CÓRDOBA - Andaluzia - Espanha - 2/2
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Os Museus e afins
Alcázar dos Reis Cristãos - Plaza Campo Santo de los Mártires -
Acione os botões Play para ouvir a descrição dublada ou a descrição áudio para deficientes visuais. Clique na descrição áudio para acessar ao texto da descrição. Neste recinto murado com cantaria de pedra existem dois elementos bem diferenciados, o castelo e os jardins, aos quais se acessa por duas entradas, uma de acesso ao castelo pela Torre dos Leões norte, e outra pela ribeira que conduz aos jardins. É constituído por quatro paredes terminada nos cantos por quatro torres. No prédio existem vários níveis, no primeiro nível estão dois pátios, o Mourisco e o das Mulheres. No mesmo nível está o acesso à escadaria principal e a passagem de ligação entre o Alcázar e as Cavalariças Reais. No nível seguinte encontra-se a sala de mosaicos e o topo da atual escadaria principal. Pelo Pátio Mourisco chega-se aos jardins, com uma grande variedade de vegetação, piscinas e fontes.
Casa Andaluz – Calle Judios, 12 –
Situada junto à Sinagoga, no centro da Judiaria, encontra-se esta pequena jóia engastada no tempo, anexada ao parapeito da antiga muralha, e ao atravessar a porta de entrada mergulha-se num ambiente tipicamente mourisco. Em suas diferentes salas e pátios aprecia-se coleções de moedas antigas e uma maquete das primeiras máquinas de papel que chegaram ao Ocidente. Um passeio pela casa mostra como as relações entre o espaço público, a rua e o espaço privado se estabeleciam na sociedade hispânica e muçulmana. Depois do corredor segue-se para o pátio com pórtico, no centro do qual está uma fonte e de um lado o poço. O pátio é o espaço de distribuição da passagem para toda a casa e, por sua vez, o centro da vida na casa islâmica. Uma das características mais marcantes desta casa-museu é a sua proximidade à muralha da Medina.
Casa de Sepharad – Calle Judios esquina Calle Averóis -
A Casa de la Memoria nasceu em Córdoba na primavera de 2004, com o objetivo de resgatar do esquecimento um legado judaico que, desde sua expulsão do país em 1492 pelos Reis Católicos, tem sido relegado ao longo dos anos. Sebastián de la Obra, bibliotecário da casa, sublinhou pouco antes da inauguração que veio saldar uma "dívida histórica" que a cidade tinha há muitos anos com o seu passado, por ter sido a capital de Sepharad, possuir o melhor Bairro judeu preservado na Europa, e a maior porcentagem de poetas, filósofos e escritores judeus. O prédio, que data do século XIV, era um típico cordobês durante o século XIX, sendo reformado há alguns anos para adaptá-lo a museu. Os quartos são dedicados à vida doméstica, às mulheres do Al-Andalus, aos ciclos festivos. A casa não se destina exclusivamente à visitação, mas também promove o estudo da cultura, manifestando-se na sua completa biblioteca.
Casa Museu de Guadamecí Omeya – Plaza Agrupación de Cofradías, 2 -
Quando a civilização islâmica se estabeleceu na Península Ibérica, atingiu seu máximo esplendor na cidade de Córdoba, que chegou a ser o centro cultural ocidental. A conquista do Al-Andaluz aconteceu sem qualquer resistência por parte da população local. Assim, a terra da Andaluzia passou a fazer parte do Império do Islã, que trouxe sua própria cultura. Foi quando surgiu uma forma particular de trabalhar o couro, que a cultura árabe mostrou seu apelo e refinamento artístico, o gosto residual pelo desenho e o prazer pela cor. A mais bela adaptação do couro à decoração exterior é, então, empregada nos painéis de pele de ovelha guarnecidos de ferro, dourados e poli-cromados. Essas suntuosas obras de arte receberam o nome de guadamecies, que consiste em um pedaço de pele de carneiro curtido e posteriormente dourado, poli-cromado e guarnecido com ferro.
