CÓRDOBA - Espanha
O Alcazar, a Mesquita e os museus

ETIAS 2023 - Autorização para entrar na Europa
Anunciado em 2016, o European Travel Information and Authorization System (ETIAS) — Sistema Europeu de Informação e Autorização — está cada vez mais próximo de ser concretizado. A nova regra de entrada de estrangeiros na Europa se baseia no sistema americano, com maior segurança e será válido, a partir de novembro de 2023. O sistema verificará as credenciais de segurança e cobrará uma taxa (atualmente divulgada como sete euros) dos viajantes que visitam os países-membros do Tratado de Schengen, para fins de negócios, turismo, médicos ou de trânsito. Os viajantes, que atualmente visitam a Europa sem Visto, podem entrar na UE e nos países-membros de Schengen, gratuitamente e sem qualquer triagem de segurança digital antes de sua chegada à Europa. Vale lembrar, que o ETIAS, não é um Visto, mas uma autorização de viagem para viajantes que não precisam de Visto Consular para visitar a Europa.
As informações e recomendações inseridas neste texto, objetiva facilitar seu programa de viagem para visitar esta histórica, famosa e bela cidade andaluza. Escolha o que pretende conhecer e monte seu roteiro para melhor aproveitar sua passagem por aqui...
Um pouco de sua história
Córdoba foi o local de nascimento de três grandes filósofos: o estóico Sêneca, em sua época romana, foi o primeiro. Averroes, é considerado por muitos, o maior filósofo árabe, da Idade Média, e sua obra literária, gira em torno de Aristóteles, definindo as relações entre religião e filosofia. Por último, o judeu Maimónides, filósofo, rabino, intérprete da lei hebraica e médico, publicou várias obras, em múltiplos campos do saber, das quais o Guia dos Perplexos, obra de filosofia aristotélica, baseada na Torá, concilia o judaísmo com a razão.
A presença árabe na cidade esteve marcada por dois períodos. O primeiro foi o Emirato de Córdoba, proclamado por Abderramán I, em 756 dC, no qual se tornou independente do centro da Dinastia, em Bagdá. Já o Califado, foi fundado por Abderramán III, em 929 d C. Durante o reinado de seu filho, Hisham II (976/1016), o grande protagonista foi o hayib ou Primeiro Ministro Almanzor, gênio militar que em várias batalhas manteve aos reis cristãos do norte em xeque, chegando a invadir León, Pamplona, Barcelona e Santiago de Compostela. Depois de sua morte em 1002, os problemas sucessórios levaram a uma guerra civil, que ocasionou a desintegração do Califado, em 1031 d C. Como resultado, surgiram os Reinos de Taifas, que devido à sua descentralização e fragilidade, fortaleceu os reinos cristãos e acelerou o processo de Reconquista. Em 1236, Córdoba é reconquistada para o Reino de Castilla y León, graças ao Rei Fernando III, “El Santo”.
Alcázar dos Reis Cristãos - Plaza Campo Santo de los Mártires -
Um dos principais monumentos desta época, é um prédio de aspecto militar, construído durante o reinado de Alfonso XI, de Castilla, sobre os restos do Alcázar árabe anterior. Foi residência dos monarcas, em suas estâncias pela cidade, e os Reis Católicos, nele permaneceram durante oito anos, dirigindo da mesma, a campanha contra o último reino muçulmano de Espanha, o Reino de Granada. Em suas dependências, Cristóvão Colombo, solicitou os fundos para sua aventura marítima, em 1486. Numa das praças, está a estátua de Cristóvão Colombo, junto com os Reis Católicos.
Depois da conquista de Granada (1492), os Reis Católicos cederam o imóvel às autoridades eclesiásticas, que o transformaram no Tribunal de Santo Ofício, perdendo seu ambiente de palácio. Com a abolição do Tribunal da Inquisição, em 1812, foi transformado em prisão, até que em 1931, foi destinado a fins militares. Por fim, em 1955, foi cedido à Prefeitura de Córdoba e, atualmente, é um Museu e Centro Cultural.
Um dos monumentos mais extraordinários que a arte hispano-muçulmana produziu no país, a Mesquita de Córdoba, posterior Catedral da Asunção de Nossa Senhora, é considerada o monumento islâmico mais importante do ocidente. Declarada, juntamente com o centro histórico, Patrimônio da Humanidade, faz parte da lista dos 12 tesouros do território espanhol.
