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D O H A -  Qatar

Onde o luxo também se destaca

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As informações e recomendações inseridas neste texto, objetiva facilitar seu programa de viagem para visitar esta surpreendente cidade do Golfo Pérsico. Escolha o que pretende conhecer e monte seu roteiro para melhor aproveitar sua passagem por aqui...

 

Doha era a capital do Qatar, um pequeno e muito rico país árabe encravado em uma Península do Golfo Pérsico, que durante grande parte do século XX, existira sob o domínio inglês, e era, eventualmente, atravessado por piratas. Os nativos ganhavam a vida buscando pérolas no verão ou criando camelos no inverno. Somente em 1971, o país se declarara Independente. A língua oficial era o árabe, e na prática, o idioma inglês predominava em todas as atividades. Eram 2,7 milhões de habitantes, dos quais somente 300 mil eram nativos, aos quais o Governo beneficiava com terrenos e bolsas de estudos em Universidades estrangeiras. Poucos eram os cataris pobres, o que se notava com o grande número de carros de luxo circulando pela cidade. Com o maior PIB per capita do mundo, segundo o FMI, o motor da economia eram as reservas de gás natural, sendo o maior exportador do mundo, e também suas jazidas de petróleo. O Qatar se esforçava para ser um país árabe mais light, onde mulheres podem dirigir e não precisavam usar a abaya, podiam frequentar estádios de futebol e se candidatar a cargos públicos.

Desde o início do século XIX, quem mandava no país era a família Al - Thani, com a benção britânica. O atual representante da casta, era o Sheik Tamin Bin Khalifa Al-Thani, um Emir de 38 anos, educado no Reino Unido, pai de três crianças e marido de três mulheres. A exemplo dos outros países da região, o Qatar tinha um regime Monárquico Absolutista, com um soberano hereditário, não regulado por uma constituição. O país, que era berço da Al Jazeera, o canal de televisão que se caracterizava pela liberdade de expressão no Golfo e oposição aos padrões ocidentais, transformarau-se radicalmente de um território de pobreza, para um lugar de extremo luxo, a partir dos anos 40, quando o petróleo começava a jorrar no deserto. Anteriormente, viviam da pesca, da criação de camelos e do comércio de pérolas.

Foram dominados pelos persas, durante muitos anos, depois pelo Bahrain, pelos turcos otomanos e britânicos. Sua independência acontecera em 1971, e o Qatar se recusara a fazer parte tanto da Arábia Saudita, como dos Emirados Árabes. Agora, o país crescia a cada dia e Doha - a capital e maior cidade do Emirado, vivia um crescimento surpreendente. Além do petróleo, cujas jazidas deveriam se esgotar até o final do século XXI,  ainda  contavam com uma das maiores reservas de gás natural do mundo.

Moeda local: Qatari Ryal (QAR) -  U$ 0,26 = QAR 1,00 ( dez/22 )

Fuso horário: + 6 horas em relação à Brasília.

 

Documentação: brasileiros não necessitavam mais de Visto. Era preciso efetuar o pagamento de uma taxa de entrada, no Aeroporto de Doha e  o Passaporte ter validade mínima de 6 meses.

 

Clima: desértico, seco, quente e bastante árido. As temperaturas variavam de 20 a 45 graus. A época mais quente do ano, ia de junho à setembro.

 

Água potável: parte da água consumida pela população, era obtida pela dessalinização da água do mar.

Sua população vivia em contraste para os padrões ocidentais. Os homens vestiam  indumentária padrão, composta de túnica branca, chinelo e turbante, enquanto as mulheres andavam sempre de preto, cobertas da cabeça aos pés, entrouchadas entre abayas, niqabs, hijabs e burcas, e circulavam pelos antigos souqs, luxuosos Shoppings,  prédios arrojados, restaurantes cinco estrelas  e pelos modernos aterros marítimos. Por trás das pequenas frestas das roupas, deixavam transparecer modos de vida instigantes e bem diferentes dos nossos. Eram polígamos – e era fácil encontrar várias mulheres, acompanhadas de um marido. Por serem muçulmanos, atendiam a cinco chamados ao dia para orar. Tanto os homens quanto as mulheres, tinham um olhar arisco e desconfiado, eram muito fechados e nem um pouco chegados  ao trabalho, nos  moldes ocidentais. Eram proibidos por lei de consumir bebidas alcoólicas.

Para se ter uma idéia do comportamento inadequado de torcedores brasileiros de futebol, quando apareceram por lá, veja o que os torcedores do Grêmio, de Porto Alegre, fizeram em Dubai quando o time foi disputar a final do Mundial, contra o Barcelona. Um razoável grupo que ficara hospedado no luxuoso Hotel Burj Al Arab, simplesmente resolveram churrasquear, na calçada em frente ao hotel. Compraram uma churrasqueira e carnes num Supermercado, e partiram para o churrasquinho amigo do final de semana, em plena rua de Dubai. Como diz um jornalista gaúcho:  Não há o que não haja!

