do Renascimento italiano, muitos recém nascidos eram abandonados diante das portarias de Conventos ou Mosteiros, em Clausura sobre cavidades chamadas de rodas. Inicialmente, essa espécie de porta giratória servia como meio de comunicação com o mundo exterior ao Convento ou para receber ofertas de alimentos, mas com o tempo passou a ser utilizada para salvar recém-nascidos. Um móvel com 140 gavetas guardavam os objetos de um valor inestimável das mães que abandonaram os próprios filhos diante do Instituto. Moedas, medalhas, retalhos de tecido que foram deixados junto ao recém-nascido. A cavidade que recebia os recém-nascidos fora fechada em 1875. Abria de segunda a domingo das 11.00 às 18.00h. Fechado às terças. O Ingressos custava 8 Euros.

Museu dos Instrumentos Musicais – Via Ricasoli, 58 – Galeria da Academia -

A  coleção cedida à Galleria pelo Conservatorio Cherubini, de Florence, em 1996, abrangia dois séculos de história, de 1.600 a 1.800, e testemunhava o papel fundamental da música na Corte dos Medici. Na Corte de Lorenzo, O Magnífico, por exemplo, os Canti Carnascialeschi; enquanto no Renascimento entravam em cena as Camerate Fiorentine e os primeiros melodramas, que eram considerados os ancestrais da Ópera. E na própria Corte dos Medici, sob Ferdinando I, nascia um instrumento destinado a revolucionar a história da música: o forte-piano, que evoluiu e se tornou o piano-forte, ou simplesmente o piano, que conhecemos hoje. Projetado por Bartolomeo Cristofori – artesão convocado pela Corte em 1688, como construtor de instrumentos musicais – o forte-piano produzia uma textura sonora com mais nuances e uma dinâmica mais articulada, que se distanciava da natureza monocromática do cravo.

Além da Espineta oval e do Cravo de ébano, ambos construídos por Cristofori, passando pelo maravilhoso exemplar do piano vertical – o mais antigo existente –, entre as peças mais valiosas do museu, estavam um violoncelo e uma viola tenor, de Antonio Stradivarius, feita de abeto vermelho e bordô, ambos para o Quintetto Mediceo, um violino Stradivarius do século XVIII e um violoncelo Niccolò Amati, de meados do século XVII. Em uma seção especial do museu, era possível ouvir os timbres e as sonoridades originais dos instrumentos, reconstruídos graças às tecnologias multimídia especiais.

Museu Horne – Via do Benci, 6 -

Ostentava o nome do colecionador inglês Herbert P. Horne,  que doou seu palácio e coleções de uma vida ao Estado italiano, juntamente com o palácio onde os havia coletado. O prédio pertencia aos Alberti e mais tarde à família Corsi, que lhe deu a aparência atual no final do século XV, quando foi reestruturado por Simone del Pollaiolo, conhecido como Il Cronaca, que criou o elegante exterior layout e o pátio interno. O layout atual refletia o gosto de seu proprietário (Horne era um homem de letras, um arquiteto e um crítico muito importante). Horne mudou-se para Florença no final do século XIX para estudar o Renascimento italiano, demonstrando interesse especial em arte, móveis, objetos domésticos ornamentais e úteis pertencentes em particular à típica casa florentina, que desejava recriar para ele.

 

Destacavam-se os belos objetos domésticos que incluiam talheres originais em prata e marfim, agulhas, porta-espelhos, caixas de couro e cachorros de fogo. Até a coleção de pinturas era interessante, compreendendo um belo conjunto de pinturas Florentinas e Sienas do século XIV, além de outras obras de artistas dos séculos XIV e XV. O layout refletia claramente o gosto e a sensibilidade do proprietário, que era um grande estudioso de Botticelli. A peça mais preciosa era a pintura que representa Santo Estêvão, de Giotto. As esculturas incluiam obras de Desiderio da Settignano, Giambologna e os Anjos na Glória, de Bernini. A grande maioria das peças de mobiliário continham belos exemplares de cerâmica italiana dos séculos XIV a XVII, produzidos nas fábricas de Orvieto, Cafaggiolo e Urbino.

