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BRAGA  -  Melhor Destino Europeu em 2021 Portugal - 1/2

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Basílica do Bom Jesus do Monte

Era considerada a cidade mais antiga de Portugal e terceira maior cidade do país. Sua fundação vinha do período antes de Cristo, existia há mais de dois mil anos. Foi fundada por um povo de origem celta, os Brácaros e por volta do século II a.C. foi dominada pelos Romanos, que na época eram comandados pelo Imperador Augusto, e era chamada de Bracara Augusta. E continuara por muitos anos, próspera, capital da Província da Galécia, a Galícia atual e parte das Astúrias, na Espanha, até a  queda do Império romano, que dominava a região.

 

Muito pouco restara de lugares que marcaram esse período, somente a Fonte do Ídolo, as Termas Romanas da Cividade e o Museu de Arqueologia. Os historiadores afirmavam que, abaixo de toda a cidade, havia ruínas romanas e boa parte das igrejas do centro histórico ou tinham fundação em algum antigo prédio romano, – a Sé de Braga, por exemplo, que fora construída sobre as ruínas de um Templo da Deusa Ísis. Não era permitido escavações nessa área, porque os prédios medievais eram monumentos nacionais tombados.

A partir da Idade Média, Braga mudara de poder várias vezes, até chegar às mãos do Rei de Leão, D. Afonso III. Mais tarde passara para as mãos do Conde de Portucale,  Dom Henrique de Borgonha, através do dote de Dona Teresa, filha de Dom Afonso IV, de Leão e Castela. Dona Teresa e Dom Henrique de Borgonha, eram os pais do primeiro Rei de Portugal, Dom Afonso Henriques, e estavam sepultados na Sé de Braga. No século XII, a cidade foi doada aos Arcebispos, que a transformaram durante os séculos seguintes, construindo na região em volta da Sé. Braga era considerada o maior centro de estudos religiosos do país.

Entre as curiosidades de Braga, uma se destacava: os dias da semana, que antes era contatos como: Lunae dies, Martis dies, Mercurii dies, Jovis dies, Veneris dies, Saturni dies e Solis dies, ou seja, de acordo com os planetas e deuses romanos, passaram a ser Feria secunda, Feria tertia, Feria quarta, Feria quinta, Feria sexta, Sabbatum, Dominica Dies, o que derivara para a segunda-feira, que nos expressamos hoje na língua portuguesa.

​O que e quando visitar

A melhor época para visitar Braga era no final de Junho, quando nos dias 23 a 24 aconteciam as Festas de São João, e  as ruas se enchiam de energia e recriações populares da era medieval, bailes, fogueiras, fogo de artifício, mercados e procissões. Outra boa época era na Semana Santa, uma festividade bastante celebrada. As festividades começavam com cantos gregorianos, que se escutavam por todo o centro, e pela noite se poderia usufruir de um ambiente especial, quando a iluminação era feita por velas em altares improvisados. Na quinta-feira Santa acontecia lugar a Procissão do Senhor Ecce Homo, quando os membros das Confrarias desfilavam pelas ruas, descalços e encapuçados, segurando uma cesta metálica com pinhas que queimavam, empunhadas numa vara, e  outros abanavam as matracas.

Na Sexta-feira  Santa, celebravam uma missa na Sé, acompanhada de uma impressionante representação dramática, com cânticos fúnebres, muitos sacerdotes, e paroquianos que se emocionavam durante as celebrações. Na noite de sábado, realizava-se a missa da Vigília Pascal, que começava com a Sé totalmente às escuras e acabava com uma mecha de luz e alegria, para terminar os festejos e no domingo os habitantes da cidade decoravam os parapeitos das suas casas com flores, e os sacerdotes percorriam as ruas da cidade abençoando as casas.

Atrações históricas e turísticas

Braga  fora vencedora do Prêmio Melhor Destino Europeu para visitar, em 2021. A cidade portuguesa deixara para trás importantes destinos, como Paris, Roma, Viena, Capadócia, e fora eleita com o 109.902 votos dos internautas. Na edição de 2022, Braga fora o destino favorito dos viajantes do Reino Unido e do Brasil e uma das principais escolhas dos americanos e franceses. De cerca 110 mil votos, 72% foram de internautas em território português. O prêmio Melhor Destino Europeu era realizado pela  European Best Destination, organização sediada em Bruxelas e promotora do turismo na Europa. Era o maior evento de e-turismo europeu, onde eleitores escolhiam digitalmente o melhor destino. A cidade tinha uma oferta turística capaz de responder a múltiplas exigências e interesses. Era uma cidade com rica história, ainda hoje conhecida como a Cidade dos Arcebispos ou a Roma portuguesa. Por sua fé, também era lembrada por suas inúmeras igrejas. Diziam que havia uma capela para cada dia do ano, assim como as pastelarias e os Cafés que apareciam em cada esquina, para saborear os famosos doces Tibía e o Pudim Abade de Priscos, feito com nada menos do que 15 ovos cada.