Mercado dos Falcões - ​

Num prédio anexo ao Souq Waqif, estava o Mercado dos Falcões. A arte da falconaria, era  uma tradição muito forte, do tempo em que viviam basicamente no deserto e precisavam domar as aves de rapina, para que elas capturassem animais pequenos, que auxiliariam no sustento da tribo. O mercado vendia falcões já adestrados e acessórios,  como protetores de braço para o pouso das aves, sistema eletrônico de guia e tapa-olhos para os falcões. 

​Museu de Arte Islâmica -   7GWQ+4QV -   

De linhas retas – uma das características da arte islâmica – era um projeto do arquiteto Ieoh Ming Pei, que em seu portfólio tinha a Pirâmide do Louvre, em Paris. Ming Pei viajara pelo mundo estudando a arte islâmica para criar o museu que ele considerava a sua maior obra, a sua Monalisa. Em um pequeno país como o Qatar, mas gigante em superlativos, a escolha do local de construção do Museu de Arte Islâmica fora feita meticulosamente. Ieoh Ming Pei tivera várias opções à sua disposição, mas ele queria algo único e uma ilha artificial fora construída para abrigar o museu.

​A razão, era para que nada – até mesmo em um futuro muito distante – pudesse obstruir a frente do museu. E suas enormes janelas laterais, emolduravam o passado e o futuro do Qatar. De um lado via-se o Souq Waqif e o porto dos Dhow – barcos que os antigos cataris se aventuraram por meses no mar na colheita de pérolas. E nas outras janelas vislumbrava-se o moderno skyline de Doha. O Museu de Arte Islâmica de Doha era uma ponte entre o passado e o futuro do Qatar. A coleção do museu tinha peças de diversas partes do mundo islâmico, do Oriente Médio a África, Europa e Ásia. Tapeçarias lindíssimas, pinturas, louças, porcelanas de séculos de história e jóias, muitas jóias. Muitas peças faziam parte da coleção particular da família Al Thani, que eram os governantes do país. O horário de funcionamento era aos sábados, domingos, segundas, quartas, quintas das 10.30 as 17.30h. Nas terças-feiras ficava fechado e nas sextas abria das 14.00 as 20.00 hs. A entrada era gratuita. 

Museu de Arte Moderna - MATHAF - Education City Student Center - 

​Abrira à visitação em 2010, fora o primeiro Museu do Qatar, e possuia um grande acervo permanente, que explorava a arte árabe moderna e contemporânea. Abria  oportunidades para  artistas e amantes da arte, em Doha e do mundo. Estavam sempre promovendo exibições de grandes nomes internacionais, cumprindo o papel do Qatar, como capital cultural do Oriente Médio. Estava localizado em Education City, e para visitá-lo, aproveite o ônibus free que a empresa de petróleo do Qatar patrocinava, ligando o MIA ao MATHAF, de quartas a domingos, das 11.00 as 17.00h e as sextas das 15.00 as 20.00h, num percurso que durava 30 minutos. 

M7  - Museu do Design e Tecnologia - 7GPH+P33 -  Abdullah Bin Thani Street –

A indústria da moda e design do Catar estava prestes a florescer com a mais recente inauguração desta instalação de cinco andares, dedicada à inovação e ao empreendedorismo. o M7 se propunha capacitar todos os designers a explorar, desenvolver e colaborar com sucesso, empresas para aprimorar as crescentes mentes criativas do país. A instalação de 29.000 metros quadrados serviria como um catalisador para a criatividade de pessoas de todas as idades e origens. Os espaços internos do M7, projetados por John McAslan + Partners, eram organizados exclusivamente em torno de um átrio iluminado, no qual a luz era filtrada através de uma tela padronizada, inspirada na arquitetura tradicional do Qatar. O prédio abrigaria exposições de classe mundial, programas educacionais e discussões públicas para todos os interessados ​​em explorar sua criatividade e visões artísticas.

Museu Nacional do Qatar -  Museum Park Street, Doha -

Relatava a história desse pequeno e poderoso país, através de diversos telões de vídeos onde os sons, as cores e as imagens refletidas nos levavam para cada época retratada. Além de moderno, tecnológico e interativo, o museu era acessível, tendo objetos para toque e descrições em braile, para deficientes visuais, e elevadores e rampas de acesso para pessoas com deficiências de locomoção. Projetado pelo arquiteto francês Jean Nouvel, o prédio fora inspirado na rosa do deserto, que era uma formação rochosa típica dos desertos do Golfo Pérsico, resultante da cristalização de sais minerais nas bacias rasas de sal da região. Do lado externo dava para ver os vários discos apoiados um sobre o outro, tanto no exterior quanto no interior do prédio. Eram 8.000 metros quadrados destinados à exposições temporárias e acervo  permanente. Contava a história do Qatar em três fases: Origens, Vida no Qatar e História Moderna do Qatar. Passando desde a cultura nômade dos pescadores de pérolas até os dias atuais e o cenário do petróleo e do gás natural. O ingresso para visitar o interior custava 50 Rials e 25 Rials para estudantes e moradores da cidade.

