BEIRUTE - A pérola do Mediterrâneo - Líbano -

Beirute sofreu mais um duro revés na segunda semana de agosto de 2020. Uma explosão ocorrida na área portuária da cidade causou mais de 200 mortes e cerca de 2.500 feridos, além de praticamente destruir um terço dos imóveis da cidade. É lamentável ter que incluir este tipo de informações neste site que foi criado para passar informações positivas e ajudar as pessoas a viajar pelo mundo, em busca de conhecimentos, lazer e alegria.
A capital do Líbano que já foi conhecida como a Paris do Oriente, possui uma excelente posição à beira-mar e se orgulha de suas praias, dos bons restaurantes, teatros e uma variedade de lojas, casas noturnas e de shows. A cidade sofreu muito com a guerra civil durante 16 anos, mas devido a um processo contínuo e impressionante de reconstrução, é novamente um dos destinos mais populares no Oriente Médio para os turistas e homens de negócios.
Dois centros concorrentes surgiram a poucos quilômetros um do outro. Um está em Hamra Beirute Ocidental, onde ficam a Universidade Americana e a maior parte dos melhores hotéis. O outro fica no leste de Beirute Achrafie com a Universidade São José e um grande número de lojas de luxo e restaurantes caros. O Distrito central de Beirute Solidere foi batizado com o nome da empresa responsável pelo programa de reconstrução. Enquanto surgiram vários prédios modernos, os antigos souks estavam sendo fielmente reconstruídos. Aqui está o único museu do Líbano, o Museu Nacional de Beirute que também foi reconstruído e ainda continua em processo de recuperação e ampliação de suas obras de arte.
O centro da cidade foi todo arrasado durante a Guerra Civil Libanesa de 1975 a 1990, e sua reconstrução ficou a cargo de um empreendimento financeiro privado chamado SOLIDÈRE – Sociedade Libanesa para o Desenvolvimento e Reconstrução de Beiruth. O Solidère mostrou muito pouca solidariedade para com os libaneses, expropriando áreas, recebendo liberdade do governo para botar moradores pra fora e transferir suas áreas nobres perto da beira-mar, para grandes redes de lojas e hotéis. A reconstrução foi na marra e hoje a população está revoltada com esse procedimento, tanto que o governo prometia encerrar as atividades do Solidère em 2019. A maior obra de Solidère na reconstrução da capital do Líbano foi um shopping center, o Beirut Souks, um centro comercial de luxo que finge ser tradicional.
Para quem pretende visitar o Líbano, a primeira coisa que precisa saber é que brasileiros precisam de Visto, mas isso poderá obter ao chegar ao aeroporto, bastando preencher um formulário e encarar a fila da Imigração. Esta regra ainda está valendo, mas é sempre bom dar uma conferida com a Embaixada ou com os consulados libaneses (www.libano.org.br), antes de partir. Se tiver um carimbo de Israel em seu Passaporte, prepare sua volta, pois não lhe deixarão entrar ao país. E é exatamente por isso que vão olhar folha por folha do seu Passaporte e lhe farão mil e uma perguntas no guichê. Não se assuste com isso, nem com os oficiais do Exército nem com a bagunça que é o Aeroporto de Beirute. Mas entenda que esse é o jeito dos libaneses. E, mesmo assim, eles são muito receptivos. Esses países que já passaram por muitos conflitos e guerras sempre têm uma postura mais desconfiada para tratar os estrangeiros.
No extremo oeste de Beirute, em Raouche, fica um Distrito cada vez mais popular, com uma orla marítima bastante movimentada. A cerca de 20 km ao norte de Beirute, estão as Cavernas de Jeita, uma atração turística que ficam em dois níveis, com uma galeria inferior, que pode ser visitada de barco. Atualmente, enquanto o Líbano recebeu mais de um milhão de refugiados Sírios, os europeus ricos ficam lamentando a chegada de 10 a 20 mil pessoas. Com essa enchente de pessoas, cerca de 1/4 da população do país já é composta por refugiados sírios. Ao final, quem está pagando a conta disso tudo é o próprio povo libanês que tem que enfrentar um Estado disfuncional e essa horda moderna de invasores.
As comunidades cristãs, muçulmanas suñitas e muçulmanas xiitas, parecem muito mais coesas entre si, do que umas com as outras. Os casamentos praticamente ocorrem somente dentro da mesma fé, e até as vizinhanças costumam se distinguir pela religião que abraçam. Por fim, avalia-se que tudo isso é cristalizado pelo sistema político confessional do Líbano, onde os assentos no Parlamento e os postos de Governo são determinados com base na comunidade religiosa a que se pertence. Todos os esforços para fazer com que as pessoas no Líbano se sintam um só povo, ainda não alcançaram os resultados desejados.