Arcada da Lapa e a Torre de Menagem

Caminhe pela Avenida da Liberdade, uma rua fechada para pedestres, e com várias lojas, até a Praça da República, local onde no século XVI os comerciantes se instalavam, levando à construção da Arcada da Lapa, para protegê-los das chuvas. A Arcada era o lugar onde a população mais antiga da cidade se reunia diariamente, para conviver nos afés com a Esplanada, onde ficava o Café Vianna, um dos mais antigos da cidade. Caminhe pelas ruas do centro histórico, e descubra a Torre de Menagem, que ficava na parte trás das Arcadas. Esse era o último vestígio do Castelo de Braga, que ali permanecia desde o século XIII.

Arco da Porta Nova - Rua Conde São Joaquim, 4700 –

Era um velho muro que fora transformado em porta, construída pelo Arcebispo Diego de Sousa, no século XVI, apesar de sua aparência atual, era o resultado da reforma conduzida por André Soares, no século XVIII, a pedido de Gaspar de Bragança. Era o local que servira para a entrada triunfal dos Arcebispos e onde lhes era entregue a Chave da Cidade. O Arco tinha duas faces: numa havia uma figura feminina, que representava a cidade de Braga e o brasão do Arcebispo Dom Gaspar de Bragança e na outra, havia uma imagem da Senhora da Nazaré. Na origem deste Arco, havia uma Porta rasgada na Muralha, há mais de 500 anos. Como fora a última a ser aberta, ficara com o nome de Porta Nova. O fato de a Porta Nova não ter porta, dera origem ao adágio utilizado muitas vezes: Bem se vê que és de Braga, deixas sempre a porta aberta!.

Balneário pré-romano de Bracara -

Quando das obras de remodelação da Estação de Comboios de Braga, fora encontrado este Balneário Pré-Romano, identificado em 2003 por arqueológicos da Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho. Era um balneário pré-romano, destinado a banhos rituais de vapor, que encontrava-se junto da Caixa para pagamento do parque de estacionamento, no piso inferior.

Basílica do Bom Jesus do Monte  -  Estrada do Bom Jesus - Tenões -

Era considerado o símbolo de Braga. A escadaria com a Basílica do Bom Jesus do Monte era o lugar mais icônico da cidade, e para acessá-la era preciso enfrentar os 573 degraus, ou se preferisse poderia subir pelo Funicular mais antigo da Península Ibérica (1882) ou chegar de carro. Havia vestígios de atividade cristã no Monte, desde 1373, mas o Bom Jesus atual começara a ser construído em 1722. Abrigava um belo parque e tinha uma das melhores vistas panorâmicas da cidade. Era um passeio obrigatório!

Basílica do Sameiro  -   Av. Nossa Sra. do Sameiro, 44 -

O Santuário tinha sua origem em 1863, quando o padre Martinho da Silva,  tivera a iniciativa de colocar a primeira pedra no alto do monte, para a construção de um pedestal, onde mais tarde se colocaria uma estátua da Nossa Senhora da Imaculada Conceição. Em 1870, uma capela fora erguida no local, mas logo fora ampliada para receber mais fiéis. Em 1890 se iniciara construção da atual Basílica e suas obras terminaram somente em 1953, mas ainda assim o espaço continuava pequeno e construíram então, uma Cripta no subsolo. O Santuário era formado pela Basílica, que fora construída em forma e de cruz latina e em seu interior havia uma imagem de Nossa Senhora, com uma coroa de 2,5 kg de ouro,  trazida de Roma em 1880, batizada pelo Papa Pio IX. A Cripta, que fora inaugurada em 1979 e que abrigava os peregrinos que iam até o Santuário, tinha uma escadaria em frente à Cripta, que contava com 265 degraus e onde ficavam dois grandes pedestais de 20m de altura, e onde estava a representação da Virgem Maria e  do Sagrado Coração de Jesus. Tinha várias praças e jardins em seu entorno.