Museu Sheikh Faisal Bin Qassim Al Thani -   Al-Shahaniya -

​O prédio do Museu era surpreendente, pois tratava-se de um antigo Forte, que fora cedido ao Sheik Faisal, para abrigar as peças da sua coleção, composta de carros antigos e caixinhas de fósforo, além de uma área que mostrava como era a antiga casa dos cataris e seus costumes. Situado no lugar denominado Samira, a 22 km. de Doha, proporcionava uma pequena viagem pelo deserto. Em 2018 passara a incluir de mais atrações, inclusive fósseis de Dinossauros. O Museu abria das 9.00 as 18.00h, menos nas sextas-feiras. As visitas eram guiadas em tour de 2 horas, sendo o primeiro, a partir das 10.00h, o segundo as 13.00h e o último as 16.00h. Era necessário agendar a visita pelo site ou pelo telefone. 

Souq Waqif - ​

A antiga área onde os Beduínos faziam troca de mercadorias, se transformava num enorme mercado, num labirinto de ruas repleto de lojas - o Souq Waqif. Ali encontrava-se de tudo, desde especiarias, frutas secas, perfumes, ferramentas, tecidos, roupas, sapatos e até artigos árabes, como incensos, cestos e trajes típicos. Era um lugar imperdível. Era preciso circular por no mínimo duas horas, para conseguir andar pelos recantos do Souq e curtir sua atmosfera. O local dispunha de vários e bons restaurantes.

The Pearl - ​

Seguindo o exemplo de Dubai que, com a Palm Jumeirah, inaugurara a primeira ilha artificial do  Golfo Pérsico, o Qatar criara sua Pérola.  A área do The Pearl aumentara em 32 km a linha costeira do país, além de ter se tornado um dos endereços mais glamorosos do Oriente Médio. Recentemente, a Pearl inaugurara uma área nova denominada  Qanat Quarter, inspirada nos canais de Veneza. Nada que o dinheiro não faça acontecer... 

Vilaggio Mall  Al Waab Street -

Era um lugar maravilhoso, que abrira recentemente suas portas para quem quizesse se sentir na Europa. Era uma réplica perfeita de lugares da Itália, como os canais de Veneza, inclusive com passeios de gôndola. As grifes de luxo ficavam numa ala semelhante a Galeria Vittorio Emanuele, de Milão. O Shopping estava situado numa enorme área, na região do Parque Esportivo AspireUm charme! A cidade ainda contava  com outros  Shopping, como   City   Center,  Centerpoint,  Hyatt Plaza,  Landmark Mall, Royal Plaza, The Center, The Mall. E o novíssimo e mega empreendimento denominado The Pearl, onde estavam os melhores restaurantes, algumas lojas internacionais,  uma área residencial e uma bela Marina. 

West Bay -

Era onde estava o centro econômico e financeiro de Doha, que crescera verticalmente nos últimos anos, e a cada ano que passava mostrava um novo prédio em formato exótico. A maioria dos prédios era ocupada por escritórios comerciais, hotéis e restaurantes, com alguns dos mais renomados Chefs do mundo. Para as melhores fotos do West Bay, vá até o MIA Park, entretanto, não era fácil caminhar por esta região porque não tinha muitas calçadas e faixas para pedestres. Para quem gostasse de frequentar Shopping, em West Bay ficava o City Center, que era bem interessante. 

Onde ir a noite

Se quizer experimentar a noite de Doha, não se esqueça de levar seu Passaporte. As regras para admissão de convidados nas casas noturnas eram bem rígidas e controladas por lei. A idade mínima para entrar era de 21 anos. As mulheres Qatari não podiam frequentar as boates; roupas muito curtas, não eram permitidas, e eles realmente barravam quem estivesse muito ousado. Sem documento de identidade não tinha negociação para entrar. O Crystal Lounge, do Hotel W, era considerado um dos melhores lugares para se curtir a noite. A cadeia W tinha se espalhado pelo mundo e sempre levava a fama de lugar descolado.