Centro de Arte Contemporânea Rafael Boti - Calle Manríquez, 5 -
É um espaço expositivo e local de criação, reflexão, divulgação e debate em torno das manifestações artísticas contemporâneas, estruturado em torno das artes plásticas e visuais. Localizado no coração da Judiaria de Córdoba, possui duas grandes salas para exposições temporárias, uma sala dedicada à exposição permanente da obra de Rafael Botí e vários espaços polivalentes como o pátio e o terraço. Neste centro de arte preservam-se valiosas coleções documentais e bibliográficas, bem como uma coleção de obras plásticas e audiovisuais.
Centro de Criação Contemporânea de Andaluzía – Calle Carmen Olmedo Checa –
É um museu e centro de criação artística dedicado à arte contemporânea. A Junta de Andaluzía promoveu um concurso internacional de idéias para a construção do centro, que foi ganho pelos arquitetos Fuensanta Nieto e Enrique Sobejano.
Galeria da Inquisição de Córdoba - Calle Manríquez, 1 -
Exibe instrumentos de tortura usados pelos tribunais penais dos séculos XIII ao XIX, para interrogar e executar suspeitos de heresia. No coração do bairro judeu de está a Galeria da Inquisição, também conhecida como Galeria da Tortura. É uma coleção particular que exibe todos os tipos de instrumentos de tortura usados por 700 anos para interrogar e executar cidadãos perseguidos por heresia. Os trituradores de cabeças, gaiolas de exibição, chicotes ou cadeiras pontiagudas são alguns dos engenhosos artefatos com os quais os tribunais da Inquisição realizavam julgamentos, do século XIII ao século XIX. Aqui se pode ver um rack de tortura, o instrumento mais difundido, além de mecanismos específicos de cada país, como a Donzela de ferro de Nuremberg. O museu reúne estes engenhos em várias salas, juntamente com painéis explicativos sobre a sua utilização e o crime que acompanharam. Os crimes mais processados eram heresia, feitiçaria, homossexualidade, blasfêmia ou bigamia.
Museu Arqueológico – Plaza de Jerónimo Paez, 7 -
Conta com uma coleção que abrange desde a Pré-História até a Idade Média e uma significativa coleção dedicada à Pré-História e arqueologia local, com elementos das culturas ibérica, romana e visigoda. São interessantes as peças islâmicas, mudéjares, góticas e renascentistas. Por seu valor histórico-artístico, merece destaque o Leão Ibérico de Nueva Carteya e a escultura romana do Deus Mithra. As recentes obras de ampliação do museu revelaram o maior teatro da Hispânia romana, que agora está integrado na visita.
Museu da Alquimia – Al-Iksir – Calle Judios, 14 -
É uma porta aberta para um mundo fascinante. A alquimia, a antiga arte de transmutar a matéria, é também uma arte de transformação espiritual. Situado em plena Judiaria, numa casa do século XIII totalmente recuperada, oferece diversos objetos como pedras de alquimia, elixires e remédios, bem como vários vídeos explicativos e a reprodução de uma Rota (roda móvel com o símbolo do Zodíaco). No piso superior encontra-se um laboratório alquímico, alambiques, um lapidário e ainda um pequeno Observatório.
Museu da História Local – Plaza de Andaluzia –
Está instalado numa antiga Estação Ferroviária, num prédio construído em 1907. O destino desta linha, que ligava Peñarroya a Puertollano, era o transporte de materiais mineiros e também era utilizada para o translado de passageiros. A linha férrea encerrou as atividades em agosto de 1970. Hoje sepode observar no prédio os traços característicos das cabinas dos comboios, tais como: amplas paredes de pedra caiada de branco, vergas e caixilharia de portas e janelas com tijolo, e os beirais que cobrem a parte destinada às mercadorias.
Museu da Tourada – Plaza de Maimonides -
Como o próprio nome sugere, é dedicado à arte tradicional da tourada andaluza. Abrigado por uma mansão do século XVI, conhecida como Casa de las Bulas, adquirida pela cidade na década de 1950 e inaugurada como museu do artesanato, e de acordo com a importância da tauromaquia na época, foi mudando o seu foco para o mundo das touradas. Não demorou muito até que a exposição fosse exclusivamente dedicada a tudo o que tem a ver com esta controversa tradição. Fechado em 2005 para restauração voltou a acolher a presença de público em março de 2014.