Café A Brasileira  -   Largo do Barão de São Martinho, 17 -

Nem todos  conheciam a história de A Brasileira, mas todos conheciam o Café que ficava na esquina da Rua São Marcos, um lugar que fazia as delícias dos apreciadores não só pelo seu excelente cafés, mas também pelo ambiente que esse lugar proporcionava.  Não somente os residentes, mas todos que passavam por aqui, curtiam esse belo, tradicional e agradável Café.

Capela da Árvore da Vida  - Largo de Santiago, 4700  -

No interior do Seminário Conciliar de São Pedro e São Paulo, encontrava-se esta Capela.  Era uma obra que devia ser visitada, não só pelo belo aspecto arquitetônico, mas também pelo místico. A Capela surgira da necessidade de se criar um espaço para a prática da Eucaristia, por parte dos Seminaristas. Durante seis anos, os Seminaristas, em conjunto com o Padre Joaquim Félix, fizeram um trabalho de pesquisa e estudo de forma a projetar na Capela, a palavra de Deus. Depois das informações recolhidas, e de algumas visitas a bons exemplos de arquitetura religiosa, entregaram essa informação e missão aos arquitetos Cerejeira Fontes, que durante um ano a interpretaram, construindo o conceito que viria a dar vida à Capela: uma floresta. Construída em madeira, foram necessárias cerca de 20 toneladas de madeira. Nada fora pregado, nem havia dobradiças, tudo fora encaixado. As traves de madeira encaixadas criavam um jogo de luz e sombras deslumbrante, especialmente no final do dia. Como se tratava de um espaço privado, as visitas só aconteciam as sextas-feiras, das 17.00 as 18.00h.

Capela de São Bento - Rua de São Bentinho -  

Era uma pequena capela localizada em anexo ao Hospital e Centro Ortopédico, carinhosamente chamado de São Bentinho da Porta Aberta, porque estava sempre com suas portas abertas. O nome se devia à pequena estátua de São Bento, instalada no local. A igreja tinha formato octogonal, e no seu interior havia um pequeno altar e paredes revestidas de azulejos. O pórtico que estava na entrada chamava atenção, era uma estrutura metálica onde as pessoas colocavam suas oferendas com agradecimentos ao Santo pelas graças alcançadas.

Capela de São Frutuoso - Freguesia de Real, Dume e Semelhe -

A fundação do Mosteiro de São Salvador atribuira-se ao Bispo de Braga, São Frutuoso, havia cerca de 560 anos, com o objetivo de criar o seu Mausoléu. No século IX/X foi erguida no seu lugar a capela que hoje existia. Era um dos poucos exemplares de arquitetura pré-românica em Portugal, o que era confirmado pela  planta em Cruz Grega (com os braços de igual tamanho), pelas ábsides arredondadas no interior e pelos motivos de sua decoração. Em 1523, o Arcebispo de Braga, D. Diogo de Sousa, mandara construir um Mosteiro Franciscano de Frades Capuchinhos, ao lado da capela. Quando, em 1728, os frades precisaram de uma nova igreja para o Convento, a capela fora anexada e a fachada Norte fora eliminada. Nos finais do séc. XIX, a capela fora reconstruída, retomando a sua estrutura original. Em seu interior se podia ver  o que seria o túmulo de São Frutuoso, cujo culto se desenvolvera após a Reconquista Cristã (séc. XII), quando suas relíquias foram levadas para Santiago de Compostela.

Casa e Capela dos Coimbra -  Largo de Santa Cruz, 23   -

A denominação da Casa ou Capela dos Coimbra surgira a partir do início do século XVI, mais precisamente desde 1505, quando o prédio fora adquirido pelo Doutor João Coimbra, Provisor da Mitra de Braga. As origens desta construção remontavam aos finais do século XV, para servir de residência dos Arcebispos de Braga.

Casa das Paiva ou Casa da Roda -  Rua de São João e Rua de Nossa Senhora do Leite -

Fora construída no século XVI, no centro histórico. No final do século XIX, a Câmara Municipal alugara o imóvel, onde instalara o Hospício dos Expostos ou Casa da Roda, que seria a última casa da Roda, em Braga, daí a sua designação atual. Em 1986 foi adquirida pela Câmara Municipal. No local funcionava a Junta de Freguesia de São João do Souto e a Associação  dos Jovens em Caminhada.