Entretanto, uma das raras coisas que realmente parecem unir o Líbano é a culinária. A gastronomia libanesa, com seus kibes, esfihas, rolinhos de folha de videira e outros, faz a alegria dos visitantes é bem nossa conhecida, a ponto de, erroneamente chamarmos comida libanesa de comida árabe. Quando estiver encerando seu passeio, busque o restaurante Le Chef, que fica próximo do centro, tem preço bom e uma deliciosa comida tradicional libanesa. Fica na Rua Gouraud, no Distrito de Gemmayzeh.
Quando estiver planejando suas férias em Beirute, considere algumas dicas. Assim que chegar, pegue um taxi para o hotel. A sugestão é se hospedar no Hamra, Raouché, Ras Beirut ou Verdun. Hamra que é cheio de cafés, bares, lojas de roupas. Um taxi do aeroporto para estes bairros custava em torno de 25 dólares. Como os taxistas reconhecerão que você é turista, tentarão vender o traslado por muito mais. Todas as corridas devem ser combinadas anteriormente. Mas não se assuste, porque aqui os taxistas costumam ser honestos. Não se esqueça: eles são árabes e adoram negociar!
Antes de viajar
Informações constantes do Portal Consular do Itamaraty de utilidade para viajantes brasileiros que tencionem viajar ao Líbano (http://www.portalconsular.mre.gov.br/antes-de-viajar-1/alerta-aos-viajantes-1/libano).
Telefone para situações emergenciais:
Ambulância: (01) 865 561
Defesa Civil: 125 ou (01) 425 244
Polícia turística: 112/160 ou (01) 350 901
Plantão Consular
Para situações graves e de comprovada emergência (tais como acidentes, morte e prisões) - nessas situações, o Setor Consular da Embaixada do Brasil em Beirute poderá ser contatado pelo seguinte telefone, a qualquer momento: + 961.70108314.
As referências históricas e turísticas
Baia Zaitunay
Ao longo da Marina há uma faixa turística chamada Zaitunay Bay, que abriga diversos restaurantes, lojas e cafés. É muito freqüentada pelos locais e também pelos turistas e os valores dos menus nos restaurantes são salgados, porque é um ambiente mais requintado. Para quem pretende passar por essa região, há um local um tanto diferente, mas carregado de muita história recente: o prédio do Hotel Holiday Inn, que operou apenas durante um ano antes da Guerra Civil Libanesa estourar, em 1975. O hotel está localizado em uma zona de guerra conhecida como a batalha dos hotéis, na qual os combatentes lutavam pelo controle de alguns hotéis, dentre eles o Holiday Inn.
Bairro Achrafieh -
Começou como um bairro pouco povoado, indicado para se concentrar durante a Guerra do Líbano. É uma área residencial e comercial tranquila pontilhada por belas casas tradicionais francesas e otomanas, bem como prédios de escritórios. Explore a pé enquanto se depara com cafés, lojas e galerias pitorescas. O Museu Nacional e o Museu Sursock ficam na área.
Bairro Hamra
No passado, a Hamra Street era um dos principais lugares onde poetas, pensadores, escritores e filósofos árabes se reuniam. O local é um dos mais importantes bairros comerciais, conhecido por suas lojas de moda e por diversos restaurantes, cafés, bares e hotéis e conhecida pela agitada vida noturna. É onde se situa o Museu Arqueológico.
Banhos Romanos – Centro
Na época do Império Romano, os balneários eram pontos de encontros entre os cidadãos. Roman Berytus, como era chamada Beirute durante esse período, tinha quatro grandes complexos de banhos com águas termais. Criadas a partir do século I, as termas possuíam um sistema de aquecimentos sob o piso que permitia que o ar, aquecido por lenha em abóbodas circulasse entre pilares e discos, que aqueciam o piso de mármore e os tubos de terracota nas paredes permitindo que o ar quente subisse até o teto. Na Andaluzia os árabes também utilizavam essa técnica para enfrentar os rigores do inverno em seus palácios.