 

Museu Hzero – Piazza  de Ottaviani -

Ficava no coração de Florença, nos espaços do antigo cinema Ariston, que fora convertido e mantinha o seu caráter original como local de entretenimento, um antigo cinema em desuso e um local perfeito para a instalação que tinha como ponto de partida o tema romântico do trem: o protagonista da imaginação não apenas dos muito jovens, o brinquedo por excelência dos crianças do século passado, e ainda hoje, o símbolo da modernidade. O projeto era resultado de uma restauração e readaptação funcional confiada ao arquiteto Luigi Fragola, que dividira o Complexo de quase de 900 m2 em dois grandes ambientes principais, um dos quais abrigava o modelo ferroviário e outro era dedicado às oficinas educativas, exibições e percursos de exposições temáticas.

 

Museu Interativo Leonardo – Via do Servi, 66R –

Aqui estavam expostas as máquinas construídas com base nos projetos do grande Leonardo. As invenções foram construídas em escala real, funcionavam e muitas podiam ser testadas. A coleção estava organizada em quatro seções: terra, água, ar e fogo, e era adequada a todos, com o seu laboratório de experimentos. Além das máquinas, o museu também propunha uma reprodução dos principais quadros do Gênio e alguns dos seus maiores estudos anatômicos. Para completar a exposição, havia uma série de projeções educacionais sobre a vida e as obras de Leonardo Da Vinci.

Museu Marino Marini –  Piazza de São Pancracio -

Abrigava 183 obras de Marino Marini: esculturas, pinturas, desenhos e gravuras. As obras estavam organizadas de forma temática e não cronológica, estando os temas relacionados com o estado de espírito da obra, mais do que com o seu tema iconográfico em sentido estrito: girava em torno das imponentes esculturas eqüestres, a série eqüestre dell'aja situada no epicentro do antigo espaço litúrgico, e imersa na luz natural proveniente da grande clarabóia. Marino considerava a presença de luz natural um elemento essencial para a leitura de sua obra e os pontos de observação eram múltiplos, contrariando assim a aversão do artista pela obra ser vista no pedestal. 

As obras foram doadas em diferentes momentos, tanto de Marino Marini quanto de sua esposa. Em 1980, o artista doara à cidade de Florença o primeiro conjunto de obras, composto por 22 esculturas, 31 pinturas, 30 desenhos e mais de 30 gravuras. Posteriormente, em 1988, sua viúva dara 42 obras adicionais para tornar a coleção do museu mais completa e detalhada. Enquanto isso, o patrimônio do museu era enriquecido por outras 25 obras doadas novamente pela esposa de Marino. O museu continha exclusivamente obras de Marino Marini de 1916 a 1977, todas expostas nos quatro níveis do museu. 

 

Museu Nacional do Italiano – Mundi - 

Com a presença do ministro da Cultura da Itália, Dario Franceschini, o evento de lançamento apresentava a primeira seção do Mundi, que contava com duas salas com uma exposição introdutória temporária. A mostra expunha algumas relíquias extraordinárias, como uma inscrição de Pompéia, que testemunhava as mudanças no latim falado, um prelúdio do vernáculo da Itália, ou o Placito Capuano (emprestado pela Abadia de Montecassino), ato jurídico de 960 no qual estava o primeiro testemunho oficial escrito em italiano.  Além disso, havia o manuscrito Riccardiano 1035, no qual um dos gigantes da literatura italiana, Giovanni Boccaccio, poucos anos após a morte de Dante Alighieri, copiara o texto da Divina Comédia, de próprio punho. A imagem era completada pelo Manual de Culinária, de Pellegrino Artusi e o roteiro manuscrito do filme Mamma Roma, de Pier Paolo Pasolini.

Museu Novecentos – Piazza de Santa Maria Novella, 10 –

Fora criado no antigo Spedale delle Leopoldine, onde havia o Museo Alinari de Fotografia, que acabara fechando. Reaberto após uma longa reforma, o espaço de exposição, fora dividido em quinze salas, reunindo mais de 300 obras organizadas desde 1990 até ao início do século XX. A idéia fora lançada pelo crítico Carlo Ludovico Ragghianti, que na seqüência da inundação que sofrera a cidade em 1.966, pedira para artistas contemporâneos  contribuição para o renascimento da cidade, doando cada um, um dos seus trabalhos. As doações foram mais de 200, e foram apresentadas na exposição Artistas para Florença (1967), e ao fim da exposição as obras ficaram num depósitos até ganharem uma nova casa.