Catedral da Sé - Rua Dom Paio Mendes, 4700  - 

Era a construção mais marcante no centro histórico. Foi projetada ao final do século XI, pelo Bispo Dom Pedro. Afirmava-se que teria sido construída num local onde existira um templo romano, dedicado à Deusa Ísis. Por muitos anos, a Catedral ganhara novos adornos e espaços, abrigando num único lugar, diferentes estilos como gótico, romântico e barroco. A Catedral também contava com um museu de arte sacra. A entrada para o Tesouro-Museu da Sé, mais a Catedral custava 8 Euros.

Centro histórico

Era um dos pontos mais visitados e concorridos da cidade, onde a cada esquina uma nova história surgia e um belo prédio para ser admirado, como a Torre de Menagem, que pertencera ao antigo castelo medieval, do século XIV. O belíssimo Theatro Circo, com mais de 100 anos de história, O Jardim de Santa Bárbara, um dos mais bonitos da cidade, que ao fundo abrigava parte do Paço medieval e já fora casa do Arcebispo de Braga;  o prédio da Arcada, com seus arcos de 1715; além de praças, igrejas e capelas, como a Irmandade de Santa Cruz e Basílica dos Congregados. Aproveite para caminhar pela rua de comércio Dom Diogo de Sousa e cruzar pelo Arco da Porta Nova.

 

Convento do Salvador - Praça do Conde de Agrolongo -

Era um Templo Conventual das Freiras Beneditínas de Vitorino das Donas, transferidas para Braga em 1592. A igreja e o prédio do antigo Convento foram construídos no inicio do século XVII e reedificados a partir de 1908, por intermédio do Conde de Agrolongo. A igreja estava decorada no estilo barroco, com destaque para o teto que apresentava um belíssimo trabalho de Domingos Lourenço, de 1622.

Fonte do Ídolo e Palácio do Raio  -  Braga Norte, 920 -

Ao caminhar pelo centro histórico, admire a imponente fachada do Palácio do Raio,  construída em estilo barroco, repleta de azulejos azuis. Fora mandado construir em 1754, por um importante comerciante local e vendida depois de um século, ao Visconde de São Lázaro - D. Miguel José Raio. Eventualmente parara nas mãos da Santa Casa da Misericórdia, que acabara fazendo várias obras de restauro e instalando serviços hospitalares. Na rua em frente ao Palácio, ficava  a Fonte do ídolo, uma referência do tempo dos Romanos. Acreditava-se que tenha sido construída há mais de dois mil anos, como santuário ao Deus das Águas Tongoenabiago. Era um dos mais antigos monumentos sobreviventes da Bracara Augusta, e por isso muito importante para a cidade. Era uma das mais importantes obras da arquitetura barroca do país, e uma das mais bonitas construções da cidade. Com mais de 250 anos, o Palácio do Raio, ou Casa do Mexicano como também era conhecido, abrigava o Centro Interpretativo das Memórias da Misericórdia de Braga. A entrada era gratuita.

Igreja da Misericórdia - Rua Dom Diogo de Sousa, 124 -

Aparecia em algumas plantas da Catedral como sendo um anexo, mas na verdade constituia-se num monumento distinto. Era um templo construído em 1562, mas muito modificado no século XVIII. De ornamentação sóbria, conservava ainda bons exemplos de arquitetura renascentista, como a fachada e o portal lateral que apresentava, na parte superior, uma cena da Visitação, obra de qualidade da escola de escultura quinhentista de Coimbra. No interior, havia um painel pintado por José Lopes, em 1735, com temas religiosos e que apresentava características cortesãs, representando vários familiares de D. João V, a Rainha e os filhos. No altar-mor, havia uma imagem de Nossa Senhora da Misericórdia.

Igreja de Santa Cruz -  Largo Carlos Amarante, 11 -

Fora construída pelo fundador da Confraria de Santa Cruz, Dom Jerônimo Portilo, ao qual foi concedido, posteriormente, o título de Irmandade Real pelo Rei Dom João VI.  A construção iniciara-se em 1625,  concluída somente em 1737 e, por isso, se poderia encontrar elementos arquitetônicos maneiristas e barrocos. O projeto inicial fora de Francisco Vaz e os custos foram pagos graças a esmolas dos devotos dos Passos do Senhor. Em seu interior, se destacava as abóbadas trabalhadas em pedra, a qualidade do Órgão e dos púlpitos e toda a decoração em talha dourada, datada do século XVIII.