Estábulos Reais de Córdoba -
O prédio está localizado no centro histórico e faz fronteira com o rio Guadalquivir, onde abrigavam os melhores garanhões e éguas da raça Real de Cavalos Andaluz. Sob Decreto de Felipe II, em 28 de novembro de 1567, a raça de cavalo andaluz com padrões formalizados foi criada, e um Estábulo Real foi estabelecido. O Rei encomendou a Diego López de Haro y Sotomayor, o Primeiro Marquês de El Carpio, para construir os estábulos em parte da área da Fortaleza de Alcazar. A marca continha um "R" para real, dentro de um C para Córdoba com uma coroa no topo do C; o selo Real foi colocado em cavalos produzidos nos Estábulos Reais.
Judería
Vizinha à Mesquita-Catedral, a Judería de Córdoba, o bairro judeu da cidade, é um labirinto de ruas estreitas, casas pintadas de branco e muitos vasos com flores, espalhados pelas vielas e pelas janelas, que encantam os olhos de quem visita a cidade. Caminhar pelas ruas e praças da Judería, é um grande atrativo, repleto de surpresas, para todo aquele que se deixa levar pelas ruas estreitas e charmosas.
Mesquita - Catedral - Calle Cardenal Herrero, 1 -
A Mesquita e Catedral de Córdoba, é um dos principais pontos turísticos da cidade e da Espanha; além de uma mistura incomum, como já sugere o nome. Foi a segunda maior mesquita do mundo, em superfície, ficando apenas atrás da Mesquita de Meca. Mais tarde, em 1238, após a Reconquista Cristã de Córdoba, a Mesquita teve a sua consagração como Catedral, e seu primeiro Bispo foi Lope de Fitero. Atualmente é de culto católico. O local foi declarado Bem de Interesse Cultural e Patrimônio Cultural da Humanidade.
Por volta dos anos 700 d.C, os árabes cruzaram o estreito que separa a Península Ibérica, da costa norte da África, e resolveram que ficar por aqui mesmo. Então, batizaram a terra de “Península de Al Andalus”, construíram palácios, cidades e mesquitas, e se assentaram. A chamada “ocupação moura”, não encontrou muita resistência para tornar-se real – em menos de uma década, estava tudo dominado, e se prolongou por séculos, só tendo terminado definitivamente, em 1492. Tempo suficiente para deixar profundas marcas históricas, arquitetônicas e culturais. Os mouros se estabeleceram em boa parte do território da Espanha e Portugal, mas a comunidade autônoma da Andaluzia, no sul da Espanha, foi sem dúvidas a que mais preservou as heranças desse período. Horários: Funciona de segunda a sábado, das 10.00h às 18.00h. Aos domingos e feriados religiosos, das 9.00 às 10:30h e das 14.00 às 18.00h.
Preços: Os bilhetes regulares podem ser comprados no local e custavam 10 euros. Visitas guiadas, devem ser agendadas com antecedência no site oficial. A entrada é grátis entre as 8.30 e as 10.30h, quando acontecem as missas. Não deixe de subir no Minarete, para ter uma vista da cidade, em especial da Juderia e do bairro árabe, e de passear pelo pátio das laranjeiras. A laranjeira é uma marca registrada das cidades da Andaluzia.
Os Pátios
O tempo extremamente quente e seco de Córdoba, fez com que a arquitetura das casas, já no tempo dos romanos, proporcionasse algum conforto para seus habitantes. Dessa forma, as casas foram concebidas com um pátio central e construídas ao redor desse espaço. O pátio funciona como uma espécie de oásis, com abundante vegetação para aumentar a sensação de umidade. Todo ano, no mês de maio, acontece a Fiesta de los Patios de Córdoba, um concurso para escolher o pátio mais bonito da cidade. Para o concurso, os pátios se enfeitam com flores e plantas. É uma competição tão emblemática que, em 2012 foi designada Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO.
Ponte Romana
Construída no início do século 1 d.C, na época de dominação romana na cidade de Córdoba, a Ponte Romana fica sobre o Rio Guadalquivir, e tem um comprimento de 330 metros, aproximadamente. É formada por 16 arcos, apesar de originalmente ter tido 17. É bastante importante porque foi uma das formas principais para acessar a cidade, pela parte sul da Península Ibérica, e também por ser o único ponto para atravessar o rio sem necessidade de qualquer tipo de embarcação. No extremo sul da ponte, fica a Torre de la Calahorra, uma torre de defesa. Já no extremo norte, fica a Puerta del Puente, também chamada de Arco del Triunfo, que é uma das portas da antiga muralha.