A maior coleção era de Alberto Della Ragione, da qual foram seguidas de outras doações recebidas pela cidade por grandes artistas, instituições e organizações para incentivar a criação de um museu. Demoraram quase 50 anos, incluindo projetos, discussões, propostas que somente agora foram concretizadas. Era muito importante este Museu para uma cidade artística como Florença e julgada como somente capital do Renascimento, mas Florença também participara ativamente na história artística da cidade, pois aqui começara uma das mais fervorosas escolas artísticas como os Macchiaiole, no fim do século XIX, e de outras importantes escolas de arte do século XX.

Museu Pietro Annigoni – Costa de São Giorgio, 2/4 -

Instalado dentro da Villa Bardini, era dedicado ao artista eclético que em Florença, no próspero período criativo entre as duas guerras mundiais, experimentava e expressava sua criatividade através do desenho, design, pintura, gravura, afresco e confecção de medalhas. A coleção era composta por uma grande coleção familiar, incluindo inúmeros documentos que traçavam a carreira ativa de Pietro Annigoni. Seu estilo era caracterizado por uma estrita adesão ao realismo e ao uso de técnicas de pintura renascentistas antigas. Sua habilidade como retratista lhe rendera o nome de  Pintor do Queens, incluindo uma famosa representação da Rainha Elizabeth II. Outras obras famosas incluíam além de retratos da Realeza inglesa, o Presidente John Fitzgerald Kennedy e o Papa Giovanni XXIII.

Museu Roberto Capucci – Costa São Giorgio, 4 -  Villa Bardini –

A exposição apresentava uma série de doze vestidos esculturas, feitos por ocasião da Bienal de Veneza de 1995, e outros vestidos em exposição, que eram substituidos periodicamente. Capucci fora definido por Christian Dior, como o melhor criador da moda italiana. Reunia um total de cerca de 30 vestidos divididos em grupos e que abrangiam toda a produção da estilista, desde 1950. Para atuar como kit havia croquis, áudios, artigos de imprensa e fotografias. A Fundação também organizava eventos educacionais e seminários. Abria de quarta a sexta das 10.00 às 16.00 – de sábado e domingo das 10.00 às 18.00. 

Museu Stefano Bardini – Via do Renai, 37 -

Em 1880, Stefano Bardini construira o prédio que atualmente abrigava o museu que levava seu nome. Bardini comprara um Complexo de prédios da época, incluindo a Igreja Santuário de San Gregorio della Pace, construída entre 1273 e 1279 e vendida anos mais tarde. Bardini transformara estes prédios em um imponente prédio eclético, utilizando restos de materiais como pedras medievais e renascentistas, arquitraves esculpidos, lareiras, escadas e também tetos em caixotões pintados. Por exemplo, as janelas do primeiro andar da fachada eram de altares de uma igreja demolida em Pistoia, San Lorenzo. 

 

O Complexo de propriedades de Bardini, contava com prédios como o Palazzo Mozzi, do século XIII, com vista para a praça e para o parque histórico de quatro hectares, nas encostas da colina Belvedere, atualmente conhecida como o Jardim Bardini e que possuia uma vista magnífica. No seu interior havia uma Vila, hoje Villa Bardini, com uma varanda panorâmica, laboratórios, áreas de serviço, salas de exposição e um armazém. Com a morte de Bardini, em 1922, este prédio neo-renascentista e suas coleções foram herdadas pela cidade de Florença, criando o museu cívico da cidade, que esteve fechado para reformas por quase uma década. O bilhete de entrada na Villa Bardini custava € 8,00 por pessoa.