Catedral de São Luiz dos Capuchinhos – centro
Erguida em 1863, está localizada a poucos minutos do Al Omari, e onde são celebrados ritos latinos, especialmente para os estrangeiros que residem na cidade permanente ou temporariamente, como cristãos libaneses, que são na maioria maronitas. A igreja pode ser visitada por dentro, mas lembre-se que há dias em que a visita não é permitida.
Catedral Maronita de São Jorge – Al Nejmeh -
Ao lado da Mesquita Mohammad Al-Amin está localizada a Catedral Maronita de São Jorge, uma construção do século XIX que tem uma arquitetura bonita inspirada na Basílica di Santa Maria Maggiore, que está localizada em Roma. A Igreja Maronita é uma igreja cristã oriental, tradicional do Líbano, que reconhece a autoridade do Papa, mas que possui um ritual próprio, diferente do rito latino utilizado pelos católicos ocidentais. A Catedral sofreu bombardeios durante a Guerra Civil Libanesa, tendo sido saqueada naquela época. Em agosto de 2020, a Catedral maronita e a Mesquita foram bastante danificadas por causa da explosão que ocorreu no porto de Beirute. Na sua cripta encontra-se instalado um pequeno museu.
Cardo e Decumanus Maximus – centro
No planejamento da cidade romana, um decumanus era uma estrada orientada leste-oeste em uma cidade romana ou castrum (acampamento militar). O principal decumanus era o Decumanus Maximus, ou simplesmente "o Decumanus". Em um acampamento militar, o caminho conectava a Porta Praetoria (mais próxima do inimigo) à Porta Decumana (longe do inimigo). O nome vem do fato de que a Via Decumana ou Decimana (a décima) separava a Décima Coorte da Nona, no acampamento legionário, da mesma forma que a Via Quintana separava a Quinta Coorte, da Sexta. Cardo Maximus era o principal caminho que ligava norte ao sul de Roman Berytus, antiga cidade de Beirute durante a República Romana. Há resquícios dessas construções romanas próximo à Catedral Maronita e à Mesquita Mohammad Al-Amin. Hoje, cinco colunas reerguidas marcam o cruzamento do Cardo e do Decumanus Maximus as duas principais ruas com colunatas da Beirute Romana. O cruzamento chama-se Cardo and Decumanus Crossing.
Casa Amarela
No cruzamento entre duas ruas destaca-se uma casa amarela, com uma fachada decadente cravejada de balas. É um prédio em estilo neo-otomano construído na década de XX, chamado de Casa Amarela ou Edifício Barakat. Localizada na antiga “linha verde”, a linha de demarcação durante a Guerra Civil Libanesa, a Casa Amarela era um posto de controle avançado e base de atiradores durante a guerra civil. Além da localização estratégica, a arquitetura arejada da Casa Amarela, com sua transparência e variados ângulos de tiro, servia para fins militares no controle do entorno conhecido como Encruzilhada do Sodeco. Em 2008 criaram um programa para sua recuperação chamado Beit Beiruth, transformando o prédio em museu e centro cultural. O projeto consiste em restaurar a casa original, preservando os vestígios do tempo e da guerra para evidenciar o caráter único do prédio e a sua evolução ao longo dos anos.
City Centre Beirut – Hazmieh -
É um grande shopping em estilo do que existe no mundo ocidental. O local pode ser uma boa opção tanto para uma pausa de tarde para almoçar ou até no final do dia para jantar, e o interessante é que há wifi gratuito disponível para os visitantes, o que é uma opção para quem estiver com dificuldade de conexão com a internet. Tem até um hiper mercado Carrefour.
Corniche
Aproveite e faça uma caminhada pelo agradável calçadão de Corniche, uma área à beira do Mar Mediterrâneo, com muitas palmeiras ao redor e um ponto muito freqüentado por locais, principalmente por pessoas praticando atividades físicas.
Os Mercados
No século VI a.C., um bairro fenício-persa construído no local onde está localizado o Beirut Souks tinha vista para o porto. A área dos souks, com suas colunatas e vilas comerciais, prosperou durante a época romano-bizantina, até 551 d.C., quando o terremoto a destruiu. O Souks de Beirute é um grande centro comercial com centenas de lojas, algumas de marcas internacionais, cafés, restaurantes e cinemas, que mistura o moderno com o antigo e um local muito freqüentado pela elite libanesa. Circulando pelo local dá para ver resquícios de muralhas do século XIX, um assentamento fenício do período persa, encontrado durante uma escavação no local, e cruzar por pisos revestidos com mosaicos bizantinos recuperados durante escavações arqueológicas.