Praças -
Há diversas praças lindas, em Córdoba, mas vale destacar uma em especial: a Plaza de la Corredera. É um dos lugares mais emblemáticos da cidade, e um de seus principais pontos turísticos. É a única praça, em formato quadrangular, de toda a Andaluzia, lembrando um pouco a Plaza Mayor, em Madri. Está situada no centro da cidade, e a entrada e saída, se faz pelos chamados Arco Alto e Arco Bajo. Na praça, ficam alguns prédios importantes: Mercado de Sánchez Peña e Casas de Doña Ana Jacinto.
Ruas de Córdoba - Calleja de las Flores
Andando por Córdoba, é fácil encontrar ruas cheias de charme e decoradas com flores, que contrastam com as paredes brancas do centro histórico. Uma das principais e que já virou um famoso ponto turístico, é a Calleja de las Flores, localizada em uma transversal da Calle de Velázquez Bosco, é super estreita Ela desemboca em uma das praças de Córdoba. O pavimento da Calleja de las Flores, é em granito e começou a ser decorada em meados dos anos 50. Além de ser um lugar lindo, é também um dos cartões postais.
Os Museus e afins
Alcázar dos Reis Cristãos - Plaza Campo Santo de los Mártires -
Acione os botões Play para ouvir a descrição dublada ou a descrição áudio para deficientes visuais. Clique na descrição áudio para acessar ao texto da descrição. Neste recinto murado com cantaria de pedra existem dois elementos bem diferenciados, o castelo e os jardins, aos quais se acessa por duas entradas, uma de acesso ao castelo pela Torre dos Leões norte, e outra pela ribeira que conduz aos jardins. É constituído por quatro paredes terminada nos cantos por quatro torres. No prédio existem vários níveis, no primeiro nível estão dois pátios, o Mourisco e o das Mulheres. No mesmo nível está o acesso à escadaria principal e a passagem de ligação entre o Alcázar e as Cavalariças Reais. No nível seguinte encontra-se a sala de mosaicos e o topo da atual escadaria principal. Pelo Pátio Mourisco chega-se aos jardins, com uma grande variedade de vegetação, piscinas e fontes.
Casa Andaluz – Calle Judios, 12 –
Situada junto à Sinagoga, no centro da Judiaria, encontra-se esta pequena jóia engastada no tempo, anexada ao parapeito da antiga muralha, e ao atravessar a porta de entrada mergulha-se num ambiente tipicamente mourisco. Em suas diferentes salas e pátios aprecia-se coleções de moedas antigas e uma maquete das primeiras máquinas de papel que chegaram ao Ocidente. Um passeio pela casa mostra como as relações entre o espaço público, a rua e o espaço privado se estabeleciam na sociedade hispânica e muçulmana. Depois do corredor segue-se para o pátio com pórtico, no centro do qual está uma fonte e de um lado o poço. O pátio é o espaço de distribuição da passagem para toda a casa e, por sua vez, o centro da vida na casa islâmica. Uma das características mais marcantes desta casa-museu é a sua proximidade à muralha da Medina.
Casa de Sefarad – Calle Judios esquina Calle Averóis -
A Casa de la Memoria nasceu em Córdoba na primavera de 2004, com o objetivo de resgatar do esquecimento um legado judaico que, desde sua expulsão do país em 1492 pelos Reis Católicos, tem sido relegado ao longo dos anos. Sebastián de la Obra, bibliotecário da casa, sublinhou pouco antes da inauguração que veio saldar uma "dívida histórica" que a cidade tinha há muitos anos com o seu passado, por ter sido a capital de Sepharad, possuir o melhor Bairro judeu preservado na Europa, "e a maior porcentagem de poetas, filósofos e escritores judeus. O prédio, que data do século XIV, era um típico cordobês durante o século XIX, sendo reformado há alguns anos para adaptá-lo a museu. Os quartos são dedicados à vida doméstica, às mulheres do Al-Andalus , aos ciclos festivos. A casa não se destina exclusivamente à visitação, mas também promove o estudo da cultura, manifestando-se na sua completa biblioteca.
Casa-Museu de Guadamecí Omeya – Plaza Agrupación de Cofradías, 2 -
Quando a civilização islâmica se estabeleceu na Península Ibérica, atingiu seu máximo esplendor na cidade de Córdoba, que chegou a ser o centro cultural ocidental. A conquista do Al-Andaluz aconteceu sem qualquer resistência por parte da população local. Assim, a terra da Andaluzia passou a fazer parte do Império do Islã, que trouxe sua própria cultura. Foi quando surgiu uma forma particular de trabalhar o couro, que a cultura árabe mostrou seu apelo e refinamento artístico, o gosto residual pelo desenho e o prazer pela cor. A mais bela adaptação do couro à decoração exterior é, então, empregada nos painéis de pele de ovelha guarnecidos de ferro, dourados e poli-cromados. Essas suntuosas obras de arte receberam o nome de “guadamecies”, que consiste em um pedaço de pele de carneiro curtido e posteriormente dourado, poli-cromado e guarnecido com ferro.