Museu Torrini – Piazza do Duomo, 12-R -

Era um museu de ouro e prata, com cerca de 200 objetos preciosos, incluindo uma coleção de antigos relógios de bolso. No interior, a biblioteca preserva documentos extremamente raros (incluindo a edição original de 1568 do Tratado de Ourivesaria, de Benvenuto Cellini) fotos, desenhos e documentos históricos. A história de uma linhagem de ourives, suas expectativas, possíveis arrependimentos, sucessos, fracassos, sua capacidade de sempre olhar além dos muros da vida. De geração em geração, com o sentido de honra e dignidade, sabendo manter a sua identidade, a sua integridade e a sua independência. Somente nestas condições se poderia ultrapassar os séculos, mantendo o amor à família com as tradições que os pais souberam transmitir aos filhos, com o desejo de iniciar cada dia um caminho que começara muito antes.

Palácio Inacabado  -  Via del Proconsolo, 12 -

Em 1593, Alessandro Strozzi encomendara a Bernardo Buontalenti, a construção de um suntuoso palácio. O arquiteto, devido a uma série de conflitos com o filho do cliente e com o artista Santi di Tito, o artista envolvido na construção da escada, abandonara as obras antes de serem concluídas. O projeto, depois de inúmeras etapas, no início do século XIX chegava às mãos de Guasti, que cedera o prédio Nonfinito ao Governo toscano. Durante o século XIX, tornara-se o palácio do poder e o Governo nele instalara o Departamento do Interior e a Direção da Polícia.

Piazza de São Lourenço

Aproveite para visitar esta Piazza, onde estava a Basílica de San Lorenzo, obra de Brunelleschi, de 1425, a preferida dos Médici. A família Médici apoiava os mais influentes governantes da cidade, e seu nome estava intimamente ligado à história de Florença. Na San Lorenzo estavam sepultados vários de seus membros, entre púlpitos de bronze de autoria de Donatello e esculturas de Michelangelo.

Piazza do Duomo

Também chamada Piazza São Giovani era onde ficava a Catedral de Santa Maria de Fiore a principal e mais impressionante igreja da cidade, além de ser a terceira maior igreja do mundo. Ao seu lado estava o Batistério de São Giovanni e a Campanile de Giotto. Em seu interior estavam as criptas da Basilica de Santa Maria Reparata, descobertas após escavações feitas na década de 60. Considerando que a Piazza da Signoria era o centro cívico da cidade, a Piazza do Domo era o centro religioso e espiritual. Na esquina da Via do Calzaioli com a Praça do Duomo estava a Loggia do Bigallo, um pequeno pórtico onde eram expostas as crianças abandonadas ou desamparadas. Fora construído pela Companhia da Misericórdia, uma das Confrarias mais antigas da cidade. Na praça também estava o Museu do Domo, lugar onde eram expostas as esculturas originais que enfeitavam os prédios da praça e onde posava imponente o Davi, de Michelangelo

Piazza do Mercado Novo

Era onde estava o chamado Mercado Novo, embora fosse antigo fora construído em meados do século XVI. A maior atração do lugar era um javali de bronze, conhecido como Porcellino, diante do qual as pessoas faziam fila para encostar no seu focinho, pois dizia a lenda que quem tocá-lo voltaria a Florença. Era tanta gente que o focinho do bicho perdera o tom esverdeado de bronze antigo e se tornara reluzente. Seguindo na direção do Rio Arno chegava-se a ponte mais famosa da cidade, a Ponte Vechio, construída em 1345 e única ponte da cidade a escapar da destruição nazista durante a 2ª Guerra. Ao longo de suas duas extremidades encontravam-se diversas lojinhas, que vendiam jóias de ouro e prata e artesanatos típicos regionais em lã. Continue até ao Museu dell' Opera del Duomo, para apreciar a emocionante escultura Pietà, de Michelangelo.

Onde comer

Florença também oferecia excelentes opções culinárias. Quando a fome apertar, busque o Antico Fattore, na Via Lambertesca 1-3 no bairro centro; a Tratoria Acqua Cotta, na Via dei Pilastri, 51 ou na Belle Donne, na Via delle Belle Donne, 16; na descida da Piazzale, a Enoteca Fuori Porta. Na Via dei Neri, o panino do All`Antico Vinaio; na Piazza degli Otaviani, o Buca Mario, especialista em pastas e molhos, e na Piazza Mercato Centrale, a Tratoria Zà-Zà. Portanto, não seria por falta de sugestões que deixaria de experimentar as delícias da cozinha toscana. Depois, vá em busca de uma sobremesa autentica Fiorentina, na Boutique Del Ciocollato, na Via Maragliano, 12 ou na Pasticeria Lucca, na Via Lazzerini, 2.