Igreja e Convento do Pópulo  - Praça Conselheiro Torres Almeida, 113 -

A igreja fora construída no século XVI, por ordem do Arcebispo Dom Frei Agostinho de Jesus, para servir como sua última morada. Falecido em 1609, seu corpo fora trasladado em 1628, para um túmulo de madeira, mandado confeccionar pela cidade de Braga, e colocado num esquife na Capela-mór.  O templo era consagrado à Virgem, venerada na Igreja de Santa Maria do Pópulo, em Roma. O interior merecia uma visita por sua riqueza decorativa, em que se destacava o revestimento azulejar a azul e branco, atribuído ao ceramista Policarpo de Oliveira Bernardes.

Importantes Festividades

Braga era um dos destinos no segmento do Turismo Religioso, quer pelas suas celebrações, que tinham o seu expoente máximo na Semana Santa e no São João, ou por seu belo patrimônio histórico. As celebrações litúrgicas da Semana Santa adquiriam especial esplendor nos Calvários de Rua, nas cerimônias na Catedral, nas Procissões da Burrinha, Teofórica, Ecce Homo com os Farricocos, e do Enterro. Nessa semana, Braga era visitada por milhares de fiéis oriundos de todas as partes do país e também do exterior. Além da Semana Santa, outras importantes demonstrações de fé, acontecem aqui, como peregrinação ao Sameiro, o Santuário Mariano, que em importância sucede Fátima, em junho e agosto, e as Romarias de São Vicente e da Santa Marta da Falperra. Aqui acontecia a  maior festa de São João de Portugal, que em junho atrai mais de 1 milhão de pessoas para as 270 horas de festividade.

Jardim de Santa Bárbara – Estrada sem nome - 

Era um dos jardins mais bonitos da cidade. Equilibrava as regras da geometria com a aleatoriedade das cores, oriunda das flores, da vegetação e dos pássaros. O fato de se situar no centro da cidade e interromper a seqüencia de construções de alvenaria, o tornava um lugar especial. Era uma espécie de refúgio ou oásis citadino, que convidava a uma pausa,  ou partilhar um lanche com familiares  ou amigos. No fundo do jardim, uma parede alta, em pedra recortada por ameias, fazia lembrar um castelo. Essa fachada era parte do Paço Medieval de Braga, e foi erguida no final da Idade Média, por iniciativa dos arcebispos Dom Gonçalo de Pereira e Dom Fernando da Guerra. Atualmente, funcionava como Arquivo Distrital de Braga e fazia parte de um Complexo maior, chamado Paço Episcopal. Por um lado, no centro do Jardim, encontrava-se uma fonte do século XVII, que inicialmente se situava no antigo Convento dos Remédios, onde atualmente funcionava o  Theatro Circo. No topo da fonte, estava representada  Santa Bárbara, nascida na Turquia, e protagonista de uma história trágica e emocionante.

Dióscoro, pai de Santa Bárbara, decidiu construir para ela uma casa de banho na torre, onde planejava instalar duas belas janelas. Quando a obra começou, Dióscoro teve que fazer uma longa viagem. Durante a viagem do pai, Santa Bárbara ordenou que construíssem uma terceira janela na obra. Sua intenção era que a torre tivesse três janelas, em homenagem à Santíssima Trindade. Além disso, Santa Bárbara mandou instalar uma cruz na torre. Quando Dióscoro voltou, reparou logo nas mudanças feitas na construção e foi perguntar à filha o porquê daquilo. Santa Bárbara explicou que as mudanças eram símbolos de sua nova fé: as  três janelas eram em homenagem ao Deus Uno e Trino, Criador de todas as coisas. E a Cruz lembrava o sacrifício do Filho de Deus, para salvar a humanidade. Dióscoro ficou furioso.

Ao perceber que a filha estava irredutível em sua fé cristã, Dióscoro, num impulso de ira, denunciou a filha ao Prefeito da cidade. Este ordenou que Bárbara fosse torturada, em praça pública, para tentar fazer com que a jovem renegasse a fé cristã. Porém, para surpresa de todos, Santa Bárbara não renegou sua fé, mesmo diante dos mais atrozes sofrimentos. Durante a tortura, uma jovem cristã chamada Juliana, denunciou os nomes dos carrascos, coisa que era expressamente proibida na época. Por isso, Juliana foi presa e condena à morte por decapitação, juntamente com Santa Bárbara. As duas jovens cristãs foram levadas amarradas, pelas ruas de Nicomédia, sob os gritos furiosos do povo ignorante. Santa Bárbara teve os seios cortados. Depois, fora conduzida para fora da cidade, onde seu próprio pai a degolou. Quando Dióscoro degolou a filha e a cabeça de Santa Bárbara rolou pelo chão, um raio riscou o céu e um enorme trovão fora ouvido pelo povo. E, para o assombro geral, o corpo de Dióscoro caira no chão sem vida, atingido pelo raio. A natureza se revoltou contra a atitude desse pai criminoso. Depois deste fato, Santa Bárbara ganhou o status de protetora contra relâmpagos e tempestades, além de nomeada a Padroeira dos artilheiros, os mineradores e das pessoas que trabalhavam com fogo.