Centro de Arte Contemporânea Rafael Boti - Calle Manríquez, 5 -
É um espaço expositivo e local de criação, reflexão, divulgação e debate em torno das manifestações artísticas contemporâneas, estruturado em torno das artes plásticas e visuais. Localizado no coração da Judiaria de Córdoba, possui duas grandes salas para exposições temporárias, uma sala dedicada à exposição permanente da obra de Rafael Botí e vários espaços polivalentes como o pátio e o terraço. Neste centro de arte preservam-se valiosas coleções documentais e bibliográficas, bem como uma coleção de obras plásticas e audiovisuais.
Centro de Criação Contemporânea de Andaluzía – Calle Carmen Olmedo Checa –
É um museu e centro de criação artística dedicado à arte contemporânea. A Junta de Andaluzía promoveu um concurso internacional de idéias para a construção do centro, que foi ganho pelos arquitetos Fuensanta Nieto e Enrique Sobejano.
Galeria da Inquisição de Córdoba - Calle Manríquez, 1 -
Exibe instrumentos de tortura usados pelos tribunais penais dos séculos XIII ao XIX, para interrogar e executar suspeitos de heresia. No coração do bairro judeu de está a Galeria da Inquisição, também conhecida como Galeria da Tortura. É uma coleção particular que exibe todos os tipos de instrumentos de tortura usados por 700 anos para interrogar e executar cidadãos perseguidos por heresia. Os trituradores de cabeças, gaiolas de exibição, chicotes ou cadeiras pontiagudas são alguns dos engenhosos artefatos com os quais os tribunais da Inquisição realizavam “julgamentos”, do século XIII ao século XIX. Aqui se pode ver um rack de tortura, o instrumento mais difundido, além de mecanismos específicos de cada país, como a Donzela de ferro de Nuremberg. O museu reúne estes engenhos em várias salas, juntamente com painéis explicativos sobre a sua utilização e o crime que acompanharam. Os crimes mais processados eram heresia, feitiçaria, homossexualidade, blasfêmia ou bigamia.
Museu Arqueológico – Plaza de Jerónimo Paez, 7 -
Conta com uma coleção que abrange desde a Pré-História até a Idade Média e uma significativa coleção dedicada à Pré-História e arqueologia local, com elementos das culturas ibérica, romana e visigoda. São interessantes as peças islâmicas, mudéjares, góticas e renascentistas. Por seu valor histórico-artístico, merece destaque o Leão Ibérico de Nueva Carteya e a escultura romana do Deus Mithra. As recentes obras de ampliação do museu revelaram o maior teatro da Hispânia romana, que agora está integrado na visita.
Museu da Alquimia – Al-Iksir – Calle Judios, 14 -
É uma porta aberta para um mundo fascinante. A alquimia, a antiga arte de transmutar a matéria, é também uma arte de transformação espiritual. Situado em plena Judiaria, numa casa do século XIII totalmente recuperada, oferece diversos objetos como pedras de alquimia, elixires e remédios, bem como vários vídeos explicativos e a reprodução de uma Rota (roda móvel com o símbolo do Zodíaco). No piso superior encontra-se um laboratório alquímico, alambiques, um lapidário e ainda um pequeno Observatório.
Museu da História Local – Plaza de Andaluzia –
Está instalado numa antiga Estação Ferroviária, num prédio construído em 1907. O destino desta linha, que ligava Peñarroya a Puertollano, era o transporte de materiais mineiros e também era utilizada para o translado de passageiros. A linha férrea encerrou as atividades em agosto de 1970. Hoje sepode observar no prédio os traços característicos das cabinas dos comboios, tais como: amplas paredes de pedra caiada de branco, vergas e caixilharia de portas e janelas com tijolo, e os beirais que cobrem a parte destinada às mercadorias.