O museu tem seis salas que oferecem uma visão completa da tradição taurina, incluindo informações abrangentes sobre o touro e sua vida. Os visitantes conhecerão tudo sobre a arte atual das touradas, a história dessa tradição em Córdoba, incluindo lugares onde as lutas foram realizadas no passado, bem como personalidades famosas. Os visitantes podem entrar em contato com os chamados Cinco Califas da Tourada, Rafael Molina "Lagartijo", Rafael Guerra "Guerrita", Rafael González "Machaquito", Manuel Laureano Rodríguez Sánchez "Manolete" e Manuel Benítez "El Cordobés". Trajes originais, inúmeras fotografias e muitos objetos pessoais de toureiros famosos completam a exposição. Aberto de 15 de junho a 15 de setembro, de terças a domingos das 8.45 as 15.15h.
Museu de Finas Artes – Plaza do Porto, 1 –
O Museu de Belas Artes é uma parada obrigatória para os amantes das artes plásticas. Suas seis salas expõem uma ampla coleção que abrange desde o renascimento cordobês, do século XV até o vanguardismo do século XX. A grande maioria das pinturas expostas são de artistas locais renomados, como Antonio del Castillo ou Pedro de Córdoba, que estabeleceram seus estúdios na cidade. O museu dedica uma sala à escultura vanguardista do cordobês Mateo Inurria Lainosa. Desde sua inauguração em 1844, passou por várias sedes até se estabelecer definitivamente no antigo Hospital da Caridade, dos tempos dos Reis Católicos. Atualmente, compartilha sede com o Museu de Julio Romero de Torre.
A coleção é formada por pinturas e desenhos de artistas andaluzes de vários, períodos, além de esculturas contemporâneas:
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Arte medieval e renascentista (séculos XIV a XVI): A sala expõe obras dos primeiros artistas da escola cordobesa, como Baltasar del Águila ou Pedro Romana. A maioria dessas pinturas tem caráter religioso;
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Gótico e Renascimento (séculos XV e XVI): Nesse período, surgiram figuras como Alonso Martínez e Pedro de Córdoba, que estabeleceram suas oficinas em Córdoba, onde criaram muitas das obras expostas;
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Maneirismo cordobês (segunda metade do século XVI): As obras expostas apresentam cenas da vida dos santos, com grande realismo e o protagonismo da figura humana. Destacam-se as pinturas de artistas locais como Juan de Peñalosa e Pablo de Céspedes;
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Desenhos e estampas: Embora as obras mudem constantemente, é possível encontrar desenhos de Antonio del Castillo, Pedro de Campaña e José de Ribera;
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Arte cordobesa dos séculos XVIII e XIX: Os artistas mais destacados desse período foram Bujalance e Antonio Palomino. A sala também abriga telas de Julio Romero de Torres e de seu pai, Rafael Romero Barros;
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Arte cordobesa do século XX: Desse período, destaca-se as obras cubistas e vanguardistas de artistas formados na Escola de Belas Artes de Córdoba. A sala dedica um espaço exclusivo ao escultor vanguardista Mateo Inurria, original de Córdoba. Abriga obras de pintores do barroco andaluz como Zurbarán, Antonio del Castillo, Valdés Leal e Palomino.
Museu Julio Romero de Torre – Plaza del Potro, 1 –
Filho do pintor Rafael Romero Barros, desde pequeno Julio recebeu uma educação artística e freqüentou a Escola Provincial de Belas Artes, que seu pai dirigia em Córdoba. Rapidamente se destacou por suas pinturas, centradas na paisagem de sua terra natal, Córdoba, e com mulheres morenas como centro da composição. O amor por suas raízes, assim como seus interesses, influenciou na temática de seus quadros: o canto Jondo, o flamenco e as touradas. Embora tenha passado sua maturidade artística rodeado por intelectuais como Valle-Inclán e Antonio Machado, a crítica o definiu como controverso e provocador pelo erotismo de suas pinturas. Julio morreu em sua casa natal em Córdoba em 1930, pouco depois de pintar uma de suas obras mais reconhecidas: La Chiquita Piconera.