Praça da Estrela – Nejme Square – Parliament Square
Situada na área central leva esse nome pelo formato de uma estrela, tem uma torre do relógio ao centro e duas radiais com cafeterias, escritórios, restaurantes, o prédio do Parlamento, a Igreja de São Jorge e a Catedral Católica de São Elias. O relógio Rolex instalado na torre foi um presente do libanês-mexicano Michel Abed, nos anos de 1930, o que também gerou outro nome para o lugar: Al-Abed Clock Tower.
Praça dos Mártires –
É um local histórico que homenageia os mártires que foram executados pelos otomanos neste local, no dia 6 de maio de 1916. Durante a Guerra Civil Libanesa entre 1975 e 1990, passava por essa praça uma linha de demarcação que dividia Beirute em leste e oeste. No final de 2019, o local se tornou um dos principais pontos dos protestos anti-governamentais.
Rocha dos Pombos – Raouché -
As duas enormes formações rochosas conhecidas como Rocha dos Pombos ou Rocha de Raouché estão localizadas na ponta mais ocidental de Beirute, sendo considerado um dos pontos turísticos mais recomendados da capital libanesa. Para quem admira rochas à beira mar, é uma sugestão...
Villa Audi - Avenue Ashrafieh -
É um casarão muito bonito que abriga uma coleção de mosaicos de várias partes do mundo. O acervo não é muito grande e não é permitido tirar fotos no seu interior, vale a visita. Nas proximidades fica o Museu Sursock, o Museu de Arte Contemporânea.
As mesquitas e os museus
Mesquita Grand Al Omari - centro
Instalada em um local de antigas ruínas de uma igreja dos Cruzados, que era uma igreja bizantina que foi construída sobre as fundações de um templo romano para Júpiter. Em 1291, os mamelucos criaram a elegante mesquita de arenito que existe até hoje. Mas sua história continua viva neste santuário aconchegante e íntimo: inscrições mamelucas, otomanas e gregas, juntamente com sua planta em forma de cruz e características arquitetônicas bizantinas, denunciam o passado multifacetado de Beirute.
Mesquita Mohammad Al-Amin -
É também conhecida como Mesquita Azul, sendo a maior Mesquita do Líbano. Abre-se para a Praça dos Mártires, mesmo estando ao lado da Catedral Ortodoxa Grega de São Jorge. Com arquitetura otomana nobre, o prédio é coberto com arenito amarelo Beiruti, com quatro minaretes de 65m. Possui uma cúpula alta e janelas quadradas cobrindo o teto, que permitem a entrada de luz. O salão principal abriga os fiéis do sexo masculino, e o salão de oração designado para as mulheres pode ser acessado pelo outro lado. O principal patrono da Mesquita, Rafic al-Hariri, foi enterrado em seu interior após seu assassinato em 2005, até que um mausoléu separado ao lado da Mesquita foi estabelecido em 2015. Sua cúpula azul de 45m de altura e altos minaretes que foram essenciais para o horizonte do centro da cidade de Beirute.
Museu Arqueológico -
Considerado um dos museus mais antigos da região, o Museu Arqueológico da Universidade Americana abriga acervo de 7 países: Líbano, Egito, Síria, Chipre, Palestina, Irã e Iraque. As peças ali expostas estão organizadas cronologicamente, contendo artefatos com mais de 6 mil anos. Para se ter idéia do que o visitante poderá encontrar, há uma seção pré-histórica que inclui períodos paleolíticos e neolíticos. Há muitas informações e objetos sobre diversos períodos da história antiga, principalmente sobre a civilização fenícia, responsável pela fundação de Beirute. Além da coleção fenícia, há coleções dos períodos greco-romano, bizantino até do Império Otomano.
Museu Libanês da Marinha e Vida Selvagem - Mazzarat - Jeita -
Reunindo mais de 5.000 espécies de animais marinhos e da vida selvagem contem a maior coleção de tubarões mumificados, golfinhos, tartarugas marinhas, fósseis, pássaros, répteis e mamíferos além de várias espécies marinhas desconhecidas. Aberto à visitação no verão diariamente das 8.00 às 20.00 e no inverno até as 19.00h.