Museu da Tourada –Plaza de Maimonides -
Como o próprio nome sugere, é dedicado à arte tradicional da tourada andaluza. Abrigado por uma mansão do século XVI, conhecida como Casa de las Bulas, adquirida pela cidade na década de 1950 e inaugurada como museu do artesanato, e de acordo com a importância da tauromaquia na época, foi mudando o seu foco para o mundo das touradas. Não demorou muito até que a exposição fosse exclusivamente dedicada a tudo o que tem a ver com esta controversa tradição. Fechado em 2005 para restauração voltou a acolher a presença de público em março de 2014. O museu tem seis salas que oferecem uma visão completa da tradição taurina, incluindo informações abrangentes sobre o touro e sua vida. Os visitantes conhecerão tudo sobre a arte atual das touradas, a história dessa tradição em Córdoba, incluindo lugares onde as lutas foram realizadas no passado, bem como personalidades famosas. Os visitantes podem entrar em contato com os chamados “Cinco Califas da Tourada” Rafael Molina "Lagartijo", Rafael Guerra "Guerrita", Rafael González "Machaquito", Manuel Laureano Rodríguez Sánchez "Manolete" e Manuel Benítez "El Cordobés". Trajes originais, inúmeras fotografias e muitos objetos pessoais de toureiros famosos completam a exposição. Aberto de 15 de junho a 15 de setembro de terças a domingos das 8.45 as 15.15h.
Museu de Finas Artes – Plaza do Porto, 1 –
O Museu de Belas Artes é uma parada obrigatória para os amantes das artes plásticas. Suas seis salas expõem uma ampla coleção que abrange desde o renascimento cordobês, do século XV até o vanguardismo do século XX. A grande maioria das pinturas expostas são de artistas locais renomados, como Antonio del Castillo ou Pedro de Córdoba, que estabeleceram seus estúdios na cidade. O museu dedica uma sala à escultura vanguardista do cordobês Mateo Inurria Lainosa. Desde sua inauguração em 1844, passou por várias sedes até se estabelecer definitivamente no antigo Hospital da Caridade, dos tempos dos Reis Católicos. Atualmente, compartilha sede com o Museu de Julio Romero de Torre.
A coleção é formada por pinturas e desenhos de artistas andaluzes de vários, períodos, além de esculturas contemporâneas:
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Arte medieval e renascentista (séculos XIV a XVI): A sala expõe obras dos primeiros artistas da escola cordobesa, como Baltasar del Águila ou Pedro Romana. A maioria dessas pinturas tem caráter religioso;
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Gótico e Renascimento (séculos XV e XVI): Nesse período, surgiram figuras como Alonso Martínez ou Pedro de Córdoba, que estabeleceram suas oficinas em Córdoba, onde criaram muitas das obras expostas;
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Maneirismo cordobês (segunda metade do século XVI): As obras expostas apresentam cenas da vida dos santos, com grande realismo e o protagonismo da figura humana. Destacam-se as pinturas de artistas locais como Juan de Peñalosa ou Pablo de Céspedes;
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Desenhos e estampas: Embora as obras mudem constantemente, é possível encontrar desenhos de Antonio del Castillo, Pedro de Campaña ou José de Ribera;
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Arte cordobesa dos séculos XVIII e XIX: Os artistas mais destacados desse período foram Bujalance e Antonio Palomino. A sala também abriga telas de Julio Romero de Torres e de seu pai, Rafael Romero Barros;
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Arte cordobesa do século XX: Desse período, destaca-se as obras cubistas e vanguardistas de artistas formados na Escola de Belas Artes de Córdoba. A sala dedica um espaço exclusivo ao escultor vanguardista Mateo Inurria, original de Córdoba. Abriga obras de pintores do barroco andaluz como Zurbarán, Antonio del Castillo, Valdés Leal e Palomino.
Museu Julio Romero de Torre – Plaza del Potro, 1 –
Filho do pintor Rafael Romero Barros, desde pequeno Julio recebeu uma educação artística e freqüentou a Escola Provincial de Belas Artes, que seu pai dirigia em Córdoba. Rapidamente se destacou por suas pinturas, centradas na paisagem de sua terra natal, Córdoba, e com mulheres morenas como centro da composição. O amor por suas raízes, assim como seus interesses, influenciou na temática de seus quadros: o canto Jondo, o flamenco e as touradas. Embora tenha passado sua maturidade artística rodeado por intelectuais como Valle-Inclán ou Antonio Machado, a crítica o definiu como controverso e provocador pelo erotismo de suas pinturas. Julio morreu em sua casa natal em Córdoba em 1930, pouco depois de pintar uma de suas obras mais reconhecidas: La Chiquita Piconera.
