CIVITA di BAGNOREGIO - Itália



Civita di Bagnoregio fica no alto de um monte de tufo calcário, entre o Vale dos rios Chiaro e Torbido. Atrás da cidade, encontra-se o grande Valle dei Calanchi, uma região esculpida pelas erosões, criando pontas onduladas de argila e rocha. Está localizada a 484 metros de altura, na borda com Lazio, na região da Umbria, Este é mais um lugarejo recomendado, para quem sabe viajar e apreciar as belezas dos caminhos que a vida nos proporcionam e nos ensina como são importantes para o enriquecimento social e cultural de quem aprecia conhecer novos lugares e povos.
Como Chegar
Para quem chega de carro, vindo do Norte italiano, busque a Auto Estrada A1 na direção de Roma, até a proximidade de Florença, observando as indicações para Bagnoregio, para um trajeto de aproximadamente 2 horas. Para quem vem do Sul pela A1, saia em Orvieto e continue na estrada Roma/Bagnoregio, também por mais duas horas. Para quem pretende chegar via férrea, as estações de trens mais próximas de Bagnoregio são duas: Viterbo e Orvieto, a partir de onde se pode pegar um ônibus para chegar a Bagnoregio.
Acesso a Aldeia
O acesso à aldeia é cobrado, e custava 2 Euros, e os recursos são usados para a preservação da cidade. Em um dos vários restaurantes, poderá saborear pratos típicos, acompanhados por um bom vinho e depois sair para os passeios, para completar um agradável dia de visitação.
Distâncias das principais cidades:
Roma - 100 km
Florença - 200 km
Viterbo - 28 km
Perugia - 100 Km
Orvieto - 21 Km
O cenário do Valle dei Calanchi e de Civita di Bagnoregio, forma um dos mais peculiares panoramas da Itália. A vista do Belvedere da Gruta de São Boaventura, é maravilhosa, e o vilarejo de Civita, parece uma ilha perdida na imensidão frágil do Valle dei Calanchi. Sua origem é muito antiga, era uma área habitada, desde a idade do Bronze, como registrado nos vários achados arqueológicos. Mais tarde, se formou a cidade etrusca, uma cidade próspera, favorecida pela localização estratégica para os negócios, graças à proximidade com as estradas mais importantes da época. Do período etrusco, permanecem muitos testemunhos, em particular o “Bucaione”, um túnel profundo, que liga a parte inferior da cidade a um acesso direto ao Valle dei Calanchi. No passado, foram encontradas várias tumbas, esculpidas na base do penhasco de Civita e de outras paredes de tufo circundante, e que foram, em grande parte, engolidas ao longo dos séculos por inúmeros deslizamentos de terra.
Os etruscos tiveram que lidar com problemas de instabilidade e sismos, como em 280 a. C., quando houve vários terremotos e deslizamentos de terra na região. Após a chegada dos romanos, em 265 a. C., foram finalizadas as impressionantes obras de fluxos de esgoto e águas pluviais de contenção, iniciadas pelos etruscos. Com o colapso do Império Romano, a cidade virou alvo de invasões dos Bárbaros, tornando-se submissa entre 410-774, aos Visigodos, aos Godos, aos Bizantinos e aos Lombardos, até a chegada de Carlos Magno, que a libertou e entregou à Igreja. Assim, na virada dos séculos VIII a IX, passou a ser conhecida como Balneum Regis, depois Balneoregium, Bagnorea, e por último Bagnoregio, literalmente em italiano, “o Banho do Rei”. Consta que o local abrigaria, já a partir dos tempos do Império Romano, uma área termal, frequentada pelo Rei Lombardo Desidério, para tratamento de uma grave doença.
Até o XVII século, a cidade estendida então por um vasto planalto, tinha cinco portas. Tudo desapareceu, em 1695, quando um terremoto causou o desmoronamento de parte do vilarejo de Bagnoregio, e a única estrada de acesso que ligava ao vilarejo de Rota. E assim começava o processo de despovoamento, quando em 1764, desmoronam outras partes da cidade. Por muitos anos, tornou-se uma cidade fantasma, mas está agora ligada ao “resto do mundo”, por um longo e estreito viaduto de concreto, que foi reconstruído duas vezes, após a demolição da antiga ponte de pedra, e ainda explodido pelos alemães, durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1964, foi construído o atual viaduto, e lentamente começa a ocorrer o repovoamento da vila.
A cidade é habitada por algumas dezenas de pessoas, sendo chamada de cidade que morre, por causa da progressiva erosão que sofre e põe em risco sua estrutura física, criando uma atmosfera surreal ao lugar. Assim como alguns vilarejos da Toscana, como Monteriggioni e Pitigliano, Civita acabou tornando-se um retrato fiel de uma cidade medieval, que quase não sofreu mudanças ao longo dos séculos. Quando chegar, deixe o carro num dos estacionamentos sinalizados, e caminhe em direção ao “belvedere”, onde há uma bonita vista da cidade e a Gruta de São Boaventura, uma antiga tumba etrusca. O local está ligado à lenda, de que aqui o pequeno Giovanni Fidanza, mais tarde São Boaventura, teria sido curado por São Francisco, de uma terrível doença, durante a sua estada na vila. Para visitá-la, pagava-se 2 euros por pessoa, ou 8 euros se quiser fazer uma degustação de vinhos, queijos e bruschettas, num dos vários restaurantes na cidade e locais para pequenas degustações.