Largo do Paço -

Era um dos emblemas da cidade, e situava-se num largo adjacente à Rua do Souto. Era tão marcante no imaginário português, que o seu desenho chegava a ilustrar as notas de 500 escudos. Mandado construir em 1723, pelo Arcebispo D. Rodrigues de Mora Teles, era uma estilização dos respectivos símbolos heráldicos: a taça, suportada por anjos, era ladeada por seis castelos e o sétimo constitui a coluna que servia de Mosteiro de Tibães.

Monte Picoto -

Era uma área florestal central e de grande dimensão, ocupando uma posição de excepcional interesse paisagístico. Este monte, associado ao Parque São João da Ponte, era um espaço de utilização coletiva, com equipamentos de natureza lúdica, desportiva e social. No cume do Picoto, existia um Mirante, de onde se podia contemplar toda a cidade  e as Serras circunvizinhas.

 

Mosteiro de São Martinho de Tibães - Rua do Mosteiro, 59 -

Fundado no final do século XI, era um Mosteiro de observância Beneditina, no qual os monges seguiam as regras – silêncio, obediência, pobreza, oração e trabalho,  prescritas por São Bento de Núrsia. Durante o século XVI tornou-se a Casa Mater da Congregação de São Bento, em Portugal e no Brasil, sublinhando a importância do Mosteiro a nível nacional. Ficava na Freguesia chamada Mire de Tibães, em Braga, era formado pela Igreja de Tibães e o Cruzeiro de Tibães. Fundado no século XI, fora mandado construir por Paio Guterres da Silva e ocupado pela Congregação Beneditina. Com a extinção das Ordens Religiosas Masculinas em 1834, o Mosteiro fora vendido, menos a igreja, sacristia e claustro do cemitério. Fora mantido privado até 1986, quando o Estado Português o adquirira.

Palácio dos Biscainhos – Rua dos Biscainhos -

Ficava no centro da cidade e fora erguido no século XVII, sendo modificado com o passar dos anos. O palácio pertencia aos condes de Bertiandos e à filha deles, a Viscondesa de Paço de Nespereira, casada com D. João Lobo Machado Cardoso do Amaral, o 2º Visconde de Paço de Nespereira e também Governador  de Braga. Em 1949 fora declarado Imóvel de Interesse Público. Abria das 10.00 as 12.30  e das 14.00 as 17.30h.

Palácio e Casa do Raio – Rua do Raio -

Fora construído entre 1754/55, por encomenda de João Duarte de Faria, poderoso comerciante de Braga, sob projeto do arquiteto André Soares, sendo um dos mais notáveis prédios de arquitetura civil da, em estilo barroco joanino. O palácio fora vendido em 1853, por José Maria Duarte Peixoto, a Miguel José Raio, Visconde de São Lázaro, ficando conhecido como Palácio do Raio. Miguel José Raio, nascido em Braga, na Rua da Cruz de Pedra, em 10 de Maio de 1814 e falecido em 14 de Agosto de 1875 e filho de família pobre, migrou para o Brasil instalando-se no Pará, onde fizera fortuna juntamente com um sócio brasileiro que, aproveitando-se da ausência de Miguel José, falira a empresa e fugira, deixando para seu sócio somente os prejuízos físicos e financeiros. Encontrando-se em Portugal, Miguel José soubera da notícia e não resistira vindo a óbito dias depois. O novo proprietário, em 1863, abrira a rua em frente do palácio, para permitir uma melhor visão da sua casa e poder construir duas habitações para as suas filhas. Atualmente o prédio pertencia à Santa Casa da Misericórdia e estáavaclassificado como Imóvel de Interesse público.