O prédio do atual Museu era um antigo hospital quando os Reis Católicos viviam na cidade, e hoje em dia compartilha espaço com o Museu de Belas Artes. Autores de coplas, touradas, flamenco ou cenas da vida cotidiana eram sua principal inspiração. O museu se divide em seis salas, em função da temática. O térreo reúne telas e esculturas de seu entorno familiar e pinturas da sua primeira etapa. No andar superior se reúnem suas obras mais místicas e aquelas relacionadas com Córdoba e o espírito flamenco da região. A sala “Semblanzas” abriga os numerosos retratos de mulheres que caracterizaram a pintura de Julio. Alguns dos quadros mais famosos são Fuensanta, El Pecado, La Chiquita Piconera, La musa gitana e Nuestra Señora de Andalucía.
Real Círculo da Amizade – Calle Alfonso XIII, 14 -
Desde a sua fundação, em maio de 1854, tem sido o mais destacado paradigma de Letras e Artes de Córdoba. Atualmente, conta com um quadro social de mais de oito mil membros. Ocupa uma área de 4.210 m2 e possui um patrimônio constituído pela própria propriedade, uma biblioteca decorada pelo escultor Mateo Inurria, com cerca de 25.000 volumes e um valioso acervo pictórico com telas de Julio Romero de Torres, Ángel Díaz Huertas, José María Rodríguez de los Ríos Losada, José Fernández Alvarado, Ginés Liébana e uma interessante coleção de arte contemporânea.
Torre de Calahorra – Ponte Romano -
Foi construída pelos muçulmanos no extremo sul da Ponte Romana que atravessa o Guadalquivir. Em sua origem, essa torre fortaleza era composta por duas torres e tinha um caráter meramente defensivo. No século XIV, já com a chegada dos cristãos a Córdoba, o Rei Enrique de Trastamara decidiu levantar uma terceira torre que desse a Calahorra uma forma de cruz de três braços. Os monarcas cristãos mantiveram a austeridade característica do exterior e do interior da torre. A torre manteve seu caráter defensivo até o século XVIII, quando passou a ser usada como prisão. No século XIX, abrigou uma escola de meninas, até que em 1931 foi declarada Bem de Interesse Cultural. Abriga o Museu Vivo de Al Andaluz, uma exposição dedicada à divulgação da Córdoba das três culturas, ressaltando o papel de cristãos, judeus e muçulmanos. A entrada ao museu permite o acesso ao piso superior da torre, de onde é possível ver uma panorâmica única da Ponte Romana, Alcazar e a Mesquita-Catedral.
Museu Vivo Al-Andaluz – Torre da Calahorra –
Uma antiga fortaleza muçulmana é a sede do museu que revive os momentos de esplendor desta cidade da Andaluzia. Está instalado na Torre da Calahorra, em frente à Mesquita, no final da Ponte Romana. Propõe evocar o período cordobês, compreendido entre os séculos IX e XIII, uma época de esplendor cultural, artístico e científico. As modernas instalações incluem um sistema de fones e infravermelhos que guiam o visitante através de oito salas temáticas com dioramas. Demonstra através do uso de vídeo e áudio, como pessoas de três culturas, Cristianismo, Muçulmano e Judaísmo viviam pacificamente lado a lado durante o século X.
Nem todos sabem que os árabes eram excelentes marinheiros e provavelmente foram eles que inventaram a vela de canapé em embarcações no Mar Vermelho e o design, semelhante à vela latina de uma felucca moderna, teria sido copiado por outros marinheiros no Egito, Iraque e outros lugares. Enquanto os fenícios estavam ativos no Mediterrâneo, os árabes negociavam silenciosamente entre a Índia, o Egito e a costa leste da África, usando os ventos das monções para ir e voltar, levando um ano inteiro para a viagem de ida e volta. Essas viagens incluíam longos trechos em águas abertas fora da vista da terra e, difíceis viagens para o norte e para o sul, o que significava mudanças na latitude. No Mediterrâneo, as viagens em águas abertas são basicamente de leste a oeste. O museu tem uma cópia de um mapa que mostra o início do mundo árabe em navegação.
Onde dormir
Hotel Carpe Diem - $$ - Calle Barroso, 4 -
Está localizado no centro histórico. No alto do hotel, tem um terraço que permite apreciar a cidade e sua Mesquita. Os quartos, com decoração moderna, contam com ar condicionado e banheiro privativo e com amenities. Oferece conexão WiFi gratuita.
Hotel Córdoba Centro - $$$ - Calle Jesús María, 8 -
Fica no antigo Bairro Judeu, onde estão algumas das referências mais bonitas, como a Mesquita de Córdoba, localizada a poucos passos do hotel, a Plaza de las Tendillas, e a principal área comercial e de entretenimento. As estações de trem e rodoviárias, ficam a 15 minutos a pé. Um estacionamento público, está disponível nas proximidades.