Entre os lugares imperdíveis de visitar, estão a cênica Porta Santa Maria, cercada por palácios majestosos e casas mais modestas. A Piazza San Donato, que abriga a antiga Catedral, construída no século VIII) e as curvas singulares e estreitas da aldeia do estilo medieval e renascentista, animam os pátios e praças da cidade. Imperdível é o Belvedere, uma varanda natural a partir da qual se pode admirar a paisagem fantástica das barrancas de argila. A Porta Santa Maria, em parte escavada na tufa pelos etruscos e alterada em séculos seguintes, é decorada com um par de leões, esculpidos no ato de agarrar uma cabeça, um símbolo da vitória do povo sobre os opressores. Na porta, há incisões em forma de cruz e triângulos, provavelmente deixados por peregrinos que regressavam da Terra Santa.
Depois da Porta Santa Maria e mais alguns passos, a visão se abre na praça principal, a Piazza San Donato, com o chão ainda de terra, que dá a sensação de ter voltado uns 400 anos no tempo, é dominada pela silhueta da Igreja de San Donato, em estilo românico. Em seu interior, há um crucifixo de madeira do século XV e um afresco da escola de Perugino. O incansável trabalho de escavações feitos pelos etruscos, criaram cavernas subterrâneas, hoje transformadas em um pequeno Museu da História da Agricultura. Essas cavernas, nos anos XXX, foram localizadas e ocupadas pelas famílias de agricultores, que as utilizaram como casa e, em parte, como um depósito para estocagem de alimentos. No interior das cavernas, onde se pagava um bilhete de 1 Euro para visitar, estão expostas ferramentas típicas da vida camponesa do passado, como uma prensas de óleo e vinho, um arado, barris, antigas, escalas, pás, e inúmeras outras ferramentas. Conheça o Museu da Geologia e da Erosão, que conta um pouco a história da transformação da cidade e cobra uma taxa de acesso e cujo valor também vai para um fundo do Projeto de Sustentação de Civita. Uma empresa suíça, já foi contratada para começar os trabalhos para reduzir o processo de erosão.
Eventos
A cidade é famosa pelo Presépio Vivo, que conta a história de Maria e José, nas ruas do vilarejo, no período de Natal.O Presépio Vivo de Civita di Bagnoregio acontece em uma das aldeias mais sugestivas da Itália, fundada no topo de um planalto de tufo vulcânico, uma das razões pelas quais foi escolhida como locação para alguns filmes italianos famosos como Os Dois Coronéis (1962) e L`Armata Brancaleone ( 1966 ). Normalmente acontece de 26 de dezembro a 5 de janeiro. Os visitantes que chegam a Civita di Bagnoregio são absorvidos pela atmosfera de um lugar distante no tempo, com os mercados de tecidos, frutas e especiarias, assentamentos romanos, acampamentos beduínos, a estrada dos artesãos e comerciantes, os Magos bíblicos e a cabana da Sagrada Família.
No primeiro domingo de junho e no dia 02 de setembro, ocorre na praça principal o Palio della Tonna (“tonta” no dialeto local), no qual os quarteirões da cidade desafiam uns aos outros, numa corrida de burros, animados pelos gritos dos residentes. Na última semana de julho e na primeira de agosto, ocorre o Tuscia, um Jazz Festival com concertos, workshops e jam sessions. No segundo domingo de setembro, ocorre a Festa do Padroeiro Santíssimo Crucifixo
Onde comer
Antico Torchio - Via Porta S. Maria, 1 –
Situado logo na entrada da vila, serve excelentes espaguetis, com várias opções de molhos e ótimos vinhos. O atendimento é muito bom, com garçonetes sempre sorridentes e gentis.
La Cantina Di Arianna - Via Madonna della Maestà, 121 –
Este pequeno restaurante é considerado uma ótima opção para almoço ou jantar. Os pratos são fartos, as pastas são caseiras, os grelhados à lenha, são muito bons e o vinho da casa é de boa qualidade. Pode provar que não dá azia!
Trattoria Antico Forno – Via Della Fraticella, 4 -
É um pequeno restaurante que também oferece hospedagem, pelo sistema B&B, com apenas 3 quartos para 2 pessoas cada. Oferece várias opções de pastas e molhos, e também alguns pratos com carnes e fritas. Seu proprietário, senhor Franco, se esforça para bem atender os turistas e quando aparece, um braziliani, ele cai em graças e recepciona com vinhos e até espumante.
Trattoria Osteria al forno di Agnese - Via Santa Maria del Cassero –
É outra das poucas opções gastronômicas que a cidade oferece. É tudo muito simples e normal, e nada que se destaque ou que seja considerado desagradável. É um pequeno restaurante italiano, que ajuda a quebrar o galho na hora que a fome se manifestar.
Onde dormir
A hospedagem aqui é uma alternativa para viajantes não apressados e que queiram conhecer um pouco mais da vila e da região, que é bonita, interessante e histórica.
Civita Nova - $$ - Via Don S. Nello Ponziani,9 –
Situado a 2 km da cidade, oferece acomodações com camas confortáveis, um ótimo banho, ar condicionado, espaço estruturado para refeições, micro-ondas, TV de tela plana e Wi-Fi gratuito. Atende pelo sistema B&B e tem estacionamento. O café da manhã pode ser do tipo continental ou buffet.
Locanda Della Buona Ventura - $$ - Piazza San Donato - Civita -
Instalados numa casa rústica, de pedras, dispõe de ótimos quartos com roupas de cama feitas à mão, banheiro privativo com chuveiro, acesso a TV em tela plana e um ótimo café da manhã. O estacionamento fica próximo.
Suite Valentina - $$$ - Via T. Colesanti, 9 –
Situada a 2,6 km de Bagnoregio, dispõe de dois excelentes, quartos equipados com ar-condicionado, banho privativo, TV de tela plana, área para refeições, cozinha completa e micro-ondas. Serve um ótimo café da manhã padrão italiano e oferece estacionamento gratuito. O pequeno negócio, é administrado pelo casal Alessandro e Valentina, que se desdobram em gentilezas e mimos para os visitantes.