Praia Fluvial Merelim São Palo -

Proporcionava uma beleza paisagística única, com a Ponte de Prado como pano de fundo. O parque servia para pique-niques, integrado na área de praia, convidava a estar em família ou entre amigos  durante todo o dia, aproveitando também as sombras proporcionadas pelas árvores. Possuia uma ampla área de caminhos, interligados e com acesso direto à água, um bar,  banheiros, chuveiros e posto de primeiros socorros e estruturas de apoio. Possuia vigilância e Guarda Vidas, entre as 10.00 e as 19.30h, durante a época de veraneio, que se iniciava a 12 de junho e terminaria a 12 de setembro de 2023. Podia ser acessada por transporte público.

Praça da República -

A cidade era o lar de alguns dos mais emocionantes e importantes patrimônios romanos, arquitetura barroca e história eclesiástica, e situada no seu coração, estava a Praça da Republica, que parecia resumir a história e cultura da cidade em um único lugar. Era um espaço amplo e extenso, com uma fonte no centro, rodeada por uma grande arquitetura de uma variedade de períodos que definiam a história desta cidade. A fonte chamava-se Fonte de Vianna, e os locais chamavam a Praça da Republica,  de Vianna. 

Ao lado da praça estava a Igreja dos Congregados e um conjunto de prédios com arcadas. De outro lado, as muralhas da Torre de Menagem, a torre de Menagem original, do Castelo de Braga, parcialmente escondida da vista por um aglomerado de bares e Cafés. O Café mais antigo da cidade,  Vianna Café, ficava no coração da praça e tornara-se ponto de encontro de moradores e visitantes desde a sua inauguração, em 1858. De dia, a Praça da Republica era o lugar perfeito para passear, observar as pessoas e admirar os arredores no conforto de uma cadeira da Cafeteria, com um pastel de nata, um café feito na hora ou uma cerveja artesanal. Os artistas de rua surgiam para entreter os visitantes. À noite o clima mudava e a Praça tornava-se um destino gastronômico, especialmente no verão, quando era possível sentar ao ar livre e aproveitar o clima ameno da noite enquanto provava algumas das delícias gastronômicas de um dos principais centros culinários de Portugal.

​Praça do Município -

Na segunda metade do século XVI, por ordem do Arcebispo Frei Agostinho de Jesus, a praça fora inaugurada na então dominada Quinta e Hortas do Paço Episcopal Bracarense. Batizada como Campo de Touros, a praça durante décadas servira para esse propósito, a tourada. Nos anos seguintes, o Arcebispo D. Gaspar de Bragança, decidira reunir na praça os vários mercados existentes pela cidade. Assim a praça tornava-se num grande mercado ao ar livre, até 1878.

Santuário de Bom Jesus dos Montes -  Estrada do Bom Jesus, 4715/056 - Tenões -

Para chegar poderia ser à pé, de carro ou pelo Funicular,  a esta obra notável de engenharia do século XIX, que fora o primeiro a ser instalado em Portugal, em 1882, trabalhando ainda com um sistema de água para vencer um desnível de 300 metros em 3 minutos. O projeto de Carlos Amarante privilegiava o estilo neoclássico de inspiração italiana, que integrava o imponente Santuário, na harmonia da paisagem do norte de Portugal. A escadaria que levava ao topo, era formada por 17 patamares decorados com fontes simbólicas, estátuas alegóricas e outra decoração barroca dedicada a várias temáticas: a Via Sacra, os Cinco Sentidos, as Virtudes, o Terreiro de Moisés e, no cimo, as oito figuras bíblicas que participaram na Condenação de Jesus.

Não deixe de ver a perspectiva ao fundo da escadaria. Olhando para cima, as fontes trabalhadas em granito, nos vários patamares destacavam-se do branco formando um cálice, sobre o qual se assentava a igreja. No interior do templo, sóbrio e amplo, mereciam destaque as pinturas de Pedro Alexandrino. Junto à Igreja, encontrava-se o Museu da Confraria, cujo espólio era constituído por peças de arte Sacra, e a Biblioteca, criada em 1818. No local onde se encontrava agora o Santuário do Bom Jesus do Monte, acreditava-se que fora ocupado no início do século XIV, onde fora erguida uma cruz no alto do Monte de Espinho. Mais tarde, ergueram uma Ermida sob a invocação de Santa Cruz, a qual teria estado anexa à Paróquia de Tenões. Tempos depois fora erguida outra Ermida, por iniciativa do então Arcebispo de Braga A terceira Ermida fora erguida em 1522, por iniciativa da Catedral da Sé, período onde se registrava um grande aumento da devoção no lugar. Em 1629, houvera a criação da Confraria do Bom Jesus do Monte e aí edificaram uma capela com uma imagem de Cristo Crucificado, além de casas de abrigo e capelas dos Passos da Paixão. Em 1722, o Arcebispo de Braga iniciara e concebera o projeto do Santuário, tal e como se encontrava hoje. O Santuário ficava na Estrada do Bom Jesus, em Tenões. Se chegar de ônibus, havia um que saia do centro de Braga, desde a Avenida da Liberdade  até o Santuário. A entrada era gratuita.