Hotel Don Paula - $$ - Plaza de Pineda, 2 -
É simples e também está localizado no centro histórico, próximo da Mesquita. Seus 10 quartos, decorados com móveis de estilo antigo, contam com ar condicionado, Tv, Wi-Fi grátis, banheiro privativo, frigobar, e uma pequena saleta.
Hotel Tryp Córdoba - $$$ - Av. de Medina Azahara, 7 -
É um moderno hotel da rede Tryp, localizado estrategicamente entre a estação de trens e o centro histórico. Dispõe de quartos amplos, com decoração moderna e elegante, além de conexão WiFi gratuita em todo o hotel.
La Llave de la Judería - $$$$ - Calle Romero, 38 -
É um pequeno hotel de charme, no centro histórico. Localizado no coração da Judería, tem nove quartos. com decoração clássica. Todos os quartos contam com frigobar, secador de cabelo, roupão e amenities, além de conexão WiFi gratuita, em todo o hotel.
Gastronomia
O prato típico de Córdoba é o Salmorejo, uma espécie de sopa fria, muito comum na região da Andaluzia. A receita inclui tomate, azeite virgem extra, alho, sal e pão. Tudo batido e por cima, se decora com ovo picado e alguns pedaços de presunto, o famoso jamón ibérico. O prato tem tanta fama, que há um dia em sua homenagem, 24 de Abril – dia do Salmorejo Cordobés. Por ser um prato frio, a melhor época para experimentá-lo é nos meses mais quentes. É servido como entrada. Depois vem o restante da comilança!
Onde comer
Bar Santa Marina - Calle Mayor de Sta. Marina, 1 -
É tão antigo que se colocar o nome no Google Maps ele não aparecerá. Mas ele existe e fica em frente a Igreja de Santa Marina, no centro histórico. De sua pequena cozinha saem todos os clássicos espanhóis, incluindo uma tortilha, feita inteiramente do zero todos os dias. É mais bem apreciado se acompanhado de um vermute (uma bebida favorita aqui), enquanto examina as paredes cobertas com pôsteres amarelados de touradas do início do século XX, e fotos desbotadas de uma Virgem Maria chorando. É um clássico da boemia cordobesa.
Bar Santos - Calle Magistral González Francés, 3 -
É recomendado por fazer as melhores e maiores tortilhas de Córdoba. Enquanto muitos outros bares poderiam justificadamente alegar ser rivais na primeira contagem, nenhum outro lugar os torna tão grandes quanto este bar. Exibidas com orgulho nas janelas do bar, que ficam de frente para a parede leste da grande Mesquita-Catedral, elas parecem gordos pneus amarelos. Como nem o turista mais faminto comeria uma inteira, são servidas numa grossa fatia num prato de papelão com um garfo de plástico. O costume é degustar na rua, com uma cerveja ou um vinho.
Bodegas Campos - Calle Lineros, 32 -
Um dos restaurantes antigos e famosos de Córdoba, é uma visita obrigatória se quiser comer e beber com os habitantes locais, em um ambiente tipicamente andaluz. Um labirinto de quartos charmosos, pátios e corredores divididos em vários níveis, o Campos serve pratos tradicionais da Andaluzia. Acompanhe a sua comida com um copo do seu próprio Montilla - o vinho doce favorito da cidade - para uma verdadeira experiência gastronômica de Córdoba.
Bodega Guzman – Calle Judios, 7 –
É um bar e restaurante de tapas, com ênfase para a cozinha espanhola e mediterrânea. Este é o lugar para provar a bebida local, montilla - um vinho branco seco da região. Autêntica e simples, esta é uma visita obrigatória na cidade antiga. Eles servem tapas e vinho, direto do barril. A decoração colorida e uma sala que celebra a história local das touradas, contribuem para a experiência!
Bodega San Basilio - Calle San Basilio 29 esquina Calle en Medio –
Sua cozinha é espanhola e mediterrânea, e também oferece algumas opções vegetarianas. Quando estiver circulando pelos Páteos, encontrará esta Bodega. É bem recomendado pelos locais!
El Tercio Viejo - Calle Enrique Redel, 19 -
Está situado na mesma rua do Palácio de Viana - a atração principal da Feria de los Patios - é um pequeno bar que serve alguns dos melhores e mais baratos tapas do bairro. Praticamente não há espaço dentro, então os clientes rapidamente enchem o pequeno terraço externo para desfrutar de tapas e cervejas geladas, enquanto assiste o mundo passar na rua movimentada que desce para Viana. Não saia sem antes experimentar um copo cheio de caracóis - o lanche da assinatura do Viejo.