O prédio do atual Museu era um antigo hospital quando os Reis Católicos viviam na cidade, e hoje em dia compartilha espaço com o Museu de Belas Artes. Autores de coplas, touradas, flamenco ou cenas da vida cotidiana eram sua principal inspiração. O museu se divide em seis salas, em função da temática. O térreo reúne telas e esculturas de seu entorno familiar e pinturas da sua primeira etapa. No andar superior se reúnem suas obras mais místicas e aquelas relacionadas com Córdoba e o espírito flamenco da região. A sala “Semblanzas” abriga os numerosos retratos de mulheres que caracterizaram a pintura de Julio. Alguns dos quadros mais famosos são Fuensanta, El Pecado, La Chiquita Piconera, La musa gitana e Nuestra Señora de Andalucía.
Real Círculo da Amizade – Calle Alfonso XIII, 14 -
Desde a sua fundação, em maio de 1854, tem sido o mais destacado paradigma de Letras e Artes de Córdoba. Atualmente, conta com um quadro social de mais de oito mil membros. Ocupa uma área de 4.210 m2 e possui um patrimônio constituído pela própria propriedade, uma biblioteca decorada pelo escultor Mateo Inurria, com cerca de 25.000 volumes e um valioso acervo pictórico com telas de Julio Romero de Torres, Ángel Díaz Huertas, José María Rodríguez de los Ríos Losada, José Fernández Alvarado, Ginés Liébana e uma interessante coleção de arte contemporânea.
Torre de Calahorra – Ponte Romano -
Foi construída pelos muçulmanos no extremo sul da Ponte Romana que atravessa o Guadalquivir. Em sua origem, essa torre fortaleza era composta por duas torres e tinha um caráter meramente defensivo. No século XIV, já com a chegada dos cristãos a Córdoba, o Rei Enrique de Trastamara decidiu levantar uma terceira torre que desse a Calahorra uma forma de cruz de três braços. Os monarcas cristãos mantiveram a austeridade característica do exterior e do interior da torre. A torre manteve seu caráter defensivo até o século XVIII, quando passou a ser usada como prisão. No século XIX, abrigou uma escola de meninas, até que em 1931 foi declarada Bem de Interesse Cultural. Abriga o Museu Vivo de Al Andaluz, uma exposição dedicada à divulgação da Córdoba das três culturas, ressaltando o papel de cristãos, judeus e muçulmanos. A entrada ao museu permite o acesso ao piso superior da torre, de onde é possível ver uma panorâmica única da Ponte Romana, Alcazar e a Mesquita-Catedral.
Museu Vivo Al-Andaluz – Torre da Calahorra –
Uma antiga fortaleza muçulmana é a sede do museu que revive os momentos de esplendor desta cidade da Andaluzia. Está instalado na Torre da Calahorra, em frente à Mesquita, no final da Ponte Romana. Propõe evocar o período cordobês, compreendido entre os séculos IX e XIII, uma época de esplendor cultural, artístico e científico. As modernas instalações incluem um sistema de fones e infravermelhos que guiam o visitante através de oito salas temáticas com dioramas. Demonstra através do uso de vídeo e áudio, como pessoas de três culturas, Cristianismo, Muçulmano e Judaísmo viviam pacificamente lado a lado durante o século X.
Nem todos sabem que os árabes eram excelentes marinheiros e provavelmente foram eles que inventaram a vela de canapé em embarcações no Mar Vermelho e o design, semelhante à vela latina de uma felucca moderna, teria sido copiado por outros marinheiros no Egito, Iraque e outros lugares. Enquanto os fenícios estavam ativos no Mediterrâneo, os árabes negociavam silenciosamente entre a Índia, o Egito e a costa leste da África, usando os ventos das monções para ir e voltar, levando um ano inteiro para a viagem de ida e volta. Essas viagens incluíam longos trechos em águas abertas fora da vista da terra e, difíceis viagens para o norte e para o sul, o que significava mudanças na latitude. No Mediterrâneo, as viagens em águas abertas são basicamente de leste a oeste. O museu tem uma cópia de um mapa que mostra o início do mundo árabe em navegação.