Santuário de Nossa Senhora do Sameiro -  Av. Nossa Sra. do Sameiro, 44 -

Implantado no alto do monte com o mesmo nome, e situado a 566 metros de altitude, era um dos locais de culto mariano, mais visitados em Portugal, proporcionando uma vista privilegiada sobre a cidade. Anualmente atraia muitos devotos, especialmente durante as peregrinações do primeiro domingo de junho e do último terceiro de agosto. A sua fundação devia-se a Martinho Silva, presbítero da Arquidiocese de Braga, que dinamizara o culto Mariano neste local, a partir da década de 60 do século XIX. Construído ao longo de várias décadas, o Complexo religioso integrava, entre outros elementos, o recinto para a missa campal, a Casa das Estampas, a Casa do Reitor, a Capela do Santíssimo Sacramento, a Igreja principal, a Cripta e uma ampla escadaria monumental, no topo da qual se encontravam os monumentos do Sagrado Coração de Jesus e da Nossa Senhora da Conceição.

No altar-mor se poderia admirar-se o Sacrário de prata e a imagem da padroeira, feita em Roma pelo escultor Eugênio Maccagnani e levada para o local em 1880. Ao longo do século XX, o Santuário tinha sido enriquecido com obras de arte que testemunhavam diferentes sensibilidades estéticas e religiosas: na cripta encontrava-se um conjunto de painéis de azulejo concebidos por Querubim Lapa; no Presbitério fora pintado, entre 2005 e 2006, um grande painel da autoria de Oscar Casares; e, mais recentemente, Clara Meneres fora responsável pelas grandes esculturas dos arcanjos São Miguel, São Rafael e São Gabriel, acompanhados pelo Anjo Custódio da Pátria. Em 8 de dezembro de 2004, o Papa João Paulo II concedera ao Santuário a Rosa de Ouro, distinção atribuída pelos pontífices a personalidades, santuários, igrejas ou cidades em reconhecimento por serviços relevantes prestados à Igreja ou para o bem da sociedade.

Theatro Circo - Avenida da Liberdade, n.º 697 -

Aberto desde 1915 e tendo passado por algumas reformas, era um ícone arquitetônico e  orgulho para os bracarenses. Tinha como principal missão servir a cidade e a comunidade e apresentava-se como um espaço cultural agregador de estilos e personalidades. Ao longo de mais de 100 anos, o Theatro Circo já reunira diversos tipos de arte, incluindo a arte circense, e hoje, depois de ter sido remodelado em 2006, era palco de diversos espetáculos, projetos educativos, workshops, sessões de cinema, conferências, exposições, festivais e celebrações. Aberto para visitas em dias específicos devia ser apreciado não só durante as noites de espetáculos, mas também durante o dia. Acompanhado por um Guia, que contava as estórias do Theatro, o visitante poderia conhecer todos os espaços e salas que o constituiam, palco, bastidores, camarins, sala principal, salão nobre, perceber todo o seu funcionamento e observar os elementos decorativos que lhe conferiam um encanto diferente das salas de espetáculos em geral. Sua tela de boca de cena, tinha 12 metros de largura e 8 de altura e tinha dois buracos, que permitiam que os artistas vissem a lotação da sala principal. Criada por Domingos Costa, fora deixada ao abandono por alguns anos e recuperada pelo Atelier Renascer o Passado. Dadas as suas dimensões, a tela fora transportada com direito a escolta policial.

Termas Romanas do Alto da Cividade - Rua Dr. Rocha Peixoto -

Entre 1977 e 1999, a Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho promovera uma intervenção arqueológica no Alto da Cividade, onde foram encontradas ruínas que correspondiam às Termas Romanas, que havia na cidade de Bracara Augusta, nos inícios do século II. As Termas eram um espaço de convívio, de descontração, de relaxamento. Os romanos cuidavam de si e do seu corpo e neste espaço, esses valores eram privilegiados através das diferentes salas frias e quentes e através da palestras, e um espaço dedicado à prática de exercício físico.

 

 

 

 

 

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