Museu Mineral MIM - Damascus Street - Saint Joseph University -
Apresentando a coleção particular do engenheiro Salim Edde de mais de 1.400 minerais, o museu exibe pedras preciosas de todo o mundo, atraindo químicos, colecionadores e curiosos. Aqui encontrará mais de 300 minerais diferentes de mais de 60 países e aprenderá sobre a formação mineral e a história em várias telas interativas. Os minerais são organizados por sala, com elementos radioativos encontrados na exposição principal e peças mais preciosas como ouro, prata, esmeralda, rubi e topázio, expostas na sala do tesouro. Considerado uma das coleções particulares de minerais mais impressionantes do mundo, o Mim é uma ótima parada em um passeio pelos museus de Beirute.
Museu Nacional – Rua de Damas -
Situado exatamente sobre a denominada linha de demarcação que dividiu Beirute durante a Guerra Civil Libanesa, por conta dessa posição foi parcialmente destruído, bombardeado, saqueado, inundado e transformado em base para milícias. Por conta dessa situação, teve que ser fechado em 1975 e permaneceu assim até início da década de 90. Enquanto o local sofria com bombardeio durante a guerra, os objetos mais vulneráveis da coleção foram removidos das vitrines e escondidos em depósitos no porão. No andar térreo, os mosaicos, que haviam sido colocados no pavimento, foram revestidos com uma camada de concreto. Outros objetos grandes e pesados, como estátuas e sarcófagos, foram protegidos por sacos de areia. A situação piorou em 1982 e os sacos de areia foram substituídos por caixas de concreto construídas com uma estrutura de madeira em torno do monumento.
O museu não é grande, mas o acervo é de enorme beleza e importância histórica. O interior do prédio é magnífico e há um grande capricho na apresentação das peças. Mostra desde vestígios do primeiro alfabeto até sarcófagos romanos de mármore decotados com passagens da Guerra de Tróia. Com o final da guerra, foi restaurado e o governo promoveu uma campanha para recuperar as antiguidades que foram roubadas ou vendidas. A lei libanesa prevê que qualquer item com mais de 300 anos pertence ao Estado, com isso, muitos artefatos foram recuperados de lojas de antiguidades e de casas particulares, sendo exibidos novamente ao público no museu.
Exibe cerca de 1.300 artefatos e sua coleção completa contém mais 100.000 itens devidamente catalogados. A visita se inicia no andar térreo com 83 itens que, são os mais interessantes: sarcófagos, estátuas, mosaicos. O piso superior exibe 1.243 artefatos em ordem cronológica desde a pré-história até o período otomano. No Sarcófago de Ahiram, um antigo Rei Fenício, de Byblos, está o registro do primeiro alfabeto contemporâneo descoberto. Os fenícios eram os grandes comerciantes da antiguidade e, por isso, sentiram a necessidade de registrar contratos e acordos que mantinham com diferentes povos, assim desenvolveram um alfabeto composto por 22 sinais, sendo, mais tarde, aperfeiçoado pelos gregos que lhe acrescentaram outras letras. O alfabeto grego deu origem ao alfabeto latino, que é o mais utilizado atualmente. Na borda e cobertura do sarcófago de Ahiram, há um registro de 38 palavras escritas no antigo dialeto fenício. O museu preserva também vários outros sarcófagos e várias imagens de mosaicos datados da época da Grécia antiga.
Museu Nicolas Sursock - Greek Orthodox Archbishopric Street -
Construído em 1860 por Moussa Sursock, foi considerado na época uma das maiores casas de cidade e hoje é o maior palácio privado daquele período a sobreviver. A origem dos Sursock remonta a Constantinopla e há registros de que eles viviam na capital libanesa desde 1714. Sua grande riqueza foi obtida no início do século XIX, principalmente na agricultura, e, posteriormente, com fábricas de algodão. No seu auge, o império Sursock se estendeu de Mersine na Turquia, a Alexandria, no Egito, passando pelo Líbano, Chipre e Palestina. Com a chegada dos regimes nacionalistas na Turquia e no Egito e a criação do Estado de Israel, os Sursocks perderam suas terras, e o palácio em Beirute é um dos poucos símbolos restantes de sua antiga glória. Em 1912, o herdeiro libanês Nicolas Ibrahim Sursock construiu a vila particular que atualmente abriga o museu. Quando Nicolas morreu, em 1952, deixou a construção para a cidade de Beirute. O museu abriu suas portas em 1961, dirigido por Ibrahim M. Beyhum, com uma exposição de obras de artistas libaneses contemporâneos, estabelecendo um precedente para eventos culturais em Beirute.