Outro lugar badalado, era o Pearl Lounge Club. Cada dia da semana tinha um tema diferente: domingo era dia de música libanesa, segunda era a Ladies Night, as terça em semanas alternadas, tinha música romântica e anos 80, quarta era a noite árabe, quinta e sexta música eletrônica e aos sábados era dia de Bollywood dance. Para quem não gostasse de sair defumado com o cheiro de cigarro, melhor nem ir. O Pearl Lounge Club ficava no Marriott Hotel.

REGRAS LOCAIS

Recomendações para quem viajar para países que cultuam as leis islâmicas:

  • Não olhe para as pessoas na rua, por mais que sua indumentária seja interessante. Eles ficavam irritadíssimos, e não eram nada tolerantes. Por qualquer desagrado bobo, eles iamo logo chamando a polícia! Quem manda ter vindo até aqui ! E aí, ferrou !

  • Não peça informações para um Qatari, na rua. Era uma ofensa grave. Cuidado!

  • Não cumprimente pessoas do sexo oposto, com aperto de mão. Era uma proibição religiosa. 

  • Não fotografe pessoas sem sua permissão, especialmente pessoas idosas, militares, mulheres sem abaya, niqab ou hijab. Era confusão na certa!

  • Não espere pontualidade nos compromissos. Eles não eram acostumados com trabalho, nos moldes ocidentais, nem se prendiam aos horários marcados. Afinal, eles precisam rezar cinco vezes ao dia, e isso consomia tempo. Seja tolerante!

  • Não pegue os alimentos com a mão esquerda, ao sentar numa mesa com muçulmanos. Essa mão servia, prioritariamente, para a higiene pessoal.

  • Não beba bebidas alcoólicas. Eram proibidas no país! Em alguns locais até serviam, mas só para estrangeiros. Os Qatari só bebiam em locais privados!

  • Não use roupas coladas ao corpo, transparentes nem curtas - se for mulher. Eles eram bem pré-históricos, no quesito vestimenta. Leve isso à sério, para não ser fulminada pelo olhar árabe. Para os homens estava tudo liberado - nenhuma restrição. 

A indumentária

 

O hijab era um véu que cobria os cabelos e o pescoço das mulheres, deixando o rosto de fora. Geralmente era usado junto com uma abaya - vestido longo, preto e folgadão. Outros tipos de véus mais fechados eram o khimar e o chador. Já o niqab cobria todo cabelo, pescoço e rosto, deixando só uma fresta nos olhos, por onde a criatura espiava o mundo. Muitas vezes, era acompanhado de abaya e luvas. A burqa era totalmente fechada, apenas com uma tela por onde passava o ar. Bota dificuldade nisso!

   

 

 

Onde dormir

West Bay era o ponto mais central da cidade. Ficava muito próximo da Corniche, ao Souq, ao Museu de Artes Islâmicas, a Ilha The Pearl e a todas as atrações que imaginasse visitar na cidade. Era aonde se concentravam a maior parte dos hotéis de bandeira internacional da cidade: Adágio, Hilton, Sheraton, Intercontinental, W, Meliá e Four Seasons. Embora sejam  todos cinco estrelas, aqui praticavam tarifas bem mais em conta, do que no resto do mundo. Estes hotéis estavam autorizados a comercializar bebidas alcoólicas, em seu interior. Todos os demais hotéis estavam impedidos de vender bebidas com álcool. Um hotel agradável na mesma região era o Wyndham Grand Regency. Os quartos eram pequenos, mas o hotel era confortável. Não espere grandes luxos, apesar de ser um quatro estrelas.

       Onde comer

AL Mourjan - Fica num prédio denominado The Balhambar Building - Corniche.

Era um dos raros restaurantes da cidade que não ficava dentro de um hotel ou Shopping. Abria para o almoço, e tinha mesas  na varanda, que só podiam ser utilizadas nas épocas de clima mais ameno, caso contrário, o calor não deixaria. Ficava perto do Museu de Arte Islâmica e do Souq Waqif. Era uma boa escolha para o almoço, depois de  um desses longos passeios. 

Beirut Restaurant - Al Bijaah Street -

A cozinha caprichava em pratos da culinária libanesa, do Oriente Médio e Mediterrânea. O lugar era geralmente cheio e movimentado. A comida era boa e o preço era razoável. Permanecia aberto até as 2 da manhã. O atendimento era nota dez.

Lamazani Grill - Al Faihani Street -

Era uma típica casa de grelhados árabe, certamente um dos melhores lugares para um jantar com amigos. A comida, era simplesmente incrível. Alguns restaurantes sabiam o que estavam fazendo e lamazani era um deles. Evite ir nas sextas-feiras, quando ficava literalmente lotado. Tinha cinco endereços espalhados pela cidade. Uma das especialidades eram os espetinhos de vários tipos de carnes com frango, carneiro, coração, fígado, rins e costeletas de cordeiro. Antes de pagar a conta peça um café iraniano.

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