Il Santino - Via Santo Spirito, 60 r.

Esta era a versão do Il Santo Bevitore, que lembrva uma antiga bodega, com queijos e presuntos expostos num ambiente intimista formado por apenas 5 mesinhas. Os pratos custavam em torno de 5 Euros. O menu era bastante variado e diariamente eram servidas dez opções. Experimente pratos deliciosos, como a sopa de cebola, o tartare e o  bacalhau.

I Maledetti Toscani - Via dei Cerchi, 19 r. - Fica perto da Piazza della Signoria -

Para quem quizesse comer um delicioso panino e não queria perder tempo e nem pagar muito, este era o local ideal. A focaccia era imperdível e poderia escolher salame, presunto ou verdura para o recheio, tudo de excelente qualidade. Experimente uma das especialidades da casa: a Schiacciata!  custava em média 3 Euros e uma taça de vinho custava  2 Euros. 

La Spada Via della Spada, 62/r. -

Esta era uma clássica Trattoria, informal e cordial. No menu, especialidades toscanas e alguns pratos revisitados e os tradicionais  Spaghetti alla puttanesca,  grelhados e muito legumes e verdura.  O prato de pasta saia por 10 Euros. O local fora reformado recentemente e perdera um pouco o ar rústico que tinha, mas ainda assim era bem característico. Ficava perto da Praça de Santa Maria Novella. Algumas recomendações de viajantes que acessavam a este site: na Piazza do Mercado Central, além do próprio mercado, havia a Tratoria Zà-Zà; na Via Dei Neri, encontrava-se o excelente panino do All`antico Vinaio; descendo a Piazzale encontraria  a  ótima Enoteca Fuori Porta, onde os melhores vinhos e espumantes do país estariam à sua espera. E para encerrar, quando sentir  vontade de mangiare uma verdadeira pasta italiana, vá ao Buca Mario, que ficava na Piazza degli Ottaviani.

Onde dormir 

Veja alguns dos hotéis econômicos, confortáveis e bem localizados

​Hotel Johanna II - Via Bonifazio Lupi, 14 -

Ficava a poucos minutos da Tstação Ferroviária ( Termini ) de Santa Maria Novella. Era aconchegante, tinha quartos amplos e confortáveis e oferecia estacionamento gratuito. 

Hotel Relais II Companile - Via Ricasoli, 10 -

Ficava próximo ao Duomo. Os quartos eram bastante confortáveis, e todos com ar condicionado, era uma ótima opção para quem quizesse estar perto dos passeios turísticos da cidade. As diárias eram as melhores da cidade mas não incluiam o café da manhã, que era cobrado à parte. Fazia parte da rede francesa Campanile de hotéis.

​Hotel Cosimo D`Medici - Largo Fratelli Alinari, 15 -

Era outro hotel econômico, tinha apenas 30 quartos, ficava próximo do centro e dos principais pontos dos meios de transportes da cidade. Oferecia um ótimo café da manhã.

Síndrome de Stendhal

A síndrome de Stendhal era considerada uma condição psicossomática causada pela exposição à abundante riqueza artística de Florença. Seu nome vinha do escritor francês Marie-Henri Beyle, mais conhecido pelo pseudônimo Stendhal, que, em 1817, descreveu sua visita à capital da Toscana: "fiquei em uma espécie de êxtase com a idéia de estar em Florença... fui acometido de uma forte palpitação do coração... minha força vital se esvaiu de mim e andei com medo constante de cair no chão." A síndrome fora clinicamente descrita como um distúrbio psiquiátrico, em 1989, por Graziella Magherini, psiquiatra no Hospital Santa Maria Nuova, de Florença.

Recomendação

Quando visitar Florença e quizer o assessoramento de um Guia de Turismo qualificado, recomendamos o Gustavo Gaiarsa, paulista que vivia há alguns anos na cidade e se especializara como Guia e Sommelier, conduzindo os turistas pelos melhores lugares da Toscana e de Florença. Acesse: www.pomodorotours.com

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