Museu Robert Mouwad – 4JC Zokak el Blat -
É um museu privado de Robert Mouawad, localizado na zona central de Beirute, constitui a perfeita combinação das culturas artísticas orientais e ocidentais. O palácio árabe, construído por Henri Pharaon em 1892, foi adornado com painéis de madeira originais dos séculos XIV e XIX. Robert Mouawad adquiriu a residência histórica para sediar sua preciosa coleção de artes plásticas e peças antigas. Henri Pharaon, um representante da alma libanesa, cujo palácio foi associado à arte árabe e libanesa, preservou as memórias fenícias, gregas, romanas e bizantinas, projetando o que eles possuíam de mais retumbante, e registrando todo o humanismo dessas civilizações, em sua arte e pensamentos, sem as quais, o Líbano não poderia ter sido concebido.
O palácio de estilo neo gótico, do final do século XIX, foi construído na colina oeste da antiga Beirute, onde diversas peças de cerâmicas antigas foram encontradas, criando assim, um museu dos painéis árabes, através de uma decoração de cinco séculos de arte. As placas de madeira, esculpidas e pintadas entre os séculos XVI e XIX, reviveram o encanto de um palácio oriental, raríssimo. Entre as preciosidades do museu, pode ser encontrada a coleção de livros e manuscritos antigos do embaixador Camille Aboussouan, que hoje divide a mesma sala onde Henri Pharaon mantinha sua biblioteca, e também o segundo maior diamante do mundo, entre diversas outras jóias preciosas. Aberto das 9.00 às 17.00h.
Onde dormir
Hamra – Beirut Oeste
Localizado na parte ocidental de Beirute, Hamra é o antigo bairro muçulmano da cidade. É um bairro animado, central e considerado de classe média. Sua principal avenida, a Rue de Hamra, é uma vibrante área gastronômica e de lazer, com muitos cafés, lojas e restaurantes. A presença da Universidade Americana de Beirute (AUB) faz de Hamra um bairro jovem com timas atividades culturais e de lazer.
Elegant Suites – $$$ - Sorati Street
The J Hotel & SPA – $$$ - Jeanne D`Arc Street
Le Bristol Hotel – $$$$ - Madam Curie Street
Raouché
É um bairro residencial e comercial localizado no oeste de Beirute. Localizado ao sul de Hamra, o bairro é famoso por seu calçadão, as formações rochosas em sua costa e seus altos e elegantes arranha-céus. É um dos bairros mais caros de Beirute, por isso os hotéis nesta área costumam ser de luxo e, obviamente, caros.
Le Duroy Hotel – $$$ - Australia Street, 1103
Lancaster Raouche Hotel – $$$ - Australia Street
Dolphin Royal Suites – $$$$ - Cleopatra Street, 2666
Achrafieh – Este de Beirute
O bairro de Achrafieh está localizado na parte oriental de Beirute. É o antigo bairro cristão da cidade. Em sua vizinhança estão muitas das igrejas ortodoxas. Hoje abriga uma importante comunidade armênia. A área é considerada o coração alternativo de Beirute, com uma importante e intensa vida cultural e várias galerias de arte, lojas de design, exposições de rua de arte contemporânea. Localizado perto do centro, Achrafieh também é uma das melhores áreas para se hospedar em Beirute.
The Living by Beiruth Homes – $$$ - Rodovia Damasco, 1100
Onde comer
Le Chef – Gouraud Street - Distrito de Genmayze -
É um restaurante pequeno, simples mas com uma cozinha muito bem recomendada, além de pratos veganos e vegetarianos. O cardápio contempla pratos da cozinha libanesa, mediterrânea e do Oriente Médio, além de pratos veganos e vegetarianos. É um ambiente agradável onde é servido o melhor da comida libanesa e da região a preços acessíveis. É muito bem recomendado.
Bliss House – Bliss Street -
É especializado em pratos fast food e comidas do Oriente Médio. Os sanduíches shawarma de peito de frango, o frango fajita e o filé Philadelfia são os mais pedidos pelos clientes universitários, já que fica em frente a Universidade Americana de Beirute.
Agha Restaurant and Pastries – Bechara El Khoury -
Oferece opções fast food e da cozinha libanesa e mediterrânea. Os hambúrguer, os sanduíches shawarma, os falafels, as carnes grelhadas e os pratos de frangos são os destaques de seu cardápio.
Rossini Osteria e Caffè – Minet El Hosn – Phoenicia Hotel -
É um italiano de respeito, que oferece uma comida saborosa, em especial as pizzas com trufas. Às terças-feiras, das 19 às 23 horas oferece um Open Pizzas & Vinhos sob orientação do Chef Armando.