Gallego's - Calle Alhaken II, 12 –
Prepara o melhor lombo assado na brasa e o Solomillo na madeira de Encino é o melhor prato do cardápio. A apresentação, gosto e ambiente são ótimos. O proprietário chega à sua mesa, para cumprimentá-lo neste restaurante familiar, que tem uma atmosfera e decoração de pescadores. Os preços também são muito acessíveis. Altamente recomendado.
Garum 2.1 - Calle San Fernando, 122 -
É um gastrobar badalado, localizado no final da Calle San Fernando, uma das ruas mais movimentadas da Cidade Velha. Além dos pratos típicos regionais, oferece especialidades da cozinha européia e mediterrânea. O serviço é tão elogiado quanto a comida.
Taberna Gongora - Calle Conde de Torres Cabrera, 4 -
Excelente comida e atendimento. Para fugir da muvuca turística, e conhecer um pouco dos habitantes do local. Fica um pouco afastada do centro histórico, mas talvez por isso, também é muito frequentada pelos habitantes locais. Sua cozinha, também é focada na culinária espanhola e mediterrânea. Servem excelentes tapas.
Taberna La Montillana – Calle San Alvaro, 5 –
Se quiser experimentar um dos melhores salmorejos cidade, a pedida é aqui. Sua cozinha mistura com um cardápio mais elaborado. O atendimento é excelente, e os preços são condizentes com a qualidade. Experimente as sobremesas caseiras. É um lugar recomendado para um jantar familiar ou mesmo para um cenário romântico.
Breve roteiro de visitas
Primeiro dia
Com pouco tempo de viagem, a sugestão é buscar um dos Free walking tours um tipo de passeio permite que, em duas horas e meia, apreciar o panorama histórico da cidade, passando pelas principais ruas e atrações. O tour começa todos os dias às 10 h 30, na Plaza Tendillas, situada na parte comercial. Circula pelas ruínas romanas, Plaza de la Corredera – a antiga Plaza Real, que hoje é um point de encontro local; pela Puerta de Amodóvar e pela Judería – incluindo uma paradinha na Calleja de Flores, o beco sem saída mais bonito mais bonito da cidade e por um Spa de banho árabe e a Ponte Romana.
Terminado o passeio, escolha um restaurante da Judería, para almoçar ou nas redondezas da Mesquita-Catedral, e depois siga para visitar a grande estrela do dia (10 h – 18 h ). Espere gastar cerca de uma hora, percorrendo os corredores de arcos vermelho e branco, capelas e a impressionante nave que deixa claro a mistura de influências cristã e árabe desta imponente Catedral. Depois, percorra com mais calma as ruelas da Cidade Velha e busque conhecer algum Pátio Andaluz, aqueles jardins internos, que são típicos da arquitetura árabe. Em Córdoba, eles são motivo de orgulho para seus proprietários, que fazem questão de mantê-los bem bonitos. À noite, escolha um dos restaurantes da Cidade Velha para apreciar também um pouco dos bailados e músicas flamencas.
Segundo dia
Pela manhã, caminhe às margens do rio Guadalquivir, até a ponte Romana e atravesse até a Torre de la Calahorra. A vista da ponte para o centro histórico, é bem bonita e rende ótimas fotos com a Mesquita ao fundo. Subir a Torre, também vale e proporciona uma bela vista do rio.
Na parte interna, fica o Museu Vivo de Al-Andalus, ótimo para conhecer um pouco mais sobre a presença moura na Andaluzia e a vida na cidade na época em que os muçulmanos, cristãos e judeus, conviviam em uma complexa dinâmica social. Termine a travessia da ponte, compre algo para comer do outro lado do rio ou almoce por ali mesmo, sentado ao ar livre, próximo às margens do Guadalquivir. Na parte da tarde, reserve tempo para outra importante atração: o Alcázar de los Reyes Cristianos. Construído em estilo mudejar – de influência moura, após a reconquista cristã. O Alcázar é outro exemplo arquitetônico, que guarda marcas das duas culturas. Servia de residência para Isabel de Castela e Fernando II de Aragão, no século XV. A exemplo do que se vê em todos os palácios árabes, os jardins do Alcazar são provavelmente a parte mais impressionante e abrigam estátuas, de todos os reis que já passaram por aqui.


